PNAD COVID19: 22,1% das pessoas que realizaram testes para coronavírus até setembro testaram positivo
23/10/2020 09h00 | Atualizado em 23/10/2020 14h45
Até setembro, 21,9 milhões de pessoas (10,4% da população) haviam feito algum teste para saber se estavam infectadas pelo coronavírus (até agosto esse número estava em 17,9 milhões de pessoas, ou 8,5% da população). Entre essas pessoas, 22,1% (ou 4,8 milhões) testaram positivo.
A população desocupada era de 10,1 milhões em maio, passou para 12,9 milhões em agosto e para 13,5 milhões em setembro. Foi o recorde da série, aumentando 4,3% no mês e 33,1% desde o início da pesquisa. A taxa de desocupação subiu de 13,6% em agosto para 14,0% em setembro, a maior da série histórica.
A força de trabalho subiu de 95,1 milhões em agosto para 96,4 milhões em setembro, com alta de 1,4% em relação a agosto.
O número de pessoas fora da força de trabalho passou de 75,2 milhões em agosto para 74,1 milhões em setembro, caindo 1,5% em relação ao mês anterior.
O Acre apresentou a maior proporção de pessoas ocupadas afastadas do trabalho que tinham devido ao distanciamento social, 9,8%. Todas as unidades da federação registraram quedas no percentual de pessoas ocupadas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social em setembro, frente a agosto.
Entre os 5,4 milhões de trabalhadores afastados do trabalho que tinham na semana de referência, 1,1 milhão (ou 19,8%) estavam sem a remuneração do trabalho.
Um reflexo da retomada gradual das atividades foi o segundo aumento consecutivo do número de horas efetivamente trabalhadas, no âmbito nacional e nas cinco grandes regiões: o número médio de horas habituais foi de 40,1 horas por semana e as que de fato foram trabalhadas na semana de referência foi de 35,1 horas.
Norte e Nordeste tinham as maiores proporções de domicílios onde um dos moradores é beneficiário de programa de auxílio emergencial. Três estados da região Norte estão entre os cinco com os maiores percentuais: Amapá (68,4%); Maranhão (63,7%); Pará (63,3%); Alagoas (63,1%) e Amazonas (60,9%). Saiba mais sobre as ações do IBGE no combate à pandemia no hotsite covid19.ibge.gov.br
Testes para Covid19 predominam entre as pessoas com 30 e 59 anos de idade
Praticamente não houve diferença no percentual de homens e de mulheres que fizeram algum teste para coronavírus: 10,1% e 10,6%, respectivamente. Por grupos de idade, o maior percentual foi entre as pessoas de 30 a 59 anos de idade (14,3%), seguido pelo grupo de 20 a 29 anos (12,1%). Entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade, 9,2% realizaram algum teste.
Quanto maior o nível de escolaridade, maior foi o percentual dos que fizeram algum teste: entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, 5,5% e, entre aqueles com superior completo ou pós-graduação, 21,5%.
Quanto maior a classe de rendimento domiciliar per capita, maior o percentual de pessoas que realizaram algum teste para COVID19, chegando a 20,9% para as pessoas no décimo mais elevado e 5,4% e 5,5% no primeiro e segundo décimos. Já o percentual de pessoas que testaram positivo variou de 19,6% (no décimo com os maiores rendimentos) a 26,1% (no 2° décimo com os menores rendimentos).
Considerando o tipo do teste, das pessoas que fizeram algum teste, 8,8 milhões fizeram o SWAB e 25,9% testaram positivo; 9,8 milhões fizeram o teste rápido com coleta de sangue através do furo no dedo e 17,3% testaram positivo; enquanto 6,3 milhões fizeram o teste de coleta de sangue através da veia no braço, sendo 25,6% com COVID confirmada.
