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Cultural sector gains companies, yet loses share in economy in 10 years

Section: Social Statistics | Irene Gomes | Design: Licia Rubinstein

December 12, 2025 10h00 AM | Last Updated: December 12, 2025 11h47 AM

  • Highlights

  • Dados das pesquisas estruturais por empresa do IBGE (Pesquisa Industrial Anual – PIA – Empresa, Pesquisa Anual de Comércio – PAC e Pesquisa Anual de Serviços – PAS), mostram que, de 2013 a 2023, a participação das empresas formalmente constituídas (com CNPJ) do setor cultural no total de setores estudados subiu de 8,0% para 8,6%.
  • Já a participação na receita líquida recuou de 7,7% para 5,6% do faturamento total, e, no valor adicionado (VA), a parcela diminuiu de 10,5% para 8,3% do total coberto pela indústria de transformação e empresas do comércio e serviços não financeiros selecionados. Em 2023, o setor cultural tinha receita líquida estimada de R$ 910,6 bilhões e contribuiu para a economia nacional com um valor adicionado de R$ 387,9 bilhões.
  • No curto prazo, houve estabilidade no VA entre 2021 e 2022 (ambas em 8,0%) e tendência de crescimento em 2023 (8,3%).
  • Em 2022, o setor cultural representava 6,8% das empresas, 4,2% dos ocupados e 3,5% dos assalariados, de acordo com as informações do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do IBGE, uma das fontes do estudo.
  • Pelo CEMPRE, o total de salários pagos no ano foi de R$ 102,8 bilhões, ou 4,5% da massa salarial, o equivalente a um salário médio mensal de R$ 4.658. É um número 31,5% superior à média dos salários (R$ 3.542).
  • Informação inédita no estudo, em 2022, 9,5% dos MEI (1,4 milhão) estavam no setor cultural, com forte concentração em atividades relacionadas à publicidade e também artes visuais e artesanato.
  • Em relação a pessoas em atividades ou ocupações culturais (formais ou informais), em 2024, o setor cultural contava com 5,9 milhões de pessoas, o maior valor da série da Pnad Contínua iniciada em 2014, equivalente a 5,8% do total.
  • Em 2024, o Índice de Preços da Cultura (IPCult) cresceu 2,8%, enquanto IPCA subiu 4,8%. Em média, entre 2020 e 2024, a variação no ano do IPCult foi de 3,1%, contra 5,9% do IPCA.
In 2024, the cultural sector employed 5.9 million people, equivalent to 5.8% of the total, the highest values ​​in the time series of the Continuous PNAD, started in 2014 - Picture: Pexels

From 2013 to 2023, the participation of companies from the cultural sector rose from 8.0% to 8.6%, considering the total number of sectors studied by the IBGE enterprise surveys. However, during the same period, there was a reduction in net revenue, which fell from 7.7% to 5.6% of total revenue. This behavior was also reflected in value added (VA), whose share decreased from 10.5% to 8.3% of the total covered by the manufacturing industry and selected trade and non-financial services companies.

On the other hand, in the short term, there was stability in the participation of the culture VA in the economy between 2021 and 2022 (both at 8.0%) and a growth trend in 2023 (8.3%), with the representativeness of the cultural sector in the VA growing 0.3 p.p. compared to previous years.

The data are part of the System of Cultural Information and Indicators (SIIC) 2013-2024, released today (12) by the IBGE. The study brings together information about the cultural sector from several IBGE surveys on enterprises, employment, prices and access to culture, in addition to other government administrative data. Also read the news about public spending on culture. Watch here the on-line press conference about the release.

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“As informações das pesquisas por empresa do IBGE mostram mudanças estruturais no setor em 10 anos, com ganho de importância em número de empresas em atividades como as ligadas à produção cinematográficas, produção de vídeos e de programas de televisão, ligadas a portais e provedores de na internet, também arquitetura e publicidade. Há perda em setores ligado ao livro, ao comércio de equipamentos de informática e comunicação. Em termos de valor adicionado, a comparação de 2023 com 2013 também mostra mudanças estruturais, com destaque positivo para atividades relacionadas à Internet, software e à publicidade. Há queda de importância para TV aberta, por assinatura, setor editorial e telecomunicações, algumas dessas com grande peso econômico, impactando o VA geral do setor cultural”, destaca Leonardo Athias, coordenador do estudo.

