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PNAD COVID19

Cai número de pessoas com sintomas de gripe que buscaram atendimento na 1ª semana de junho

Editoria: Séries Especiais | Alerrandre Barros | Arte: Brisa Gil

26/06/2020 14h00 | Atualizado em 09/07/2020 19h47

#PraCegoVer A foto mostra uma sala de atendimento médico, em que a profissional de saúde está vestida de branco e usando EPIs e a mulher que está sendo atendida, está usando uma máscara branca. Ambas estão sentadas.
Queda na procura por atendimento médico reflete menor número de pessoas com sintomas de gripe - Foto: Secom - PMSJ

O número de pessoas com algum sintoma de síndrome gripal que procuraram atendimento médico em unidades de saúde na primeira semana de junho caiu para 2,8 milhões. Isso representa 877 mil pessoas a menos em relação à última semana de maio (3,6 milhões). Os dados são da PNAD COVID19 semanal, divulgada hoje (26) pelo IBGE.

O levantamento é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal.

“Embora o número de pessoas que referiram algum sintoma e procurou atendimento tenha reduzido, esse grupo cresceu em termos percentuais. Na primeira semana de maio, 13,7% das pessoas com sintomas procuraram atendimento. Esse percentual foi subindo até chegar a 17,5% na primeira semana de junho”, disse a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Cai em 6,3 milhões o número de pessoas com sintomas de gripe na primeira semana de junho

A queda na procura por atendimento médico reflete a redução na quantidade de pessoas que relataram ao menos um dos 12 sintomas investigados pela pesquisa associados à gripe (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular). Na primeira semana de junho, 15,8 milhões se queixaram de algum sintoma gripal, frente a 22,1 milhões na semana anterior, ou seja menos 6,3 milhões de pessoas. Na primeira semana de maio, eram 26,8 milhões.

Também houve queda em todos os sintomas investigados. O mais recorrente foi a dor de cabeça, relatado por 7,2 milhões de pessoas. Na última semana de maio, 10,2 milhões haviam se queixado da dor. Outros sintomas mais citados, na primeira semana de junho, foram nariz entupido ou escorrendo (5,5 milhões), tosse (4,4 milhões), dor muscular (4,2 milhões), febre (3,3 milhões) e dificuldade de respirar (1,9 milhões).

Dos 2,8 milhões que tiveram algum sintoma e buscaram atendimento médico, mais de 85% foram para unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora a procura por postos de saúde e prontos-socorros da rede pública tenha ficado estável, cresceu de 17,3% para 23,9% o percentual de pessoas que buscaram atendimento em hospitais da rede pública de saúde. Os demais doentes foram para a rede privada, sendo que 8,9% buscou atendimento em ambulatório ou consultório privado; 11% em hospital privado e; 3,2% em pronto socorro privado.

Dos que buscaram atendimento em hospital, público, particular ou ligado às forças armadas na primeira semana de junho, 121 mil ficaram internados, seis mil a menos na comparação com a última semana de maio.

Trabalho informal volta a subir na primeira semana de junho

No mercado de trabalho, a PNAD COVID19 semanal mostra que a taxa de informalidade subiu de 34,5% na última semana de maio para 35,6% na primeira semana de junho, com mais 692 mil pessoas nessa condição. Entre os informais estão os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregadores que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

O total de informais, que chegou a 29,9 milhões no início de maio, caiu ao longo do mês, mas voltou a subir na primeira semana de junho, somando 29,8 milhões.

“Isso pode significar o retorno dessas pessoas ao mercado de trabalho, já que, inicialmente, elas foram as mais afetadas pela pandemia. Todo o comércio informal interrompeu suas atividades, uma vez que essas pessoas ficaram impedidas de trabalhar”, comentou Maria Lucia.

O IBGE estima que na primeira semana de junho, 170 milhões pessoas estavam em idade para trabalhar, mas somente 83,7 milhões estavam ocupados. Na comparação com a última semana de maio, esses números permanecem estáveis, e apontam que menos da metade (49,3%) estava trabalhando no início deste mês.

Segundo a pesquisa, caiu de 14,5 milhões para 13,5 milhões o número de pessoas ocupadas que estavam temporariamente afastadas do trabalho (em quarentena ou férias coletivas) devido ao isolamento social. Isso representa 16,1% do total de empregados do país.

Na primeira semana de junho, 8,9 milhões trabalharam de forma remota, o que representa 13,2% da população ocupada e não afastada do trabalho em virtude da pandemia. Na primeira semana de maio, esse número era de 8,5 milhões de trabalhadores, e na última, 8,8 milhões estavam em regime de home office ou teletrabalho.

Já os desempregados que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego por causa da pandemia ou por falta de vagas no local onde vivem ficaram em 17,9 milhões de pessoas, número relativamente estável na comparação com o fim de maio. Esse grupo correspondia a 66,8% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar.