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Sensoriamento Remoto

IBGE organiza Workshop sobre Guia Prático da ONU de Sensoriamento Remoto para Estatísticas Agrícolas

Editoria: IBGE | Esther Gama

05/06/2025 11h37 | Atualizado em 05/06/2025 11h42

O encontro visa desenvolver um Manual para orientar especialistas em Sensoriamento Remoto - Foto: IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio de sua Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) organiza, entre os dias 2 a 6 de junho, o workshop sobre o Guia Prático de Sensoriamento Remoto da Organização das Nações Unidas (ONU) para Estatísticas Agrícolas. O evento, realizado de forma híbrida, é promovido pelo Hub Regional das Nações Unidas para Big Data no Brasil e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e reúne membros do Grupo de Trabalho sobre Observação da Terra, que faz parte do Comitê de Especialistas da ONU sobre Big Data e Ciência de Dados para Estatísticas Oficiais (UN-CEBD), com objetivo de discutirem sobre a elaboração do Manual da ONU de Sensoriamento Remoto.

Participam do Encontro Maria Luíza Toledo, Professora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) e Coordenadora do Hub Regional, organizador do encontro; Ian Nunes, representante da Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (Coagro) do IBGE e da FAO; Claudio Stenner, representante do IBGE e do Comitê de Especialistas das Nações Unidas sobre Gestão de Informações Geoespaciais Globais (UN-GGIM, na sigla em inglês); Gilberto Câmara, consultor da ONU, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Divisão Estatística das Nações Unidas (UNSD, na sigla em inglês); Eduardo Vazquez, do Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México (INEGI); Estefania de los Angeles Pizarro Arias, do Instituto Nacional de Estatística do Chile (INE Chile); Lorenzo DeSimone, coordenador do Grupo de Trabalho da FAO.

Também estão presentes nas discussões Sven Gilliams, do Grupo de Observação da Terra - Monitoramento Agrícola Global (GEOGLAM, na sigla em inglês); Prof. Zhi GAO, da Universidade de Wuhan, na China; Zoltan Szantoi, da Agência Espacial Europeia; Kristof Van Tricht, da equipe de Aplicações Agrícolas de Sensoriamento Remoto da VITO; Sean Lovell, da UNSD; Sophie Bontemps e Pierre Defourny, ambos da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica.

O encontro é realizado pelo Grupo de Trabalho de Observação da Terra, que está situado no Comitê de Especialistas em Big Data e Ciência de Dados da ONU, organizado pelo Hub Regional da ONU para BIG Data no Brasil, que é sediado na ENCE.

A organizadora do Encontro e Professora da ENCE, Maria Luíza Toledo, explicou que uma das atividades do Hub Regional é apoiar os Grupos de Trabalho da UN-CEBD, e o Hub conta com parcerias e atuação em todos os Grupos. Ela também pontuou que a parceria com este Grupo de Observação da Terra começou com um workshop remoto, oferecido para a América Latina e Caribe, em abril. “Esse evento presencial é a segunda parte do workshop que é dividido em três partes. Nessa reunião presencial, eles irão trabalhar na escrita de um guia prático para os Institutos de Estatísticas sobre o uso de Sensoriamento Remoto para o cálculo de estatísticas agrícolas. Como Hub Regional, nós queremos ampliar esse trabalho para o IBGE e para os outros Institutos de Estatísticas da região. É uma honra muito grande recebê-los aqui”.

O objetivo principal do workshop é elaborar um Guia Prático da ONU sobre Sensoriamento Remoto para Estatísticas Agrícolas para apoiar os Institutos Nacionais de Estatística no uso de dados de Observação da Terra (OE) para monitoramento e análise agrícola. Entre as atividades previstas para o workshop estão: participar de sessões intensivas de escrita dedicadas ao desenvolvimento do Manual; ministrar dois webinars para a comunidade da América Latina e Caribe; além de apresentar palestra para o IBGE.

