Summary of Social Indicators
Child education indicators advance, but are still below the target set by the National Education Plan
December 03, 2025 10h00 AM | Last Updated: December 04, 2025 01h45 AM
Highlights
- Gross school attendance rate of the group aged 0 to 3 reached 39.7%, whereas that of the group aged 4 to 5 reached 93.5%.
- In 2024, a child aged 0 to 3 in the Southeast Region had more than twice as many chances than a child in the North Region to attend child education.
- There was an increase in the percentage of children aged 0 to 5 not attending school by choice of their parents or caregivers, with 59.9% for the group aged 0 to 3 and 48.1% for that aged 4 to 5.
- School failure of children aged 6 to 10 increased, with the Net School Attendance Rate (adequacy between age and grade) falling from 95.7% to 90.7% between 2019 and 2024.
- In 2024, about 8.5 million youngsters aged 15 to 29 and had dropped school without finishing high school.
- The public school system is predominant in child education, in primary school and in high school, but in higher education, the opposite takes place.
- In 2024, the average of students by class in the Brazilian public school system (22.3 in the initial years and 26.6 in the final years of primary school) was higher than the average in the public system of OECD countries (20.8 and 23.1, respectively).
- The Northeast Region recorded in 2024 an illiteracy rate twice as high as the national average (5.3%), with 11.1% of persons aged 15 unable to read or write a simple note.
- In 2024, the average years of schooling of all youngsters aged 18 to 29 was 11.9, an increase of 0.8 years from 2016, very close to the 12 years in Target 8 of the National Education Plan.
In 2024, the gross school attendance rate of persons aged 0 to 3 reached 39.7%, an advance of more than 9 percentage points in relation to the start of the time series, in 2016, whereas in the group aged 4 to 5 it reached 93.5%, an increase of 3.5 percentage points since 2016. These percentages, however, are below Target 1 of the National Education Plan (PNE) in effect until December 31 – universal access to child education by children aged 4 to 5 and at least 50% coverage for children up to 3 years of age. These and other statistical results are part of the chapter on Education in one of the main IBGE studies, Summary of Social Indicators: an analysis of the Brazilian population’s living conditions 2025. The study has two chapters: Economic structure and labor market and Standard of living and income distribution.
In the group aged 6 to 14 years (99.5%), there was a trend to stability. Among youngsters aged 15 to 17 years, the rate had one of its most significant increases, reaching 93.5% in 2024. However, Target 3 of the PNE, widespread access to school by this group, was not met. In the group aged 18 to 24 years, the gross school attendance rate in 2024, 31.5%, was the same as in 2016, having returned to this level after drops between 2019 (31.3%) and 2022 (30.6%).
As for gross school attendance of children aged 0 to 3, the Southeast Region (46.8%) surpassed the South Region (44.7%) in 2024, being the leader in this indicator. So, in 2024, a child aged 0 to 3 in the Southeast Region had twice as many chances of access to child education than a child in the North Region.
There was an increase in the percentage of children aged 0 to 5 who were not attending school by choice of their parents or caregivers, this being the most often mentioned reason for both children aged 0 to 3 (59.9%) and children aged 4 to 5 (48.1%) in 2024. The second main reason was lack of schools in the area; lack of vacancies; children not accepted by the school due to their age, 33.3% and 39.4%, and other reasons, with 6.8% and 12.5%.
"In early childhood, the pace of increase of the gross school attendance rate from 2016 up to 2019 was interrupted during the Covid-19 pandemic, but resumed between 2022 and 2024. Despite the advance, the PNE target has not yet been reached. Evidences show that early school attendance can positively influence the history of individuals up to the adult age," said Luanda Botelho, analyst of this study.

Atraso escolar das crianças cresce nos primeiros anos do ensino fundamental
Entre as crianças de 6 a 14 anos, a taxa de frequência líquida - TAFEL (que mostra a adequação idade-etapa) ainda não retornou ao patamar pré-pandemia Covid-19. A TAFEL, que havia passado de 96,7% para 97,1% entre 2016 e 2019, reduziu-se para 95,2% em 2022 e 94,6% em 2023, percentual que se manteve em 2024, ficado abaixo da Meta 2 do PNE, que estabelece que 95% das pessoas concluam o ensino fundamental na idade adequada.
