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PAS 2019: setor de serviços tinha 1,4 milhão de empresas, receita de R$ 1,8 trilhão e empregava 12,8 milhões de pessoas

25/08/2021 10h00 | Atualizado em 08/09/2021 16h36

Em 2019, o setor de serviços tinha 1,4 milhão de empresas, que geraram R$1,8 trilhão em receita operacional líquida e R$ 1,1 trilhão de valor adicionado. O setor empregava 12,8 milhões de pessoas, que receberam R$ 376,3 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

Frente a 2018, o número de pessoas ocupadas no setor de serviços aumentou 2,1%. Já a receita bruta do setor somou R$ 2,0 trilhões, dos quais 2,6% vinham de atividades secundárias, como a revenda de mercadorias e a venda de produtos de fabricação própria.

Entre 2010 e 2019, o segmento de Serviços de informação e comunicação foi o único dos sete segmentos analisados que perdeu participação, 5,6 pontos percentuais (p.p.), na geração de receita operacional líquida, devido principalmente à queda de 6,1 p.p. no setor de telecomunicações. O segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio concentrou a maior parcela da receita operacional líquida (29,0%).

Na segunda posição, estava o setor de Serviços profissionais, administrativos e complementares (27,0%). Na sequência vieram Serviços de informação e comunicação (21,8%), Serviços prestados principalmente às famílias (11,7%), Outras atividades de serviços (6,5%), Atividades imobiliárias (2,4%) e Serviços de manutenção e reparação (1,6%).

Entre 2010 e 2019, a média de ocupação do setor de serviços caiu de 11 para 9 pessoas por empresa. O segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tinha a maior média de ocupação: 15 trabalhadores por empresa.

O salário médio mensal recuou, passando de 2,5 salários mínimos, em 2010, para 2,3 s.m. em 2019. Serviços de informação e comunicação (4,5 s.m.), Outras atividades de serviços (3,0 s.m.) e Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,8 s.m.) continuaram a pagar, em 2019, salários acima da média do setor. Serviços prestados principalmente às famílias tiveram a média salarial mais baixa (1,5 s.m.).

Essas são algumas das informações da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2019.

Pesquisa Anual de Serviços - PAS - Brasil - 2010 a 2019
ANO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Pessoal Ocupado 10.440.382 11.407.552 11.942.467 12.470.103 12.990.746 12.700.117 12.360.279 12.302.727 12.566.123 12.836.057
Nº de empresas 969.204 1.109.208 1.182.440 1.245.335 1.321.384 1.302.412 1.331.676 1.326.805 1.349.755 1.371.608

29,0% da receita de Serviços vinham do segmento de Transportes

Em 2019, o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi responsável pela maior parte da receita operacional líquida do setor de Serviços, com 29,0% de participação. Entre as atividades do segmento, destaca-se o Transporte rodoviário de cargas, líder em participação na receita líquida do setor e responsável por 11,0% da receita de Serviços em 2019, contra 10,5% em 2010.

Armazenamento e atividades auxiliares aos transportes teve participação de 22,2% na receita líquida e alta de 2,4 p.p. no período, registrando o maior crescimento de participação no segmento entre 2010 e 2019. Já os agrupamentos de Transporte de passageiros, de Correio e outras atividades de entrega e o de Transporte aéreo tiveram quedas em participação dentro do segmento de 3,6 p.p., 1,3 p.p. e 0,9 p.p., respectivamente.

Os Serviços profissionais, administrativos e complementares ocupavam o terceiro lugar no ranking do setor de Serviços em 2010 e avançaram uma posição em 2019, com alta de 1,4 p.p. na participação da receita operacional líquida. Com relação ao total do segmento, os Serviços de escritório e apoio administrativo cresceram 2,8 p.p. em dez anos. Já Serviços técnico-profissionais – contabilidade, arquitetura, serviços jurídicos etc. – recuaram 2,2 p.p. mas seguem como a principal atividade, com 38,9% de participação no segmento.

