2022 Census
Cars are the most used mode of transportation for commuting to work
October 09, 2025 10h00 AM | Last Updated: October 09, 2025 02h44 PM
Highlights
- The 2022 Population Census shows that 88.4% of the working population in Brazil work in the same municipality where they live. Among this group, 71.4% work outside the home and 16.9% work from home.
- The most common mode of transportation for commuting to work is the car (32.3%), followed by the bus (21.4%), walking (17.8%), and the motorcycle (16.4%). These four modes of transportation together account for 87.9% of commuting in Brazil.
- The percentage of persons who use high-capacity transportation such as the train or subway is low (1.6%), while the percentage of those who take vans, station wagons, and similar vehicles is close to 1.4%.
- BRT or bus rapid transit accounts for only 0.3% of commutes in Brazil, a similar proportion to pickup trucks or adapted trucks (0.4%). The majority of the white population (42.9%) primarily uses cars to get to work. Buses (17.6%), walking (15.7%), and motorcycles (13.6%) are also significant.
- Regarding work commuting among the black population, bus use leads (29.5%). Car use, the second most common mode of transportation (21.0%), is similar to walking to work, totaling 1.6 million bvlack persons (19.8%).
- 59.0% of persons who take cars to get to work are white, a significantly higher proportion than the percentage of brown persons who use this mode of transportation (32.9%), the second most common group. The higher the level of schooling of employed individuals, the more frequent use of cars, trains, subways, and taxis (or similar means of transportation), while walking and cycling decrease among those with higher levels of schooling.
- 92.7% of persons living in private households who take classes in an educational institution do so within their own municipality, while 7.2% commute to another municipality, and 0.1% study abroad.
- The Asian (yellow color or race) population is the most likely to commute to educational institutions outside their municipality of residence, the only group in which less than 90% of persons study in their own municipality (88.5%).
- The North Region has a significantly lower proportion of commuting to study in another Brazilian municipality (4.0%) than the national average (7.2%).
- The highest commuting rates in Brazil for studying abroad are recorded in the border regions (South, Central-West, and North).

The 2022 Population Census shows that the majority of the working population in Brazil (88.4% or 76.6 million persons) works in their own municipality of residence, and the majority (71.4% or 61.9 million) of this group works outside their homes, while 16.9% (14.7 million) of the employed population works from home. Cars (32.3%) is the most common mode of transportation for commuting to work. Among students, higher education programs account for the majority of students who live in a municipality other than their current educational institution. The data were published today (9) by the IBGE, along with the results on work and income.
The survey's dissemination event will also take place today at 10 am at Casa Brasil IBGE, inside the Palácio da Fazenda, in downtown Rio de Janeiro (RJ). It will be broadcast live on the IBGE portal and on the Institute's social media channels.
The "2022 Census: Commuting to Work and to School – Preliminary Sample Results" presents the characteristics of the Brazilian population's commute to work and school, complementing the previous volumes on the 2022 Population Census sample questionnaire and providing an initial overview of the mobility characteristics of persons aged 10 and over who need to commute to work or to school.
"Information on the population's commutes to work and school are fundamental for urban planning at different territorial levels, providing reliable indicators related to functional integration between locations. Therefore, these statistics can contribute to improving society's quality of life," emphasizes Mauro Sergio Pinheiro, survey analyst.
The 2022 Census, for the first time, investigated the mode of transportation used by the Brazilian population to commute to work. The survey reveals a predominance of cars (32.3%), buses (21.4%), and motorcycles (16.4%), in addition to walking (17.8%), as modes of transportation, accounting for 87.9% of commutes in the country. In absolute terms, 48.9 million persons use these motorized modes of transportation: 22.6 million by car; 14.9 million by bus; and 11.4 million by motorcycle. "This scenario reflects the country's history of prioritizing highways for the integration of cities and regions, as well as the mismatch between urban growth and public transportation availability," states Mr. Pinheiro.