A Unidade da Federação com o maior percentual de testes realizados foi o Distrito Federal (22,2%), seguida por Piauí (17,0%) e Goiás (16,0%). Por outro lado, Pernambuco registrou o menor percentual (6,8%), seguido por Acre (6,9%) e Minas Gerais (7,8%).
Doenças crônicas pesquisadas atingem 46,7 milhões de pessoas
Em setembro, havia 46,7 milhões de pessoas com alguma das doenças crônicas pesquisadas, o que correspondia a 22,1% da população, sendo a hipertensão a mais frequente, 13,1%. As demais prevalências foram: asma ou bronquite ou enfisema (5,3%); diabetes (5,2%); depressão (2,8%); doenças do coração (2,5%) e câncer (1,0%). O percentual de pessoas com alguma das doenças crônicas que testou positivo foi de 3,0%.
16,3% das pessoas ficaram rigorosamente isoladas no domicílio
Entre os 211,4 milhões de residentes, 6,4 milhões (3%) não fizeram qualquer medida de restrição em setembro; 84,1 milhões (39,8%) reduziram o contato mas continuaram saindo de casa; 85,3 milhões (40,3%) ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas; e 34,5 milhões (16,3%) ficaram rigorosamente isolados.
A região Norte apresentou o maior percentual de pessoas que não fizeram restrições. Frente a agosto, houve redução de 3,8 p.p. das pessoas que ficaram rigorosamente isoladas e aumento de 4,3 p.p. das pessoas que reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa.
As mulheres registraram percentuais maiores que os verificados para os homens em medidas mais restritivas de isolamento. Em relação aos grupos de idade, a restrição ficou maior entre aqueles até 13 anos de idade (44,3%). As faixas etárias mais jovens e mais avançadas tiveram a maior queda na proporção dos que ficaram rigorosamente isolados em relação ao mês anterior, 8,1 p.p e 4,8 p.p., respectivamente.
Percentual de pessoas com algum sintoma de síndrome gripal continua em queda
Em setembro, 9,2 milhões de pessoas (4,4% da população) apresentaram algum dos sintomas pesquisados de síndromes gripais, em maio eram 11,4% da população com algum sintoma, em junho, 7,3%, em julho, 6,5% e em agosto 5,7%.
Os percentuais de pessoas com algum sintoma de síndrome gripal foram bastante similares entre as regiões: o Sul apresentado o maior percentual (4,9% ou 1,5 milhão de pessoas) e o Sudeste, o menor (4,1% ou 3,7 milhões de pessoas com algum sintoma).
Entre as pessoas que apresentaram algum dos sintomas pesquisados de síndromes gripais, 56,7% eram mulheres, 47,5% tinham entre 30 e 59 anos, 55,7% se declararam de cor preta ou parda e 37,6% eram sem instrução ou com fundamental incompleto.
Em setembro, cerca de 24,1% (ou 2,2 milhões) das pessoas que apresentaram algum dos sintomas pesquisados procuraram atendimento em estabelecimento de saúde.
Pretos e pardos são maioria entre os que ficaram internados
Em setembro, entre as pessoas que procuraram atendimento em hospitais, 11,8% (98 mil, 125 mil em agosto) daquelas com algum dos sintomas pesquisados e 15,9% (40 mil, 52 mil em agosto) das que apresentaram sintomas conjugados precisaram ficar internadas.
As pessoas de cor preta ou parda foram as que mais precisaram ficar internadas: 59,5%, entre as com algum sintoma e 66,6%, entre as com sintomas conjugados.
Em maio, junho e julho, a maior parte das pessoas que precisaram ficar internadas eram homens. Já em agosto, esse perfil se inverteu e as mulheres foram as que mais precisaram ficar internadas. Em setembro, a distribuição das pessoas internadas por sexo foi bem parecida: entre as pessoas com algum sintoma, 49,5% eram mulheres, e entre as com algum sintoma conjugado, 51,3% eram mulheres.