Telecomunicações cai 6,1 p.p e impacta Serviços de informação e comunicação

Entre 2010 e 2019, Serviços de informação e comunicação foi o único dos sete segmentos da pesquisa a perder participação, 5,6 p.p., na receita operacional líquida. Em 2010, era o segundo, mas perdeu a posição para Serviços profissionais, administrativos e complementares. Essa perda deve-se, principalmente, à atividade de Telecomunicações, que passou de 15,3% de participação na receita em 2010, para 9,2% em 2019, caindo da primeira para a terceira posição.

Já o agrupamento de Tecnologia da informação foi o que mais ganhou importância, não só dentro do segmento, mas no setor de Serviços, com 9,2% da receita líquida e ganho de 2,8 p.p. em uma década.

Os Serviços prestados principalmente às famílias, apesar de terem mantido a quarta posição no ranking, com 11,7% do total da receita operacional líquida, tiveram um ganho de 2,1 p.p., a maior variação positiva em participação entre os sete segmentos de serviços no período de dez anos. A atividade de Serviços de alimentação foi a mais relevante desse segmento, com participação de 65,5% em 2019. Entre 2010 e 2019, o agrupamento de Atividades de ensino continuado foi a que mais avançou, ganhando 1,6 p.p. de participação no segmento, enquanto Serviços de alojamento, por sua vez, apresentou maior retração (-3,3 p.p.).

Os outros três segmentos do setor, compostos pelas Atividades imobiliárias, Serviços de manutenção e reparação e Outras atividades de serviços, somaram 10,5% da receita operacional líquida, alta de 1,8 p.p. em dez anos. A maior parte desse ganho deve-se ao crescimento dos Serviços auxiliares financeiros, dos seguros e da previdência complementar – pertencente ao segmento de Outras atividades de serviços – segunda atividade de todo o setor de serviços que mais cresceu no período, com um ganho de 1,6 p.p. em participação.

Concentração do mercado diminuiu 2,6 pontos percentuais em 2019

O setor de serviços como um todo apresentou um baixo nível de concentração em 2019, registrando razão de concentração de ordem 8 (R8) de 9,1%. O índice mede proporção da receita operacional líquida que é gerada pelas oito maiores empresas de uma atividade. Houve uma redução de 2,6 p.p. no índice em relação a 2010, influenciada por uma queda 4,6 p.p. nesse indicador para os Serviços de informação e comunicação, segmento que manteve a concentração mais elevada em 2019 (36,0%).

Essa tendência de queda também ocorreu nos segmentos de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com diminuição de concentração de 1,7 p.p. e R8 de 15,0% em 2019; Serviços prestados principalmente às famílias (-1,0 p.p.) e R8 de 8,2%; e Serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,7 p.p.) e R8 de 5,2%.

A concentração dos outros três segmentos (Outras atividades de serviços, Atividades imobiliárias e Serviços de manutenção e reparação) aumentou, chegando a 2019 com R8 de 19,2%, 11,6% e 10,6%, respectivamente.

Serviços profissionais, administrativos e complementares detinham 40,8% das ocupações

As empresas prestadoras de serviços ocuparam um total de 12,8 milhões de pessoas em 2019, aumento de 2,4 milhões de pessoas em dez anos e crescimento de 22,9%. Serviços profissionais, administrativos e complementares empregou 40,8% do total, com 5,3 milhões de pessoas, representando um incremento de 943,5 mil trabalhadores no período de dez anos. Em seguida, Serviços prestados principalmente às famílias (22,2%), empregou 2,8 milhões de pessoas, aumento de 675,1 mil pessoas. Com isso, esse segmento ultrapassou o de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (19,3%), que foi para a terceira posição, empregando 2,5 milhões de pessoas, aumento de 277,3 mil pessoas.

