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IPP

Preços na indústria crescem 2,16% em outubro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Caio Belandi

01/12/2021 09h00 | Atualizado em 29/12/2021 18h28

Refino de petróleo registrou maior alta e a maior influência em outubro - Foto: Tais Peyneau/Agência Petrobras

A inflação do setor industrial aumentou 2,16% em outubro na comparação com setembro, segundo dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje (01) pelo IBGE. Com o resultado, os preços na indústria acumularam crescimento de 26,57% em 2021, o maior índice para outubro desde o início da série histórica, em 2014. Já o acumulado nos últimos 12 meses foi de 28,83%, e vem reduzindo desde junho, quando era de 36,78%.

A alta de outubro é a maior desde abril, quando registrou 2,19%, e marca uma série de mais de dois anos de inflação na indústria. A última variação negativa do IPP foi em agosto de 2019.

A pesquisa mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dentre elas, 22 registraram alta em outubro, destaque para refino de petróleo e produtos de álcool, que apresentou a maior variação (7,14%) e também a maior influência no resultado geral (0,73 ponto percentual dos 2,16%). O setor apresenta resultados positivos desde maio.

“Essa taxa é reflexo da variação do óleo bruto de petróleo, cujo preço vem aumentando no mercado internacional”, explica o gerente da pesquisa, Alexandre Brandão. O acumulado no ano da atividade é de 60,38%, a maior taxa observada para outubro desde o começo da série histórica, iniciada em 2014.

 

A alta na atividade de outros produtos químicos (6,38%, a segunda maior) também exerceu forte influência (0,59 p.p.) no resultado do mês. O resultado está ligado principalmente aos preços internacionais e ao custo de diversas matérias-primas importadas ou não, como, por exemplo, a nafta. Além disso, a demanda da indústria por produtos químicos está aquecida.

“É um setor diretamente afetado pelo refino de petróleo. Então, a alta no refino acaba puxando o resultado de outros produtos químicos”, ressalta Brandão. Outra razão para o aumento deste setor são os preços de adubos ou fertilizantes, cujos produtos nacionais acompanham os preços internacionais, majorados por conta da depreciação cambial, uma vez que o mercado depende em grande parte de importações.

Outros dois setores tiveram altas importantes em outubro: borracha e plástico (3,45%) e outros equipamentos de transporte (3,44%). Já alimentos cresceu 0,75%, exercendo a quarto influencia (0,18 p.p.) no resultado geral do IPP no mês. Chamam a atenção a alta no preço do açúcar VHP e das carnes de bovinos frescas ou refrigeradas. A desvalorização do real frente ao dólar ajuda a explicar o índice.

“No caso da carne, alguns frigoríficos apontaram uma maior demanda, inclusive com a retomada das exportações”, pondera o gerente da pesquisa. “No caso do açúcar, a restrição de oferta pressiona ainda mais os preços”, conclui. Também contribui para a alta no setor os preços do café torrado e moído, pressionados pelo inverno mais rigoroso.

Em 2021, a atividade de alimentos apresentou apenas um mês de queda, em junho (-0,14%,). Por outro lado, outubro é a menor variação positiva do ano até aqui. A atividade acumula 15,68% alta nos preços da indústria.

Mais sobre a pesquisa

O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.

A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Cerca de 6 mil preços são coletados, mensalmente. As tabelas completas do IPP estão disponíveis no Sidra.