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PNAD Contínua

Indicadores educacionais avançam em 2024, mas atraso escolar aumenta

Editoria: Estatísticas Sociais | Luiz Bello

13/06/2025 10h00 | Atualizado em 13/06/2025 17h10

  • Destaques

  • Em 2024, o Brasil tinha 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, correspondendo a uma taxa de analfabetismo de 5,3%, a menor da série histórica iniciada em 2016. Essa taxa recuou de 6,7%, em 2016, para 5,4%, em 2023 e para 5,3%, em 2024.
  • A proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória no país (pelo menos o ensino médio) chegou a 56,0% em 2024, maior percentual da série iniciada em 2016 (46,2%). A proporção de pessoas com nível superior completo subiu de 19,7% para 20,5%, no mesmo período, seu nível mais alto da série histórica.
  • Em 2024, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade no Brasil chegou a 10,1 anos, a mais alta da série. Em 2023, essa média era de 9,9 anos e, em 2016, de 9,1 anos.
  • A escolaridade média das mulheres (10,3 anos) continua superior à dos homens (9,9 anos). As pessoas brancas alcançaram 11,0 anos de estudo e as pessoas pretas ou pardas, 9,4 anos.
  • Entre as crianças de 6 a 14 anos de idade, 99,5% estão na escola, praticamente a mesma taxa de 2016 (99,2%) e já na universalização. No entanto, entre os jovens de 15 a 17 anos, a taxa foi de 93,4%, abaixo do previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
  • Em 2024, 94,5% das crianças de 6 a 14 anos cursavam o ensino fundamental, etapa escolar ideal para essa faixa etária. Foi a menor taxa da série histórica, com leve retrocesso frente a 2023 (94,6%) e novamente abaixo da meta (95,0%) prevista no Plano Nacional de Educação (PNE).
  • Entre os jovens de 14 a 29 anos do país, 8,7 milhões não haviam completado o ensino médio em 2024, por terem abandonado a escola sem concluir essa etapa ou por nunca a terem frequentado. Em 2023, esse contingente era de 9,3 milhões e em 2019, chegava a 11,4 milhões.
  • Em 2024, entre as pessoas com 15 a 29 anos de idade no país, 18,5% não estavam ocupadas, nem estudavam ou se qualificavam. Em 2023, esse percentual era 19,8% e, em 2019, de 22,4%.
  • Em 2024, entre todas pessoas do país que pelo menos frequentaram um curso de nível superior (completando ou não), 72,6% tinham cursado o nível médio exclusivamente na rede pública, e entre aqueles que pelo menos frequentaram especialização, mestrado ou doutorado, 59,3% haviam cursado o nível médio inteiramente em escolas públicas.
Necessidade de trabalhar, gravidez e falta de interesse pelo estudo são os três motivos que mais afastam as mulheres jovens da escola - Foto: Alba Rosa/AEN

Em 2024, o Brasil tinha 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, correspondendo a uma taxa de analfabetismo de 5,3%, a menor da série histórica iniciada em 2016. Essa taxa caiu de 6,7%, em 2016, para 5,3%, em 2024. Houve redução de 0,1 p.p. frente à taxa de 2023 (5,4%), o equivalente a menos 197 mil pessoas analfabetas no país, no período. São informações do módulo anual da PNAD Contínua sobre Educação, divulgado hoje pelo IBGE.

O Nordeste concentrava 55,6% (ou 5,1 milhões) das pessoas analfabetas do país e o Sudeste vinha a seguir, com 22,5% (ou 2,1 milhões de pessoas).

Em 2024, havia 5,1 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais no país, o que corresponde a uma taxa de 14,9% para esse grupo etário. Entre os grupos mais jovens, os percentuais diminuem progressivamente: 9,1% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,3% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,3% na população com 15 anos ou mais.

Para William Kratochwill, analista do IBGE, “esses dados indicam que o analfabetismo segue fortemente associado à idade. As novas gerações estão tendo maior acesso à escolarização e sendo alfabetizadas na infância. A diferença de quase 10 p.p. entre as taxas de analfabetismo dos mais jovens e dos idosos evidencia esse caráter etário e reforça a importância de políticas específicas para alfabetização de adultos”.

