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Indústria regional

Produção industrial tem queda em 10 dos 15 locais pesquisados em junho

Editoria: Estatísticas Econômicas | Caio Belandi

11/08/2021 09h00 | Atualizado em 30/09/2021 10h14

#PraCegoVer Fila de carros prateados dentro de uma estrutura aberta, prateada, de formato pentagonal, no interior de uma fábrica de automóveis.
Setor de veículos influenciou queda no Paraná e em São Paulo - Foto: Governo do Estado de São Paulo

A produção industrial recuou em dez dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de maio para junho. As principais quedas foram no Paraná (-5,7%) e no Pará (-5,7%). Também teve grande influência no resultado o recuo em São Paulo (-0,9%). Os resultados foram divulgados hoje (11) pelo IBGE. A produção nacional teve variação nula (0,0%), como divulgado pelo IBGE na semana passada (3).

Com o resultado de junho, cinco locais estão acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020: Minas Gerais (15,5% acima), Amazonas (9,4%), Santa Catarina (6,1%), Rio de Janeiro (4,2%) e São Paulo (3,4%). Desde que se iniciou esta análise de comparação com o patamar pré-pandemia, em julho de 2020, Minas Gerais é o único local que se mantém acima do patamar. Já São Paulo entrou em setembro e, desde então, se manteve.

“A alta de maio aconteceu após alguma flexibilização das medidas de isolamento social em relação a abril, quando houve mais interrupções na cadeia produtiva por conta do acirramento da pandemia da Covid-19. Já o resultado de junho, mostrando estabilidade, demonstra mais realisticamente o ambiente em que se encontra a indústria nacional”, afirma o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.

 

Principal influência negativa e local com maior queda absoluta, o Paraná registrou recuo de 5,7%, o mais intenso desde abril de 2020 (-27,1%), no auge do fechamento das unidades industriais por conta da pandemia. O índice de junho foi puxado pelo baixo desempenho do setor de veículos e do setor de derivados do petróleo. Foi a terceira taxa negativa seguida para o estado do Sul, com perda acumulada de 10,2%.

O Pará empatou com o Paraná como local com maior queda absoluta e foi a terceira principal influência no resultado geral. A contribuição mais relevante para o recuo foi do setor de metalurgia. O setor de celulose, papel e produtos de papel e o setor de produtos minerais não-metálicos também contribuíram para a queda no estado do Norte, que registrou a segunda taxa negativa seguida, acumulando perda de 7,9% no período.

Maior parque industrial do país, São Paulo foi a segunda principal influência de queda no mês, com queda de 0,9%, atribuída principalmente ao setor de veículos, atividade mais forte do estado paulista. “O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos também contribuiu, com desempenho abaixo”, acrescenta Bernardo. Mesmo assim, o estado encontra-se acima do patamar pré-pandemia.

Completam os locais com queda na produção em junho: Pernambuco (-2,8%), Mato Grosso (-1,9%), Espírito Santo (-1,6%), Goiás (-1,1%), Rio Grande do Sul (-0,9%), Minas Gerais (-0,6%) e Santa Catarina (-0,3%).

Pelo lado das altas, destaque para a Bahia (10,5%) e para a Região Nordeste (6,4%), os maiores avanços em absoluto, além do Rio de Janeiro (2,8%), que por conta da importância, exerceu a maior influência nos resultados positivos da indústria. Graças ao bom desempenho de metalurgia e do setor de derivados do petróleo no mês, o estado fluminense assinalou a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 10,3% no período.

Já a alta na Bahia, segunda maior influência, foi puxada pelo bom resultado do setor de derivados do petróleo, muito atuante dentro da indústria baiana. É a segunda taxa consecutiva para o estado, com ganho acumulado de 11,1%. Como o cálculo da Região Nordeste abrange todos os estados, o desempenho positivo da Bahia também afetou o local, cuja alta teve influência, além do setor de derivados de petróleo, também do setor de couro, artigos de viagens e calçados. Com o resultado positivo de junho, o Nordeste interrompe seis meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou perda de 21,1%. Amazonas (4,4%) e Ceará (3,8%) completam os locais com alta na produção industrial no mês.

Em relação a junho de 2020, dez locais apresentam alta

Na comparação com junho do ano passado, cujo crescimento nacional foi de 12%, dez dos 15 locais pesquisados tiveram alta. O gerente da pesquisa destaca que o resultado é influenciado, em grande parte, pela baixa base de comparação. “Em junho de 2020, o setor industrial foi pressionado pelo aprofundamento das paralisações ocorridas em diversas plantas industriais, fruto, especialmente, do movimento de isolamento social por conta da pandemia de Covid-19”, ressalta Bernardo. Vale citar também que junho de 2021 teve o mesmo número de dias úteis do que junho de 2020 (21 dias).

Espírito Santo (34,3%) e Ceará (31,1%) marcaram as maiores altas. Amazonas (24,0%), Santa Catarina (23,2%), Minas Gerais (23,1%), Rio de Janeiro (15,3%), São Paulo (14,6%) e Rio Grande do Sul (13,4%) também registraram avanços mais intensos do que a média da indústria nacional. O Paraná (8,2%) e a Região Nordeste (3,5%) completam o conjunto de locais com aumento na produção em junho.

Por outro lado, Pará (-8,0%) e Bahia (-7,9%) apontaram as maiores quedas na comparação, seguidos por Mato Grosso (-6,9%), Goiás (-4,2%) e Pernambuco (-2,7%).

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste