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IBGE Ecological Reserve celebrates 50 years with exhibition on Cerrado's biodiversity
December 16, 2025 03h49 PM | Last Updated: December 17, 2025 10h55 AM
The IBGE Ecological Reserve (RECOR), located in the Federal District, celebrated its 50th anniversary with a special exhibition that brought together pieces from the institution's zoological collection, botanical materials from the Central Plateau, and historical geodetic instruments. The exhibition was open to the public during the two-day program—the first day dedicated to workshops for students from the public school system and the second day to the official celebrations of the fiftieth anniversary.
Among the highlights were specimens from RECOR's zoological collection, which brings together approximately 70,000 specimens of terrestrial biota and 150,000 of aquatic biota from the Cerrado biome. Organized into six scientific collections—insects, shrimp, fish, herpetofauna, birds, and mammals—this collection is considered one of the most complete research databases on the biome.
In addition to the zoological specimens, the public could also observe typical woods from the Brazilian Central Plateau, tree bark, and stones found in the Cerrado, composing an overview of the natural environment protected by the reserve.
The curation of this part of the exhibition was carried out by environmental analyst Angelita Coelho and biodiversity analyst Frederico Takahashi. Ms. Coelho highlighted that the proposal was to bring the public closer to the natural richness of the Cerrado, translating scientific information into accessible language. She explained that the intention was "to bring a little of the Cerrado to a lay audience, who does not have contact with the most technical aspects," also emphasizing that, although the collection is fixed, the exhibition is always being renewed. Commenting on the visit of 90 children during the first day's workshop, he stated that new ideas arise precisely from this contact with the public: a "mutual process" that opens up "a thousand other possibilities."
Mr. Takahashi emphasized that the exhibition represented a selection from the permanent exhibition installed in the IBGE building used to receive visitors, mainly schoolchildren. He stressed that the objective is to present part of the reserve's biodiversity and an overview of national biodiversity, as well as to answer students' questions—such as frequently asked questions about the maned wolf. He also said that he seeks to explain, in a didactic way, ecological processes related to the species, their characteristics, and the dispersal strategies of the plants.
The exhibition also presented historical geodetic instruments, such as the theodolite, a device used to measure horizontal and vertical angles in topographic surveys, and the tellurometer, an instrument used to measure the electrical resistivity of the soil, important in geophysical studies.
The remainder is temporarily in Portuguese.
Outro atrativo foi a mostra uma linha do tempo, organizada por Leandro Malavota, que apresentou de forma resumida, uma retrospectiva histórica da RECOR. A linha do tempo reuniu fotos históricas de ibgeanos em campo, informações sobre a atuação da brigada de incêndios, detalhes de pesquisas realizadas na área, registros das coleções científicas, aspectos da fauna e flora do Cerrado e a história da criação da reserva, além de destacar o papel do IBGE nas agendas ambientais ao longo das décadas.
A celebração dos 50 anos da Reserva Ecológica do IBGE reforçou sua importância como espaço de conservação, pesquisa e educação ambiental, reunindo ciência, história e divulgação para aproximar a sociedade da biodiversidade do Cerrado — um dos biomas mais ricos e ameaçados do país.
Livro comemora dos 50 anos da Reserva Ecológica
Em meio às comemorações pelos 50 anos da Reserva Ecológica do IBGE (RECOR), foi lançado o segundo volume da obra “Reserva Ecológica do IBGE – Volume 2: Compromisso com a biodiversidade, a ciência e a sociedade”, uma publicação que reúne uma série de estudos, registros históricos e relatos de projetos conduzidos na unidade. O lançamento integrou a programação oficial do cinquentenário e reuniu servidores, pesquisadores, gestores e especialistas que discutiram os avanços científicos e institucionais acumulados em cinco décadas.
A mesa de lançamento contou com a presença de diversas autoridades, como o gerente da RECOR e organizador da publicação, Mauro Lambert Ribeiro, o analista em biodiversidade, Leonardo Bergamini e a consultora em projetos de planejamento ambiental, territorial, cultural e transportes, Mônica Veríssimo dos Santos. Durante a abertura, o mediador Leandro Malavota, da Memória IBGE, destacou a importância da história e da memória no enfrentamento de problemas contemporâneos. Segundo Malavota, “história e memória podem fornecer subsídios para os problemas recentes e projeção de visões de futuro”, uma reflexão que ressoou com a proposta do livro.
