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2022 Census

2022 Census: 90% of the quilombolas in official territories suffer the effects of poor basic sanitation

Section: IBGE | Vinícius Britto | Design: Claudia Ferreira

July 19, 2024 10h00 AM | Last Updated: July 21, 2024 10h00 PM

  • Highlights

  • In official Quilombola Territories, 90.02% of the quilombola residents live in areas with poor basic sanitation, either in terms of water supply, sewage disposal or waste disposal. For the quilombola population, this percentage reached 78.93%, whereas for the total population of the country, 27.28%.
  • Considered simultaneously, 29.58% of the quilombola residents of Quilombola Territories face the three main forms of poor basic sanitation investigated. For the total quilombola population, the percentage was 21.89%, whereas 3.0% of the population in the country was in this situation.
  • Inside Quilombola Territories, 33.61% of the quilombola residents used the "Public water supply system" as the main form of supply, 31.85% used "Deep or artesian well”, and 10.48% a "Shallow or ground water well".
  • For the total quilombola population, these percentages reached 53.99%, 20.51% and 8.67%, respectively. The total population of Brazil recorded proportions of 82.89%, 8.95% and 3.20% for each of these forms of supply.
  • For 66.71% of the quilombola residents of Quilombola Territories, water would come “Piped to the inside area of the house, apartment or housing unit.” For the total quilombola population this proportion reached 73.34%, whereas for Brazil as a whole, piped water up to the housing unit reached 95.14% of the population.
  • In oficial Quilombola Territories, 18.21% reported not having piped water. This proportion falls to 12.97% for the total quilombola population and to 2.38% for the total resident population in Brazil.
  • Considering the residents of quilombola territories, 24.77% (41,493) did not have a bathroom for exclusive use in the property; 12.99% (21,765) had Only “A toilet or hole for excrements, including those located on the land” and 6.24% (10.447) “Had no bathroom or toilet”.
  • For 59.45% of the quilombolas living in official territories, the main type of sewage disposal was “Rudimentary cesspit or hole.” The public sewer system was a reality for only 6.53% of this population.
  • Sewage disposal by means of public system or sceptic tank were the forms used by most of the resident population, with 75.74% of the population in this situation. For the quilombola population, the main forms of sewage disposal are rudimentary cesspit, hole, ditch, river, lake or sea or other, corresponding to a total 66.48%.
In official quilombola territories, 90% of the quilombola residents suffer the consequences of poor basic sanitation - Photo: Mauricio-Barbant/ALMT

Unprecedented data from the 2022 Population Census show that, either in or out of official Quilombola residents, the housing units with at least one quilombola resident are more susceptible to sanitation deficiencies. In Quilombolas Territories, the proportion of quilombolas living in housing units with more precarious or absence of basic sanitation, in terms of water supply, sewage disposal or waste disposal. For the total quilombola population, this percentage reached 78.93%, whereas, for the total resident population, 27.28%.

These data were released today (19) by the IBGE in the “2022 Population Census - Quilombolas: Characteristics of housing units and literacy, by specific territories: Population results.” Another release was “2022 Population Census: Quilombolas Localities”. The release event will be held today, at 10 am, at Escola Municipal de Tempo Integral Negro Cosme (a full-time school), in the neighborhood of Liberdade, in São Luís (MA). The release will be streamed live on Digital IBGE.

Read also about literacy among the quilombola population and about quilombola localities.

In order to keep more similar the items surveyed in the Population Census and the classification proposed by the national Plan of Basic Sanitation (PLANSAB), the IBGE considered as poor the following conditions:

- The main form of water supply is by means of the public system, well, source or spring with water piped up to the land or no piped water, and cases in which, either piped or not, water comes from a water tanker truck, stored rainwater, rivers, lakes, streams, creeks or other forms not previously mentioned;

- The form of sewage disposal is rudimentary cesspit, hole, ditch, river, creek, sea of other;

- Waste is not directly or indirectly taken by collection services;

In Quilombola Territories, 29.58% of the quilombola residents experienced the three conditions simultaneously. For the total quilombola population, the percentage was 21.89%, whereas 3.0% of the resident population in the country was in this condition.