No Norte, 34,6% das pessoas que frequentam escola não têm acesso às atividades
Em setembro, 46,1 milhões de pessoas de 6 a 29 anos de idade frequentavam escola ou universidade, o que representava 59,8% da população nessa faixa etária. Entre os que frequentavam, 61% eram do ensino fundamental, 21% do ensino médio e 18% do ensino superior. Quanto às atividades escolares, 84,4% tiveram atividades, 14,5% não tiveram e 1,1% não tiveram por que estavam de férias. Cerca de 6,7 milhões de estudantes não tiveram atividades, e 39 milhões tiveram atividades.
Na Região Norte, 34,6% das crianças, adolescentes e jovens que frequentavam escola estavam sem acesso às atividades escolares para realizar. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, estes percentuais eram bem menores: 5%, 9,4% e 7,5%, respectivamente.
No nível de ensino fundamental, 12,8% das pessoas não tiveram atividades escolares; no ensino médio, 17,4% e no ensino superior, 16,8%. Na Região Norte, 31,6% das crianças do fundamental e 42,3% do ensino médio ficaram sem atividades escolares para realizar durante o mês de setembro. Por outro lado, no Sul, 3,1% das crianças do fundamental e 4,9% das do ensino médio não conseguiram ter atividades escolares.
Entre as pessoas que viviam em domicílios com rendimento per capita de até ½ salário mínimo, 19,5% não tiveram atividades escolares, entre os domicílios com rendimento domiciliar per capita de 4 ou mais salários mínimos, o percentual foi de 5%.
Maior taxa de recusa de empréstimos está na Região Centro-Oeste
Do total de 68,7 milhões de domicílios no país, em cerca de 5,4 milhões (7,9%) algum morador solicitou empréstimo, sendo que em 4,6 milhões (6,7%) a solicitação foi atendida e, em 805 mil (1,2%), o empréstimo não foi concedido. Em comparação com o mês de agosto, foi observado um aumento do percentual de domicílios nos quais algum morador solicitou empréstimos (0,8 p.p.), acompanhado por um acréscimo na proporção de domicílios em que a solicitação de empréstimo foi atendida (0,7 p.p.).
Na Região Centro-Oeste houve a maior recusa de empréstimos, cerca de 18,8% dos domicílios em que alguém fez tal solicitação, ultrapassando a Região Norte, que tinha uma proporção maior de empréstimos recusados nos meses anteriores. Também na Região Centro-Oeste foi onde houve a maior procura de empréstimos (8,9%), ultrapassando a Região Sul, que tinha uma maior taxa de procura por empréstimos nos meses anteriores. Porém, o Sul continua tendo a menor taxa de recusa de empréstimos (11,1%).
População desocupada chega a 13,5 milhões de pessoas
Em setembro de 2020, a PNAD COVID19 estimou a população ocupada do país em 82,9 milhões de pessoas, com aumento de 1,0% em relação a agosto, mas ainda acumulando redução de 1,7% em relação a maio.
Já a população desocupada, que era de 10,1 milhões no começo da pesquisa, passou para 12,9 milhões em agosto e, agora, 13,5 milhões de pessoas (aumento de 4,3% no mês e de 33,1% desde o início da pesquisa). A Região Sul foi a única a apresentar queda da população desocupada (-1,4%). Nordeste (10,6%) e Norte (6,4%) apresentaram as maiores variações.
No Brasil, segundo os resultados da PNAD COVID, a taxa de desocupação aumentou em 0,4 pontos percentuais de agosto para setembro, passando de 13,6% para 14,0% e atingindo o maior nível da série histórica da PNAD Covid19 mensal. A taxa em setembro foi maior que em agosto nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste, e caiu nas Regiões Sul e Centro-Oeste. Os valores das taxas de desocupação, em ordem decrescente, em setembro, foram: Nordeste (16,9%), Norte (14,8%), Sudeste (14,2%), Centro-Oeste (12,1%), e Sul (9,8%).