Um olhar sobre o passado e o futuro
O primeiro volume da publicação, lançado em 2011, foi um marco ao reunir estudos sobre a biodiversidade terrestre da Reserva Ecológica (RECOR). O trabalho mais recente, no entanto, traz atualizações importantes e projeções futuras para a RECOR. A organização deste segundo volume é assinada por Mauro Lambert, que também é coautor do capítulo inicial. Este capítulo apresenta um balanço dos seis compromissos institucionais que orientaram a criação da reserva e marcaram sua trajetória ao longo de 50 anos, e contou com a participação de ex-gestores da área, como Iracema Gonzales, Betania Tarley, Silvio Santos e Alessandra Gouveia.
Lambert ao falar sobre o livro, relembrou a origem da RECOR, que remonta à mudança da capital para Brasília, um movimento que visava à integração nacional, principalmente, por meio do desenvolvimento agrícola do Cerrado. “Pensaram: o Cerrado vai ser transformado. Vamos criar uma unidade de conservação e fazer um programa de pesquisas ecológicas de longa duração que dê respostas para subsidiar políticas públicas que conciliem o desenvolvimento econômico com a conservação da biodiversidade’’, completou.
Cerrado: uma riqueza em descoberta
O segundo capítulo do livro, assinado por Leonardo Bergamini e Aline Daniele Silva, foca na síntese da biodiversidade existente na reserva. Segundo Bergamini, embora a RECOR ocupe uma área relativamente pequena, de aproximadamente 1.440 hectares, a variedade de espécies e paisagens é impressionante. “Apesar de ser uma área relativamente pequena, há uma diversidade muito grande. Temos na publicação, por exemplo, uma lista atualizada de espécies ameaçadas de extinção encontradas aqui, tanto da flora quanto da fauna’’, ressaltou.
A RECOR abriga cerca de 4.000 espécies catalogadas e uma longa série histórica de dados climáticos coletados com o apoio de instituições parceiras. “Essa área tem uma diversidade natural muito alta, como também uma intensidade de pesquisas. Apesar de toda essa variedade de dados, sempre fazemos novas descobertas de diferentes plantas e espécies de animais”, acrescentou Bergamini. Ele ponderou também sobre os desafios da degradação ambiental: “O Cerrado é a savana mais rica do mundo, mas essa riqueza tem sido perdida a uma taxa alarmante. Esse livro vai ser mais uma contribuição do que tem sido produzido aqui e, também, um motivador para futuras descobertas”, finalizou.
A integração da ciência com a sociedade
O quinto capítulo da obra é de autoria de Mônica Veríssimo dos Santos, que traz à tona a importância da Reserva Ecológica na agenda de compromissos internacionais. Em sua fala, Mônica abordou a problemática do crescimento urbano nas proximidades da reserva e propôs uma solução inovadora: a criação do HUBio, uma plataforma de diálogo entre a ciência e a sociedade. “Nós, pesquisadores, temos dificuldade de traduzir nossa linguagem para a sociedade. O IBGE, com sua capilaridade nacional, talvez seja a única instituição que todos os brasileiros conhecem e que tem a capacidade de fazer o link entre os dados da ciência e a população”, explicou.
Mônica também destacou a relevância internacional da RECOR, que integra a Reserva da Biosfera, um programa da UNESCO. “A reserva é hoje o nó das agendas internacionais do Brasil e representante brasileira em termos de conservação da biodiversidade, geração de conhecimento e união entre ciência e sociedade”, concluiu.
O legado e as perspectivas futuras
De acordo com o organizador, Mauro Lambert, o segundo volume da obra reafirma os compromissos institucionais com a biodiversidade, a ciência e a sociedade, e traz um balanço independente das contribuições da RECOR para o país, elaborado por pesquisadores e gestores ambientais convidados. O livro também aponta as perspectivas futuras para a unidade, sempre com o foco em integrar desenvolvimento econômico e conservação ambiental.
Mais sobre a publicação
O primeiro volume da obra, divulgado em 2011, apresentou os conhecimentos produzidos na Reserva Ecológica do IBGE sobre a biodiversidade terrestre da área e sua importância para o Bioma Cerrado. Este segundo, publicado no cinquentenário da Reserva, aborda os compromissos institucionais que moldaram sua identidade organizacional e pautaram sua governança e gestão, mas também aponta caminhos para um futuro mais sustentável, no qual a ciência e a sociedade continuem a trabalhar juntas para a conservação do meio ambiente.
A obra editorial, impressa na gráfica do IBGE, estará disponível em breve para compra ou para download gratuito no site https://loja.ibge.gov.br/