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Índice de Preços ao Produtor (IPP) é de -0,30% em julho

05/09/2025 09h00 | Atualizado em 05/09/2025 09h00

Em julho de 2025, os preços da indústria variaram -0,30% frente a junho de 2025, sexto resultado negativo seguido. Nessa comparação, 12 das 24 atividades industriais tiveram diminuição de preços. O acumulado no ano foi de -3,42%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 1,36%. Em julho de 2024, o IPP havia sido de 1,53%.

Período Taxa
Julho de 2025 -0,30%
Junho de 2025 -1,27%
Julho de 2024 1,53%
Acumulado no ano -3,42%
Acumulado em 12 meses 1,36%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.

Em julho de 2025, os preços da indústria variaram -0,30% frente a junho de 2025 (-1,27%). 12 das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações negativas de preço ante o mês imediatamente anterior. Em comparação, 14 atividades haviam apresentado menores preços médios em junho em relação ao mês anterior.

As quatro variações mais intensas foram em indústrias extrativas (2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (1,41%).   

Índice de Preços ao Produtor, segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variação (%)
M/M-1 Acumulado no Ano M/M-12
Mai/2025 Jun/2025 Jul/2025 Mai/2025 Jun/2025 Jul/2025 Mai/2025 Jun/2025 Jul/2025
Indústria Geral -1,21 -1,27 -0,30 -1,89 -3,13 -3,42 5,86 3,22 1,36
B - Indústrias Extrativas -3,03 0,18 2,42 -15,03 -14,88 -12,82 -7,62 -8,92 -9,85
C - Indústrias de Transformação -1,13 -1,33 -0,42 -1,22 -2,54 -2,95 6,54 3,83 1,93
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

Alimentos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de julho e de junho. A atividade foi responsável por -0,33 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,30% da indústria geral. Ainda nesse quesito, outras atividades que também sobressaíram foram metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.).

O acumulado no ano foi de -3,42% em julho. A título de comparação, no último ano (2024), a taxa acumulada até o mês de julho havia sido de 4,13%. O valor da taxa acumulada no ano até esse mês de referência é o segundo menor já registrado para um mês de julho desde o início da série histórica, em 2014.

Entre as atividades que, em julho de 2025, tiveram as maiores variações no acumulado no ano, sobressaíram-se: indústrias extrativas (-12,82%), metalurgia (-11,01%), impressão (8,12%) e alimentos (-7,17%). Os setores com maior influência no resultado agregado foram: alimentos (-1,85 p.p.), metalurgia (-0,76 p.p.), indústrias extrativas (-0,62 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (-0,52 p.p.).  

No acumulado em 12 meses, calculado comparando os preços de julho de 2025 aos de julho de 2024, a variação foi de 1,36% neste mês de referência. No mês antecedente (junho/2025), esse mesmo indicador havia registrado taxa de 3,22%.   

Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação de julho com o mesmo mês do ano anterior foram: impressão (16,92%); indústrias extrativas (-9,85%); bebidas (7,63%); e papel e celulose (-5,62%). As maiores influências para o resultado vieram dos seguintes setores: alimentos (0,85 p.p.); indústrias extrativas (-0,48 p.p.); refino de petróleo e biocombustíveis (-0,44 p.p.); e outros produtos químicos (0,29 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de julho repercutiu assim: 0,51% de variação em bens de capital (BK); -0,32% em bens intermediários (BI); e -0,43% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,30%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de -0,57%.

A principal influência veio de bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 53,99% e respondeu por -0,17 p.p. da variação de -0,30% nas indústrias extrativas e de transformação.