Em 2024, a taxa de analfabetismo entre mulheres de 15 anos ou mais de idade foi 5,0%, enquanto a dos homens foi 5,6%. A redução em relação a 2023 foi de 0,2 p.p. para as mulheres. Para William, “a convergência das taxas por sexo, especialmente entre os mais velhos, sugere avanços na escolarização feminina nas gerações mais recentes, embora o legado de desigualdade educacional do passado ainda esteja permaneça”.

Em 2024, 3,1% das pessoas de cor branca com 15 anos ou mais de idade eram analfabetas, enquanto entre pessoas pretas ou pardas do mesmo grupo de idade, a taxa foi de 6,9%. A diferença se acentua entre os idosos: na faixa de 60 anos ou mais, 8,1% das pessoas brancas eram analfabetas, contra 21,8% entre as pretas ou pardas. O analista do IBGE observa que, “em relação a 2023, houve uma queda de 0,9 p.p. entre as pessoas pretas ou pardas com 60 anos ou mais de idade, um avanço que não reduziu significativamente o hiato histórico entre os grupos”.

Educação básica obrigatória já chega a 56,0% das pessoas com 25 anos ou mais

No Brasil, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória – ou seja, concluíram o ensino médio ou níveis mais altos – alcançou 56,0% em 2024, o maior percentual da série histórica, iniciada em 2016 (46,2%).

Em 2024, 57,8% das mulheres com 25 anos ou mais de idade haviam completado, ao menos, a educação básica obrigatória, contra 54,0% dos homens. Em relação a 2023, houve crescimento em ambos os sexos, indicando uma tendência positiva no acesso à escolarização.

Entre as pessoas de cor branca, 63,4% haviam concluído o ciclo básico educacional, contra 50,0% das pessoas de cor preta ou parda, resultando em uma diferença de 13,4 p.p. entre esses grupos em 2024. William lembra que “essa diferença praticamente não se alterou desde 2023, quando era de 13,5 p.p., refletindo as persistentes desigualdades no acesso à educação”.

20,5% das pessoas com 25 anos ou mais do país têm nível superior completo

O percentual de pessoas com o ensino médio completo passou de 30,6%, em 2023, para 31,3%, em 2024. E a proporção de pessoas com nível superior completo passou de 19,7% para 20,5%, no mesmo período. Esses dois indicadores também estão no nível mais alto da série, iniciada em 2016.

No outro extremo, 5,5% das pessoas com 25 anos ou mais eram sem instrução, 26,2% possuíam o ensino fundamental incompleto, 7,4%, o ensino fundamental completo e 4,9%, o ensino médio incompleto. Esses quatro grupos com nível de escolaridade até fundamental completo vêm diminuindo desde 2016, atingindo os menores percentuais da série histórica em 2024.

Média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais chega aos 10,2 anos

Em 2024, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade no Brasil foi de 10,1 anos, acima dos 9,9 anos observados em 2023. Em 2016 essa média era de 9,1 anos.

As mulheres continuam com maior escolaridade média (10,3 anos) em comparação aos homens (9,9 anos). Quanto à cor ou raça, a diferença segue expressiva: pessoas brancas alcançaram 11,0 anos de estudo, enquanto pessoas pretas ou pardas atingiram 9,4 anos.

93,4% dos jovens de 15 a 17 anos estão na escola, taxa inferior à preconizada pela LDB

Em 2024, 10,4 milhões de crianças de 0 a 5 anos de idade cursavam escola ou creche, em todo o país. A taxa de escolarização entre as crianças de 0 a 3 anos alcançou 39,8%, (ou 4,4 milhões de crianças), mantendo tendência de crescimento: 1,1 p.p. em relação a 2023 e de 9,5 p.p. em relação a 2016. Entre as crianças de 4 a 5 anos, a taxa de escolarização foi de 93,4%, com ligeira alta ante 2023 (92,9%), consolidando a ampla cobertura nessa etapa da educação infantil.

