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Continuous PNAD

More than two million homes got out of food insecurity in 2024

Section: Social Statistics | Pedro Renaux e Sabrina Pirrho

October 10, 2025 10h00 AM | Last Updated: October 10, 2025 05h03 PM

  • Highlights

  • The proportion of households undergoing some degree of food insecurity in the country fell from 27.6% to 24.2% between 2023 and 2024. This figure represents 2.2 million fewer households facing this condition.
  • During this same period, mild food insecurity fell from 18.2% to 16.4%; moderate food insecurity fell from 5.3% to 4.5%; and severe food insecurity fell from 4.1% to 3.2%.
  • The North (37.7%) and Northeast (34.8%) Regions had the highest proportions of food insecurity across all three levels (mild, moderate, and severe), with the most severe levels recorded in 6.3% and 4.8% of households in these Major Regions, respectively.
  • Food insecurity affected more households in rural areas (31.3%) than in urban areas (23.2%). Three in five households (59.9%) undergoing food insecurity had women as heads of household, while men were the heads in 40.1% of these households.
  • In food insecure households, brown persons were the heads in more than half of cases (54.7%), followed by whites (28.5%) and blacks (15.7%).
  • In cases of severe food insecurity, the share of households with a brown head of household rose to 56.9%, more than twice as much as the share of those with a white head of household (24.4%).
  • The share of severely food insecure households in which the heads of household had completed primary school was 65.7%. Among food secure households, 64.9% had heads of household with at least an incomplete secondary education. Food insecurity decreases as residents age: 3.3% of the population aged 0 to 4 and 3.8% of the population aged 5 to 17 faced severe food insecurity, while among the population aged 65 and over, this proportion was 2.3%.
  • Two in three (66.1%) households with a per capita income of up to one minimum wage were food insecure. This proportion rises to 71.9% among households with a per capita income of up to one minimum wage and experiencing moderate or severe food insecurity.
Proporportion of househods with severe food insecurity fell from 4.1% to 3.2% in one year - Photo: Roberto Dziura Junior/AEN

The number of households with people facing some degree of food insecurity fell to 18.9 million, representing 2.2 million fewer households in this condition between 2023 and 2024. Proportionally, the number of households fell from 27.6% to 24.2% in this same period, indicating that nearly one in four households is still food insecure. Consequently, the proportion of food secure households increased from 72.4% to 75.8%.

Data, released today (10) by the IBGE, are from the Food Security module of the Continuous National Household Sample Survey (PNAD), conducted through a partnership with the Ministry of Development and Social Assistance, Family and Fight Against Hunger. This module is part of a series of results on this topic, already collected in the former PNAD (2004, 2009, 2013) and in the 2017-2018 Expenditure Survey (POF). Although these surveys are not directly comparable, the IBGE has maintained a five-year pattern which makes it possible to trace the trajectory of the country's fight against hunger. The lowest food insecurity rate in this series was 22.6% in the 2013 PNAD.

The survey classifies food insecurity into three levels:

  • Mild food insecurity: concern or uncertainty about access to food and reduction in quality so as not to affect quantity;
  • Moderate food insecurity: lack of quality and reduction in quantity of food among adults;
  • Severe food insecurity: lack of quality and reduced quantity of food, also among those under 18. In this situation, hunger becomes a real experience at home.

All three levels of food insecurity fell from 2023 to 2024: mild, from 18.2% to 16.4%; moderate, from 5.3% to 4.5%; and severe, from 4.1% to 3.2%. Regarding the severe level, this percentage represents 2.5 million families facing quantitative food deprivation, affecting adults, children, and adolescents alike.

The remainder is temporarily in Portuguese.

 

Proporção de domicílios com insegurança alimentar é maior no Norte e Nordeste

Norte (37,7%) e Nordeste (34,8%) apresentaram as maiores proporções de insegurança alimentar nos três níveis (leve, moderada e grave), sendo que o grau mais grave foi registrado em 6,3% e 4,8% dos domicílios, respectivamente. Entre as demais grandes regiões, a insegurança alimentar chegou a 20,5% dos domicílios do Centro-Oeste, 19,6% do Sudeste, e 13,5% do Sul.

