Rede Maregráfica
Estudo traz dados do monitoramento do nível do mar por estações do IBGE
16/12/2021 10h00 | Atualizado em 28/01/2022 14h55
Destaques
- Publicação traz dados do monitoramento do nível do mar no período de julho de 2001 a dezembro de 2020.
- Informações são úteis para portos e vias navegáveis, infraestrutura de regiões litorâneas e estudos sobre impactos da elevação global do nível do mar.
- A Rede Maregráfica conta hoje com seis estações ativas, com modernos equipamentos de coleta, instaladas em pontos estratégicos da costa brasileira.
- Estudo é voltado para estudantes e profissionais da área.
O IBGE disponibiliza hoje (16) uma publicação com os resultados do monitoramento da variação do nível médio do mar nas estações da Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG), obtidos no período de julho de 2001 a dezembro de 2020. O estudo é voltado a estudantes e profissionais da educação, engenharia, gerenciamento costeiro, gestão pública e estudos científicos.
Formada por um conjunto de estações maregráficas, instaladas e operadas pelo IBGE, a RMPG monitora a relação entre o datum vertical, superfície de referência oficial formada pelo nível médio dos mares, e outros níveis de referência maregráficos utilizados na cartografia náutica e na engenharia costeira. Esses dados subsidiam estudos sobre a modernização das altitudes brasileiras e a variação do nível médio do mar.
No Brasil, as duas origens verticais (datum vertical) estão baseadas em observações maregráficas das estações do Porto de Imbituba, em Santa Catarina (1949-1957), e do Porto de Santana, no Amapá (1957-1958).
“Monitorar o nível do mar é essencial para o desenvolvimento das atividades inerentes ao gerenciamento costeiro, aos estudos ambientais, ao monitoramento e alerta a eventos extremos, entre outros aspectos relacionados ao tema”, exemplifica o gerente de Referências Verticais da Coordenação de Geodésia e Cartografia do IBGE, Salomão Soares.
As informações produzidas pelas estações da RMPG são úteis, por exemplo, para conservação e ampliação da capacidade de portos e vias navegáveis, implantação de infraestrutura em regiões litorâneas e estudo de possíveis medidas de adaptação e mitigação dos impactos da elevação global do nível do mar. No âmbito internacional, contribui para o Programa Global de Observação do Nível do Mar e para o Programa de Alerta de Tsunami do Caribe.
A publicação Monitoramento da Variação do Nível Médio do Mar nas Estações da Rede Maregráfica Permanente para a Geodésia traça um panorama atual da RMPG, detalhando suas mais recentes inovações e procedimentos para o tratamento e a análise dos dados coletados pelas estações. Esses resultados, agregados às informações do controle geodésico das estações, fornecem séries temporais consolidadas com suas respectivas fichas de correlação de níveis atualizadas.
Modernas estações que medem o nível do mar
Desde o último estudo divulgado pelo IBGE sobre o tema, em 2016, a RMPG passou por profundas transformações a fim de atender às demandas atuais de monitoramento contínuo da variação do nível do mar, com alta qualidade de informações.
Isso provocou a ampliação da rede, que hoje tem seis estações maregráficas ativas, com modernos equipamentos de coleta, instaladas em pontos estratégicos da costa brasileira: em Imbituba (SC), Arraial do Cabo (RJ), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Santana (AP). A estação de Macaé, no Rio de Janeiro, está inativa desde 2015, devido ao fim de um convênio com a Petrobras.
Além da modernização da rede, foram aplicados no período métodos de controle geodésico mais rigorosos e aderentes aos requisitos fundamentais da Geodésia moderna, conforme recomendações da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco. Assim, o acompanhamento das evoluções temporal e espacial dos referenciais verticais brasileiros e suas relações com os demais níveis de referência utilizados na região costeira do país estão garantidos com informações contínuas e de longo prazo do nível médio do mar.
A publicação está disponível no portal do IBGE, que fornece também as séries históricas das estações maregráficas, publicadas anualmente, e as fichas atualizadas de correlação de níveis dessas estações, com a inclusão da conexão geocêntrica e os arquivos de suas respectivas constantes harmônicas, considerados indispensáveis para as previsões anuais.