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PNAD Contínua Mensal

No trimestre encerrado em novembro, desocupação cai para 5,2%, a menor taxa desde 2012

Editoria: Estatísticas Sociais | Luiz Bello

30/12/2025 09h00 | Atualizado em 30/12/2025 10h20

Número de trabalhadores do país bateu novo recorde, chegando a 103,2 milhões - Foto: Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

A PNAD Contínua para o trimestre encerrado em novembro de 2025 registrou a menor taxa de desocupação desde 2012, o início da pesquisa: 5,2% da força de trabalho do país. Este indicador vem mostrando, sucessivamente, as menores taxas da série histórica, desde o trimestre encerrado em junho de 2025.

No trimestre encerrado em novembro, a PNAD Contínua encontrou 5,644 milhões de pessoas em busca de trabalho, o menor número de desocupados já registrado pela pesquisa. Ao longo da série histórica, o maior contingente de desocupados ocorreu no trimestre encerrado em março de 2021, auge da pandemia de COVID-19, quando esse indicador chegou a 14,979 milhões de pessoas.

A menor desocupação da série histórica foi acompanhada por um novo recorde no número de pessoas ocupadas no país: 103,0 milhões. Com isso, o nível de ocupação, isto é, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando, chegou ao maior percentual da série histórica da PNAD Contínua: 59,0%.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, “a manutenção do contingente de trabalhadores em elevado patamar ao longo de 2025 tem assegurado a redução da pressão por busca de trabalho, reduzindo consideravelmente a taxa de desocupação”.

Taxa de subutilização cai para 13,5%, a menor da série

As medidas de subutilização da força de trabalho também mostraram um quadro positivo. A taxa composta de subutilização caiu para 13,5%, a mais baixa da série, recuando nas duas comparações: -0,6 p.p. frente ao trimestre anterior (14,1%) e -1,7 p.p. ante o mesmo trimestre de 2024 (15,3%).

A população subutilizada chegou a 15,4 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014 (15,3 milhões), recuando nas duas comparações: -3,9% (menos 627 mil) no trimestre e -11,9% (menos 2,1 milhões) no ano.

Administração pública puxa a alta da ocupação no trimestre

Frente ao trimestre móvel anterior, o único grupamento de atividade com aumento significativo de pessoas ocupadas foi o de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com uma alta de 2,6%, ou 492 mil pessoas ocupadas a mais. Os outros nove grupamentos ficaram estáveis.

Na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2024, a ocupação cresceu em dois grupamentos: Transporte, armazenagem e correio (3,9%, ou mais 222 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5,6%, ou mais 1,0 milhão de pessoas). No grupamento de Serviços domésticos, a ocupação recuou 6,0%, o equivalente a menos 357 mil trabalhadores. Os grupamentos restantes mostraram estabilidade.

“As ocupações associadas às atividades de serviços de Educação e Saúde foram as que mais contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre”, observa Adriana.

Taxa de informalidade foi de 37,7% no trimestre

A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 37,7% da população ocupada (ou 38,8 milhões de trabalhadores informais). Essa taxa ficou abaixo dos 38,0 % (ou 38,9 milhões) observados no trimestre encerrado em agosto e também foi menor que os 38,8 % (ou 39,5 milhões) atingidos no trimestre encerrado em novembro de 2024.

A variação negativa na informalidade foi influenciada pelo novo recorde no número de trabalhadores com carteira assinada, que chegou a 39,4 milhões, com estabilidade na comparação trimestral e alta de 2,6% (ou mais 1,0 milhão de trabalhadores com carteira) no ano. O número de empregados no setor público (13,1 milhões) também foi recorde, com alta de 1,9% (mais 250 mil pessoas) no trimestre e de 3,8% (mais 484 mil pessoas) no ano.

Já o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 13,6 milhões, mostrando estabilidade no trimestre e caindo 3,4% (menos 486 mil pessoas) no ano. Por outro lado, o número de trabalhadores por conta própria chegou a 26,0 milhões, novo recorde da série histórica. Na comparação trimestral, esse contingente ficou estável, mas cresceu 2,9% (ou mais 734 mil pessoas) no ano.

Massa de rendimentos cresce quase R$ 20 bilhões em um ano

O rendimento médio real habitual da população ocupada do país chegou a um novo recorde: R$ 3.574, crescendo 1,8% no trimestre e 4,5% em relação ao mesmo trimestre móvel de 2024, já descontados os efeitos da inflação.

No trimestre, o rendimento recorde foi puxado pela alta de 5,4% no rendimento médio dos trabalhadores em Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas. Já na comparação anual, houve ganhos em cinco atividades: Agricultura e pecuária (7,3%), Construção (6,7%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras (6,3%), Administração pública (4,2%) e Serviços domésticos (5,5%).

Com os recordes do rendimento médio e do número de trabalhadores, a massa de rendimento real habitual também atingiu novo recorde: R$ 363,7 bilhões, com altas de 2,5% (mais R$ 9,0 bilhões) no trimestre e de 5,8% (mais R$ 19,9 bilhões) no ano.

Adriana Beringuy explica que, “os ganhos quantitativos no mercado de trabalho, por meio dos recordes de população ocupada, têm sido acompanhados por elevação do rendimento médio real recebido por essa população ocupada crescente. A combinação de expansão do trabalho e da renda impulsionam a massa de rendimento do trabalho na economia”.

Mais sobre a pesquisa

A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil. Sua amostra abrange 211 mil domicílios, espalhados por 3.500 municípios, que são visitados a cada trimestre. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham nesta pesquisa, integrados às mais de 500 agências do IBGE em todo o país.

Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial.

É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.

Consulte os dados da PNAD no Sidra. A próxima divulgação da PNAD Contínua Mensal, referente ao trimestre encerrado em novembro, será em 31 de janeiro de 2026.