PNAD COVID19
Cai número de pessoas que gostariam de trabalhar, mas não buscaram emprego na segunda semana de agosto
04/09/2020 09h00 | Atualizado em 04/09/2020 13h17
Erramos 1: Diferentemente do que o título sugeria, a queda de um milhão no número de pessoas que gostariam de trabalhar, mas não buscaram emprego, não significa, necessariamente, que essa população voltou a pressionar o mercado de trabalho.
Erramos 2: O número de pessoas que gostariam de trabalhar, mas não buscaram emprego, na segunda semana de agosto, é de um milhão, e não 1,6 milhão, como constava na primeira versão da matéria.
O número de pessoas que gostariam de trabalhar, mas não buscaram emprego, reduziu em um milhão, passando de 28,1 milhões para 27,1 milhões. Nesse grupo também estão as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram devido à pandemia ou por falta de trabalho no local onde vivem, e que diminuiu de 18,3 milhões para 17,7 milhões.
Uma parcela dessa população conseguiu se ocupar, mas a restante foi para a desocupação, segundo os dados da edição semanal da PNAD COVID19, divulgada hoje (4) pelo IBGE. A população desocupada permaneceu estável no período, em 12,9 milhões.
“Embora pouco significativo, tivemos um leve aumento da população ocupada (82,1 milhões) e da desocupada, e uma discreta diminuição da população fora da força de trabalho (75,4 milhões). Isso sugere, como já tínhamos observado na semana passada, uma leve retomada das atividades econômicas e da recuperação do emprego”, analisou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
Essa possível retomada pode ser vista nos dados de informalidade. Embora tenha ficado estatisticamente estável na segunda semana de agosto, o total de pessoas que estava trabalhando de forma informal (28,0 milhões) foi levemente superior ao registrado na semana anterior (27,9 milhões). A taxa de informalidade ficou em 34,1%. No início de maio, 30 milhões trabalhavam de forma informal.
Entre os informais estão os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregadores que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
Já os demais indicadores sobre mercado de trabalho mostram que, na segunda semana de agosto, ficou estável em 4,3 milhões o número de pessoas que estava afastada por causa do isolamento social. Por outro lado, aumentou para 2,7 milhões o grupo que estava distante do trabalho por outro motivo, seja por licença maternidade ou doença. O contingente de ocupados que trabalhavam de forma remota ficou estável (8,3 milhões).
Cresce número de estudantes que tiveram atividades escolares
O IBGE também começou a divulgar, nesta edição semanal da PNAD COVID19, dados sobre a frequência e realização de atividades por estudantes matriculados em escolas e universidades e o comportamento da população sobre o distanciamento social adotado para evitar o contágio pelo coronavírus. Essas informações já compõem a versão mensal da pesquisa.
Dos 45,8 milhões de estudantes que frequentavam escolas ou universidades, 36,8 milhões (80,3%) tiveram atividades escolares na segunda semana de agosto, um aumento de 1,6 milhão na comparação com a semana anterior. O restante não teve atividade escolar (16,6%) ou estava de férias (3,0%).
Entre as grandes regiões, o menor percentual de estudantes que tiveram atividades escolares foi no Norte (56,2%). Outros 39,0% ficaram sem atividades, o que corresponde a 1,8 milhão de estudantes.
Nas demais regiões, o percentual de estudantes com atividades escolares cresceu na segunda semana de agosto: no Nordeste, 73,8% tiveram atividades; no Centro-Oeste 85,8%; no Sudeste 86,6%; e no Sul 92,1%.
Na segunda semana de agosto, 24,3 milhões de estudantes (66,0%) tiveram atividades escolares durante cinco dias da semana. Esse número é 1,6 milhão maior do que o da semana anterior. Entre as regiões, esse percentual foi de 54,5% no Norte; 63,7% no Sul; 65,3% no Nordeste; 68,1% no Centro-Oeste e 68,8% no Sudeste.
4,4 milhões não tomaram medida de restrição para evitar o coronavírus
Entre os 211,2 milhões de habitantes do país, 4,4 milhões (2,1%) não tomaram nenhuma medida de restrição para evitar o contágio do novo coronavírus na segunda semana de agosto. Esse número ficou estável na comparação com a semana anterior. Também ficou estável a população que ficou rigorosamente em casa: 44,4 milhões de pessoas (21,0%).
Por outro lado, aumentou em 2,9 milhões o grupo que reduziu o contato, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas (74,5 milhões). Já a população que ficou em casa e só saiu por necessidade básica reduziu para 86,4 milhões (40,9%), em relação a primeira semana de agosto.
Cai busca por atendimento médico entre as pessoas com sintomas
Na segunda semana de agosto, caiu de 13 milhões para 12 milhões o número de pessoas que se queixaram de algum dos sintomas de síndrome gripal na comparação com a semana anterior. Também diminuiu para 2,7 milhões o grupo que buscou atendimento médico. No começo de maio, quando a pesquisa teve início, 26,8 milhões relataram algum sintoma e 3,7 milhões de pessoas procuraram atendimento.
Dor de cabeça foi a queixa mais recorrente (5,4 milhões) na segunda semana de agosto, seguida por nariz entupido ou escorrendo (4,8 milhões), tosse (4,3 milhões), dor de garganta (3,2 milhões), dor muscular (2,9 milhões), fadiga (2,1 milhões), perda de cheiro ou de sabor (1,3 milhão), dificuldade de respirar (1,3 milhão) e dor nos olhos (1,1 milhão).
A procura por atendimento em hospitais da rede pública de saúde caiu para 15,4% entre os 2,7 milhões que tiveram algum sintoma de síndrome gripal. A maioria (45,8%), porém, disse ter buscado atendimento médico em postos do SUS. Outros 22,1% foram para prontos-socorros. Já na rede privada, aumentou para 11,3% a procura por atendimento em ambulatório ou consultório privado ou ligado às forças armadas. O restante foi para hospitais privados (9,3%) ou prontos-socorros privados (3,7%). Cerca de 116 mil pessoas com sintomas ficaram internadas.
No mesmo período, 77,1% não procuraram nenhum estabelecimento de saúde. Já 60,5% disseram ter tomado remédio por conta própria. Outros 11,7% tomaram medicamento com orientação médica. Além disso, 4,1% ligaram para algum profissional de saúde e 2,7% receberam visita de algum profissional de saúde do SUS.