2022 Census
Nearly 20% of favela residents lived in streets without access for cars, buses and trucks
December 05, 2025 10h00 AM | Last Updated: December 05, 2025 11h12 AM
Highlights
- In 2022, Brazil had 3.1 million people living on roads in favelas and urban communities accessible only by motorcycles, bicycles or on foot, representing 19.2% of the entire population in these territories. Outside these areas, only 1.4% of the population lived in this situation.
- In 2022, 78.3% (12.7 million) of favela residents lived on paved stretches of roads, while 21.7% (3.5 million) lived on unpaved stretches. Outside these territories, 91.8% of the inhabitants lived on paved stretches of roads.
- Less than half (45.4%) of favela residents lived on stretches of roads with manholes or storm drains, adding up to 7.3 million people, while 54.6% (8.8 million) lived on stretches without the presence of this infrastructure. In areas outside favelas, the proportion of people with this equipment rises to 61.8%.
- Nine out of ten favela residents (91.1%) lived on stretches of roads with street lighting, adding up to 14.7 million people, while 8.9% (1.4 million) lived on stretches without street lighting. In areas outside these territories, the proportion of people with this urban equipment reached 98.5%.
- Only 5.2% (836 thousand) of favela residents lived on stretches of roads with a bus or van stop. Outside these areas, the proportion of people with this urban infrastructure was more than double (12.1%).
In 2022, Brazil had 19.2% of the population in favelas and urban communities living on roads accessible only by motorcycles, bicycles or on foot. That proportion represents 3.1 million inhabitants in stretches without access for cars, trucks, buses and cargo transportation vehicles. Outside these communities, only 1.4% of the population lived in this situation. For example, ambulances had restricted access to these places as well.
Released today (5) by the IBGE, the data are from the publication 2022 Census: Favelas and Urban Communities - Urban characteristics of the surroundings of housing units. The survey covers 16.2 million people living in 12.3 thousand favelas and urban communities in 656 Brazilian municipalities. Comparisons are restricted to municipalities with favelas and urban communities.
The release takes place at the Franco Pellegrini Human Rights Center (CEDHU), in Salvador (BA), broadcast through social media and the IBGE Portal. The results are accessible via Sidra and the Interactive Geographic Platform (PGI).
The remainder is temporarily in Portuguese
Saiba mais: IBGE muda denominação de Aglomerados Subnormais para Favelas e Comunidades Urbanas
O IBGE considerou como limitação de capacidade a largura da via e existência de fiação que impede a circulação de veículos
Entre as 20 favelas mais populosas, Rocinha e Rio das Pedras, ambas no Rio de Janeiro (RJ), e Paraisópolis, em São Paulo (SP), tiveram os mais altos percentuais de moradores vivendo em trechos de vias com capacidade máxima de circulação por moto, bicicleta ou pedestre: 81,9%, 71,5% e 59,2% respectivamente.
A pesquisa mostra também que 62,0% (10,0 milhões) dos moradores de favelas viviam em trechos de vias com capacidade máxima de circulação por caminhão, ônibus e veículos de transporte de carga, enquanto fora desses territórios, o percentual era de 93,4%. Já a proporção da população que morava em trechos de vias com capacidade máxima para carro ou van foi de 18,8% (3,0 milhões) em favelas e de 5,3% nas demais áreas da cidade.
Leia também: Mais de 60% dos moradores das favelas e comunidades urbanas moravam em locais sem árvore

Uma questão intrinsicamente relacionada à capacidade de circulação das vias é o destino do lixo dos domicílios. “Para que o lixo seja coletado diretamente por serviço de limpeza, é esperado que os domicílios se localizem em trechos de vias com capacidade máxima de circulação por caminhão, ônibus e veículos de transporte de carga”, explica o chefe do Setor de Pesquisas Territoriais do IBGE, Filipe Borsani.
No país, entre os habitantes que viviam em trechos de vias de favelas com capacidade máxima de circulação para caminhão, ônibus e veículos de transporte de carga, 86,6% (8,7 milhões) tinham coleta no domicílio por serviço de limpeza, enquanto 11,1% (1,1 milhão) tinham lixo depositado em caçamba. Fora desses territórios, os percentuais encontrados foram de 92,4% e 7,0%.
As favelas do Centro-Oeste tinham o menor percentual de moradores em trechos de vias com capacidade máxima de circulação para caminhão, ônibus e veículos de transporte de carga e com coleta no domicílio por serviço de limpeza (76,8%), enquanto 19,1% tinham lixo depositado em caçamba e 4,1% possuíam outro destino para o lixo. Fora desses territórios, os percentuais foram de 94,6%, 5,0% e 0,4%, respectivamente.
Quanto aos moradores que residiam em trechos de vias com capacidade máxima de circulação para moto, bicicleta ou pedestre, o Sudeste teve a maior disparidade. Enquanto nas favelas menos da metade (48,6%) dos moradores que viviam em ruas acessíveis apenas a veículos de menor porte tinham lixo coletado diretamente por serviço de limpeza, nas áreas externas a esses territórios, o percentual saltou para 73,3%.