A taxa de insegurança alimentar grave do Norte foi quase quatro vezes maior quando comparada com o Sul (1,7%), que foi a grande região com a menor proporção de domicílios em insegurança alimentar.

A quantidade de domicílios em insegurança alimentar era maior no Nordeste (7,2 milhões), seguido por Sudeste (6,6 milhões), Norte (2,2 milhões), Sul (1,6 milhão) e Centro-Oeste (1,3 milhão). “Em termos absolutos, a região Sudeste, por concentrar a maior parte da população, tem um número elevado de domicílios em situação de insegurança alimentar. Uma coisa é olhar por termos proporcionais, com piores situações no Norte e Nordeste. Mas quando vemos em termos de quantidade, são Nordeste e Sudeste”, explica a analista da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Quase todas as Unidades da Federação tiveram melhora na situação de insegurança alimentar entre 2023 e 2024. As exceções foram Roraima, que aumentou de 36,4% para 43,6%; Distrito Federal, que foi de 26,5% para 27,0%; Amapá, que passou de 30,7% para 32,5%; e Tocantins, que saiu de 28,9% para 29,6%. Por outro lado, nove estados tiveram menos de 20% no índice de insegurança alimentar: Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%), Rio Grande do Sul (14,8%), Paraná (15,3%), Goiás (17,9%), Mato Grosso do Sul (18,5%), Rondônia (18,5%), São Paulo (19,3%) e Minas Gerais (19,5%).

Os percentuais mais altos de domicílios em insegurança alimentar foram no Pará (44,6%), Roraima (43,6%), Amazonas (38,9%), Bahia (37,8%), Pernambuco (35,3%), Maranhão (35,2%), Alagoas (35%) e Sergipe (35%). Já os estados com nível grave de insegurança alimentar mais alto foram Amapá (9,3%), Amazonas (7,2%) e Pará (7,0%).

Proporcionalmente, a insegurança alimentar atingia mais domicílios em áreas rurais (31,3%) do que em zonas urbanas (23,2%). No grau mais grave de insegurança alimentar, o percentual de domicílios na área rural chegou a 4,6%, enquanto na área urbana foi de 3,0%.

“Esses dados vão um pouco contra a nossa intuição de que na área rural as pessoas plantam seus alimentos, portanto a insegurança alimentar ali seria menor. Entretanto, parte dos domicílios rurais tem rendimento per capita menor e maior presença de crianças, de tal forma que, mesmo com cultivo agrícola, esse pode ser restrito e não variado, não garantindo nem quantidade e nem qualidade”, avalia Maria Lucia.

Mulheres, pretos e pardos eram maioria entre os responsáveis por domicílios em insegurança alimentar

Em domicílios com insegurança alimentar, as mulheres eram responsáveis por 59,9% deles, enquanto os homens tinham essa condição em 40,1%. A maior diferença foi no nível moderado de insegurança alimentar, com 61,9% dos domicílios sob responsabilidade das mulheres, enquanto o percentual dos homens foi de 38,1%.

Embora a participação de mulheres (51,3%) como responsáveis pelo domicílio fosse um pouco superior a de homens (48,2%), quando se observa os domicílios em segurança alimentar, esta relação se inverteu, com homens sendo responsáveis em 50,8% e mulheres, 49,2%.

Os números mostram desigualdade também por cor ou raça. No contexto da insegurança alimentar, domicílios com responsáveis de cor branca eram 28,5%, os de cor parda, 54,7%, e os de cor preta, 15,7%. Para casos de insegurança alimentar grave, a participação de domicílios com pessoa responsável de cor parda passou para 56,9%, mais que o dobro da parcela que representava os domicílios cujo responsável era de cor branca, 24,4%.

Os domicílios com responsável de cor branca (45,7%) foram a maior parcela dos que estavam em segurança alimentar, acima dos domicílios com responsáveis de cor parda (42,0%) e preta (11,1%).

O nível de instrução também influenciou o grau de insegurança alimentar. Em 2024, para os domicílios que estavam em situação de insegurança alimentar, 51,5% tinham como responsáveis pessoas com no máximo o ensino fundamental completo, chegando a 65,7% nos casos graves. Já os que tinham ao menos o nível médio incompleto, 48,5% estavam com insegurança alimentar e 34,3% nos casos graves.

