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O IBGE prevê safra de grãos 1,4% menor no 1º prognóstico de 2014

Em outubro de 2013 o IBGE realizou o primeiro prognóstico de área e produção para a safra de...

08/11/2013 07h00 | Atualizado em 08/11/2013 07h00

Em outubro de 2013 o IBGE realizou o primeiro prognóstico de área e produção para a safra de 2014. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2014, foi estimada em 184,2 milhões de toneladas, 1,4% inferior ao total obtido em 2013. Espera-se colher 53,6 milhões de hectares, área 1,8% maior que a colhida em 2013. Apesar desse acréscimo, o volume da produção esperada cai devido à opção do plantio de soja e algodão em detrimento do milho 1ª safra, cultura de maior produtividade que aquelas.

Já a 10ª estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 186,8 milhões de toneladas, superior 15,4% à obtida em 2012 (161,9 milhões de toneladas), e com variação absoluta negativa de 126.403 toneladas na comparação com a estimativa de setembro (-0,1%). A estimativa da área a ser colhida em 2013, de 52,7 milhões de hectares, apresentou acréscimo de 8,0% frente à área colhida em 2012 (48,8 milhões de hectares) e variação absoluta negativa de 15.525 ha em relação à área prevista no mês anterior (-0,0%). O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 93,0% da estimativa da produção e responderam por 86,2% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior houve acréscimos na área de 7,6% para o milho, 11,2% para a soja e decréscimo de 0,6% na área colhida de arroz. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 2,7% para o arroz, de 12,9% para o milho e de 23,8% para a soja, quando comparados a 2012.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página

www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.

A produção de grãos teve a seguinte distribuição regional: Centro-Oeste, 78,4 milhões de toneladas; Sul, 72,1 milhões de toneladas; Sudeste, 19,6 milhões de toneladas; Nordeste, 12,1 milhões de toneladas; e Norte, 4,6 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incrementos de 10,7% na região Centro-Oeste, 30,5% na Sul, 1,9% na Sudeste e 2,2% na Nordeste. No Norte, houve decréscimo de 3,1%. Na avaliação para 2013, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, uma participação de 24,6%, seguido por Paraná (19,4%) e Rio Grande do Sul (15,8 %), que, somados, representaram 59,8% do total nacional previsto.

Estimativa de outubro de 2013 em relação à produção obtida em 2012

Dentre os 26 principais produtos, 15 apresentaram variação positiva na comparação com 2012: amendoim em casca 1ª safra (12,5%), arroz em casca (2,7%), batata-inglesa 1ª safra (2,5%), batata-inglesa 2ª safra (7,9%), cacau em amêndoa (1,9%), cana-de-açúcar (6,2%), cevada em grão (7,3%), feijão em grão 2ª safra (20,3%), feijão em grão 3ª safra (4,2%), milho em grão 1ª safra (3,2%), milho em grão 2ª safra (21,4%), soja em grão (23,8%), sorgo em grão (0,7%), trigo em grão (11,5%) e triticale em grão (3,7%). Com variação negativa foram 11 produtos: algodão herbáceo em caroço (31,3%), amendoim em casca 2ª safra (13,2%), aveia em grão (4,0%), batata-inglesa 3ª safra (10,7%), café em grão - arábica (4,3%), café em grão - canephora (14,6%), cebola (3,2%), feijão em grão 1ª safra (8,9%), laranja (14,2%), mamona em baga (43,0%) e mandioca (11,3%).

Os incrementos de produção mais significativos, em números absolutos, na comparação com a safra 2012, ocorreram para cana-de-açúcar, soja, milho e trigo. Nesta comparação, as maiores variações negativas em números absolutos foram mandioca, algodão herbáceo e laranja.

Destaques na estimativa de outubro em relação a setembro 2013

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de setembro: cana-de-açúcar (-0,6%), feijão 2ª (1,3%), mandioca (-0,8%), milho 2ª safra (-0,4%) e trigo (1,1%).

CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa para a produção nacional de cana-de-açúcar em outubro foi de 712,4 milhões de toneladas, uma redução de 0,6% (4,4 milhões de toneladas) quando comparado com o mês anterior. Este resultado reflete as reavaliações no rendimento médio em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, atingidos pela falta de chuvas e geadas, respectivamente. Além disso, algumas usinas vêm enfrentando dificuldades financeiras, investindo menos nas lavouras e paralisando atividades. Em São Paulo, maior produtor nacional, o excesso de chuvas tem atrapalhado a colheita e reduzido a qualidade da matéria-prima. Os produtores também têm recebido menos pela tonelada de cana. No Mato Grosso do Sul, a queda na produtividade (7,7%) se deve às geadas ocorridas em julho, que afetou o desenvolvimento e a qualidade dos canaviais.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção nacional de feijão, considerando as três safras, foi de 2.960.401 toneladas, 0,5% maior que a informada em setembro. A região Nordeste foi a principal responsável por este aumento, com um incremento de 2,8%, representando um acréscimo de 14.421 toneladas. A 1ª safra de feijão participa com 37,5% da produção nacional, a 2ª safra com 45,4% e a 3ª safra com 17,1%. Para o feijão 2ª safra, a estimativa de produção foi de 1.344.927 toneladas, um aumento de 1,3% frente a setembro. Esse aumento deveu-se, principalmente, à alteração nos números de Pernambuco (3,1%) e Bahia (14,8%). O Ceará diminuiu a expectativa de produção em 5,3% devido à estiagem.