Completam a lista, bens de consumo, com influência de -0,17 p.p., e bens de capital, com 0,04 p.p. No caso de bens de consumo, a influência observada em julho se divide em 0,02 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e -0,18 p.p., associada à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índice de Preços ao Produtor, variação segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas, Brasil, últimos três meses
Indústria Geral e Grandes Categorias Econômicas Variação (%)
M/M-1 Acumulado no Ano M/M-12
Mai/2025 Jun/2025 Jul/2025 Mai/2025 Jun/2025 Jul/2025 Mai/2025 Jun/2025 Jul/2025
Indústria Geral -1,21 -1,27 -0,30 -1,89 -3,13 -3,42 5,86 3,22 1,36
Bens de Capital (BK) -0,02 -0,59 0,51 -0,02 -0,62 -0,11 5,93 4,02 3,58
Bens Intermediários (BI) -2,32 -1,01 -0,32 -4,33 -5,29 -5,60 3,66 0,79 -1,45
Bens de Consumo (BC) 0,15 -1,76 -0,43 1,36 -0,43 -0,86 9,10 6,68 5,13
Bens de Consumo Duráveis (BCD) 0,28 -0,03 0,30 1,76 1,73 2,03 4,25 4,01 4,14
Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND) 0,12 -2,09 -0,57 1,28 -0,84 -1,40 10,07 7,21 5,33
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas

No acumulado no ano, a variação chegou a -0,11%, no caso de bens de capital; -5,60% em bens intermediários; e -0,86% em bens de consumo, sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 2,03%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, -1,40%.

Em termos de influência no resultado acumulado no ano, bens de capital foi responsável por -0,01 p.p. dos -3,42% verificados na indústria geral até julho deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por -3,09 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de -0,32 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,12 p.p. devido às variações nos preços de bens de consumo duráveis, e -0,44 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 3,58% em julho de 2025. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram -1,45% neste intervalo de um ano, e a variação em bens de consumo foi de 5,13%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 4,14%, e bens de consumo semiduráveis e não duráveis, de 5,33%.

Com peso de 38,18% no cálculo do índice geral, bens de consumo foi responsável por 1,89 p.p. dos 1,36% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de julho de 2025, houve, ainda, influência de 0,27 p.p. de bens de capital e de -0,80 p.p. de bens intermediários.  

O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,25 p.p. por bens de consumo duráveis, e em 1,64 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, esse último com peso de 83,67% no cômputo do índice daquela grande categoria.

Indústrias extrativas: após uma retomada no crescimento no mês anterior, em julho o setor voltou a acelerar, mostrando a maior variação e a terceira influência mais intensa na comparação mensal, respectivamente 2,42% e 0,10 p.p. em -0,30%. Por outro lado, esses resultados não foram suficientes para retirar o setor do campo negativo, seja no acumulado do ano (-12,82%)­­­­­ — em que a atividade registrou a maior variação em módulo —, seja na comparação interanual (-9,85%), na qual apresentou a segunda variação mais expressiva. É válido mencionar que as indústrias extrativas também se destacaram em termos de sua influência no acumulado do ano (-0,62 p.p. em -3,42%) e nos últimos 12 meses (-0,48 p.p. em 1,36%), representando, respectivamente, a terceira e a segunda influências mais intensas.

Dentre os produtos com maior peso no setor, apenas “minérios de cobre e seus concentrados, bruto ou beneficiado” (6,07%) apresentou uma tendência negativa na comparação mensal, segurando o avanço da atividade e mostrando um alinhamento ao mercado internacional. Além disso, é válido destacar que os produtos ligados ao minério de ferro, que juntos têm um peso amostral de 44,97% no setor, inverteram a tendência apresentada no mês anterior, contribuindo para a aceleração do setor, e novamente, seguindo o comportamento do mercado exterior.

Alimentos: na passagem de junho para julho, os preços do setor apresentaram uma variação média de -1,33%, o sexto resultado negativo no ano, mas menos intenso do que o observado entre maio e junho (-3,42%). Com esse resultado, o acumulado no ano saiu de -5,92%, apurado em junho, para -7,17%, a maior queda acumulada até um mês de julho em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2010. Por fim, na comparação com igual mês de 2024, os preços ainda estiveram, em julho de 2025, 3,50% maiores.