The high number of trips on foot, made by 12.4 million persons (17.8%), and by bicycle, made by 4.4 million persons (6.2%), is noteworthy, revealing a significant commuting pattern among the Brazilian population. Another relevant aspect was the low percentage of persons who travel in high-capacity means of transportation, such as trains or subways, with only 1.6% of the trips (1.1 million persons), a proportion close to vans, station wagons and the like, used by 945 thousand persons (1.4%).
The remainder is temporarily in Portuguese.
Mulheres se deslocam relativamente menos do que os homens para trabalhar
Dentre os indivíduos que exercem suas atividades de trabalho no domicílio, 7,4 milhões são homens (15,1%) e 7,3 milhões são mulheres (19,3%). Já os que trabalham fora de casa, mas no município de residência, são 35,2 milhões de homens (72,0%) e 26,7 milhões de mulheres (70,7%).
Um contingente de 9,3 milhões de pessoas (10,7%) trabalha fora do município onde reside, a maioria formada por homens (11,6% deles estão nessa situação), somando 5,7 milhões, enquanto 9,5% das mulheres ocupadas (3,6 milhões) trabalham em município diferente daquele no qual moram. Segundo Mauro Pinheiro, “mesmo não sendo uma grande diferença em termos proporcionais, considerando também os dados de deslocamento no município de residência, observamos que há uma desigualdade na distribuição por sexo no deslocamento para o trabalho, em que as mulheres tendem a realizar o trabalho o mais próximo ou em casa”.
Uma parcela expressiva da população que se desloca para trabalhar retorna do trabalho para casa três dias ou mais na semana, demonstrando um fluxo pendular significativo entre os municípios brasileiros. “A mobilidade intermunicipal varia de acordo com a rede urbana e a organização do território, sendo identificada com mais intensidade em áreas de concentrações urbanas e em municípios próximos a grandes centros. Além disso, aproximadamente 1% da população ocupada declarou trabalhar em mais de um município ou país, e cerca de 0,04% em país estrangeiro, o que indica, especialmente na faixa de fronteira, a interação de cidades brasileiras e estrangeiras no deslocamento para trabalho”, explica Raphael Rocha, analista da pesquisa.
Em relação aos deslocamentos para trabalho em outro país, 32 mil pessoas fazem esse movimento, especialmente em municípios localizados na faixa de fronteira. Dos indivíduos que se deslocam para o trabalho, 783 mil têm como local de exercício do trabalho principal mais de um município ou país, sendo esse quantitativo proporcionalmente maior para os homens (1,3%) do que para as mulheres (0,4%).
Formas de deslocamento para o trabalho ilustram desigualdades e diferenças regionais do país
Há diferenças regionais nos padrões de deslocamento ao trabalho. O transporte individual motorizado predomina, sobretudo nas regiões Centro-Oeste (58,8%) e Sul (57,1%). O uso principal do automóvel para o trabalho alcança quase metade dos trabalhadores no Sul (45,9%) e pouco mais de um quinto no Norte (21,8%) e Nordeste (21,0%). Por outro lado, a motocicleta é o principal meio de transporte no Norte (28,5%) e Nordeste do país (26,0%), percentuais superiores frente ao resultado para o Brasil (16,4%).
Em relação aos transportes coletivos, o ônibus apresenta maiores valores absolutos e relativos no Sudeste, onde 8,3 milhões de trabalhadores passam mais tempo nesse meio de transporte, representando mais de um quarto de trabalhadores (26,6%) dessa região, enquanto os menores valores proporcionais para o uso de ônibus estão no Norte (16,0%) e Sul (16,4%) do país. Embora a utilização do trem ou metrô seja mais representativa no Sudeste, com 1,0 milhão (89,8%) dos 1,1 milhão de trabalhadores nesses transportes, seu uso principal para trabalho dentro da região é de apenas 3,3%, repetindo a pouca expressividade vista no panorama nacional. Fica evidente, portanto, a baixa prevalência de transportes de alta capacidade para a região mais concentrada do país, assim como para o restante do Brasil.
