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PNAD COVID19

Desemprego atinge 14 milhões de pessoas na quarta semana de setembro

Editoria: Séries Especiais | Alerrandre Barros | Arte: Helena Pontes

16/10/2020 09h00 | Atualizado em 16/10/2020 09h04

#PraCegoVer Pessoas de máscaras atravessam a rua. Em primeiro plano um homem barrigudo de camisa branca e máscara preta
Com flexibilização do isolamento, mais pessoas pressionam o mercado em busca de trabalho - Foto: Bruno Cecim/ Agência Pará

O número de desocupados chegou a 14 milhões na quarta semana de setembro, ficando estatisticamente estável frente à semana anterior (13,3 milhões), de acordo com a PNAD COVID19, divulgada hoje (16) pelo IBGE. Com isso, a taxa de desocupação ficou em 14,4%, também sem variação significativa frente à terceira semana de setembro (13,7%).

Esta é a última divulgação da PNAD COVID19 semanal. A coleta de dados por telefone continuará, para subsidiar as edições mensais da pesquisa, que devem continuar até o final do ano, trazendo dados por unidade da federação e desagregações segundo características sociodemográficas e de trabalho.

“Embora as informações sobre a desocupação tenham ficado estáveis na comparação semanal, elas sugerem que mais pessoas estejam pressionando o mercado em busca de trabalho, em meio à flexibilização das medidas de distanciamento social e à retomada das atividades econômicas”, diz a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Já a população ocupada ficou em 83 milhões, estatisticamente estável na comparação com a terceira semana de setembro. “Vínhamos observando, nas últimas quatro semanas, variações positivas, embora não significativas da população ocupada. Na quarta semana de setembro a variação foi negativa, mas sem qualquer efeito na taxa de desocupação”, acrescenta.

2,2 milhões de pessoas deixam o isolamento social rigoroso

Maria Lucia também destaca que a flexibilização das pessoas quanto ao distanciamento social continuou aumentando no final de setembro. O grupo de pessoas que ficou rigorosamente isolado (31,6 milhões) diminuiu em 2,2 milhões, na comparação com semana anterior.

Do mesmo modo, aumentou o número pessoas que não tomou nenhuma medida de restrição para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Esse contingente cresceu 937 mil em uma semana, chegando a 7,4 milhões de pessoas.

A maior parte da população (86,7 milhões) afirmou ter reduzido o contato com outras pessoas, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas na quarta semana de setembro, um milhão a mais na comparação com a semana anterior. Já quem ficou em casa e só saiu em caso de necessidade somou 84,6 milhões. Esse número ficou praticamente estável em relação a semana anterior.

Cai contingente de pessoas com síndrome gripal

A coordenadora da pesquisa também observa que continua diminuindo o número de pessoas que tiveram algum sintoma relacionado à síndrome gripal (8,3 milhões) na quarta semana de setembro, uma redução de cerca de 798 mil na comparação com a semana anterior (9,1 milhões). No início da pesquisa, em maio, 26,8 milhões relataram algum sintoma.

“Entre as pessoas que tiveram algum sintoma, dois milhões buscaram atendimento médico em estabelecimento de saúde público ou privado”, acrescenta Maria Lucia, detalhando que desse total, 504 mil estiveram em hospitais públicos, privados ou ligados às Forças Armadas, sendo que 81 mil (9,9%) pessoas ficaram internadas.

13,9% dos estudantes não tiveram atividades na quarta semana de setembro

A última edição semanal da PNAD COVID19 também mostra que, na quarta semana de setembro, dos 46,1 milhões de estudantes que estavam matriculados em escolas e universidades, 39,2 milhões (85%) tiveram alguma atividade. Número estável. Outros 6,4 milhões (13,9%) não tiveram atividade. O restante estava de férias (1,1%).

A pesquisa detalha, ainda, que apenas 26,1 milhões (66,7%) tiveram atividades escolares durante cinco dias da semana. Outros 807 mil estudantes (2,1%) só tiveram atividades uma vez por semana.