O destaque dado ao setor se justifica por ele ter apresentado a quarta variação mais intensa no acumulado no ano, entre todos os setores levantados pela pesquisa. Foi também a principal influência nas três taxas calculadas: -0,33 p.p. em -0,30% (variação mensal); -1,85 p.p. em -3,42% (acumulado no ano); e 0,85 p.p. em 1,36% (acumulado em 12 meses).

Os quatro produtos que mais influenciaram o resultado de julho contribuíram com -1,32 p.p. da variação de -1,33%. O “açúcar VHP (very high polarization)”, que figura entre os quatro produtos com variação negativa de preços, está em linha com a queda dos preços internacionais, por um aumento de oferta em países produtores, inclusive no Brasil, e com uma menor demanda interna. No caso do “café torrado e moído”, os menores custos de produção, em grande parte pelo início da colheita de novas safras do grão no Brasil, ajudam a explicar os menores preços. Os “sucos concentrados de laranja” estavam com uma demanda externa desaquecida, assim como os “resíduos da extração de soja”, que ainda contavam com excesso de produtos no mercado e baixa na cotação internacional. E todos esses produtos, por serem exportáveis, têm as suas quedas intensificadas pela retração do dólar, que foi de 0,3% em julho e já acumula um recuo de 9,3% em 2025.

Quando a atividade é analisada mais detalhadamente, nos grupos para os quais são geradas informações, percebe-se que, na passagem de junho para julho, apenas “laticínios” tiveram variação líquida positiva (0,82%). Os demais grupos apresentaram resultados negativos, com destaque para “fabricação e refino de açúcar” (-4,31%) e “torrefação e moagem de café” (-6,20%), com quedas mais intensas que a média geral do setor.

Refino de petróleo e biocombustíveis: a variação mensal de preços do setor interrompeu quatro resultados negativos verificados entre março e junho de 2025: em julho, os preços do setor variaram 0,17% na comparação com o mês imediatamente anterior. Ainda assim, ambos os resultados – acumulado no ano (-5,22%) e acumulado em 12 meses (-4,28%) – seguem no campo deflacionário. No que diz respeito ao acumulado no ano, essa situação tem se verificado desde o mês de abril de 2025, ao passo que o acumulado em 12 meses registra deflação pelo segundo mês consecutivo. A variação mensal de 0,17% do setor está em linha com a estabilidade verificada no mercado internacional de petróleo no mesmo período de análise.

O destaque do setor no mês se justifica por ter apresentado a quarta maior influência no acumulado do ano (-0,52 p.p.), a terceira maior influência no acumulado em 12 meses (-0,44 p.p.) e por ter registrado o segundo maior peso entre as atividades em julho de 2025 (9,72%).

Produto de maior peso no setor, o “óleo diesel” influenciou negativamente os resultados verificados tanto no acumulado no ano quanto no acumulado em 12 meses; produto de segundo maior peso, a “gasolina, exceto para aviação” apresentou influência negativa em todas as três comparações, à margem e anuais; produto de terceiro maior peso, o “álcool etílico (anidro ou hidratado)” influenciou positivamente em ambas as comparações anuais; por fim, o quarto produto de maior peso, “óleos combustíveis, exceto diesel”, influenciou negativamente nas comparações anuais, embora tenha influenciado positivamente na variação mensal.

Outros produtos químicos: os preços da indústria química apresentaram estabilidade na passagem de junho para julho: variação de 0,02%. No acumulado do ano, o setor encerrou o mês de referência com taxa de 0,69% e, na comparação com julho de 2024, os preços estiveram, em média, 3,65% mais altos – o resultado é o menos intenso do ciclo de alta nesse indicador, iniciado em junho de 2024. Por apresentar um dos maiores pesos no cálculo do IPP, a influência dos químicos no resultado geral da indústria em 12 meses ficou entre as quatro mais intensas percebidas no mês.