O Rio de Janeiro é o estado que mais utiliza o transporte coletivo como forma de deslocamento principal para trabalho: ônibus (35,8%), BRT ou ônibus de trânsito rápido (1,8%), e trem ou metrô (4,8%). Distrito Federal e São Paulo também se destacam no quesito transporte coletivo. Por outro lado, os estados que proporcionalmente menos utilizam ônibus como meio principal para o trabalho são Rondônia (4,2%), Roraima (5,9%) e Acre (7,1%), enquanto trem ou metrô possui baixa expressividade ou é ausente no deslocamento da população para o trabalho em várias unidades da federação.
No deslocamento para o local de trabalho por transportes individuais não motorizados (a pé ou bicicleta), o Nordeste (30,4%) apresenta a maior proporção, com quase um terço dos trabalhadores que se deslocam por mais tempo por esses meios, enquanto o Centro-Oeste (18,9%) tem o menor quantitativo proporcional para a categoria. De forma desagregada, o Norte (10,0%) mostra a maior proporção do uso principal de bicicleta, e quase um quarto da Região Nordeste (23,5%) passa a maior parte do tempo indo a pé para o trabalho.
Ainda no transporte principal para o trabalho, por hidrovias, seja embarcação de pequeno, médio ou grande porte, o maior valor relativo e absoluto está na Região Norte, totalizando 124 mil trabalhadores, sendo a única região em que esse percentual ultrapassa 2% dos deslocamentos realizados.
As unidades da federação com maior participação relativa de pessoas no transporte a pé são Bahia (28,1%), Alagoas (25,5%) e Pernambuco (25,4%), enquanto proporcionalmente o deslocamento para trabalho por bicicleta é mais alto no Amapá (17,4%), Acre (13,3%) e Mato Grosso do Sul (12,6%).
Deslocamentos para outros municípios aumentam conforme a renda, até a faixa entre três e cinco salários mínimos de rendimento domiciliar per capita
A análise da relação entre os deslocamentos da população e o rendimento nominal mensal domiciliar per capita revela que a proporção de pessoas que se desloca para outro município a trabalho aumenta à medida em que cresce a renda até a faixa entre três e cinco salários mínimos de renda domiciliar per capita. Dentre as que se deslocam para outro município, aquelas que têm rendimento nominal mensal domiciliar per capita de três a cinco salários mínimos (13,2%) são quase o triplo das que possuem rendimento de até um quarto do salário mínimo (4,6%).
Quanto aos indivíduos que exercem suas atividades no domicílio ou propriedade, destacam-se aqueles classificados como sem rendimento (48,8%). O grupo com as rendas mais altas, superiores a cinco salários mínimos, predominam em relação ao que está no extrato intermediário das faixas de renda, ou seja, quanto maior a renda, associada, geralmente, a maior nível de instrução, maior a proporção do trabalho realizado em casa, a exemplo dos que fazem teletrabalho integral.
Dois em cada três deslocamentos para trabalho são feitos em até meia hora no Brasil
A análise do tempo de deslocamento entre a casa e o local de trabalho mostra que a maior parte (56,8%) das pessoas que se deslocam para o trabalho leva de seis minutos até meia hora, totalizando 40 milhões de pessoas, enquanto 1,3 milhão de pessoas levam mais de duas horas para chegar ao trabalho. Além disso, nos resultados por cor ou raça, a população preta (13,9%) e a parda (11,0%) possuem maior participação relativa na faixa de mais de uma hora até duas horas, do que a população branca (8,9%). Na faixa de seis minutos até meia hora, a população branca (58,5%) possui maior proporção do que a preta (51,0%), com 7,5 pontos percentuais de diferença.