A queda da TAFEL ocorreu somente na população de 6 a 10 anos de idade, que deveria frequentar os anos iniciais do ensino fundamental, passando de 95,7% para 90,7% entre 2019 e 2024. Essa redução foi acompanhada pelo aumento dos mesmos 5 pontos percentuais no contingente de crianças dessa faixa etária frequentando a escola, mas fora da etapa adequada (de 3,8% para 8,8%).
“Uma possível explicação para esse fenômeno seria um atraso na entrada das crianças na pré-escola, etapa obrigatória da educação infantil, ainda no período pandêmico, repercutindo no ingresso com atraso no ensino fundamental.”, explicou Luanda Botelho
A TAFEL entre os jovens de 15 a 17 anos de idade no ensino médio, por sua vez, aumentou 3 pontos percentuais entre 2016 (68,3%) e 2019 (71,3%) e chegou a 76,8% em 2024, abaixo dos 85% da Meta 3 do PNE. Já a TAFEL para a população de 18 a 24 anos no ensino superior cresceu de 23,1% em 2016 para 27,3% em 2024, com maior avanço após a pandemia, permanecendo, contudo, aquém dos 33% almejados até 2024 pela Meta 12 do PNE.
Em 2024, as mulheres brancas possuíam a maior TAFEL para o grupo de 15 a 17 anos no ensino médio (84,6%) e para o grupo de 18 a 24 anos no ensino superior (42,2%), seguidas pelos homens brancos (79,1% e 32,8%), depois pelas mulheres pretas ou pardas (77,5% e 25,1%) e, enfim, pelos homens pretos ou pardos (70,1% e 16,9%).
Em 2024, cerca de 8,5 milhões de jovens de 15 a 29 anos não estavam estudando, mesmo sem concluir o ensino médio
Especificamente entre 2023 e 2024, a taxa de conclusão do ensino fundamental passou de 91,1% para 92,4%, enquanto a taxa de conclusão do ensino médio de 74,1% para 75,1%. É na conclusão do ensino médio que se verifica a maior diferença por sexo. Ainda que ela tenha se reduzido no período, essa diferença foi de 9,2 pontos percentuais a favor das mulheres em 2024, consolidando um padrão de maior escolarização feminina.
Em 2024, cerca de 8,5 milhões de jovens de 15 a 29 anos haviam parado de estudar sem concluir o nível médio. Foi, contudo, um número menor do que o verificado em 2023, de 8,9 milhões. Do total observado em 2024, 431 mil tinham de 15 a 17 anos; 4,2 milhões tinham de 18 a 24 anos; e 3,8 milhões, de 25 a 29 anos. No caso do abandono escolar das mulheres, em 2024, gravidez e ter de realizar afazeres domésticos e cuidados somaram 32,1%, superando motivos como necessidade de trabalhar (25,2%) e falta de interesse (22,8%). Já como principal motivo apontado para não frequentar atualmente a escola, os dois primeiros totalizaram 38,0% para elas, novamente superando motivos como necessidade de trabalhar (28,2%) e falta de interesse (20,0%).
Entre os homens, a necessidade de trabalhar apresentou os maiores percentuais, tanto como principal motivo para ter parado os estudos (53,7%), quanto para não frequentar atualmente escola (61,2%). O percentual atribuído aos afazeres domésticos e cuidados foi residual para os homens nos dois casos, 0,8% para ter parado de estudar e 0,6% para não frequentar a escola.

Rede pública predomina na educação infantil, no fundamental e no ensino médio
Nos três níveis da educação básica, há amplo predomínio da rede pública, seguindo o preceito constitucional de garantia de educação básica gratuita pelo Estado, a partir dos 4 anos de idade. Em 2024, o percentual de estudantes que frequentavam instituições públicas na educação infantil – na creche e na pré-escola –, no ensino fundamental e no ensino médio era de 82,2%, 75,2%, 81,4%, 86,5%, respectivamente. Somente no ensino superior, a rede privada atendeu a maioria dos estudantes (74,0%).
