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Indústria regional

Produção industrial recua em 7 dos 15 locais pesquisados em julho

Editoria: Estatísticas Econômicas | Pedro Renaux

12/09/2025 09h00 | Atualizado em 12/09/2025 10h22

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos puxaram para baixo a produção industrial de Minas Gerais e Paraná - Foto: Ari Dias/AEN

A produção industrial caiu em 7 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em julho, na comparação com junho, puxando o resultado negativo (-0,2%) da indústria nacional. As quedas foram no Paraná (-2,7%), Bahia (-2,6%), Minas Gerais (-2,4%) e Pará (-2,1%), Mato Grosso (-1,6%), Região Nordeste (-1,1%) e Ceará (-0,3%).

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada hoje (8).

De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, a taxa de juros em patamares elevados ajuda a explicar essa perda de ritmo na produção industrial. “Juros altos acarretam diretamente no encarecimento do crédito, no comprometimento da tomada de decisões de investimento das empresas e de consumo das famílias. A consequência disso recai sobre a cadeia produtiva, que acaba arrefecendo a produção de forma a adequá-la a essa conjuntura atual”, avalia.

A queda do Paraná na passagem de junho para julho, a mais intensa desde dezembro de 2024 (-4,5%), interrompeu dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou ganho de 1,8%. Bahia e Minas Gerais voltaram a recuar, após avanços de 2,0% e 2,8%, respectivamente, em junho. Já o Pará acumula -4,7% em dois meses seguidos de queda na produção.

Bernardo explica que Minas Gerais exerceu a principal influência negativa este mês, puxada pela queda na produção de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos e Máquinas e equipamentos. “A segunda influência negativa veio do Paraná também pressionada pela redução de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos. A Bahia foi responsável pela terceira maior influência negativa por conta das quedas no setor de derivados do petróleo”, comenta o analista da pesquisa.

Amazonas, com variação nula (0,0%), repetiu o patamar de produção registrado em junho de 2025. Já o Espírito Santo (3,1%) teve a alta mais elevada e eliminou parte da perda de 5,6% verificada no mês anterior. Rio Grande do Sul (1,4%), Santa Catarina (1,1%), Rio de Janeiro (1,0%), Pernambuco (0,9%), São Paulo (0,9%) e Goiás (0,5%) também assinalaram resultados positivos.

São Paulo, que concentra quase um terço da indústria nacional, foi a principal influência positiva, mas ainda se encontra 0,4% abaixo do seu patamar pré-pandemia. “A indústria paulista vinha de três meses de resultado negativos, acumulando perda de 3,1% de abril a junho. Em julho, observamos que setor de alimentos, derivados do petróleo e veículos automotores influenciaram positivamente”, esclarece Bernardo.

O analista da pesquisa destaca também os resultados da indústria do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “A produção industrial fluminense soma a terceira taxa positiva, que acumula 4,2% de ganhos no período, com influência do setor extrativo e de produtos químicos. Já a indústria capixaba se destaca graças a uma influência positiva do setor extrativo e de alimentos”.

Indústria recua em 8 dos 18 locais pesquisados na comparação com julho de 2024

Na comparação com julho de 2024, o setor industrial variou 0,2% em julho de 2025, com 8 dos 18 locais pesquisados com resultados positivos. Nessa comparação, estão incluídos os estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte. Vale citar que julho de 2025 (23 dias) teve o mesmo número de dias úteis que igual mês do ano anterior (23).

Espírito Santo (14,5%) e Rio de Janeiro (10,4%) tiveram os avanços mais acentuados, impulsionados pelo comportamento positivo nos setores de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo, gás natural e minérios de ferro pelotizados ou sinterizados), no primeiro local; e de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo e gás natural), no segundo.

Mato Grosso do Sul (7,4%), Pernambuco (4,5%), Santa Catarina (2,2%), Goiás (2,0%) e Região Nordeste (0,8%) também tiveram altas mais intensas do que a média nacional (0,2%). A Bahia (0,1%) completou o conjunto de locais com avanço na produção em relação a julho de 2024.

Amazonas e Ceará, com variação nula (0,0%), repetiram o patamar de produção registrado em julho de 2024. Já Rio Grande do Norte (-19,1%) e Mato Grosso (-14,6%) assinalaram recuos mais elevados nesse mês, pressionados pelas atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel), no primeiro local; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico), produtos químicos (fertilizantes minerais ou químicos das fórmulas NPK e cloretos de potássio) e bebidas (cervejas, chope e refrigerantes), no segundo. Pará (-4,2%), Rio Grande do Sul (-2,7%), Maranhão (-1,4%), Paraná (-1,1%), São Paulo (-0,9%) e Minas Gerais (-0,7%) registraram os demais resultados negativos em relação a julho de 2024.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional, e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional está prevista para 10 de outubro.