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2022 Census

2022 Census: consensual unions outnumber civil and religious marriages

Section: IBGE | Irene Gomes | Design: Claudia Ferreira

November 05, 2025 10h00 AM | Last Updated: November 05, 2025 05h15 PM

  • Highlights

  • In 2022, 51.3% of the population aged 10 and over in Brazil lived in a consensual union. In 2010, they were 50.1%; in 2000, 49.5%.
  • From 2000 to 2022, the proportion of persons in the population aged 10 and over who had never been in a marital union fell from 38.6% to 30.1%. The proportion of persons who were not but had already lived in a marital union went from 11.9% to 18.6%.
  • From 2000 to 2022, there were increases in only civil marriages (17.5% to 20,5%) and in consensual unions (28.6% to 38.9%) and decreases in civil and religious marriages (49.4% to 37.9%) and only religious marriages (4.4% to 2.6%).
  • The percentage of consensual unions surpassed that of civil and religious marriages for the first time, and that is now the most frequent type of union.
  • By color or race of persons living in some type of union, the civil and religious marriage is predominant among white persons (46.0%) and Asians (48.2%), whereas consensual union is predominant in the Indigenous (56.0%), black (46.1%) and brown (43.8%) population.
  • Among persons who chose the civil and religious marriage, there was a higher proportion of Catholics (40%) and protestants (40.9%), whereas the consensual union was the main choice for those with no religion (62.5%).
  • From 2010 to 2022, the total unions between same-sex partners increased from 58 thousand (or 0.1% of the total domestic units) to 480 thousand (or 0.7%). In 2022, 77.6% of homosexual couples were in a consensual union and 13.5% in only civil ones.
From 2000 to 2022, civil marriages and consensual unions increased and civil and religious and only religious marriages dropped - Photo: Yanaly/freepik

In 2022, more than half (51.3%) of the population aged 10 and over in Brazil were living in a marital union, a total of 90.3 million people. For the first time, the consensual union was the most frequent type (38.9%), surpassing civil and religious marriage (37.9%). Against 2000, there was an increase in only civil marriages and in consensual unions. On the other hand, there were drops in the percentages of persons celebrating civil and religious marriages (from 49.4% in 2000 to 37.9% in 2022) and only religious marriages (from 4.4% to 2.6%).

The data are from the 2022 Population Census: Nuptiality and Family: Preliminary sample results. released today (5) by the IBGE. The launch will start at 10 am at Prof. Jouberto Uchôa Memorial, in Sergipe, state of Aracaju (SE). The event will be streamed on Digital IBGE. The data will be available on the IBGE website and on platformas such as SIDRA and the Census Overview. Read also the news on families.

“The increase in the proportion of consensual unions confirms behavioral changes being observed in the Brazilian society, as civil and religious marriages have lost ground to non-formal unions. Nevertheless, it is worth mentioning that consensual unions can be formally registered or not," emphasizes survey analyst Luciene Longo. 

The remainder is temporarily in Portuguese. 

Em 2000, menos da metade da população vivia em união (49,5%), chegando a 50,1% em 2010 e atingindo os 51,3% em 2022. A proporção de pessoas que não viviam em união conjugal, mas já viveram, também cresceu no período, saindo de 11,9% em 2000 para 14,6% em 2010 e atingindo 18,6% em 2022, um aumento de 56,3% considerando todo o período. Por outro lado, houve redução no percentual de pessoas que nunca viveram em união, com queda de 38,6% em 2000 para 35,4% em 2010 e chegando a 30,1% em 2022.

Entre os estados, em 2022, Santa Catarina (58,4%), Rondônia (55,4%) e Paraná (55,3%) tinham os maiores percentuais de pessoas vivendo em união conjugal, enquanto Amapá (47,1%), Distrito Federal (47,7%) e Amazonas (48,1%) tinham os menores. O Rio de Janeiro destacou-se por ter o maior percentual de pessoas que viveram dissoluções da união conjugal (21,4%), seguido por Bahia (20,4%) e Sergipe (20,1%). Os menores percentuais estavam em Santa Catarina (16,1%), Pará e Mato Grosso (16,9%, ambos).

Mulheres se unem mais novas, mas diferença em relação aos homens diminuiu

Os dados mostram que mulheres mais novas, com idade até 39 anos (42,9%), estavam unidas em uma proporção mais elevada do que homens do mesmo grupo etário (35,8%). Entre os 40 e 49 anos, isso se inverte, com maior proporção de homens unidos (23,2% versus 23,1% para mulheres), chegando há uma diferença de quase 6 pontos percentuais entre as pessoas de 60 anos ou mais (22,5% e 16,7%, respectivamente).