Mais de 20% da população em favelas residia em trechos sem pavimentação
Em 2022, 78,3% dos moradores de favelas viviam em trechos de vias pavimentados, totalizando 12,7 milhões de pessoas, enquanto 21,7% (3,5 milhões) residiam em trechos sem pavimentação. Fora desses territórios, 91,8% dos habitantes viviam em trechos de vias pavimentados.
Quase todos os estados tinham percentual menor de moradores em favelas em trechos de vias pavimentados em relação aos moradores que não viviam nesses territórios. As maiores diferenças foram observadas no Distrito Federal (47,8% contra 98,1%), Tocantins (42,4% contra 92,7%), Mato Grosso do Sul (14,6% contra 79,2%) e Roraima (21,8% contra 95,1%). A exceção foi a Bahia (92,1% contra 89,7%)
Entre grandes concentrações urbanas, Campo Grande/MS (12,3%) tinha o menor percentual de moradores em trechos de vias pavimentados nas favelas, onde a diferença em relação às pessoas que não residiam nesses territórios (76,5%) foi a maior (64,2 pontos percentuais). Em São José dos Campos/SP (44,1%), Cuiabá/MT (47,0%) e Brasília/DF (47,5%) menos de 50,0% dos moradores em favelas residiam em trechos de vias pavimentados. Em valores absolutos, destaque para São Paulo/SP, onde havia 396 mil moradores em favelas em trechos de vias sem pavimentação, seguido por Recife/PE (345 mil), Belém/PA (255 mil) e Rio de Janeiro/RJ (233 mil).
No país, 67,3% (8,5 milhões) das pessoas que viviam em trechos de vias pavimentados em favelas tinham esgotamento sanitário (por rede geral, rede pluvial ou fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede). Essa proporção sobre para 83,3% fora de favelas.
A Região Norte apresentou os percentuais mais baixos de pessoas que viviam em domicílios com esgotamento sanitário (por rede geral, rede pluvial ou fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede) em trechos de vias pavimentados tanto dentro (40,2%) quanto fora (43,6%) de favelas. Já o Sudeste teve os maiores percentuais de moradores em lares com essas duas infraestruturas, tanto dentro (82,8%), quanto fora (94,7%) desses territórios.
“O esgotamento sanitário e a pavimentação da via são dois elementos interdependentes no planejamento urbano. A pavimentação de uma via sem uma rede de esgoto adequada pode mascarar a falta de saneamento básico local e, por vezes, até piorar a situação do sistema de drenagem pluvial. Inversamente, a existência de rede de esgoto sem a pavimentação da via reduz a sua eficácia, uma vez que a pavimentação funciona como elemento de direcionamento das águas e serve como proteção física ao sistema de esgotamento sanitário”, avalia a chefe do Setor de Suporte a Favelas e Comunidades Urbanas do IBGE, Larissa Catala.
Menos da metade (45,4%) dos moradores de favelas viviam em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo
Menos da metade (45,4%) dos moradores de favelas viviam em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo, totalizando 7,3 milhões de pessoas, enquanto 54,6% (8,8 milhões) viviam em trechos sem a presença dessa infraestrutura. Já nas áreas fora de favelas, a proporção sobe para 61,8% de habitantes que viviam em trechos de vias com esse equipamento.

Ao considerar as 20 favelas e comunidades urbanas mais populosas, ressalta-se a Cidade Olímpica, em São Luís (MA), com apenas 16,3% de seus moradores em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo, seguida por Coroadinho (17,0%), também em São Luís (MA), Rocinha (25,5%), no Rio de Janeiro (RJ) e Chafik/Macuco (27,9%), em Mauá (SP). Entre as favelas com o maior percentual de moradores residentes em vias com essa estrutura, destaque para Baixadas do Condor (90,2%) e Baixadas da Estrada Nova Jurunas (77,9%), localizadas em Belém (PA), e Zumbi dos Palmares/Nova Luz (77,3%), em Manaus (AM).
As regiões Centro-Oeste (27,9%) e Nordeste (34,9%) tiveram os menores percentuais de moradores de favelas em vias com a presença de bueiro ou boca de lobo, com 11 dos 13 estados com proporção inferior a 40%, sendo que os mais baixos foram observados no Mato Grosso do Sul (6,0%) e Piauí (13,5%). No Norte (51,4%), Amapá (12,6%) e Roraima (19,3%) tiveram os menores percentuais em favelas, com as maiores diferenças em relação aos moradores fora desses territórios (50,3% e 54,4%, respectivamente). Por outro lado, 8 das 27 unidades da federação possuíam mais de 50% de seus moradores de favelas em trechos de vias com a presença de bueiro ou boca de lobo, com destaque para Sergipe (62,5%), Santa Catarina (61,8%), Espírito Santo (59,2%) e Rio de Janeiro (58,9%).
Nas grandes concentrações urbanas, houve baixo percentual de moradores em vias com bueiro ou boca de lobo nas favelas de Campo Grande/MS (7,0%), Teresina/PI (13,4%), São Luís/MA (25,8%) e Brasília/DF (26,2%). Já a diferença entre o percentual de moradores em trechos de vias com bueiro ou boca de lobo dentro e fora desses territórios foi mais acentuada em Campo Grande/MS (7,0% contra 54,4%) e Porto Alegre/RS (44,1% contra 86,1%).