MANDIOCA (raízes) – A estimativa de produção de mandioca em 2013 é de 20.763.863 toneladas, indicando uma redução de 0,8% em relação ao mês anterior. A área plantada, colhida e o rendimento médio esperado estão reduzindo 0,4%. Em alguns estados da região Nordeste ainda persistem os efeitos da seca iniciada em 2012, refletindo nas reduções de 0,3% na área a ser colhida e de 1,2% no rendimento médio. A produção esperada é de 4.376.812 toneladas, sendo 1,5% menor que a informação anterior. A estimativa de produção caiu 15,6% no Ceará, 3,0% no Rio Grande do Norte e 1,0% em Alagoas. Na região Norte, responsável por 35,4% da mandioca produzida, houve redução de 1,1% na estimativa de colheita este mês, em função da reavaliação da produção de Rondônia, que previu uma redução de 15,4% na produção. Na Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo estão informando reduções respectivas de 0,5% e 0,3% este mês, enquanto na Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul informou uma redução de 0,9% na produção, em decorrência de um rendimento menor no mesmo valor. Na região Sul, aguarda-se pequena variação negativa, em decorrência da redução de 0,2% na produção do Rio Grande do Sul, não tendo os demais estados alterado suas informações. O preço da tonelada continuou em alta este mês, marcando valores superiores a R$ 400,00 em algumas regiões do país (CEPEA), refletindo a redução da oferta do produto.

MILHO (em grão) – De acordo com o levantamento de outubro, a estimativa da produção de milho em grão foi de 80.517.294 toneladas, somadas as duas safras, mantendo a estimativa de safra recorde. Do volume total da produção, 34.284.275 toneladas (42,6%) são de milho 1ª safra e 46.233.019 toneladas (57,4%) são de milho 2ª safra. Os produtores investiram no milho 2ª safra por este apresentar bons preços de mercado na ocasião da decisão de plantio e por ser uma cultura que responde bem em sucessão à soja, além de ser recomendada para esta época de plantio. A estimativa de produção do milho 2ª safra em outubro apresentou redução de 0,4% em relação a setembro, devendo alcançar 46,2 milhões de toneladas. A área plantada aumentou 0,2% e o rendimento médio diminuiu 0,4%, passando de 5.219 para 5.197 kg/ha. Bahia teve sua estimativa aumentada em 14,6%, o que representa 88.743 toneladas. Mato Grosso do Sul diminuiu a estimativa em 265.795 toneladas, o que representa uma redução de 3,6%.

TRIGO (em grão) – A produção esperada em outubro é de 4.885.846 t, numa área plantada de 2.187.416 ha e um rendimento médio esperado de 2.235 kg/ha. A área plantada, a produção e o rendimento médio encontram-se maiores, respectivamente, em 0,5%, 1,1% e 0,6%, quando comparados ao mês anterior. A região Sul, maior produtora, responsável por 95,1% da produção nacional, aguarda uma produção de 4.645.453 t, numa área plantada de 2.101.797 ha e um rendimento médio esperado de 2.210 kg/ha, maiores, respectivamente, em 1,2% e 0,6 % e 0,6%, que os obtidos no mês anterior. O Paraná aguarda uma produção de 1.710.677 t, e um rendimento médio de 1.749 kg/ha, menores, respectivamente, em 0,4% e 0,5%, quando comparados aos dados do mês anterior, enquanto a área plantada de 978.348 ha, encontra-se 0,1% maior. A menor estimativa para a produção de trigo na comparação com a safra 2012 se deve às intempéries climáticas ocorridas durante o desenvolvimento da cultura. A lavoura encaminha-se para a fase final de colheita, calculando-se que, até o término do período em referência, cerca de 65% da área prevista para colheita, já tenha sido colhida. O Rio Grande do Sul, primeiro produtor nacional, com 55,6% de participação, aguarda uma produção de 2.716.976 t, numa área plantada de 1.050.849 ha com um rendimento médio esperado de 2.586 kg/ha, maiores, respectivamente, em 2,4%, 1,0% e 1,4%, quando comparados ao mês anterior.

Perspectivas para a produção agrícola de 2014

Este primeiro prognóstico é realizado por levantamentos de campo e projeções calculadas, as informações representam 61,1% da produção nacional prevista, enquanto as projeções respondem por 38,9% do total estimado. Dentre os dez produtos de maior importância analisados para a próxima safra de verão, três apresentam variações significativas, entre eles, feijão 1ª safra (19,2%), algodão (11,7%) e soja (6,1%). Também apresentam variações positivas o arroz (4,0%), a batata-inglesa 1ª safra (0,1%), o fumo (2,2%) e a mandioca (4,6%). Com decréscimo, estão relacionados amendoim 1ª safra (-8,1%), cebola (-6,6%) e milho 1ª safra (-7,1%). Com relação à área prevista, apresentam variação positiva o feijão 1ª safra (11,9%), a soja (2,7%), o algodão herbáceo (10,6%), o amendoim 1ª safra (0,4%), o arroz (1,3%), a batata-inglesa 1ª safra (0,8%), o fumo (1,0%), a mandioca (44,2%) e a soja (2,7%). Os produtos que devem apresentar retração são a cebola (1,6%) e o milho 1ª safra (0,6%).

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.