Principais variações na participação do VA das atividades culturais dos Domínios Centrais e Periféricos 

Principais variações na participação do VA das atividades culturais dos Domínios Centrais 2013 2023 Variação 2013-2023
Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet  0,6% 3,7% 3,1 p.p. ⭡
Outras atividades de telecomunicações 3,5% 4,9% 1,4 p.p. ⭡
Agências e atividades de publicidade 4,7% 5,9% 1,2 p.p. ⭡
Operadoras de televisão por assinatura 4,2% 0,4% 3,8 p.p. ⭣
Atividades de televisão aberta 5,1% 2,9% 2,2 p.p. ⭣
Edição e edição integrada à impressão 3,9% 2,1% 1,8 p.p. ⭣
Principais variações na participação do VA das atividades culturais dos Domínios Periféricos 2013 2023 Variação 2013-2023
Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador 13,5% 21,7% 8,2 p.p. ⭡
Tratamento de dados, hospedagem na internet e outros serviços relacionados 4,6% 5,6% 1,0 p.p. ⭡
Telecomunicações por fio, sem fio e por satélite 26,9% 22,5% 4,4 p.p. ⭣

Fonte: IBGE, Pesquisa Industrial Anual - Empresa 2013-2023, Pesquisa Anual do Comércio 2013-2023 e Pesquisa Anual dos Serviços 2013-2023.

Em 2023, o setor cultural registrou uma receita líquida de R$ 910,6 bilhões e destinou R$ 115,9 bilhões a salários, retiradas e outras remunerações. As atividades culturais contribuíram para a economia nacional com um valor adicionado de R$ 387,9 bilhões.

Empresas do setor cultural pagam salários 31,5% maiores

Em 2022, 644,1 mil organizações atuavam nas atividades culturais no país. Essas empresas ocupavam 2,6 milhões de pessoas, sendo que mais de 2/3 delas (66,1% ou 1,7 milhão) eram assalariadas. Assim, o setor cultural representava 6,8% das empresas, 4,2% dos ocupados e 3,5% dos assalariados, de acordo com as informações do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do IBGE, uma das fontes do estudo.

O CEMPRE possui uma abrangência mais ampla do que a das pesquisas estruturais por empresas, tanto no recorte setorial (atividades específicas) quanto no perfil das empresas contempladas (ativas e enquadradas como entidades empresariais). Devido a mudanças metodológicas nas estatísticas do CEMPRE, a série histórica foi reiniciada em 2022. 

O total de salários pagos no ano foi de R$ 102,8 bilhões, ou 4,5% da massa salarial, o equivalente a um salário médio mensal de R$ 4.658. É um número 31,5% superior à média dos salários (R$ 3.542).

A publicação utiliza uma classificação da Unesco, que divide as atividades culturais em centrais (em que há oito domínios) e periféricas (equipamentos e materiais de apoio). “Os domínios centrais estão mais ligados ao que entendemos de maneira mais espontânea como cultura, como audiovisual, música e livro, design e arquitetura, enquanto os periféricos são mais de apoio, como fabricação e comércio de equipamentos, telecomunicações, que também são necessários para a fruição cultural”, explica Athias. 

A maioria das organizações fazem parte das atividades culturais centrais, enquanto as atividades culturais periféricas ocupavam a maior parte dos assalariados em 2022.  Atividades centrais representavam 67,0% das empresas e 48,1% dos assalariados, e as atividades periféricas eram 33,0% e 51,9% do total, respectivamente.

Em termos de pessoal assalariado, as atividades com maior concentração estavam em Mídias audiovisuais e interativas, com 31,4% dos assalariados nas atividades centrais. Estas também foram responsáveis pelos maiores salários médios nas atividades centrais, R$ 4.987. Os menores salários foram pagos pelas empresas em Educação e capacitação (R$ 2.029). No domínio periférico, Equipamentos e materiais de apoio eram maiores empregadores (51,9%), com os mais altos salários (R$ 5.795).

Setor cultural concentra 9,5% dos Microempreendedores Individuais

Pela primeira vez, o Sistema de Informações e Indicadores Culturais traz uma análise dos Microempreendedores Individuais (MEI) que atuam no setor cultural. Em 2022, 9,5% dos MEI (1,4 milhão) estavam no setor cultural. Sua distribuição por domínios era bem diversa da observada para as empresas do setor cultural do Cempre, com altas participações para Design e serviços criativos (44,9%), que inclui atividades ligadas à publicidade, e Artes visuais e artesanato (13,0%).