Em valores absolutos, cabe destacar que em São Paulo/SP havia 1,6 milhão de moradores de favelas em trechos de vias sem bueiro ou boca de lobo, seguido por Rio de Janeiro/RJ (694.764), Recife/PE (626.292) e Salvador/BA (607.608), o que indica a carência deste tipo de infraestrutura urbana nestes territórios, assim como a desigualdade em relação as demais áreas das cidades.
Iluminação pública era presente em trechos de via de 91,1% dos moradores de favelas
Nove em cada dez moradores (91,1%) de favelas viviam em trechos de via com iluminação pública, totalizando 14,7 milhões de pessoas, enquanto 8,9% (1,4 milhão) viviam em trechos sem iluminação pública. Nas áreas fora desses territórios, a proporção de pessoas que moravam em trechos de via com esse equipamento urbano é maior (98,5%).

Nas 20 maiores favelas e comunidades urbanas em número de residentes, destaque para a Rocinha – Rio de Janeiro (RJ), que apresentava pouco mais da metade (54,3%) dos seus moradores em trechos de vias com iluminação pública, seguida por Paraisópolis – São Paulo (SP) (66,9%) e Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ) (89,6%). As demais favelas do top 20 apresentaram percentuais superiores a 90,0%.
Mato Grosso do Sul (51,4%), Amapá (71,6%), Roraima (72,1%) e Distrito Federal (73,1%) apresentaram menos de 75,0% de seus moradores de favelas em trechos de vias com iluminação pública. Por outro lado, 9 estados tinham mais de 95% de seus moradores de favelas em trechos de vias com iluminação pública, com destaque para Maranhão (97,9%) e Ceará, Rio Grande do Norte e Espírito Santo, todos com 97,6%. Em todos os estados, porém, havia um percentual menor de moradores de favelas em trechos de vias com iluminação pública em relação àqueles que não viviam nesses territórios. As maiores discrepâncias estavam no Mato Grosso do Sul (51,4% contra 99,4%), Roraima (72,1% contra 98,8%), Amapá (71,6% contra 96,6%) e no Distrito Federal (73,1% contra 95,4%).
Entre as grandes concentrações urbanas, Campo Grande/MS (48,0%), Sorocaba/SP (68,5%), Brasília/DF (75,9%) e Porto Alegre/RS (80,3%) tiveram os menores percentuais de moradores em trechos de vias com iluminação pública nas favelas. Em valores absolutos, São Paulo/SP tinha 437.765 moradores de favelas em trechos de vias sem iluminação pública, seguida por Rio de Janeiro/RJ (161 mil) e Manaus (85 mil), indicando a carência deste tipo de infraestrutura urbana nesses territórios.
Somente 5,2% dos moradores de favelas viviam em trechos de via com ponto de ônibus ou van
Apenas 5,2% (835.936 pessoas) dos moradores de favelas viviam em trechos de vias com ponto de ônibus ou van. Fora dessas áreas, a proporção de pessoas com disponibilidade dessa infraestrutura urbana no seu trecho de via era mais que o dobro (12,1%).
“Ponto de ônibus ou van é um dos quesitos investigados nesta pesquisa que não precisam estar em todos os trechos de via. Não há necessidade de haver um ponto de ônibus a cada duas esquinas, por exemplo”, diz o chefe do Setor de Pesquisas Territoriais do IBGE, Filipe Borsani.
Entre as 20 favelas e comunidades urbanas mais habitadas, Rio das Pedras - Rio de Janeiro (RJ) e Pernambués - Salvador (BA) tinham apenas 1,9% de seus moradores residindo em trechos de vias com ponto de ônibus ou van. Já Vila São Pedro - São Bernardo do Campo (SP) (12,3%), Colônia Terra Nova - Manaus (AM) (11,2%), Zumbi dos Palmares/Nova Luz - Manaus (AM) (10,6%) e Chafik / Macuco - Mauá (SP) (10,2%) possuíam mais de 10% dos seus moradores nessa condição.
O percentual de moradores em trechos de vias com ponto de ônibus ou van em favelas foi maior do que fora dessas áreas no Tocantins (3,7% contra 2,9%), Acre (9,7% contra 9,1%), Amazonas (5,2% contra 5,0%) e Maranhão (5,6% contra 5,4%). Nos demais estados, a relação foi inversa, com destaque para Minas Gerais (7,9% contra 17,8%), Rio Grande do Sul (7,9% contra 17,6%), São Paulo (6,3% contra 15,2%) e Paraná (5,4% contra 14,2%).
Entre as grandes concentrações urbanas, as maiores diferenças entre dentro e fora das favelas estão localizadas nas Regiões Sul e Sudeste: Porto Alegre/RS (6,4% contra 19,7%), Belo Horizonte/MG (6,6% contra 18,9%), Florianópolis/SC (7,6% contra 19,1%), Curitiba/PR (5,7% contra 16,5%) e São Paulo/SP (6,2% contra 16,5%).