“Isso reflete a maior expectativa de vida das mulheres. Com uma maior longevidade feminina, aumenta a proporção de mulheres nunca unidas e aquelas que passam a viver sem os seus cônjuges ou companheiros, seja por separação ou viuvez, fazendo com que a proporção de homens que vivem em união seja maior a partir dos 60 anos de idade”, observa Luciene.

A idade média à primeira união mostrou uma ligeira tendência de crescimento nas últimas décadas. Em 1980, era de 24,1 anos; em 1991, 24,3 anos; em 2000, 24,2 anos; em 2010, 24,4; e em 2022 passou a 25,0 anos de idade. Homens continuam se unindo em idades superiores, no entanto, essa diferença diminuiu ao longo dos anos: enquanto em 2000 e 2010 era em torno de 3 anos, em 2022 passou para 2, 7 anos. O Sudeste (25,9) apresentou a maior idade médias ao se unir pela primeira vez, tanto para homens (27,2) quanto para mulheres (24,6).

Idade média à união das pessoas de 15 anos ou mais de idade por sexo, segundo as Grandes Regiões - 2022
Grandes Regiões Idade média à união das pessoas de 15 anos ou mais de idade
Total Masculino Feminino
2000 2010 2022 2000 2010 2022 2000 2010 2022
Brasil 24,2 24,4 25,0 25,8 25,9 26,3 22,7 23,0 23,6
Norte 23,2 23,4 23,8 24,7 24,9 25,2 21,6 21,9 22,4
Nordeste 24,1 24,1 24,5 25,7 25,6 26,0 22,6 22,7 23,1
Sudeste 24,8 25,2 25,9 26,4 26,7 27,2 23,3 23,8 24,6
Sul 23,7 23,7 24,2 25,3 25,3 25,6 22,0 22,2 22,8
Centro-Oeste 23,6 23,9 24,5 25,1 25,5 25,8 22,0 22,4 23,1
Fonte: Censo Demográfico, 2000-2022.

Já a distribuição por cor ou raça das pessoas que viviam em união mostra que indígenas, pretos e pardos optaram em maior proporção pela união consensual, com percentuais de 56,0%, 46,1% e 43,8%, respectivamente. Entre os brancos e amarelos, as maiores proporções uniram-se pelo casamento civil e religioso (46,0% e 48,2%).

Pessoas de 10 anos ou mais de idade que viviam em união conjugal, por natureza da união, segundo a cor ou raça - Brasil – 2022 (%)
  Branca Preta Amarela Parda Indígena
Casamento civil e religioso 46,0 30,0 48,2 31,6 20,3
Somente casamento civil 19,5 21,2 26,7 21,3 17,7
Somente casamento religioso 2,0 2,7 1,3 3,3 6,1
União consensual 32,5 46,1 23,8 43,8 56,0
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Censo Demográfico 2022.     

Brancos se unem mais entre si

A prática de casamento ou união dentro do próprio grupo de cor ou raça ou educacional configura a endogamia. Mesmo com valores ainda altos de endogamia, um aumento da exogamia vem sendo observado: 67,0% das pessoas de 10 anos ou mais de idade estavam unidas a pessoas do mesmo grupo de cor ou raça, enquanto, em 2000, esse percentual era 70,9% e em 2010 era 69,3%.

“Cor ou raça, escolaridade e religião são importantes na escolha do cônjuge, dado que essas características representam atributos pessoais, convivência e grau de comprometimento da união. No entanto, as uniões endogâmicas tendem a diminuir com o tempo, considerando que a convivência com as diferenças nas características pessoais pode contribuir para a quebra de fronteiras sociais, tornando as uniões mais heterogêneas entre os cônjuges”, analisa Luciene.

Em 2022, a endogamia foi mais forte nos grupos de brancos (70,4%), seguida dos pardos (69,7%) e dos indígenas (51,0%).

As diferenças entre homens e mulheres foram mais marcantes em relação às pessoas de cor ou raça preta. Mulheres pretas tenderam a escolher homens pretos em maior percentual (48,0%) do que homens pretos em relação a mulheres do mesmo grupo (39,3%).

