O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje (6) o relatório do 3º Workshop sobre o Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo (SBCR), realizado em junho de 2024 na sede do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), no Rio de Janeiro (RJ). O relatório traz avanços significativos para a padronização do mapeamento geomorfológico, com foco na representação cartográfica do 1º táxon e na definição conceitual do 2º táxon do sistema.

O encontro reuniu especialistas e instituições parceiras com o objetivo de consolidar um sistema taxonômico unificado para a classificação do relevo no país. A iniciativa dá continuidade ao processo de padronização do mapeamento geomorfológico em escala nacional, iniciado em 2019 com o primeiro workshop promovido pelo IBGE em parceria com o SGB/CPRM e a União da Geomorfologia Brasileira (UGB). O segundo workshop ocorreu em 2023 e registrou importantes avanços do SBCR, como a conceituação das cinco grandes classes de relevo do primeiro nível taxonômico: montanhas, planaltos, tabuleiros, superfícies rebaixadas e planícies.

O gerente de Mapeamento de Recursos Naturais da Coordenação de Meio Ambiente do IBGE, Andre Pelech ressaltou que “o workshop sobre o SBCR é um evento fundamental para a construção da taxonomia de relevo. Há a oportunidade de reunir os maiores especialistas brasileiros em mapeamento de relevo oriundos das mais diversas instituições. Essa taxonomia é uma importante ferramenta para a padronização do mapeamento geomorfológico no território brasileiro, permitindo que diferentes técnicos e pesquisadores possam comparar e compartilhar seus mapas entre si, com a comunidade científica e a sociedade como um todo”.

Além do IBGE, o 3º Workshop sobre o Sistema Brasileiro de Classificação de Relevo (SBCR) reuniu especialistas de diversas instituições, como o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), a União da Geomorfologia Brasileira (UGB), universidades públicas e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

Os Núcleos Locais Colaborativos (NLCs) também tiveram papel de destaque nas discussões. Criados no 1º Workshop, esses núcleos são responsáveis por levantar informações regionais e apoiar as atividades do Comitê Executivo Nacional do SBCR. No encontro mais recente, foi debatida a contribuição dos NLCs para o aprimoramento do mapa do 1º táxon, considerado essencial para a consolidação do sistema e sua aplicação em materiais didáticos voltados ao ensino básico.

Durante o evento, foram discutidos e aprovados avanços para a padronização do mapeamento geomorfológico no país. Entre os temas debatidos, destacaram-se a representação cartográfica do 1º táxon do SBCR e a definição conceitual do 2º táxon, etapas fundamentais para o desenvolvimento do sistema. O workshop também abordou os aspectos gerais e genéticos do carste, para contextualização da classificação desse subsistema a ser construído no âmbito do SBCR.

“O 3º Workshop do SBCR foi fundamental para o avanço das discussões científicas sobre o 1º e 2º táxons da taxonomia de relevo em desenvolvimento. Espera-se que, ainda em 2025, as discussões evoluam para o 3º táxon, promovendo uma melhor integração com os táxons mais detalhados dos subsistemas de relevo tecnogênico, fluvial, costeiro e cárstico. Além disso, a partir de 2026, espera-se que se comecem as atividades para que uma primeira versão da taxonomia do SBCR possa ser apresentada ao público, marcando assim um importante passo na construção do Sistema”, explicou Andre Pelech.