Serviços de informação e comunicação (8,4%) é o quarto no ranking com 1,1 milhão de pessoas, incremento de 263,9 mil pessoas entre 2010 e 2019. Finalmente, Outras atividades de serviços (4,0%), Serviços de manutenção e reparação (3,3%) e Atividades imobiliárias (2,0%) empregaram um total de 1,2 milhão de pessoas em 2019. Entre 2010 e 2019, esses segmentos tiveram, em conjunto, um crescimento 235,8 mil pessoas ocupadas. Atividades imobiliárias registrou a maior taxa de crescimento no número de pessoas ocupadas neste período, aumentando sua força de trabalho em 83,5%.

De 2010 para 2019, média de trabalhadores por empresa cai de 11 para 9

Entre 2010 e 2019, o número médio de pessoas ocupadas apresentou redução, passando de 11 para 9 pessoas. Entre os segmentos, Outras atividades de serviços; Serviços profissionais, administrativos e complementares; Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e Atividades imobiliárias apresentaram redução do número médio de pessoas ocupadas nas empresas, enquanto os demais mantiveram-se inalterados no período.

Em média, o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o que apresentou o maior porte médio de empresas (15 pessoas), influenciado principalmente pelas atividades de Transporte ferroviário e metroferroviário (974 pessoas), Transporte dutoviário (862 pessoas) e Transporte aéreo (272 pessoas). Esses representaram os maiores valores para o indicador de porte médio dentre os 34 agrupamentos.

A remuneração média dos trabalhadores nas empresas de serviços não financeiros, calculada em salários mínimos (s.m.), recuou de 2,5 s.m. para 2,3 s.m. entre 2010 e 2019. Serviços de informação e comunicação (4,5 s.m.), Outras atividades de serviços (3,0 s.m.) e Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,8 s.m.) continuaram a pagar, em 2019, salários acima da média do setor. Apesar da tendência de queda da maioria das atividades, algumas apresentaram pequena variação positiva na remuneração média ante 2010, como Serviços prestados principalmente às famílias (1,5 s.m.) e Outras atividades de serviços (3,0 s.m.).

Paraná supera Rio Grande do Sul e Santa Catarina ultrapassa a Bahia

Em 2019, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais geraram, respectivamente, 42,9%, 11,7% e 7,6% da receita bruta de serviços do Brasil, ocupando as três primeiras posições do ranking nacional, que se manteve inalterado frente a 2010. Outras mudanças estruturais em destaque foram: o Paraná avançou da quinta para a quarta posição, trocando de posição com o Rio Grande do Sul; e Santa Catarina inverteu de posição com a Bahia, passando da sétima para sexta posição no ranking nacional. Esses mesmos movimentos se repetiram nas sete primeiras posições quando é analisada a distribuição de pessoal ocupado nas Unidades da Federação.

Em 2019, o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o mais relevante em quatro regiões, com participação de 39,2% na receita bruta da Região Norte, 30,3% no Nordeste, 34,8% no Sul e 34,7% no Centro-Oeste. A exceção foi o Sudeste.

No Sudeste, houve maior homogeneidade entre as atividades e os três principais segmentos – Serviços prestados às empresas (27,5%); Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (26,0%); e Serviços de informação e comunicação (25,4%) – foram responsáveis por 78,9% da receita bruta dos Serviços na Região. Houve avanço de 2,0 p.p. na participação dos Serviços prestados às empresas, passando da terceira para a primeira posição, em dez anos. Serviços de informação e comunicação sofreu a maior retração nesse período: - 5,4 p.p..

Mudanças estruturais semelhantes ocorreram no Nordeste e no Centro-Oeste, onde Serviços de informação e comunicação perdeu a liderança no ranking. Esse segmento apresentou queda de participação em todas as outras Regiões entre 2010 e 2019, de 12,4 p.p. na Região Centro-Oeste, 12,2 p.p. na Região Norte, 11,1 p.p. na Região Nordeste, 6,5 p.p. na Região Sul.