 Apesar da maior escolaridade, setor da cultura é mais informal

Em 2024, o setor cultural tinha 5,9 milhões de ocupados, o maior valor da série iniciada em 2014, acompanhando o dinamismo do mercado de trabalho como um todo. Em termos relativos, mantém a proporção de 5,8% observada em 2023, também representando os maiores valores da série da Pnad Contínua.

O perfil das pessoas ocupadas no setor cultural em 2024, na comparação com o total da população ocupada, era de nível de instrução mais elevado (30,1% na cultura x 23,4% no total das atividades com superior completo), mais feminino (47,4% x 43,4%), com mais pessoas de cor ou raça branca (50,2% x 43,2%), ocupadas como conta própria (43,0% x 25,2%) e em ocupações informais (44,6% x 40,6%).

O rendimento médio real habitual do trabalho principal da população ocupada em atividades culturais foi de R$ 3.266 por mês, em 2024, e R$ 3.331, em 2023, mostrando uma retração de 2,0%, levando em conta a inflação. Ao mesmo tempo, entre 2023 e 2024, o rendimento do trabalho principal como um todo cresceu 3,5%, chegando a R$ 3.108 em 2024. Com isso, a diferença entre cultura e o total da economia passou de 11,0% em favor da cultura para 5,1% nos dois últimos anos.

“Esse comportamento pode ser explicado pela dinâmica de alocação das pessoas entre ocupações e atividades de um ano para o outro, com crescimento a partir de setores com menor remuneração como educação e alojamento e alimentação”, observa Athias. 

Pela primeira vez, o estudo fez uma análise das principais atividades e ocupações dentro do setor cultural. Publicidade (8,3% do setor cultural em 2024) ganha importância na proporção de ocupados no setor cultural desde o início da série, passando da sétima posição em 2014 para a primeira em 2024. Telecomunicações (7,6%) cai da primeira para a segunda e Confecção (6,2%) sobe da décima para a terceira posição.

Além disso, os maiores níveis de informalidade em 2024 foram encontrados em Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário (80,8%), Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis (78,2%), Confecção, sob medida, de artigos do vestuário (74,2%).

Em 2024, IPCult cresce 2,8%, enquanto IPCA sobe 4,8%

O Índice de Preços da Cultura (IPCult) acompanha os valores de uma cesta de bens e serviços do setor. A série desse indicador começa em 2020, com 30 subitens culturais reunidos em seis grupos.

Desde 2020, o IPCult teve variações consistentemente menores do que o IPCA, sendo de 2,8% em 2024, contra 4,8% para o IPCA. Em média, entre 2020 e 2024, a variação no ano do IPCult foi de 3,1%, contra 5,9% do IPCA. A diferença entre os dois índices mostrou-se mais aguda em 2021 (6,6 p.p.) e 2022 (4,3 p.p.), com menores diferenças em 2023 (1,6 p.p.) e 2024 (2,0 p.p.).

Na cesta nacional, o IPCult respondia por 9,1% do IPCA em 2020, diminuindo ano a ano até chegar a 7,9% em 2024, o que traduz a diferença na evolução das variações dos subitens que compõem cada um desses índices.

Regionalmente, as maiores variações de preços do IPCult entre 2020 e 2024 foram nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG), com 3,8%, São Paulo (SP), com 3,5%, e Porto Alegre (RS), com 3,2%. Os menores crescimentos estiveram no município de São Luís (MA), com 2,1%, e seguiram empatados, com 2,3%, os municípios de Rio Branco (AC), Campo Grande (MS), além da Região Metropolitana de Belém (PA).

Mais sobre a pesquisa

O Sistema de Informações e Indicadores Culturais - SIIC visa desenvolver uma base consistente e contínua de informações sobre o setor cultural e construir indicadores relacionados ao tema. Em sua sétima edição, além de atualizar e aprofundar temas (como turismo e uma nova abordagem para despesas públicas), o estudo inova ao explorar o comércio exterior de bens e serviços culturais, dados sobre os Microempreendedores Individuais - MEI no setor cultural e, com dados do Censo Demográfico 2022, traz informação relativa à ocupação no setor cultural e à formação superior relacionada à cultura no nível dos municípios.



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