A taxa de desocupação entre as mulheres foi de 16,9%, maior que a dos homens (11,8%), a diferença também foi verificada em todas as Grandes Regiões. Por cor ou raça, no Brasil e em todas as Grandes Regiões, a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda (16,1% - aumentou 0,7 p.p em relação a agosto) do que para brancos (11,5% - manteve-se estável). Por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas de desocupação maiores (23,6% para aqueles de 14 a 29 anos de idade) e, por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram as menores taxas (6,6%).
Força de trabalho cresce 1,4%
A força de trabalho subiu de 95,1 milhões em agosto para 96,4 milhões em setembro (aumento de 1,4%).
O contingente de pessoas fora da força de trabalho passou de 75,2 milhões em agosto para 74,1 milhões de pessoas em setembro, o que corresponde a uma redução de 1,5%. Deste total, 35,2% (26,1 milhões) gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho e 21,6% (16 milhões) não buscaram trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar.
No início da pesquisa, em maio, 70,2% das pessoas que, embora quisessem trabalhar, não o fizeram alegaram que o principal motivo estava relacionado à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, esse percentual vem caindo mês a mês: em agosto, 64,4% das pessoas que embora quisessem trabalhar não o fizeram alegaram que o principal motivo estava relacionado à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, e agora em setembro, esta proporção caiu para 61,3%.
O nível de ocupação subiu de 48,2% em agosto para 48,6% em setembro. Esse ligeiro aumento nas estimativas chegou a todas as regiões, sendo Nordeste e Norte novamente as que registraram os menores níveis, 40,1% e 46,1%, respectivamente. Desde o início da pesquisa, estas regiões têm menos da metade das pessoas em idade de trabalhar ocupadas no mercado de trabalho.
Afastamento do trabalho devido ao distanciamento social continua em queda
Dos 82,9 milhões de ocupados em setembro, 5,4 milhões estavam afastados do trabalho que tinham na semana de referência, dos quais 3,0 milhões estavam afastados devido ao distanciamento social, representando, respectivamente, quedas de 19,7% e 27,6% em relação ao total de pessoas afastadas verificado em agosto. Estes indicadores vêm caindo desde o início da pandemia, à medida em que o isolamento vai diminuindo, e já acumulam quedas de 71,7% e 80,9% respectivamente.
A redução dos afastamentos do trabalho devido à pandemia também pôde ser verificada através da redução da proporção de pessoas afastadas por este motivo no total de pessoas ocupadas, que de agosto para setembro passou de 5,0% para 3,6%. Em maio, este percentual era de 18,6%.
Em setembro, a região Norte continuou com o maior percentual (4,7%) de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social. No Nordeste, a proporção foi de 4,2%. Em seguida, Sudeste e Centro-Oeste aparecem com 3,4%, e o Sul figura novamente como a menos afetada, com 2,9%. A proporção de pessoas que estavam afastadas de seus trabalhos por motivo do distanciamento social reduziu-se de agosto para setembro em todas as Grandes Regiões, seguindo a tendência observada desde maio.
Entre as Unidades da Federação, o Acre foi o que apresentou a maior proporção da população ocupada que estava afastada do trabalho que tinha devido ao distanciamento social, 9,8%. Em todas as Unidades da Federação, o percentual de pessoas ocupadas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social foi menor que o registrado em agosto.
O grupo das pessoas de 60 anos ou mais de idade continua com a maior proporção de pessoas afastadas do trabalho em função da pandemia, mantendo esse padrão desde maio. Em agosto, 10,7% das pessoas ocupadas de 60 anos ou mais estavam afastadas do trabalho. Em setembro, a proporção se reduziu para 8,7%. Em todos os demais grupos também se observou essa redução. Em setembro, 5,2% das mulheres ocupadas estavam afastadas de seu trabalho por causa do distanciamento social (em agosto esse percentual era de 7,1%), enquanto para os homens esse percentual ficou em 2,5% em setembro (3,6% em agosto).
