Indústria regional
Produção industrial avança em oito dos 15 locais pesquisados em abril
09/06/2022 09h00 | Atualizado em 18/07/2022 08h54
A produção industrial avançou em oito dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) em abril, quando o índice nacional cresceu 0,1%. Os destaques do mês foram Rio de Janeiro (5,9%), Santa Catarina (3,3%) e Bahia (3,0%), com as maiores expansões na produção. Pernambuco (2,0%), Pará (1,9%), Região Nordeste (1,5%) e Rio Grande do Sul (0,5%) também registraram avanços mais intensos que a média nacional, com o estado do Amazonas (0,1%) completando o conjunto de locais com índices positivos em abril de 2022. Os dados foram divulgados, hoje (9), pelo IBGE.
“Esse crescimento tímido em abril se deve a fatores como a inflação elevada, a baixa massa de rendimento, que reduz o consumo das famílias, o encarecimento das matérias-primas e o desabastecimento de insumos. Tudo isso recai diretamente sobre a cadeia produtiva, diminuindo o ritmo da produção industrial”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
A principal influência positiva veio do Rio de Janeiro, com crescimento de 5,9%, a segunda taxa positiva consecutiva para a indústria fluminense. O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi o grande responsável por esse avanço, tendo contribuído secundariamente o setor de metalurgia. “Foi a taxa mais intensa para o Rio desde julho de 2020, quando a indústria fluminense atingiu 8,0% de crescimento”, lembra Almeida.
Em segundo lugar, também em termos absolutos e de influência no índice, aparece Santa Catarina, com alta de 3,3%, influenciada em grande parte pela indústria do vestuário. Com esse resultado, o estado eliminou parte da sua queda do mês anterior, que foi de 3,5%.
Já a queda de 2,8% de São Paulo foi a principal influência negativa no índice nacional. O estado concentra aproximadamente 34% da produção industrial nacional. “O baixo desempenho do setor de veículos automotores e o de máquinas e equipamentos tiveram o maior peso nesse resultado”, comenta o técnico.
No mês de abril, cinco dos 15 locais pesquisados obtiveram índices acima do patamar pré-pandemia de Covid-19, registrada em fevereiro de 2020. Foram eles: Minas Gerais e Rio de Janeiro (ambos com 5,8%), Mato Grosso (5,0%), Rio Grande do Sul (3,0%) e Santa Catarina (2,9%).
Produção de 7 estados recua frente a abril de 2021
Na comparação com abril de 2021, o setor industrial mostrou recuo de 0,5% em abril de 2022, com taxas negativas em sete dos 15 locais pesquisados. Vale citar que abril de 2022 (19 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (20). Nesse mês, Espírito Santo (-7,3%), Paraná (-6,6%) e Santa Catarina (-5,6%) assinalaram as reduções mais intensas.
No acumulado de 12 meses, a indústria nacional teve redução de 0,3%, com sete dos 15 locais pesquisados registrando taxas negativas em abril de 2022. Amazonas (de 6,5% para 1,5%), Paraná (de 5,8% para 2,1%), Santa Catarina (de 3,5% para 0,1%), Rio Grande do Sul (de 5,2% para 2,0%), Ceará (de -0,9% para -3,7%), Espírito Santo (de 6,4% para 3,8%), São Paulo (de 1,6% para -0,7%) e Minas Gerais (de 7,0% para 4,8%) mostraram as principais perdas entre março e abril de 2022, enquanto Bahia (de -8,8% para -6,9%) e Mato Grosso (de 7,1% para 8,4%) assinalaram os maiores ganhos entre os dois períodos.
No acumulado no ano, houve redução na produção em 11 dos 15 locais pesquisados, com destaque para Pará (-10,2%), Ceará (-9,0%) e Santa Catarina (-8,1%). Pernambuco (-4,3%), São Paulo (-4,0%) e Paraná (-3,6%) registraram taxas negativas mais acentuadas do que a média nacional (-3,4%), enquanto Região Nordeste (-2,1%), Minas Gerais (-2,1%), Rio de Grande do Sul (-1,5%), Espírito Santo (-0,9%) e Goiás (-0,7%) completaram o conjunto de locais com recuo na produção no índice acumulado no ano.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.