Revista Retratos
Energia limpa tem impacto no PIB de municípios do Nordeste
28/08/2019 15h40 | Atualizado em 03/09/2019 11h31
Com a crescente participação das energias eólica e solar, a matriz energética brasileira vem se tornando cada vez mais sustentável. Conforme mostra o Balanço Energético Anual 2018 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Nordeste vem se destacando ao concentrar cerca de 80% das torres eólicas do país, além de incontáveis placas de captação de luz solar (fotovoltaicas).
O interessante é que, antes mesmo de começar a gerar esse tipo de energia, a implementação de infraestrutura já começa a alterar significativamente a rotina das cidades, ao modificar o uso da terra, gerar empregos locais e atrair investimentos em serviços para as turmas de trabalhadores.
É o caso de Gentio do Ouro e Tabocas do Brejo Velho, na Bahia. As duas cidades têm várias coisas em comum: ambas ficam no interior do estado, próximas à fronteira com Pernambuco, são consideradas pequenas (com 11,2 mil e 12,5 mil habitantes, respectivamente) e tinham economias totalmente baseadas na agropecuária até 2015.
Em 2016, porém, as coisas começaram a mudar. Com investimento pesado na indústria local para a construção de equipamentos e instalações eólicas, Gentio do Ouro viu sua participação no PIB nacional subir da 4.496ª para a 2.491ª posição entre os municípios do país.
Já em Tabocas do Brejo Velho, a instalação de painéis solares provocou maior arrecadação de impostos sobre importação, o que também alterou a dinâmica econômica do município, pulando da 3.986ª para a 2.432ª posição no ranking nacional.
“Os casos de municípios como Gentio do Ouro e Tabocas do Brejo Velho são reflexo do aumento da importância das fontes eólica e solar na matriz energética e dos investimentos que estão sendo realizados nestes segmentos no país”, explica Luiz Antonio de Sá, técnico da gerência de Contas Regionais do IBGE.
Ainda segundo o técnico, em 2016, as usinas eólicas eram a terceira principal fonte energética da Bahia, atrás das hidrelétricas e termelétricas. Mas, em 2017, elas passaram a ocupar o primeiro lugar no ranking estadual.
ODS 7: energias renováveis e limpas
Na revista Retratos nº14 (dez. 2018), a série sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) discutiu o ODS 7: energias renováveis e limpas. A entrevista foi com os técnicos do IBGE responsáveis pela articulação desse ODS no Brasil, Michel Lapip e Flavia Cahete.
Eles explicaram que o desafio do ODS 7 é fazer a transição para uma economia com mais acessibilidade à eletricidade, porém com um maior uso de fontes renováveis. De acordo com os técnicos, a matriz energética brasileira já é baseada em energias renováveis e limpas, como a produzida em hidrelétricas, a partir de biomassa (cana de açúcar) e a eólica. Porém, no país, boa parte das emissões de gases de efeito estufa ainda vem da produção de energia, como a gerada a partir de petróleo e derivados, lenha e carvão.
Confira a matéria completa na revista Retratos nº 14