Já entre os domicílios que estavam em segurança alimentar, 35,1% tinham como responsáveis pessoas com até o nível fundamental completo, enquanto 64,9% dos domicílios tinham responsáveis com ao menos o nível médio incompleto.

Quando analisadas as ocupações dos responsáveis em domicílios com insegurança alimentar, 17,0% trabalhavam por conta própria, 8,6% eram empregados privados sem carteira, 6,5% eram trabalhadores domésticos, e 47,5% eram outros casos (trabalhadores familiares auxiliares, desocupados e pessoas fora da força de trabalho). Nos casos de domicílios em insegurança alimentar grave, 15,5% tinham responsáveis ocupados por conta própria, 8,3% como empregado com carteira assinada e 6,7% como trabalhador doméstico.

Em casos em que o responsável pelo domicílio era empregado no setor privado com carteira assinada, 23,4% dos domicílios encontravam-se em situação de segurança alimentar, o maior percentual entre todas as categorias. Já os que não tinham carteira assinada eram apenas 6,6%. Os domicílios em segurança alimentar com responsável sendo trabalhador doméstico representavam 3,4%. De acordo com a analista da pesquisa, a distribuição dos domicílios em segurança alimentar por posição na ocupação segue uma proporção bem próxima quando comparada à distribuição do total de domicílios.

Insegurança alimentar diminui conforme aumenta a idade dos moradores

Os dados mostram ainda uma maior vulnerabilidade à restrição alimentar nos domicílios onde residiam crianças ou adolescentes: 3,3% da população de 0 a 4 anos e 3,8% da população de 5 a 17 anos conviviam com insegurança alimentar grave. Na população de 65 anos ou mais esta proporção foi menor, de 2,3%.

À medida que aumentava a idade, crescia a proporção daqueles que viviam em domicílios com segurança alimentar. "A população com mais idade tem um rendimento em média maior, são pessoas que ainda contribuem financeiramente, seja com trabalho, seja com aposentadoria", esclarece Maria Lucia.

Nos domicílios com insegurança alimentar, 69,8% tinham até 3 moradores, 28,2% tinham de 4 a 6 moradores e 2,0% contavam com 7 ou mais moradores. Já 67,4% dos lares com insegurança alimentar leve tinham até 3 moradores e 1,8% apresentavam 7 ou mais. Entre os domicílios com nível grave, 76,1% contavam com até 3 moradores, 21,1% de 4 a 6 moradores e 2,9% de 7 a mais moradores.

Já nos domicílios com segurança alimentar, 75,7% tinham até 3 moradores, 23,5% de 4 a 6 moradores e apenas 0,7% dos domicílios tinham 7 ou mais moradores.

Dois em cada três domicílios com renda per capita de até um salário mínimo estavam em insegurança alimentar

Os casos de insegurança alimentar moderada ou grave se concentraram em domicílios com rendimento mensal per capita de até um quarto de salário mínimo (13,4%), até meio salário (21,2%) e até um salário (31,5%). Somadas, essas três classes de classes de rendimentos concentraram aproximadamente dois terços dos lares com insegurança alimentar (66,1%). Já os lares com rendimento superior a dois salários mínimos representaram 7,4% dos casos.

Além disso, essas três menores classes de rendimento representavam apenas 1% do total dos domicílios do país, porém respondiam por 71,9% dos casos de insegurança alimentar moderada ou grave. Já os domicílios com ganhos per capita acima de dois salários mínimos responderam por 3,9% dos casos de insegurança alimentar moderada ou grave, mesmo sendo mais de um quinto do total de domicílios (24,4%).

Nas áreas rurais, as três menores classes de rendimento concentraram 61,7% dos domicílios em insegurança alimentar, enquanto esse percentual era de 38,4% nas áreas urbanas. Na zona rural, 82,2% dos lares em insegurança alimentar moderada ou grave foram reportados nas três menores classes de rendimento, sendo 27,5% até um quarto de salário mínimo, 29,0% até meio salário e 25,7% até um salário. O que mostra a maior incidência e a concentração da insegurança alimentar moderada ou grave nas classes de menor rendimento.



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