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Produção Industrial cresce 1,5% em março e 3,9% no 1º trimestre

Em março, a produção industrial apresentou crescimento de 1,5% frente a fevereiro, na série com ajustamento sazonal, após dois meses em queda, período em que acumulou uma perda de 1,7%. Em relação a março de 2004, o crescimento foi de 1,7%.

06/05/2005 06h31 | Atualizado em 06/05/2005 06h31

Em março, a produção industrial apresentou crescimento de 1,5% frente a fevereiro, na série com ajustamento sazonal, após dois meses em queda, período em que acumulou uma perda de 1,7%. Em relação a março de 2004, o crescimento foi de 1,7%. O acumulado do primeiro trimestre registrou acréscimo de 3,9% em relação ao primeiro trimestre de 2004 e o indicador acumulado para os últimos doze meses teve redução no ritmo de crescimento, passando de 8,6% em fevereiro para 7,6% em março.

Indústria cresce 3,9% no primeiro trimestre mas perde ritmo

Observa-se que o setor industrial vem sustentando resultados positivos nas comparações trimestrais há seis trimestres consecutivos, mas numa trajetória de desaceleração do ritmo desde o final de 2004. Esse movimento é claro em bens de capital e em bens intermediários. A produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis se acelera nesse início de ano e a de bens duráveis, ainda que perdendo ritmo, se expande bem acima da média industrial.

No primeiro trimestre de 2005, o crescimento total da indústria foi de 3,9% em relação ao mesmo período de 2004, ritmo de crescimento inferior ao assinalado no último trimestre de 2004 (6,3%). Com 20 atividades apontando aumento na produção, a fabricação de veículos automotores (11,4%) mantém a liderança em termos de impacto sobre o índice geral. Outros impactos positivos foram edição e impressão (10,9%) e material eletrônico e de comunicações (15,3%), em função da expansão na produção de telefones celulares. Os maiores impactos negativos vieram de refino de petróleo e produção de álcool (-3,8%) e fumo (-16,7%).

Os resultados por categorias de uso confirmam a liderança do setor de bens de consumo duráveis, que cresce 15,0% no quarto trimestre de 2004 e mantém avanço de 13,0% no trimestre seguinte. O setor de bens de consumo semiduráveis e não duráveis é o único que mostra maior ritmo de crescimento entre o último trimestre de 2004 (4,2%) e o primeiro de 2005 (5,4%).

Já os segmentos de bens de capital e de bens intermediários reduzem o ritmo neste primeiro trimestre. Bens de capital passa de um acréscimo de 6,9% no quarto trimestre do ano passado, para 2,5% no primeiro trimestre de 2005, enquanto em bens intermediários as taxas são de 6,9% e 1,5%, respectivamente.

De fevereiro para março, o setor de bens de capital cresceu 5,4%

Na comparação com o mês de fevereiro, o segmento de bens de capital alcançou a taxa mais elevada entre as categorias de uso (5,4%). Esse índice é registrado após duas quedas consecutivas, quando o setor acumulou perda de 4,8%.

O setor de bens intermediários (0,1%) praticamente repetiu o patamar de fevereiro, não revertendo, assim, as taxas negativas assinaladas nos dois meses anteriores, quando acumulou recuo de 2,7%. A produção de bens duráveis apresenta queda de 0,7% na passagem de fevereiro para março, após crescimento de 11,7% em fevereiro. O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis volta a cair (-0,2%), embora de forma bem mais suave que o observado em fevereiro (-4,0%).

Dos 23 ramos que têm séries ajustadas sazonalmente, oito apresentaram queda entre fevereiro e março últimos. Entre aqueles que determinaram o comportamento global positivo, destacaram-se farmacêutica (13,1%); máquinas e equipamentos (4,0%); celulose e papel (4,0%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (3,6%). Refino de petróleo e produção de álcool (-2,4%) e metalurgia básica (-2,6%) foram os principais impactos negativos

Em relação a março de 2004 bens de consumo duráveis lideram expansão

Na comparação com março de 2004, os índices por categorias de uso mostram a liderança de bens de consumo duráveis (13,9%), com ritmo bem acima da média industrial (1,7%) e aumento na produção de eletrodomésticos (7,4%), telefones celulares (54,6%) e de automóveis (11,3%) contribuiu para este resultado.

O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,6%) mostra o quinto resultado positivo, com destaque para o subsetor de não duráveis (2,1%), e carburantes sendo o único resultado negativo (-2,9%). O setor de bens de capital (0,5%) assinalou taxa próxima de zero. As pressões negativas nesse setor vêm de bens de capital agrícolas (-34,8%) e de bens de capital para uso misto (-2,6%). Nos demais subsetores, os resultados são positivos: bens de capital para construção (26,7%), para transporte (8,5%), para energia elétrica (7,7%) e máquinas e equipamentos para fins industriais (3,2%). A produção de bens intermediários interrompe uma seqüência de 19 meses de crescimento, ao registrar variação negativa de 0,4%, principalmente por conta do recuo no subsetor de combustíveis e lubrificantes elaborados (-3,1%), com destaque para o item óleo diesel e óleos lubrificantes.

No confronto março 05/ março 04, a produção industrial cresceu 1,7%, o décimo nono resultado positivo, mas o menor desde dezembro de 2003. Entre as 27 atividades industriais pesquisadas, 16 apresentaram crescimento. Os maiores impactos positivos sobre o índice global vieram de veículos automotores (6,2%), farmacêutica (15,1%) e máquinas e equipamentos (4,9%). As principais pressões negativas vieram de fumo (-22,7%), efeito da longa estiagem no sul do país, e de refino de petróleo e produção de álcool (-4,1%).

Em síntese, a desaceleração no ritmo de crescimento industrial fica evidente no comportamento dos índices que comparam o trimestre ao trimestre imediatamente anterior (tabela 3), onde se observa que, desde o terceiro trimestre do ano passado, as taxas para o total da indústria são positivas, porém decrescentes: 3,0% no período abril-junho, 2,2%, 0,5% e 0,2% nos trimestres seguintes. Por categorias de uso, verifica-se movimento semelhante para os segmentos de bens de capital e de bens intermediários, enquanto que nos setores de bens de consumo duráveis essa tendência é mais suave. A exceção fica por conta dos bens de consumo semiduráveis e não duráveis, que mostra ampliação do crescimento neste período.