Dos vinte municípios com população acima de 100.000 habitantes e maior percentual de trabalhadores cujo tempo de deslocamento para o trabalho supera duas horas, 11 são do Rio de Janeiro, sete de São Paulo e dois do Pará. O tempo de deslocamento nas 15 metrópoles brasileiras apresentou variações, com Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Porto Alegre (RS) mostrando maiores proporções de pessoas que levam até meia hora para chegar ao trabalho, enquanto Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Manaus (AM) apresentam as maiores proporções das faixas acima de meia hora. No Rio de Janeiro (RJ), nota-se 5,6% de duração de mais de duas horas entre seus deslocamentos.
Proporcionalmente, população de cor ou raça amarela se desloca mais para outro município
Sobre o deslocamento das pessoas que trabalham fora do seu domicílio e retornam três dias ou mais na semana do trabalho para casa, considerando cor ou raça, verifica-se que a população de cor ou raça amarela é a que mais se desloca para outro município (12,8%), percentual próximo ao das pessoas de cor ou raça branca (12,5%). Já 89,0% da população de cor ou raça parda exerce seu trabalho no município de residência, enquanto 87,8% da população de cor ou raça preta se desloca para o trabalho no próprio município de residência.
Os dados do Censo 2022 evidenciam ainda diferenças quanto ao meio de transporte mais utilizado para ir ao trabalho, dependendo da cor ou raça das pessoas. A população de cor ou raça branca usa principalmente o automóvel, totalizando 13,3 milhões de pessoas (42,9%), o maior valor absoluto dentre todos os meios de transporte, seguido do deslocamento por ônibus, realizado por 5,5 milhões de pessoas (17,6%). Os deslocamentos feitos a pé, realizados por 4,9 milhões de pessoas brancas (15,7%), e por motocicleta, com 13,6% dos deslocamentos, abrangendo 4,2 milhões de pessoas, também são significativos.
Quando se observa o deslocamento da população de cor ou raça preta, há maior uso de ônibus (29,5%), escolha de 2,4 milhões de pessoas desse grupo. O uso do automóvel, o segundo meio de transporte mais expressivo, por 1,7 milhões de pessoas (21,0%), é semelhante à quantidade de pessoas pretas que se deslocam para o trabalho a pé, totalizando 1,6 milhões de pessoas (19,8%).
Já a população de cor ou raça amarela usa majoritariamente o automóvel (56,1%) no deslocamento para trabalho, compreendendo 167 mil pessoas. Esse é o único grupo no qual um único meio de transporte responde por mais da metade das pessoas. Na sequência aparecem o deslocamento feito a pé, realizado por 42 mil pessoas (13,9%), e por ônibus, feito por 37 mil pessoas (12,4%), valores bastante menores quando comparados aos deslocamentos por automóvel.
Dentre as pessoas de cor ou raça parda, existe proximidade entre os quantitativos daquelas que utilizam automóvel e ônibus. Enquanto o primeiro meio de transporte é usado por 24,4% do grupo (7,4 milhões de pessoas), o segundo é utilizado por 23,1% (7,0 milhões). A diferença entre os deslocamentos feitos por motocicleta (19,6% ou 5,9 milhões de pessoas) e a pé (19,3% ou 5,8 milhões de pessoas) é igualmente pequena.
59,0% das pessoas que vão de automóvel para o trabalho são brancas
Olhando o perfil dos usuários de cada meio de transporte, vemos que 59,0% das pessoas que usam esse tipo de transporte são de cor ou raça branca (13,3 milhões de pessoas), proporção que supera significativamente o percentual de pardos (32,6%) que utilizam esse meio de transporte, com 7,4 milhões de pessoas, o segundo grupo que mais usa esse meio de transporte. O cenário é semelhante na categoria táxi ou assemelhados, já que a população branca representa 52,7% dos que se deslocam até o trabalho com esse meio de transporte.
