Trabalho doméstico reduz desocupação, mas reforça informalidade
30/11/2017 09h00 | Atualizado em 30/11/2017 09h10
No trimestre terminado em outubro, houve um aumento de 2,9% no número de trabalhadores domésticos, ou cerca de 177 mil postos de trabalho a mais, frente ao trimestre terminado em julho. Essa foi uma das principais contribuições para a queda na taxa de desocupação, de 12,8% para 12,2% nesses mesmos trimestres, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), divulgada hoje pelo IBGE.
O gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, destacou que a geração de postos de trabalho aconteceu, principalmente, em segmentos com predominância do trabalho informal. De fato, entre as 868 mil pessoas a mais na população ocupada, frente ao trimestre terminado em julho, 326 mil são trabalhadores por conta própria, 254 mil são empregados do setor privado sem carteira e 177 mil são trabalhadores domésticos.
“Quando o trabalho doméstico sobe pela formalização é positivo. No entanto, na conjuntura atual, as pessoas estão buscando trabalho doméstico, na maioria das vezes sem carteira, por falta de espaço na economia formal”, explicou.
Entre os grupamentos de atividade, a recuperação no trimestre terminado em outubro frente ao terminado em julho deveu-se, principalmente, ao grupamento informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (alta de 3,2% ou mais 311 mil postos), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (alta de 1,2% ou mais 208 mil postos) e construção (alta de 2,5% ou mais 169 mil postos). Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o destaque foi o setor de alojamento e alimentação, que gerou quase 500 mil postos de trabalho a mais.
Apesar de ter recuado na comparação trimestral, a taxa de desocupação ficou acima da observada no mesmo trimestre de 2016, quando estava em 12,2%. “Embora os resultados do trimestre mostrem aumento da ocupação e redução na fila da desocupação, os números são desfavoráveis em relação ao ano passado”, concluiu Cimar Azeredo.
Texto: Adriana Saraiva
Arte: Helena Pontes
Fotografia: Pedro Vidal