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Geodésia

Relatório mostra 20 anos de monitoramento de coordenadas geográficas

Editoria: Geociências | Irene Gomes

16/12/2021 10h00 | Atualizado em 28/01/2022 14h55

  • Destaques

  • Relatório metodológico apresenta avaliação da posição das estações da RBMC de 2000 a 2019.
  • Monitoramento permite determinar a dinâmica da crosta terrestre, movimentações locais, efeitos causados por terremotos, bem como os deslocamentos ocorridos em função de trocas de equipamentos e de eventos não identificados, além das variações na altitude.
  • Dados são essenciais para realização de obras de infraestrutura, estudos climáticos, georreferenciamento de imóveis, geração e transmissão de energia, agricultura de precisão, demarcação de terras, entre outros.
Antena da estação NAUS, localizada em Manaus/AM - Foto: Ariowaldo Banhos Cabral/IBGE

Vinte anos de movimentação da crosta terrestre, registrados por meio da determinação de coordenadas e velocidades em 189 estações de monitoramento com equipamentos GNSS (Global Navigation Satellite Systems - Sistemas de Navegação Global por Satélites). É o que traz o relatório Solução Multianual das Estações da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS no período de 2000 a 2019, que o IBGE divulga hoje (16).

A Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) é formada por um conjunto de estações geodésicas equipadas com receptores GNSS de alto desempenho. Uma vez por dia ou em tempo real, essas antenas de alta precisão disponibilizam observações para a determinação exata de coordenadas. “Isso permite que a gente monitore a variação da coordenada ao longo do tempo e expresse em forma de velocidade. Assim podemos observar a movimentação das placas tectônicas”, explica a gerente de geodésia do IBGE, Sonia Maria Alves da Costa.

O relatório metodológico apresenta uma avaliação da posição das estações da RBMC ao longo do tempo, levando-se em consideração a dinâmica da crosta terrestre, as movimentações locais, os efeitos ocasionados por terremotos, bem como os deslocamentos ocorridos em função de trocas de equipamentos e de eventos não identificados, além das variações na altitude, como as que ocorrem na região amazônica, decorrentes da carga hidrológica.

“O equipamento permite estimar essa variação na altitude nos períodos de secas e cheias dos rios. Quando chove, a massa da água faz com que a crosta afunde. A variação pode chegar a oito centímetros ao longo de um ano. Isso ocorre também em regiões geladas do planeta: com o degelo, a carga exercida pelo peso do gelo diminui e a crosta vai relaxando e soerguindo com o tempo”, exemplifica Sonia.

A determinação de coordenadas de precisão, latitude, longitude e altitude, é essencial para a realização de obras de infraestrutura como hidroelétricas e pontes, estudos climáticos nacionais e globais, georreferenciamento de imóveis rurais e urbanos, geração e transmissão de energia, agricultura de precisão, demarcação de terras, entre outros.

Antena e receptor da Estação APMA em Macapá/AP - Foto: Écio Silva (IBGE/DGC)

No relatório também são descritos os procedimentos da combinação das soluções semanais homogêneas oriundas do reprocessamento dos dados. “As observações da RBMC são diárias, mas a solução determinada é semanal. Esse processo torna o resultado mais preciso e homogêneo, diminuindo os erros provenientes dos arquivos diários. Portanto, ao longo de 20 anos de dados, foram geradas 1.043 soluções semanais que posteriormente foram combinadas determinando uma solução multianual”, esclarece supervisor de planimetria do IBGE, Alberto Luis da Silva.

Relatório com informações da estação SMAR (Santa Maria, RS), afetada pelo
terremoto ocorrido em 2010 no Chile e por trocas de antenas em 2007 e 2013.

Essa solução multianual é representada por um conjunto de coordenadas referidas à época 01.01.2010, um conjunto de velocidades, e as séries temporais de cada estação. Os resultados obtidos foram avaliados em consonância com padrões e orientações adotados internacionalmente.

Saiba mais sobre a RBMC.