São Paulo e Goiás têm maior proporção de população ocupada trabalhando fora do município de residência
No âmbito regional, os estados de São Paulo (13,7%), Goiás (13,7%), Rio Grande do Norte (15,5%), Sergipe (16,0%) e Pernambuco (15,2%) apresentam os percentuais mais elevados de população ocupada que se desloca para trabalhar em outro município. Esses valores decorrem dos fortes processos de integração que existem entre municípios, especialmente aqueles que compõem concentrações urbanas. Em São Paulo, por exemplo, 2,8 milhões de pessoas ocupadas se deslocam para trabalhar em outro município, o que representa 30,5% do total de pessoas que se deslocam para trabalho em outro município no Brasil.
No estado do Amazonas (98,1%), há maior proporção de pessoas que trabalham em seu município de residência, em contraposição a Sergipe (82,7%), unidade da federação com menor proporção para essa categoria. No que diz respeito ao trabalho exercido no próprio domicílio de residência, Rondônia (22,7%) apresenta a maior proporção, enquanto o Distrito Federal aparece na outra ponta, com 14,9%.
Já nos deslocamentos para trabalhar em outro país, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo são os estados com maiores números absolutos: 6,2 mil, 5,2 mil e 4,4 mil pessoas, respectivamente. Merecem destaque também os resultados para locais de exercício de trabalho em mais de um município ou país, mais expressivos em São Paulo (183,5 mil pessoas), Minas Gerais (80,7 mil) e Paraná (76,4 mil).
Quanto mais alta a escolaridade das pessoas, maior é o uso de automóvel, trem ou metrô, e de táxi ou assemelhados
O nível de instrução é outra característica que diferencia o uso do meio de transporte para ir trabalhar. À medida que aumenta o nível de instrução da população, há um crescimento proporcional do uso de automóvel, de trem ou metrô e de táxi ou assemelhados, enquanto o transporte a pé, por bicicleta e por caminhonete ou caminhão adaptado (pau de arara) perdem participação entre as pessoas com graus de instrução mais elevados.
A maioria dos trabalhadores com nível superior completo utiliza automóvel (57,8%) para se deslocar, e 68,1% adotam como transporte principal os individuais motorizados (automóvel ou motocicleta) para ir ao trabalho. No nível sem instrução e fundamental incompleto, esses percentuais são 18,9% para automóvel, e 37,1% quando se considera automóvel ou motocicleta em conjunto.
3,8 milhões de pessoas estudam em município diferente do qual residem
O Censo 2022 também investigou o deslocamento para estudo. Dentre as 53,6 milhões de pessoas residentes em domicílios particulares no Brasil que frequentam alguma instituição de ensino, 49,7 milhões (92,7%) se deslocam para locais dentro do seu próprio município de residência, enquanto 3,8 milhões (7,2%) o fazem em outro município, e 75 mil (0,1%) em um país estrangeiro.
Desagregando os dados por sexo, 92,0% das mulheres (25,0 milhões) e 93,4% dos homens (24,7 milhões) estudam em seu município de residência. Quando se avalia o movimento para fora do município de residência, o resultado é o seguinte: 7,8% das mulheres (2,1 milhões) e 6,5% dos homens (1,7 milhões) se deslocam para outro município, e 0,1% das mulheres (40 mil) e 0,1% dos homens (35 mil) vão até outro país para estudar.
Mais de 10% da população de cor ou raça amarela estuda em outro município
As pessoas de cor ou raça amarela são as que mais se deslocam para instituições de ensino fora do seu município de origem, sendo o único grupo no qual menos de 90% estuda no próprio município (88,5%). “O maior percentual de deslocamento dos estudantes de cor ou raça amarela pode estar associado a fatores como busca por instituições mais especializadas e condições socioespaciais”, afirma Mauro Pinheiro. Já o grupo de cor ou raça indígena é o que registra as maiores percentagens de indivíduos estudando dentro do município de residência (95,9%). Tal grupo, no entanto, possui a segunda maior percentagem de estudantes que se deslocam para outros países (0,2%), atrás somente da população amarela (0,9%).