A estabilidade de preços médios em julho refletiu um comportamento difuso nos preços dos produtos que compõem a cesta setorial. Dentre os destaques por sua influência, os fertilizantes registraram alta em julho, com o grupo de “fabricação de produtos químicos inorgânicos” registrando alta de 0,97% no mês, enquanto na cadeia derivada do petróleo, o propeno, em baixa, mais que compensou as altas verificadas no grupo de fabricação de resinas e elastômeros, que em julho foi de 3,05%.   

Metalurgia: em julho, o setor chegou ao sétimo resultado negativo seguido no indicador mensal, com uma variação de -1,65%, e se destacou, dentre todas as atividades analisadas na pesquisa, como a segunda principal influência no resultado geral da indústria (sendo responsável por -0,11 p.p. em -0,30%). Com isso, nos sete primeiros meses de 2025, a atividade acumulou uma retração de 11,01%, que se destaca como a segunda variação mais intensa e, novamente, como a segunda principal influência (-0,76 p.p. em -3,42%) nesse indicador. E no acumulado em 12 meses, depois de 13 resultados consecutivos no campo positivo, o indicador apresentou um resultado negativo, com os preços da atividade em julho de 2025 estando, em média, 0,14% abaixo dos de julho de 2024.

O grupo de maior influência no resultado mensal, com impacto negativo, foi o de siderurgia, apresentando uma queda de 2,69% em julho. Esse resultado pode ser explicado, parcialmente, por uma maior oferta de aço no mercado e pela retração acumulada dos preços dos minérios de ferro, principal insumo utilizado em sua cadeia produtiva, apesar da alta pontual da commodity em julho. Com o resultado do mês, o grupo agora acumula queda de 7,45% em 2025. E, no acumulado em 12 meses, o indicador do grupo também passou para o campo negativo, com uma variação de -5,06% no período, depois de uma sequência de 10 altas seguidas.

Já no outro indicador em que o setor se destaca (acumulado no ano), o grupo de maior influência no resultado setorial foi o de metais não ferrosos, também com impacto negativo. Suas variações costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais e, no período, o grupo sofreu influência, principalmente, das variações da cotação do alumínio. Vale lembrar também da importância da taxa de câmbio para explicar o resultado do grupo: em julho, o dólar apresentou uma depreciação de 0,3% frente ao real e, no acumulado em 2025, já apresenta uma queda de 9,3%.

Fabricação de máquinas e equipamentos: depois de registrar o menor valor da série histórica da pesquisa no mês passado, quando apontou queda de -1,46%, os preços médios do setor praticamente voltaram ao mesmo patamar após registrar 1,40% neste mês de julho. Como reflexo, em termos de número-índice, os preços médios da “fabricação de máquinas e equipamentos”, que também haviam registrado o maior valor da série 185,49 em maio de 2025, considerando dezembro de 2018 como base 100, registraram agora o segundo maior patamar da série, com 185,34. No entanto, o comportamento dos dois grupos para os quais existe possibilidade de divulgação apresentam diferenças significativas. O grupo “fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão” apresentou em julho o número índice 169,32, enquanto o grupo “fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária” apresentou 212,09 no mesmo período.

A razão pela qual o setor mereceu destaque foi seu impacto em termos de influência, sendo responsável por 0,06 p.p. no total da variação de -0,30% registrado pela indústria em geral. Ainda em termos de influência, todos os produtos que mereceram destaque no indicador mensal apresentaram variações positivas.

No acumulado do ano os preços do setor registraram 2,39%, e, no indicador acumulado em 12 meses, alcançou 3,74%. Considerando, novamente, o comportamento dos dois grupos no acumulado do ano, o grupo “fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão” alcançou 4,20%, comportamento muito diferente do grupo “fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária”, que registrou variação de 1,14%. Nos 12 meses, os dois grupos registraram 5,10% e 0,71%, respectivamente.