Em termos educacionais, a endogamia também foi preponderante, pois 58,2% uniram-se a pessoas com o mesmo nível de instrução, mostrando redução após o crescimento observado entre 2000 e 2010 (de 63,0% para 68,2%).

Em 2022, as mulheres mostraram menor seletividade do que os homens, pois 52,3% das mulheres com superior completo estavam unidas a homens desse mesmo grupo, enquanto 68,5% dos homens com esse nível de instrução estavam unidos a mulheres do mesmo grupo. “Isso possivelmente está associado a ganhos mais recentes no nível de instrução feminino”, pontua a analista.

União consensual tem maiores proporções entre jovens, sem religião e menores rendimentos

As uniões consensuais eram mais frequentes entre pessoas até 39 anos, concentrando 56,2% delas em 2022, evidenciando uma importante relação geracional. Já entre as uniões formais (casamento no civil e no religioso) há preponderância entre as pessoas de 40 anos ou mais (76,3%).

“A união consensual estava mais presente entre as pessoas em condições socioeconômicas mais precárias, na medida em que as pessoas nas faixas de menor rendimento domiciliar per capita tiveram maior representação nesse tipo de união”, avalia Luciene. Para aqueles cujo rendimento era de até ½ salário-mínimo, 52,1% das uniões eram consensuais. À medida que o rendimento aumenta, maiores são as proporções de casamento civil e religioso, chegando a 54,3% para aqueles cujo rendimento era de mais de 5 salários-mínimos.

O estado conjugal está relacionado a escolhas individuais, mas é também influenciado pelas convicções religiosas. Entre os que optaram pelo casamento civil e religioso, houve uma maior frequência de católicos (40%) ou evangélicos (40,9%), enquanto a união consensual foi a principal escolha para os sem religião (62,5%).

Em 2022, chamou a atenção o elevado percentual de pessoas que viviam em união consensual nas unidades da federação das regiões Norte e Nordeste do país: no Amapá, por exemplo, esse percentual chegou a 62,6%, mesmo tendo recuado um pouco em relação a 2010 (63,5%).

Quase 80% dos casais do mesmo sexo estavam em uniões consensuais

Em 2022, uniões entre pessoas do mesmo sexo corresponderam a 0,7% do total de unidades domésticas (cerca de 480.000), um crescimento expressivo em relação a 2010, quando representavam 0,1% das unidades domésticas (cerca de 58.000). Em relação à natureza da união, 77,6% das uniões homoafetivas eram consensuais e 13,5% apenas no civil.

Pessoas com 10 anos ou mais de idade, em uniões do mesmo sexo, segundo natureza da união - Brasil – 2022  
Natureza da união pessoas %
Casamento civil e religioso 74 957 7,7
Só casamento civil 131 311 13,5
Só casamento religioso 11 403 1,2
Uniao consensual 753 888 77,6
Total 971 559 100,0
Fonte: Censo Demográfico 2022.  

A distribuição por sexo das pessoas nesse tipo de união mostrou que 58,2% eram constituídas entre mulheres e 41,8% entre homens. Esses valores mostram uma maior proporção de uniões entre mulheres em relação a 2010, quando os percentuais eram 53,8% e 46,2%, respectivamente.

Em relação ao nível educacional, houve um aumento das pessoas em uniões homoafetivas que declararam ter superior completo, indo de 25,8% em 2010 para 31,0% em 2022.

Em termos religiosos, permanece a predominância de pessoas católicas (45,0%), seguida por pessoas sem religião (21,9%), assim como em 2010 (47,4% católicas e 20,4% sem religião). Outras religiões somavam 19,5% e evangélicos tinham a menor proporção (13,6%) em 2022.

Regionalmente, o Sudeste é a grande região onde há maior presença dessas uniões, concentrando 48,1% dos casais de mesmo sexo, mesmo tendo diminuído em relação a 2010, quando foi 52,6%.

Mais sobre a pesquisa

O Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família: Resultados preliminares da amostra traz informações referentes à nupcialidade das pessoas de 10 anos ou mais de idade, com desagregação por estado conjugal e natureza da união conjugal, além de dados de família detalhados por existência ou não de famílias conviventes, quantidade de componentes e composição familiar. Os resultados estão desagregados também por idade, sexo, cor ou raça, grandes grupos de religiões declaradas, nível de instrução e classes de rendimento per capita, e serão disponibilizados para Brasil, grandes regiões, estados e municípios e outros recortes geográficos compostos a partir de municípios



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