No ensino superior, a lógica se inverte. Assim, enquanto as pessoas no quinto populacional com o rendimento domiciliar per capita mais baixo (até 20%) chegavam a representar mais de 40% dos estudantes da rede pública na pré-escola e no ensino fundamental em 2024, no ensino superior elas estavam sub-representadas, respondendo por somente 12,0% dos alunos da rede pública. De outro lado, as pessoas no quinto populacional com maiores rendimentos (acima de 80%) constituíam 3,6% dos estudantes da rede pública na pré-escola e no ensino fundamental, mas totalizavam 28,0% dos alunos da rede pública no ensino superior.
O relatório Education at a Glance 2025 traz a média de alunos por turma nos anos iniciais e finais do ensino fundamental para os países da OCDE em 2023. A comparação com o Brasil, com dados atualizados para 2024, revela que a média de alunos por turma da rede pública brasileira (22,3 nos anos iniciais e 26,6 nos anos finais) era maior do que a média da rede pública dos países da OCDE (20,8 e 23,1, respectivamente) em ambas as etapas de ensino.
Analfabetismo no Nordeste é duas vezes maior que a média nacional
A Síntese de Indicadores Sociais mostrou forte desigualdade regional nas taxas de analfabetismo. A Região Nordeste apresentou em 2024 taxa de analfabetismo duas vezes maior do que a média nacional (5,3%), com 11,1% das pessoas de 15 anos ou mais de idade sem saber ler e escrever sequer um bilhete simples. São justamente as unidades da federação da Região Nordeste que apresentaram as maiores taxas de analfabetismo, sendo que Alagoas e Piauí atingiram as maiores taxas do país com 14,2% e 13,8%, respectivamente. Por sua vez, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal tiveram as menores taxas de analfabetismo em 2024, com 2,0%, 1,9% e 1,8%.
Apesar de a tendência geral das faixas etárias mais velhas apresentarem maior taxa de analfabetismo, a relação entre idade e analfabetismo não é a mesma em diferentes grupos populacionais.
No quinto populacional de maior rendimento (mais de 80%), a taxa de analfabetismo dos quatro primeiros grupos etários, até 49 anos de idade, foi praticamente a mesma, de até 0,3%. Nesse quinto populacional, a taxa de analfabetismo só superou 1,0% nos grupos a partir de 60 anos de idade, chegando ao máximo de 7,3% para a população de 80 anos ou mais.
Por outro lado, na população pertencente ao quinto de menor rendimento (até 20%), embora a taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 a 24 anos de idade tenha sido inferior a 1,0%, ela atingiu 1,9% na faixa etária seguinte (de 25 a 29 anos de idade) e subiu intensamente nas faixas etárias posteriores, até atingir 33,5% no grupo de 80 anos ou mais de idade.
Com 11,9 anos de estudo, jovens de 18 a 29 anos quase atingem meta do PNE
Em 2024, a média de anos de estudo de todos os jovens de 18 a 29 anos foi 11,9, um avanço de 0,8 anos em relação a 2016, muito próximo dos 12 anos almejados pela Meta 8 do PNE. A maior discrepância se manteve entre os jovens com menores e maiores rendimentos. Em 2024, os jovens de 18 a 29 anos pertencentes aos 25% com menores rendimentos tinham em média 10,6 anos de estudo e somente 55,0% haviam atingido os 12 anos traçados pela Meta 8, enquanto no grupo com os maiores rendimentos, a média foi de 13,5 anos de estudo, e a proporção que atingiu os 12 anos foi de 91,9%.
Mais sobre a pesquisa
A Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2025 tem como objetivos sistematizar e apresentar um conjunto de informações relacionadas à realidade social do país, a partir de temas estruturais de grande relevância. Nesta edição, os temas estão organizados em três eixos fundamentais e complementares: Estrutura econômica e mercado de trabalho; Padrão de vida e distribuição de rendimentos; e Educação. Adicionalmente, nesta edição, são abordados grupos ocupacionais, perfil das pessoas idosas no mercado de trabalho e um estudo sobre trabalhadores pobres também conhecidos como Working-Poor.