Na faixa etária de 6 a 14 anos de idade, a escolarização atingiu 99,5% (ou 26,2 milhões de crianças), mantendo-se praticamente estável desde 2016 (99,2%) e evidenciando a virtual universalização do acesso à escola nessa faixa. Entre os jovens de 15 a 17 anos, a taxa foi de 93,4%, ainda abaixo do previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Nos grupos de 18 a 24 anos e 25 anos ou mais, os percentuais de escolarização foram de 31,2% e 5,1%, respectivamente.

Para William, “a estabilidade da escolarização nas faixas etárias mais jovens e o seu aumento entre crianças de 0 a 3 anos indicam avanços consistentes no acesso à educação infantil. Mas o fato de a taxa entre jovens de 15 a 17 anos ainda não alcançar a universalização reforça a necessidade de políticas de combate à evasão no ensino médio”.

Norte e Nordeste têm maior carência de creches

Em 2024, no Brasil, 63,6% das crianças de 0 a 1 ano e 53,3% das crianças de 2 a 3 anos que não frequentavam creche estavam fora da escola por opção dos pais ou responsáveis.

O segundo motivo mais citado foi a falta de escola/creche na localidade, a falta de vagas ou a não aceitação da matrícula por causa da idade da criança. Entre as crianças de 0 a 1 ano, 30,1% dos responsáveis apontaram esse fator; entre as de 2 a 3 anos, o percentual foi de 39,0%.

Norte e Nordeste se destacaram como as regiões mais afetadas por esse tipo de barreira: no Norte, 35,6% dos bebês e 46,8% das crianças de 2 a 3 anos estavam fora da creche por esse motivo; no Nordeste, os percentuais foram 38,5% e 42,2%, respectivamente. Para o analista do IBGE, “isso demonstra o maior desequilíbrio entre oferta e demanda por escola/creche ou disponibilidade de vagas na educação infantil nessas regiões”.

País segue abaixo das metas do PNE para redução do atraso escolar

Em 2024, 94,5% das crianças de 6 a 14 anos frequentavam o ensino fundamental, que é a etapa escolar idealmente estabelecida para essa faixa etária. Esse leve retrocesso em relação a 2023 (94,6%) é o menor valor da série iniciada em 2016 e permanece abaixo da meta de 95,0% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE).

Já no grupo de 15 a 17 anos de idade, 76,7% frequentavam ou concluíram o ensino médio (etapa adequada para esse grupo etário) em 2024, uma alta de 1,7 p.p. ante 2023. Apesar do avanço, o indicador permanece 8,3 p.p. abaixo da meta de 85% prevista no PNE até 2024.

Em 2024, a taxa de escolarização das pessoas de 18 a 24 anos foi de 31,2%, uma leve alta ante 2023 (30,5%). No entanto, apenas 27,1% desses jovens estavam cursando a etapa adequada para a idade (ensino superior). Os demais 4,1% apresentavam atraso escolar. A proporção de jovens que não frequentavam a escola e não haviam concluído a etapa esperada atingiu 64,6%, enquanto apenas 4,2% não frequentavam por já terem concluído o ensino superior.

Atraso escolar é maior entre pretos e pardos

No grupo dos 18 a 24 anos de idade, 37,6% das pessoas brancas estavam estudando e 37,4% estavam na etapa ideal. Entre as pessoas pretas ou pardas nessa faixa etária, a taxa de escolarização foi de 27,1%, com 20,6% na etapa ideal.

A proporção de jovens pretos ou pardos que não frequentavam e não haviam concluído a etapa ideal foi de 70,0%, enquanto entre os brancos foi de 56,2%, diferença de quase 14 p.p., o que evidencia desequilíbrio nessa categoria. Além disso, 6,2% dos brancos já haviam concluído a graduação, contra apenas 2,9% dos pretos ou pardos.

A meta 12 do PNE prevê elevar a taxa de frequência escolar líquida no ensino superior para 33% até 2024, mas o percentual alcançado pelo país foi 27,1%. O analista do IBGE observa que “a meta 12 foi superada apenas pelas pessoas brancas. Entre pretos ou pardos, os números permanecem muito abaixo do esperado. Os desafios do país envolvem reduzir as desigualdades de acesso ao ensino superior, enfrentar o atraso escolar e garantir a permanência dos jovens na escola”.