O grupamento de atividade de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura continuou registrando o menor percentual de pessoas afastadas (1,1%), enquanto os grupamentos da Administração pública, defesa e seguridade social, educação e saúde (7,9%), Outros serviços (4,8%), Serviço doméstico (4,4%) foram os que tiveram maior proporção de pessoas afastadas do trabalho. Todos os grupamentos registraram redução na proporção de pessoas afastadas devido ao distanciamento social, com destaque para o setor de Outros Serviços (redução de 2,8 p.p.).
Para o Brasil, os trabalhadores por conta própria e empregadores registraram o menor percentual de pessoas afastadas devido à pandemia (ambos com 1,9%), seguido pelos empregados do setor privado sem carteira (2,8%) e os empregados do setor privado com carteira (3,2%). Em seguida, trabalhadores domésticos (4,2% entre os sem carteira e 4,7% entre os com carteira), empregados do setor público com carteira (8,2%), militares e servidores estatutários (9,1%), e, por fim, os empregados do setor público sem carteira (9,6%). Em relação a agosto, houve redução na proporção de pessoas afastadas em todas as categorias de posição na ocupação.
1,1 milhão de pessoas afastadas do trabalho estavam sem remuneração
Entre os 5,4 milhões de ocupados que estavam afastados do trabalho que tinham na semana de referência no Brasil, aproximadamente 1,1 milhão de pessoas (19,8%) estavam sem a remuneração do trabalho. Em agosto, este percentual era de 23,7%, e vem caindo consistentemente ao longo da pandemia. A Região Sudeste teve o menor percentual, 17,6% e a Região Norte, o maior percentual, 24,1%. Houve redução do percentual de pessoas nestas condições em todas as regiões, quando comparadas a agosto.
Número de pessoas em trabalho remoto permanece estável
Em setembro, 77,6 milhões de pessoas (93,5% dos ocupados) não estavam afastadas do trabalho que tinham (em agosto eram 91,9%). Entre os não afastados havia aqueles que estavam trabalhando de forma remota, que representavam 10,4% da população ocupada que não estava afastada (8,1 milhões de pessoas).
O número de pessoas trabalhando remotamente sofreu pouca redução ao longo de toda a pesquisa: 8,7 milhões de pessoas em maio e em junho; 8,4 milhões em julho e em agosto; e 8,1 milhões em setembro. O Norte apresentou o menor percentual de pessoas ocupadas trabalhando remotamente (4,3%) e o Sudeste, o maior percentual (13,5%).
O percentual de mulheres que trabalharam remotamente foi 14,7%, superior ao dos homens (7,5%). Por grupos de idade, não houve grandes disparidades com ligeira vantagem para as pessoas com 60 anos ou mais (8,6% para pessoas de 14 a 29 anos; 11,3% para 30 a 49 anos; 9,9% para 50 a 59 anos e 11,5% para pessoas com 60 anos ou mais).
Os percentuais foram muito baixos entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto (0,4%) e para os com fundamental completo ao médio incompleto (1,0%). Já entre as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação, 32,3% estavam trabalhando remotamente. Essa relação entre escolaridade e trabalho remoto foi observada em todas as regiões, com destaque para o Sudeste, onde 37,5% das pessoas com nível superior completo ou pós-graduação estavam nesta condição. Mas entre maio e setembro, em todos os grupos, a proporção de pessoas trabalhando remotamente diminuiu.
Informalidade cresce em relação a agosto
O contingente de trabalhadores informais ficou em 28,3 milhões de pessoas em setembro, ou 34,2% do total de ocupados. Isto representa um aumento de 1,7% na quantidade de informais em relação a agosto e um aumento de 0,3 p.p. na taxa de informalidade.
