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PNAD COVID19

10,4% da população fizeram teste de Covid-19 até setembro no país

Editoria: Séries Especiais | Umberlândia Cabral | Arte: Brisa Gil

23/10/2020 09h00 | Atualizado em 04/11/2020 08h52

  • Destaques

  • 21,9 milhões de pessoas fizeram algum teste de diagnóstico de Covid-19 até setembro, o equivalente a 10,4% da população do país.
  • O maior percentual de realização dos testes está entre as pessoas com maior renda: 25,1% das pessoas que recebem quatro ou mais salários mínimos
  • Entre as pessoas que fizeram o teste, 4,8 milhões foram diagnosticadas com Covid-19.
  • O Distrito Federal (22,2%) foi a Unidade da Federação com maior percentual de pessoas que fizeram testes, seguido por Piauí (17%) e Goiás (16%). Pernambuco tinha o menor (6,8%).
  • Em setembro, 9,2 milhões relataram ter algum sintoma de síndrome gripal, o que representa 4,4% da população.
  • O percentual de domicílios onde algum morador recebeu auxílio para combater os efeitos da pandemia foi de 43,6% no país, sendo maior no Norte (59,8%) e no Nordeste (58,8%).
  • População desocupada chega a 13,5 milhões de pessoas e taxa de desocupação sobe para 14%, dois recordes da série da PNAD COVID19 mensal.
#PraCegoVer Uma mão com luva branca segura um frasquinho que vai pingar no suporte de teste para covid
21,9 milhões de pessoas fizeram algum teste para diagnóstico da Covid-19 até setembro - Foto: Governo do Estado de São Paulo

O número de pessoas que fizeram algum teste de diagnóstico da Covid-19 chegou a 21,9 milhões em setembro, o equivalente a 10,4% da população do país. Destas, 4,8 milhões testaram positivo. Os dados são da edição mensal da PNAD COVID19, divulgada hoje (23) pelo IBGE. Em agosto, 17,9 milhões haviam feito o teste e 3,9 milhões receberam o diagnóstico da doença.

“De agosto para setembro, foram mais quatro milhões de pessoas que fizeram o teste e cerca de um milhão a mais testou positivo”, diz a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Por grupos de idade, o maior percentual de pessoas que fizeram algum teste para detecção da Covid-19 foi entre 30 a 59 anos de idade (14,3%), seguido pelos grupos de 20 a 29 anos (12,1%) e de 60 anos ou mais de idade (9,2%). Entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, 5,5% realizaram e, entre aqueles com superior completo ou pós-graduação, 21,5%.

O percentual de realização dos testes para diagnóstico da doença é maior no grupo das pessoas com maior rendimento domiciliar per capita, chegando a 25,1% para as pessoas na faixa de quatro ou mais salários mínimos. No mesmo período, apenas 5,9% das pessoas na faixa de menos de meio salário mínimo fizeram algum teste.

Três tipos de testes são abordados pela pesquisa: o SWAB, exame em que o material é coletado com cotonete na boca e/ou nariz; o teste rápido com coleta de sangue por um furo no dedo; e o exame com sangue retirado na veia do braço. Dos 21,9 milhões de pessoas que fizeram o teste, 8,8 milhões fizeram SWAB e, destas, 2,3 milhões receberam diagnóstico positivo.

O Distrito Federal (22,2%) foi a Unidade da Federação com maior percentual de testes realizados, seguido por Piauí (17%) e Goiás (16%). Os menores percentuais foram registrados em Pernambuco (6,8%), Acre (6,9%) e Minas Gerais (7,8%).

A pesquisa também apontou queda no contingente daqueles que relataram ter algum sintoma de síndromes gripais. Em setembro, 9,2 milhões de pessoas afirmavam ter algum dos sintomas abordados pela pesquisa, como tosse, febre e dificuldade para respirar. Esse número representa 4,4% da população brasileira. Em maio, quando a pesquisa foi iniciada, 24 milhões, ou 11,4% dos brasileiros, apresentavam algum dos sintomas.

Em 29,9 milhões de domicílios, algum morador recebeu auxílio emergencial

Em setembro, o percentual de domicílios onde algum morador recebeu algum auxílio para combater os efeitos da pandemia foi de 43,6%. Em agosto era de 43,9%. Foram atendidos 29,9 milhões em setembro frente aos 30,1 milhões de agosto. O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 894 por domicílio.

“O percentual de domicílios onde algum morador recebia auxílio emergencial ficou estável nesses últimos quatros meses”, diz Maria Lucia. Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa, estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do Governo Federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Norte (59,8%) e Nordeste (58,8%) foram as regiões que tiveram os maiores percentuais de domicílios recebendo auxílio. Entre os estados, o Amapá (68,4%) foi estado com maior proporção, seguido de Maranhão (63,7%) e Pará (63,3%).

“As regiões que têm mais domicílios com pessoas recebendo auxílio ainda são Norte e Nordeste, onde as pessoas estão mais dentro dos critérios para receber o auxílio. Esse percentual ficou estável em todas as grandes regiões”, diz a pesquisadora.

População desocupada e taxa de desocupação foram recorde

A PNAD COVID19 estimou a população ocupada do país em 82,9 milhões de pessoas em setembro, aumento de 1% frente ao mês anterior e retração de 1,7% em relação a maio. “A população ocupada era de 84,4 milhões em maio e caiu até o mês de julho, quando volta a ter variações positivas, chegando ao contingente de 82,9 milhões em setembro. Ainda está abaixo do número que tínhamos em maio, mas já mostrando uma leve recuperação nos meses de agosto e setembro”, diz a pesquisadora.

Já a população desocupada, que era de 10,1 milhões no começo da pesquisa, passou para 13,5 milhões em setembro, um recorde da série histórica. “Há um aumento da população desocupada ao longo de todos esses meses. Esse crescimento se dá em função tanto das pessoas que perderam suas ocupações até o mês de julho quanto das pessoas que começam a sair do distanciamento social e voltam a pressionar o mercado de trabalho”, explica Maria Lucia.

Com isso, a força de trabalho, soma da população ocupada e desocupada, passou de 94,5 milhões, em maio, para 96,4 milhões em setembro. O número de pessoas fora da força de trabalho caiu 1,5% em relação a agosto, chegando a 74,1 milhões. Já a taxa de desemprego passou de 13,6%, em agosto, para 14%, a maior da série histórica da pesquisa.

Dos 82,9 milhões de pessoas ocupadas, 93,5% não estavam afastados do trabalho que tinham. Destes, 10,4% estavam trabalhando de forma remota.