8,7 milhões de jovens abandonaram ou nunca frequentaram a escola

Entre os jovens de 14 a 29 anos do país, 8,7 milhões não haviam completado o ensino médio em 2024, por terem abandonado a escola sem concluir essa etapa ou por nunca a terem frequentado. Desses jovens, 59,1% eram homens e 40,9% eram mulheres, 26,5% eram brancos e 72,5% eram pretos ou pardos. Em 2023, esse contingente era de 9,3 milhões e em 2019, chegava a 11,4 milhões.

Ainda nesse grupo etário, os maiores percentuais de abandono ocorreram a partir dos 16 anos: com 16,5% nessa idade, 19,9% aos 17 anos e 20,7% aos 18 anos. Ainda assim, o abandono escolar precoce continua presente nas idades correspondentes ao ensino fundamental: 6,5% haviam deixado a escola até os 13 anos e 6,8% aos 14 anos.

O abandono precoce até os 13 anos de idade foi mais elevado no Nordeste (7,8%) e no Norte (6,1%), mas o Sul (5,9%) também apresentou percentuais relevantes.

O percentual de abandono antes dos 14 anos (13,3% no total) indica saídas durante o ensino fundamental, etapa que deveria estar universalizada. Mas o grande marco da transição escolar continua sendo a idade de 15 anos, quando o percentual de abandono escolar alcança 12,6%, quase o dobro da taxa aos 14 anos (6,8%). William ressalta que “isso pode estar ligado à percepção de utilidade do ensino médio ou, ainda, à necessidade de entrada precoce no mercado de trabalho”.

Trabalho, falta de interesse e gravidez afastam os jovens da escola

Em 2024, o principal motivo para os jovens de 14 a 29 anos abandonarem a escola ou nunca a terem frequentado foi a necessidade de trabalhar, mencionado por 42,0% dos entrevistados. O segundo motivo mais citado foi não ter interesse em estudar (25,1%).

Entre os homens de 14 a 29 anos de idade que abandonaram ou nunca frequentaram a escola, o principal motivo declarado foi a necessidade de trabalhar (53,6%). Em seguida, aparecem não ter interesse em estudar (26,9%) e problemas de saúde permanente (4,2%).

Entre as mulheres, o motivo mais citado foi a necessidade de trabalhar (25,1%). Em seguida, vinham a gravidez (23,4%) e a falta de interesse (22,5%). Além disso, 9,0% delas indicaram a realização de afazeres domésticos ou cuidados com outras pessoas. Entre os homens, apenas 0,8% apontaram essa justificativa para o abandono escolar. Para o analista do IBGE, “esses resultados evidenciam que, além da condição econômica, as responsabilidades reprodutivas e domésticas ainda estão entre os principais entraves para a permanência das mulheres jovens na escola. Para os homens, a atribuição do trabalho remunerado é o fator marcante para o abandono escolar”.

18,5% dos jovens de 15 a 29 anos do país não trabalham nem estudam ou se qualificam

Em 2024, entre as 48,0 milhões de pessoas de 15 a 29 anos de idade no país, 18,5% não estavam ocupadas, não estudavam e nem se qualificavam. Em 2023, esse percentual era 19,8% e, em 2019, chegava a 22,4%. Já as proporções de jovens nesse grupo etário que estavam ocupados e não estudavam ou se qualificavam seguiram o rumo oposto: foram de 37,3% em 2019 para 39,4% em 2023, chegando a 39,9% em 2024.

Entre as mulheres, 24,7% não estavam ocupadas, nem estudando ou se qualificando e, entre os homens, esse percentual foi de 12,5%. Com relação à cor ou raça, o percentual de pessoas pretas ou pardas que não estudavam, não se qualificavam e não estavam ocupadas (21,1%) foi consideravelmente superior ao de pessoas brancas na mesma condição (14,4%).