“It is important to point out that the National Plan of Basic Sanitation makes a difference between some aspects of sanitation adequacy by urban or rural location. This comparison based on the 2022 Census is a piece of information which is still being analyzed and will provide an even more complete view of the data presented in the current publication, when available,” says Fernando Damasco, IBGE manager for Traditional Territories and Protected Areas.

The remainder is temporarily in Portuguese.

Territórios Quilombolas dependem mais da estrutura de poços para abastecimento dos domicílios

Apesar de as três principais formas de abastecimento de água serem as mesmas tanto para o total da população residente no país quanto para a população quilombola, há diferença em suas proporções. Dentro dos Territórios Quilombolas, 33,61% dos moradores quilombolas utilizavam a "Rede geral de distribuição" como método principal de abastecimento, 31,85% utilizavam "Poço profundo ou artesiano", enquanto 10,48% usavam "Poço raso, freático ou cacimba".

Entre o total da população quilombola, esses percentuais foram de 53,99%, 20,51% e 8,67%, respectivamente. Já a população total residente no Brasil registrou proporções de 82,9%, 8,95% e 3,20% para essas três formas de abastecimento.

“O abastecimento nos Territórios Quilombolas apresenta maior dependência da estrutura de poços para abastecimento dos domicílios. As categorias de poço profundo ou artesiano e poço raso, freático ou cacimba são as principais formas de abastecimento para 42,33% dos moradores quilombolas em territórios, percentual muito superior ao mesmo recorte para o total da população quilombola, de 29,18%, e para população total residente no país, de 12,15%”, destaca Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais.

Em relação à canalização da água, para 66,71% dos quilombolas em Territórios Quilombolas, a água chegava “Encanada até dentro da casa, apartamento ou habitação”, ou seja, para essa parcela da população, a água chegava diretamente em torneiras, chuveiros, vasos sanitários etc. Para o total da população quilombola essa proporção foi de 73,34%, enquanto para o Brasil como um todo, a água canalizada até a habitação alcançou 95,14% da população.

Para 15,07% dos moradores quilombolas em Territórios Quilombolas, a água chegava “Encanada, mas apenas no terreno”, proporção que se reduz para 13,70% quando o total da população quilombola é levado em conta e para 2,47% quando a população residente no país é analisada.

A situação de “Sem água encanada”, ou seja, quando a água precisava ser transportada em baldes, galões, veículos ou outros recipientes para uso, foi mais intensa em relação às outras dentro dos Territórios Quilombolas, atingindo 18,21% dos moradores quilombolas. Essa proporção cai para 12,97% para o total da população quilombola e para 2,38% para o total da população residente no Brasil.

Um a cada quatro quilombolas em territórios oficialmente delimitados não tinha banheiro de uso exclusivo no domicílio

Quanto à existência de banheiros e sanitários nos domicílios, o Censo 2022 investigou quatro situações: tinham banheiro (cômodo com vaso sanitário e instalações para banho) de uso exclusivo (utilizado apenas pelos moradores e seus hóspedes); os moradores utilizam banheiros compartilhados entre mais de um domicílio; utilizam “sanitários ou buracos para dejeções”, compartilhados ou não, inclusive os localizados no terreno; e os que não possuíam banheiros, sanitários ou buracos para dejeções, indicando a existência de defecação a céu aberto.

Entre os moradores quilombolas em territórios oficialmente delimitados, 24,77% (41.493) não tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio. Destes, 5,54% (9.281) possuíam “Apenas banheiro de uso comum a mais de um domicílio”; 12,99% (21.765) tinham “Apenas sanitário ou buraco para dejeções, inclusive os localizados no terreno”; e 6,24% (10.447) “Não tinham banheiro ou sanitário”.

Para o total da população quilombola, 17,15% (227.667) residem em domicílios que não possuem banheiro exclusivo, sendo que 3,35% (44.516) dependiam de banheiros de uso comum a mais de um domicílio, 9,75% (129.364) possuíam apenas sanitário ou buraco para dejeções e 4,05% (53.787) não tinham nem banheiro nem sanitário. Para o total da população residente no país, as proporções foram de 2,25, 0,50%, 1,16% e 0,59%.

