IPCA15
Prévia da inflação fica em -0,14% em agosto, com quedas em habitação, alimentação e transportes
26/08/2025 09h00 | Atualizado em 26/08/2025 09h00

A prévia da inflação caiu 0,14% em agosto, após registrar 0,33% em julho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje (26) pelo IBGE, foi o menor desde setembro de 2022 (-0,37%) e o primeiro negativo desde julho de 2023 (-0,07%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,26% e, em 12 meses, 4,95%, abaixo dos 5,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, o IPCA-15 foi de 0,19%.
A variação e o impacto negativo mais intensos vieram do grupo Habitação (-1,13% e -0,17 p.p.), devido à queda na energia elétrica residencial (-4,93%), subitem que exerceu o impacto mais intenso no índice (-0,20 p.p.). Também registraram quedas em agosto Alimentação e bebidas (-0,53% e -0,12 p.p.) e Transportes (-0,47% e -0,10 p.p.), grupos de maior peso no IPCA-15 juntamente com Habitação.
Além deles, Comunicação registrou queda (-0,17% e -0,01 p.p.), e os demais grupos tiveram variações e impactos positivos ou nulo: Despesas pessoais (1,09% e 0,11 p.p.), Educação (0,78% e 0,05 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,64% e 0,09 p.p.), Vestuário (0,17% e 0,01 p.p.) e Artigos de residência (0,03% e 0,00, p.p.).
Habitação saiu de um aumento de 0,98% em julho para uma queda de 1,13% em agosto. O grupo foi influenciado pela energia elétrica, que recuou 4,93% em agosto, em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, apesar de estar em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos. Em julho, vigorava a bandeira tarifária vermelha patamar 1.
A energia sofreu, ainda, uma série de reajustes tarifários: 4,25% em Belém (-6,47%), a partir de 07 de agosto; 13,97% em uma das concessionárias em São Paulo (-0,88%), vigente desde 04 de julho; 1,97% em Curitiba (-6,19%), em vigor desde 24 de junho; 14,19% em uma das concessionárias em Porto Alegre (-8,38%), vigente desde 19 de junho; e redução de 2,16% em uma das concessionárias do Rio de Janeiro (-6,49%) a partir de 17 de junho.
Também em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,29%) contemplou o reajuste de 4,97%, em Salvador (4,64%), vigente desde 18 de julho. O gás encanado (0,17%) teve reajuste de 6,41% nas tarifas em Curitiba (2,99%) a partir de 1º de agosto e a redução de 1,22% no Rio de Janeiro (-0,57%) desde 1º de agosto.
O grupo Alimentação e bebidas (-0,53%) mostrou resultado negativo pelo terceiro mês consecutivo, intensificando a queda em relação aos meses de julho (-0,06%) e junho (-0,02%). A alimentação no domicílio recuou 1,02% em agosto, com destaque para as quedas da manga (-20,99%), da batata-inglesa (-18,77%), da cebola (-13,83%), do tomate (-7,71%), do arroz (-3,12%) e das carnes (-0,94%). Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,71% em agosto, em virtude das altas no lanche (1,44%), segundo maior impacto positivo no índice (0,03 p.p.), e na refeição (0,40%).
Transportes saiu de 0,67% em julho para -0,47% em agosto. O resultado foi impulsionado pelas quedas nas passagens aéreas (-2,59%.), no automóvel novo (-1,32%) e na gasolina (-1,14%). No grupamento dos combustíveis (-1,18%), também recuaram o óleo diesel (-0,20%), o gás veicular (-0,25%) e o etanol (-1,98%).
Além disso, refletiram-se no resultado a gratuidade concedida aos domingos e feriados no metrô (0,19%) em Brasília (2,80%), e no ônibus urbano (0,49%), em Brasília (2,80%) e Belém (6,68%), além da redução de tarifa aos domingos e feriados em Curitiba (2,94%). Adicionalmente, o táxi (0,63%) incorpora o reajuste médio de 24,53% nas tarifas em Belém (2,46%), a partir de 12 de agosto, e de 12,37% nas tarifas em São Paulo (1,65%), a partir de 11 de agosto.
Pelo lado das altas, o grupo Despesas pessoais acelerou de 0,25% em julho para 1,09% em agosto. Destaca-se o reajuste, vigente desde 09 de julho, nos jogos de azar (11,45%), subitem de maior impacto positivo em agosto (0,05p.p.).
Em Saúde e cuidados pessoais, o índice saiu de 0,21% para 0,64% entre julho e agosto. As maiores contribuições vieram dos itens de higiene pessoal (1,07% e 0,04 p.p.) e do plano de saúde (0,51% e 0,02 p.p.), que reflete a incorporação dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Já o grupo Educação variou 0,78% em agosto com a incorporação de reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,24%) e ensino fundamental (0,68%). A alta dos cursos diversos (0,93%) foi influenciada pelos cursos de idiomas (1,85%).
Regionalmente, São Paulo (0,13%) foi a única área com variação positiva, por conta das altas dos cursos regulares (1,14%) e da higiene pessoal (1,33%). Já o menor resultado ocorreu em Belém (-0,61%), influenciada pela queda nos preços da energia elétrica (-6,47%) e da gasolina (-2,75%).
Mais sobre a pesquisa
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de julho a 14 de agosto (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de junho a 15 de julho (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Veja os resultados completos no Sidra. A próxima divulgação do IPCA-15, referente a setembro, e do IPCA-E, referente ao 3º trimestre, será no dia 25 de setembro.