A proporção de pessoas que não estavam ocupadas, nem estudando ou se qualificando varia bastante com a idade: era de apenas 4,0% no grupo de 15 a17 anos, subia para 22,4% no grupo dos 18 a 24 anos e recuava para 21,0% no grupo dos 25 a 29 anos.

Entre 2019 e 2024, número de pessoas frequentando o ensino médio técnico cresceu 28,8%

Em 2024, entre os 9,0 milhões de estudantes do ensino médio no país, 9,2% frequentavam curso técnico de nível médio ou curso normal (magistério) contra os 7,0% verificado no ano de 2019. O número de pessoas que frequentavam o ensino médio técnico chegou a 832 mil pessoas, 28,8% a mais que em 2019, quando 646 mil pessoas frequentavam esse tipo de curso.

De 2019 para 2024, o aumento do percentual de pessoas que frequentavam curso técnico de nível médio ou curso normal (magistério) foi maior entre as mulheres (2,4 p.p.), passando de 7,0% para 9,4%. Em valores absolutos, o crescimento foi de 31,9%. Para o sexo masculino, houve aumento de 25,6%, registrando 402 mil homens em 2024. A participação desse tipo de curso entre os homens cresceu 2,0 p.p., indo de 7,0% em 2023 para 9,0% em 2024.

De 2023 a 2024, frequência à qualificação profissional cresce 8,8%

Em 2024, o número de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estudaram até o ensino fundamental (regular ou EJA) e aquelas que frequentaram no máximo o ensino médio ou curso equivalente sem o completar foi de 71,5 milhões, 2,3% a menos que em 2023 (73,2 milhões). Apesar dessa redução, o contingente que frequentava um curso de qualificação profissional aumentou 8,8% de 2023 para 2024, chegando 569 mil alunos.

Em 2024, a categoria outra instituição particular que, historicamente, é o principal local da realização dos cursos de qualificação profissional, foi escolhido por 47,4% dos estudantes. Instituição dos Serviços Nacionais de Aprendizagem responderam por 21,4%, enquanto 18,5% dos alunos realizaram o curso em instituição pública, e 12,8%, no empreendimento em que trabalhava.

72,6% dos que já haviam frequentado o nível superior cursaram o nível médio na rede pública

A PNAD também mostrou que, em 2024, entre todas as pessoas do país que já haviam pelo menos frequentado o nível superior, 72,6% (quase três em cada quatro) tinham cursado o nível médio exclusivamente na rede pública.

Da mesma forma, entre todas as pessoas do país que já haviam pelo menos frequentado um curso de especialização, mestrado ou doutorado, 59,3% haviam cursado o nível médio inteiramente em escolas públicas.

Para o analista do IBGE, “esses resultados indicam a capacidade da rede pública em formar capital humano para avançar a níveis de ensino mais elevados, como a graduação e a pós-graduação. Embora exames internacionais evidenciem a necessidade de melhoras no ensino público, esse resultado é um sinal claro de que os alunos da rede pública têm chances reais de acesso à educação de nível superior”.

Mais sobre a pesquisa

Além das informações conjunturais sobre o mercado de trabalho, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua investiga, anualmente, temas estruturais relevantes para a compreensão da realidade brasileira. No módulo sobre Educação, esta pesquisa analisa o analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, o nível de instrução e número médio de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais, a taxa de escolarização e as taxas ajustadas de frequência escolar líquida, além da condição de estudo e situação na ocupação das pessoas com 15 a 29 anos de idade, entre outros indicadores.

A partir do segundo trimestre de 2020, ano inicial da pandemia de COVID-19, o IBGE alterou a forma de coleta dos dados da PNAD Contínua, passando a realizar as entrevistas, antes presenciais, exclusivamente por telefone, até o final do segundo trimestre de 2021. Essa modalidade de obtenção dos dados gerou impactos na coleta e, consequentemente, uma redução considerável na taxa de aproveitamento da amostra, em 2020 e 2021. Devido à ausência de tais informações, a série histórica da pesquisa abrange o período de 2016 a 2019 e os anos de 2022 a 2024.