PAS
Setor de serviços cria mais de 200 mil empregos em 2019
25/08/2021 10h00 | Atualizado em 30/09/2021 10h14
Destaques
- Setor de serviços tinha 1,4 milhão de empresas e 12,8 milhões de ocupados em 2019.
- A geração de receita operacional líquida chegou a R$ 1,8 trilhão, com R$ 1,1 trilhão de valor adicionado bruto e pagamento de R$ 376,3 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
- O segmento de serviços de informação e comunicação foi o único dos sete grandes segmentos analisados que perdeu participação, 5,6 pontos percentuais (p.p.), na geração de receita operacional líquida, devido à queda de 6,1 p.p. no setor de telecomunicações.
- Em dez anos, houve redução na concentração da receita bruta entre as grandes regiões do país, com destaque para o Sudeste (63,9%), que perdeu participação para o Sul (15,5%).
- Entre 2010 e 2019, o número médio de pessoas ocupadas apresentou redução, passando de 11 para nove pessoas.
- A região Sudeste também teve redução de 3,7 p.p. nos últimos dez anos na participação de pessoal ocupado, para 56,6%. Essa redução foi contrabalanceada pela expansão de 1,7 p.p. na região Sul e de 1,1 p.p. na região Nordeste, que passaram a concentrar, respectivamente, 17,5% e 15,0% da mão de obra em 2019.
O número de pessoas ocupadas no setor de serviços subiu 2,1% em 2019, totalizando 12,8 milhões de pessoas, 269,9 mil a mais do que 2018. Apesar do aumento na criação de vagas, o setor apresentou uma queda de 1,2% em relação ao patamar de 2014, quando ocupava 13,0 milhões de trabalhadores. Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços, divulgada hoje (25) pelo IBGE.
Em 2019, último ano pré-pandemia, o setor de serviços apresentou um crescimento de 1,6% no número de empresas. Ao todo, 1,4 milhão de empresas atuaram no setor, em 2019, gerando uma receita operacional líquida de R$ 1,8 trilhão, com R$ 1,1 trilhão de valor adicionado bruto. Essas empresas pagaram R$ 376,3 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações a 12,8 milhões de trabalhadores.
A participação do segmento líder - de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio - na receita líquida caiu para 29,0% em relação a 2018. Na segunda posição, estava o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares (27,0%). Na sequência vieram serviços de informação e comunicação (21,8%), serviços prestados principalmente às famílias (11,7%), outras atividades de serviços (6,5%), atividades imobiliárias (2,4%) e serviços de manutenção e reparação (1,6%).
“O principal destaque é a queda de participação de Informação e Comunicação, que em 2010 figurava como o segundo maior segmento, com 27,4% na geração de receita, e perde 5,6 pontos percentuais passando para o terceiro lugar com 21,8%. Foi o único dos sete grandes segmentos analisados que perdeu participação, devido à queda de 6,1 p.p do setor de telecomunicações. Um dos fatores pode ter sido a evolução da tecnologia com perda de receitas de alguns serviços como de mensagens de texto. Por outro lado, ainda no segmento de informação e comunicação, o setor de tecnologia da informação é o que mais cresce, mas não no mesmo patamar da perda do setor de telecomunicações”, destaca o analista da PAS, Marcelo Miranda.
Miranda ressalta que todos os outros seis segmentos analisados ganharam participação, com destaque para serviços profissionais, administrativos e complementares que saiu da terceira para a segunda posição na geração de receita operacional líquida, com 27%.
“Entre as 34 atividades, a que mais gera receitas em todo o setor de serviços é a de transporte de carga – do segmento de segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio - com 11% de participação. Já em relação a pessoal ocupado, a atividade que mais gera emprego é a de serviços de alimentação do segmento de serviços prestados principalmente às famílias. Embora seja a que tem o menor salário mínimo (1,5 s.m.)”, completa Miranda.
A região Sudeste, puxada sobretudo por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais permaneceu como a principal região do país, em receita, pessoal ocupado, salários e número de empresas. Mas vem perdendo participação em todas essas variáveis. Em 2010, a participação na receita bruta era 66,3% e em 2019 esse número caiu para 63,9%. As regiões que ganharam participação foram Sul, de 14,2% para 15,5%, ganho de 1,3 p.p.; e Centro Oeste que ganhou 1,0 p.p. passado de 6,7% para 7,7%. O Nordeste teve leve crescimento de 10,1% para 10,2%. Apenas a região Norte não ganhou participação.
“Em relação às unidades da federação, o estado de São Paulo ainda é a unidade que tem mais geração de receita (42,9%). O Rio de Janeiro é o estado que mais perde participação de receita, caindo de 14,0% para 11,7% em dez anos. Já o Paraná, com ganho de 0,4 p.p, ultrapassou o Rio Grande do Sul, mas ambos com valores muito próximos brigando pela quarta e quinta colocação ao longo dos últimos dez anos. Outro destaque é Santa Catarina, um dos estados que mais ganharam participação de receita, 0,9 p.p, ultrapassando a Bahia na sexta posição”, destaca Miranda.
Em dez anos, houve uma queda no salário médio mensal pago pelo setor em todas as regiões com recuo de 2,5 salários mínimos em 2010 para 2,3 salários mínimos em 2019. A região Sudeste continua sendo a que paga o maior salário médio (2,5 s.m.) e a região Nordeste, a que menos paga (1,7 s.m.).
Serviços de informação e comunicação (4,5 s.m.), outras atividades de serviços (3,0 s.m.) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,8 s.m.) continuaram a pagar, em 2019, salários acima da média do setor. Apesar da tendência de queda da maioria das atividades, algumas apresentaram uma pequena variação positiva na remuneração média na comparação com o ano de 2010, como serviços prestados principalmente às famílias (1,5 s.m.) e outras atividades de serviços (3,0 s.m.).