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Agricultura

Estimativa de março para safra 2020 cresce 1,5% e mantém recorde

Editoria: Estatísticas Econômicas | Cristiane Crelier

09/04/2020 09h00 | Atualizado em 09/04/2020 09h00

Com alta na demanda e nos preços, safra de arroz tem estimativa elevada em 2,5% - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

A estimativa de março para a safra de grãos de 2020 segue recorde, ficando em 245,2 milhões de toneladas, 1,5% superior à obtida em 2019, a maior já registrada, quando foi de 241,5 milhões de toneladas. No entanto, a previsão para o ano caiu 1,6% em relação à divulgada em fevereiro, uma redução de 3,9 milhões de toneladas. 

Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (9) pelo IBGE. Dentre as alterações mais importantes nessa que é a terceira estimativa do ano, houve redução no volume que era esperado para a soja e aumento para o arroz e o milho. Esses três grãos representam 93,1% da estimativa da produção e respondem por 87,3% da área a ser colhida.

“A estimativa para o milho de segunda safra foi elevada em 1,8% e a do arroz em 2,5% em março [em relação à estimativa divulgada em fevereiro]. Esses produtos, que têm grande consumo interno no país, têm subido de preço em decorrência do aumento da demanda, então aguarda-se também que cresçam os investimentos em tecnologia nessas lavouras”, comenta o gerente do LSPA, Carlos Antônio Barradas.

Quanto ao arroz, a estimativa da produção subiu para 10,6 milhões de toneladas, sendo um resultado 3,6% mais alto que o do ano anterior, apesar dos declínios de 2,5% na área plantada e de 1,6% na área a ser colhida. “O atual rendimento médio, de 6,4 quilos por hectare, é um dos maiores dos últimos anos, sendo 5,3% maior que o de 2019”, ressalta Barradas.

Já o milho teve um decréscimo na primeira safra, mas esta responde por apenas 27,2% da produção, enquanto a segunda safra representa 72,8%. As principais lavouras vêm sofrendo com a falta de chuvas, mas a expectativa para a segunda safra ficou mais otimista em março do que era em fevereiro e se espera alcançar uma produção na ordem de 70,7 milhões de toneladas.

O gerente da pesquisa destaca ainda a queda de 3,6% no volume a ser colhido de soja. “Isso se deve à prolongada estiagem no Rio Grande do Sul, que é o maior produtor nacional de soja e registrou uma retração de 5,9 milhões de toneladas em março. Por conta disso, rendimento médio esperado do grão teve queda de 29,8% na comparação com o mês anterior”, explica Barradas, acrescentando que a produção gaúcha deve ter participação de 11,1% do total no País, o que justifica o forte impacto na produção nacional.

Os efeitos das chuvas irregulares no sul do Brasil também afetaram Santa Catarina, que apresentou uma retração de 3,6% no rendimento médio esperado, impactando em 3,5% na produção estadual em comparação com o ano anterior. Ainda assim, a produção nacional estimada para o ano é superior ao recorde de volume de soja registrado em 2018 que foi de 117,9 milhões de toneladas.