Em dez anos, Sudeste perde participação na ocupação

A Região Sudeste manteve o predomínio da participação regional, com 56,6% do total do pessoal ocupado, porém com redução de 3,7 p.p. nos últimos dez anos. Essa redução foi contrabalanceada pela expansão de 1,7 p.p. na Região Sul e de 1,1 p.p. na Região Nordeste, que passaram a concentrar, respectivamente, 17,5% e 15,0% da mão de obra em 2019.

Os salários, retiradas e outras remunerações tiveram variações semelhantes, com uma perda de 3,9 p.p. da Região Sudeste frente ao aumento, principalmente, das Regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste, que avançaram 1,9 p.p., 1,0 p.p. e 1,0 p.p., respectivamente.

As empresas do Sudeste pagaram, em média, 2,5 s.m. em 2019, acima da média brasileira (2,3 s.m.). Entre 2010 e 2019, por sua vez, todas as Grandes Regiões apresentaram redução no salário médio, com destaque para o Sudeste, que reduziu em 0,3 s.m., e para o Nordeste, que pagou a menor remuneração do País, entre 2010 e 2019 (1,7 s.m.).

São Paulo foi responsável por 67,2% da receita dos Serviços no Sudeste

Na Região Sul, o Paraná aumentou a participação em 0,4 p.p., atingindo 36,9% do total em 2019, enquanto o Rio Grande do Sul perdeu 4,4 p.p., chegando a 35,9% de participação da Região. Apesar de registrar o maior ganho de participação na Região Sul, avançando 4,0 p.p. em dez anos, Santa Catarina manteve a terceira posição no ranking, registrando 27,2% de participação.

Na Região Sudeste, São Paulo, líder no ranking regional, ganhou 2,3 p.p. de participação entre 2010 e 2019, atingindo 67,2% da receita bruta da região. Em segundo lugar, vinha o Rio de Janeiro (18,3%) com recuo de 2,8 p.p.. Minas Gerais (11,9%) manteve a terceira posição nesse ranking em 2019, com o Espírito Santo (2,6%) a seguir.

No Nordeste, a receita bruta se manteve concentrada na Bahia (31,4%), Pernambuco (22,2%) e Ceará (17,9%), que somados chegam a 71,5% do total da região. Apesar de manter a terceira posição do ranking, o Ceará foi o estado que mais ganhou em participação em dez anos na região, com avanço de 2,1 p.p., enquanto a Bahia foi o que mais perdeu, com recuo de 2,6 p.p. no período. Houve, ainda, troca de posições entre Paraíba (4,6%) e Alagoas (4,3%), com o primeiro alcançando a sexta posição e o último caindo para a sétima, no ranking regional.

No Centro-Oeste houve perda de participação de 4,7 p.p. no Distrito Federal (37,8%) e de 2,0 p.p. em Goiás (26,2%), que ocupou a segunda posição em 2019. Essa retração foi contrabalançada pelo avanço de 6,4 p.p de Mato Grosso, que alcançou 22,1% da receita bruta da região em 2019 e a terceira posição no ranking, assim como Mato Grosso do Sul, que concentrou 13,9% da receita, mas teve discreto avanço (0,3 p.p.) entre 2010 e 2019.

Na Região Norte, Amazonas (38,2%) e Pará (36,5%) concentraram a maior parcela da receita bruta de serviços. Pará registrou o maior ganho de participação no total da região em dez anos, com aumento de 2,3 p.p. No sentido contrário, Rondônia foi o que mais perdeu participação, com queda de 2,2 p.p., perdendo a terceira posição de participação para o Tocantins, que teve um ganho de 2,2 p.p. e com quem inverteu de posição no ranking. Um segundo movimento de trocas de posição no ranking regional ocorreu entre o Acre (3,2%), que subiu para a quinta posição, e o Amapá (3,0%), que caiu para a sexta posição entre 2010 e 2019.