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Mulheres buscam mais a economia formal no Brasil que os homens

18/10/2017 10h00 | Atualizado em 18/10/2017 10h44

As mulheres apresentam maior proporção de empreendimentos registrados no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do que os homens. Em 2016, 20,3% daquelas que trabalhavam por conta própria possuíam registro, enquanto o percentual entre eles era de 18,2%. A diferença era ainda maior entre as empregadoras, com 86,1% de empreendimentos com CNPJ frente a 80,2% dos empreendimentos de empregadores do sexo oposto. É o que revelam os dados do primeiro módulo temático da Pnad Contínua 2012-2016 – Características adicionais de mercado de trabalho, divulgado hoje pelo IBGE.

A tendência de mulheres procurarem mais a formalização ao se inserirem na economia é mostrada na pesquisa: entre 2012 e 2016, o número de empreendedoras ou trabalhadoras por conta própria registradas aumentou de 1,9 milhão para 2,6 milhão, ou seja, alta de cerca de 700 mil, enquanto entre as não registradas o crescimento foi menor que a metade disso, passando de 5,8 milhões para 6,1 milhões, ou seja, alta de aproximadamente 300 mil.


Maioria dos ocupados trabalhavam em pequenos empreendimentos
A pesquisa mostrou, também, um crescimento na população ocupada em pequenos empreendimentos (de uma a cinco pessoas) e redução de trabalhadores alocados nos grandes. Em 2016, mais da metade (50,1%) das pessoas ocupadas no setor privado trabalhavam em negócios que tinham de uma a cinco pessoas, enquanto em 2012 eles eram 46,7%. Já nos empreendimentos com 51 ou mais pessoas, houve redução de 29,8% para 26,0% do total.

Em todas as regiões, quanto ao porte da empresa, houve queda no percentual de pessoas ocupadas em empreendimentos com 51 ou mais trabalhadores, enquanto os pequenos negócios tiveram aumento na participação. Em 2016, a região Norte (68,0%) tinha o maior percentual de ocupados em empreendimentos de 1 a 5 pessoas, enquanto o Sudeste tinha o menor (42,1%). Em relação aos trabalhadores em empreendimentos com 51 ou mais pessoas, Sudeste liderava em 2016, com 31,8%, enquanto o Norte tinha o menor percentual (14,7%).

Segundo a pesquisadora da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, essa mudança na estrutura na ocupação foi influenciada, entre outros fatores, pela redução de postos de trabalho na Indústria. “Nesse período onde nós observamos indústrias até mesmo de grande porte realizando dispensas de trabalhadores, aqueles empreendimentos de menor porte estavam sendo ou formados ou absorvendo pessoas ocupadas, no movimento contrário ao que vinha acontecendo nas grandes empresas”, concluiu a pesquisadora.

Texto: Adriana Saraiva
Gráfico: Valberto Alves
Imagem: Pixabay