Existe também uma tendência de os brancos se deslocarem mais para outros municípios ou países (8,7%) do que a população preta (7,2%) e parda (6,1%).
Deslocamento para estudo no exterior é mais frequente em cidades fronteiriças do país
Regionalmente, a proporção de deslocamento para estudo em outro município no Norte (4,0%) é bem inferior à média nacional (7,2%), resultado que pode ser justificado pela relação entre municípios com áreas significativamente extensas e redes de transporte deficientes em diversas escalas. A mesma região, entretanto, tem praticamente o dobro da proporção de deslocamento para países estrangeiros (0,2%) em relação à média nacional.
Valores regionais de deslocamento para o estrangeiro acima da média do país também são observados nas regiões Sul (0,2%) e Centro-Oeste (0,2%), o que pode ser explicado pelas dinâmicas fronteiriças bastante presentes nessas regiões. O deslocamento para outros países, apesar de pouco significativo, revela uma dimensão das redes internacionais em que o Brasil está conectado para estudo, especialmente nas cidades fronteiriças do Sul do país.
O Sudeste, por concentrar quase 40% do total de estudantes do Brasil, tem percentagens muito próximas aos valores nacionais (92,3% estudando no mesmo município de residência, 7,6% em outro município do Brasil e 0,1% em outro país). Já o Nordeste apresenta a menor proporção de deslocamento para país estrangeiro (menos de 0,1%), o que pode ser explicado por ser a região mais distante das fronteiras internacionais terrestres. Além disso, mostra valor levemente superior à taxa nacional para o deslocamento entre municípios brasileiros (7,4%), índice próximo ao registrado no Sudeste.
Analisando o comportamento dos estudantes nos municípios que pertencem às concentrações urbanas, vê-se que suas taxas de deslocamento para outros municípios são menores do que as verificadas nos municípios que não pertencem a esses recortes urbanos. Embora sejam formações urbanas marcadas pelas maiores trocas de fluxos e pessoas no território nacional, é nas grandes aglomerações urbanas que existe maior oferta de infraestrutura e instituições de ensino, acima da média nacional, o que proporciona aos estudantes maiores opções de ensino dentro do seu próprio município.
Maiores índices de deslocamento para estudo estão no Ensino Superior
Proporcionalmente, o deslocamento para estudo em outro município aumenta conforme a escolaridade. Os estudantes dos cursos iniciais tendem a frequentar locais mais próximos de sua residência, o que pode ser explicado pela maior capilaridade desse tipo de ensino, resultado da ampliação da oferta de educação básica no país, especialmente considerando as redes mantidas por municípios e estados. Somente 1,7% das pessoas que frequentam creche, e 1,9% dos indivíduos que cursam a pré-escola, o fazem em município diferente de onde moram, enquanto no Ensino Fundamental (3,3%) e no Ensino Médio (6,8%) os percentuais são um pouco maiores.
As taxas de deslocamento para estudo são bem mais expressivos, no entanto, entre os estudantes dos cursos superiores de graduação (27,8%) e de especialização de nível superior, mestrado ou doutorado (32,9%). Isso indica maior concentração dessas modalidades de ensino em determinados locais, principalmente as grandes cidades, consequentemente provocando maior necessidade de deslocamento para acesso aos cursos de nível superior.
Sobre a pesquisa
O Censo 2022: Deslocamentos para trabalho e para estudo – Resultados preliminares da amostra aborda as informações coletadas no bloco de Educação, no quesito referente ao deslocamento para estudo, do Questionário da Amostra do Censo Demográfico 2022, onde foram investigados o município ou país em que as pessoas estudavam (da creche ao doutorado). Também são reveladas as informações coletadas no bloco de perguntas relativas ao deslocamento para trabalho, do caderno de trabalho do Questionário da Amostra, no qual foram pesquisados o local de trabalho, a frequência de retorno para casa ao longo da semana, o tempo de deslocamento no trajeto casa – trabalho e o principal meio de transporte utilizado para esse deslocamento.