Os participantes do workshop também discutem temas como: Observação da Terra e IA Supervisionada para Mapeamento de Cultivos; Infraestrutura de OE para Mapeamento de Cultivos; Classificação Supervisionada para Mapeamento de Tipos de Cultivos; Definição da Fronteira Agrícola com OE no México; Detecção de Limites de Campo Baseada em IA; entre outros tópicos.

“Como integrantes do Grupo de Trabalho de observação da terra, tivemos a oportunidade de apresentar o trabalho desenvolvido nos últimos meses na COAGRO. Os resultados obtidos chamaram a atenção e nos levaram a receber um convite para contribuir na escrita de um livro que será publicado com o objetivo de trazer casos reais e soluções viáveis. O Guia busca oferecer exemplos e alternativas para países que ainda não adotam tecnologias de sensoriamento remoto e observação da terra, permitindo que experimentem essas ferramentas e identifiquem rapidamente os benefícios de sua implementação no dia a dia”, pontuou Ian Nunes, representante da COAGRO.

Ele ainda destacou a relevância desse trabalho, explicando que será fundamental tanto no Censo Agropecuário de 2026, quanto para o futuro das estatísticas agropecuárias oficiais. A iniciativa permitirá que os informantes georreferenciem as atividades agrícolas realizadas durante o período de referência. Além disso, em situações de desastre natural, será possível medir com precisão os impactos sofridos, e, no âmbito administrativo, contribuirá para a caracterização detalhada dos estabelecimentos agropecuários em todo o Brasil.

Especialistas de vários países discutem sobre Big Data de observação da Terra para elaboração de documento para os Institutos de Estatísticas Nacionais - Foto: IBGE

Gilberto Câmara, consultor da ONU e do INPE, reiterou que esse evento é parte do processo de construção do Manual das Nações Unidas sobre Sensoriamento Remoto e estatísticas agrícolas. “O IBGE tem um papel importante, é o coordenador do Hub, e, particularmente neste caso, na área de Big Data, que são grandes dados gerais, nós estamos falando de imagem de satélite. Esse encontro mostra o papel do IBGE sendo centro de referência internacional na área de Big Data para produções agrícolas. O fato de termos especialistas de vários países mostra que o IBGE atrai pontos de referência nacional e internacional nessa área de grandes volumes de dados”.

O coordenador do Grupo de Trabalho da FAO, Lorenzo DeSimone, pontuou que a reunião é importante por reunir a comunidade estatística e geoespacial para discutir o uso de Big Data referente à observação da Terra. “Os dados geoespaciais avançaram bastante, estão mais disponíveis e adquiridos por satélite com mais frequência e granularidade, resultando em maior resolução espacial. Por outro lado, os institutos de estatística começaram a experimentar algoritmos específicos para integrar dados de observação da Terra e tornar o trabalho mais eficiente. Graças a essa iniciativa, podemos discutir uma série de casos em todo o mundo, e estamos nos preparando para apresentá-los em um novo manual eletrônico, que será vinculado aos algoritmos e dados reais. Esperamos que isso possa criar um efeito positivo para que outros institutos nacionais possam aproveitar os dados de observação da Terra e se atualizarem, sem precisar repetir os mesmos erros, este é o verdadeiro valor agregado deste evento”.

Webinários sobre a produção de indicadores de mudança climática

O Hub Regional da ONU para Big Data no Brasil promove, nos dias 5 e 6 de junho, webinários sobre a produção de indicadores de mudança climática, que abordarão o uso de Observação da Terra e Inteligência Artificial nas estatísticas agrícolas, com especialistas do Grupo de Trabalho da UN-CEBD em Observação da Terra. Todas as informações estão disponíveis aqui.

Lançado em novembro de 2021 na XI Conferência Estatística das Américas, realizada pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), o Hub Regional da ONU para Big Data no Brasil é resultado de uma parceria entre o IBGE e a Divisão de Estatísticas da ONU.

O projeto tem como objetivo contribuir para o avanço no uso de big data para melhorar a produção de estatísticas oficiais, promovendo o compartilhamento de conhecimento e o desenvolvimento de iniciativas inovadoras na América Latina e Caribe.