Número de horas semanais trabalhadas continua aumentando em todas as regiões
Em todas as regiões, houve novamente aumento no número de horas efetivamente trabalhadas para as pessoas que estavam ocupadas, refletindo o avanço no processo de retomada das atividades. O número médio de horas habituais foi de 40,1 horas por semana e as que de fato foram trabalhadas na semana de referência foi, em média, de 35,1 horas.
Não houve muita disparidade entre as regiões no tocante à diferença entre as horas habituais e efetivas, sendo a maior diferença verificada na região Nordeste (5,4 horas de diferença) e a menor verificada na região Centro-Oeste (4,5 horas de diferença).
As mulheres apresentaram diferença entre as horas semanais habituais e efetivas de todos os trabalhos em 6,0 horas, para os homens, a diferença foi de 4,2 horas.
No Brasil, em setembro, 19,6% das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho que tinham, trabalharam efetivamente menos horas que as habituais (15,2 milhões de pessoas). Entretanto, para 3,1 milhões de pessoas, o número de horas efetivamente trabalhadas foi maior que as horas habituais, o que correspondia a 4,0% das pessoas ocupadas e não afastadas. Entre as Grandes Regiões, este percentual variou de 3,3% no Sul e no Norte a 4,6% no Sudeste.
Sudeste e Sul têm as maiores diferenças entre as proporções dos rendimentos efetivo e habitual de trabalho
Em setembro, o rendimento habitual de todos os trabalhos ficou, em média, em R$ 2.378, para Brasil, e o efetivo em R$ 2.168, ou seja: o efetivo representava 91,2% do habitualmente recebido (em agosto correspondia a 89,7%). As regiões Sudeste e Sul mostraram as maiores diferenças na proporção entre o rendimento efetivo e o habitual, respectivamente, 90,3% e 91,0%, abaixo da média nacional.
A massa de rendimento médio real habitual ficou praticamente estável, recuando 0,05% e passando de R$ 193,9 bilhões em agosto para R$ 193,8 bilhões em setembro. Já a massa do rendimento efetivo real cresceu 1,7%, passando de R$ 173,9 bilhões em agosto para R$ 176,7 bilhões em setembro.
Considerando a posição na ocupação no trabalho principal na semana de referência, os trabalhadores por conta própria e os empregadores mostraram as maiores diferenças entre os rendimentos habitual e efetivamente recebidos: 79,3% e 84,7%, respectivamente.
Rendimento domiciliar per capita é o dobro nos domicílios sem auxílio emergencial
O rendimento médio real domiciliar per capita efetivo do país, em setembro, foi de R$ 1.320, ou seja, 0,7% acima do valor de agosto (R$ 1.311). As regiões Norte e Nordeste apresentaram os menores valores, R$ 918 e R$ 922, respectivamente.
Em setembro, no Brasil, o rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio do governo em função da pandemia (R$ 1.821) era, em média, mais de duas vezes o daqueles onde algum morador recebia o auxílio (R$ 825). Essa proporção se manteve nas cinco grandes regiões.
A proporção de domicílios que recebeu algum auxílio relacionado à pandemia, no Brasil, passou de 43,9% para 43,6% em setembro, com valor médio do benefício em R$ 894 por domicílio. Norte e Nordeste foram novamente as regiões com os maiores percentuais de domicílios recebendo auxílio: 59,8% e 58,8%, respectivamente. Entre os auxílios, estão o Auxílio Emergencial e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
Três estados da região Norte estão entre os cinco com maior percentual de domicílios onde um dos moradores recebe auxílio emergencial: Amapá (68,4%); Maranhão (63,7%); Pará (63,3%); Alagoas (63,1%) e Amazonas (60,9%). Na sequência, estão os demais estados do Nordeste e Norte, todos com mais da metade dos domicílios recebendo auxílio emergencial, exceto Rondônia (49,5%). Os estados das demais regiões estão todos abaixo de 50% e Rio Grande do Sul (29,3%) e Santa Catarina (24,1%) apresentaram as menores proporções.