Principal destinação do esgoto entre moradores quilombolas foi fossa rudimentar ou buraco

Para 59,45% dos moradores quilombolas residentes em territórios oficialmente delimitados, o principal tipo de esgotamento sanitário em seus domicílios era “Fossa rudimentar ou buraco”. “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” foi a segunda principal forma, para 17,44% dos moradores, seguida por ausência de banheiro e sanitário, para 6,24%. A rede geral chegava a apenas 6,53% dessa população.

Quando analisada a população quilombola como um todo, as principais formas de destinação do esgoto foram “Fossa rudimentar ou buraco” (57,67%), “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” (14,99%), “Rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede” (14,48%) e "Não tinham banheiro nem sanitário” (4,05%).

A situação da população quilombola, tanto dentro dos territórios quando no total, se difere da população residente no país como um todo. Para esse total, o principal tipo de esgotamento sanitário nos domicílios de 62,51% da população foi “Rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede”, seguido por “Fossa rudimentar ou buraco” (19,44%) e por “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” (13,23%).

“De uma forma mais agregada, enquanto a população residente está majoritariamente na situação de destinação do esgoto para rede geral ou fossa séptica ou fossa filtro, com 75,74% da população nessa situação, entre os moradores quilombolas a principal destinação do esgoto é para fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou outra forma, correspondendo a 66,48% dos moradores quilombolas”, pontua Marta.

Coleta de lixo alcança apenas 30% dos quilombolas em territórios delimitados

Quando investigada a destinação do lixo, a principal forma de descarte informada pelos quilombolas residentes em Territórios Quilombolas foi “queimado na propriedade” (65,49%). Já 30,49% dos moradores quilombolas foram alcançados por coleta direta ou indireta de serviço de limpeza.

Para o total dos quilombolas, a coleta direta ou indireta alcança mais da metade dos moradores (51,28%). Já o lixo queimado na propriedade segue sendo a principal forma de descarte, para 45,74% da população quilombola.

Para a população residente no país, o serviço de coleta direta ou indireta se faz muito mais presente, alcançando 90,89% das pessoas. Para 7,88% da população total, o lixo era queimado na residência.

“É necessário entender que o ‘adequado’ do saneamento muda em contextos urbanos e rurais. O PLANSAB reconhece as especificidades soluções complementares de saneamento nas áreas rurais como o uso de água proveniente de cisternas de captação de água de chuva com canalização interna. Na destinação do lixo em situações rurais, por exemplo, a coleta indireta de lixo com menor frequência e com destinação ambientalmente correta é considerada adequada, o que não acontece em áreas urbanas. Mesmo com essa limitação, os dados já evidenciam a maior vulnerabilidade dos quilombolas a situações de atendimento precário ou de ausência completa de atendimento em saneamento básico”, exemplifica Fernando.

Mais sobre a pesquisa

O Censo Demográfico é a mais completa operação estatística realizada no país, indo a todos os domicílios dos 5.570 municípios brasileiros. Os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para quilombolas foram divulgados em julho de 2023 e podem ser consultados na Agência IBGE Notícias. Uma segunda apuração foi divulgada em dezembro do mesmo ano, contabilizando 1.330.186 pessoas quilombolas em 25 Unidades da Federação. Em maio de 2024, foi inaugurada a demografia para a população quilombola no Brasil, com a divulgação dos recortes por sexo e idade.

A divulgação “Censo 2022 Quilombolas: Alfabetização e características dos domicílios, segundo recortes territoriais específicos - Resultados do universo” traz informações como taxa de alfabetização e condições de saneamento dos domicílios com pelo menos um morador quilombola, dentro e fora dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Municípios, Amazônia Legal, Amazônia Legal por Unidades da Federação, Territórios Quilombolas oficialmente delimitados e Territórios Quilombolas por Unidades da Federação.

Os dados também podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI), no Panorama do Censo 2022 e no Sidra.



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