Após três meses de alta, vendas no comércio ficam estáveis em julho
13/09/2017 09h00 | Atualizado em 13/09/2017 09h32
Após três meses apresentando resultados positivos na comparação com o mês imediatamente anterior, em julho o volume de vendas manteve o patamar de junho e registrou variação nula (0,0%).
A explicação para esse resultado é o fato de várias atividades terem repetido o volume de vendas do mês anterior, o que não ocorreu com hipermercados - setor que obteve variação positiva (0,7%), após um recuo de 0,3% em junho.
Segundo Isabella Nunes, pesquisadora do IBGE, a liberação das contas inativas do FGTS, o maior controle da inflação e uma massa salarial positiva são fatores que impactaram positivamente nas vendas de hipermercado: “É uma atividade que tem muito peso no orçamento das famílias, em especial nas de renda mais baixa. Quem está em uma situação limite e tem um aumento de renda, vai comprar mais alimentos”.
Varejo se recupera de forma moderada
Em relação às comparações relativas a 2016, o varejo mostrou o quarto resultado positivo e o varejo ampliado o terceiro (que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção).
“Com isso, se observa uma recuperação no acumulado em 12 meses, que embora esteja negativo para todas as atividades, quando se considera a evolução do índice se percebe uma redução sistemática do ritmo de queda em todas as atividades, confirmando uma recuperação das vendas mesmo que de forma moderada”, explica Isabella.
Vendas ainda estão 8,7% abaixo do recorde
Considerando 2017, as vendas no varejo mostraram resultados positivos no segundo trimestre do ano, após um primeiro trimestre negativo. De acordo com Isabella, o mês de julho veio com um ritmo mais forte que o segundo trimestre.
“A comparação de julho em relação ao mês anterior ficou estável após três meses de crescimento consecutivo, onde se acumulou 2,2%. Mesmo com esses três meses de crescimento, onde se observa evolução na série histórica, se percebe que o patamar atual está 8,7% abaixo do encontrado em 2014, que antecedeu os dois anos de resultados negativos. É uma recuperação que não neutraliza todas as perdas passadas”, avalia Isabella.
Texto: Marcelo Benedicto
Imagem: J.C. Rodrigues
Foto: Pixabay