PNAD Contínua TIC 2018: Internet chega a 79,1% dos domicílios do país
29/04/2020 10h00 | Atualizado em 29/04/2020 18h46
O percentual de domicílios que utilizavam a Internet subiu de 74,9% para 79,1%, de 2017 para 2018. O rendimento médio per capita daqueles em que havia utilização da Internet era quase o dobro do rendimento dos que não utilizavam a rede.
O equipamento mais usado para acessar a Internet foi o celular, encontrado em 99,2% dos domicílios com serviço. O segundo foi o microcomputador, que, no entanto, só era usado em 48,1% desses lares. Já o acesso pela televisão subiu de 16,1% para 23,3% dos domicílios com internet, de 2017 para 2018.
Essas são algumas informações da PNAD Contínua do IBGE que, no quarto trimestre de 2018, pesquisou o acesso dos domicílios brasileiros à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
O rendimento médio per capita dos que utilizavam tablet para navegar na internet era o dobro do recebido por aqueles que acessavam a rede pelo celular e 37,7% superior ao dos que usavam computador.
A conexão por banda larga móvel (3G ou 4G) mantém liderança (80,2%), mas o percentual de usuários da fixa (75,9%) vem se aproximando. No período de 2016 a 2018, constatou-se tendência de crescimento dos domicílios em que eram utilizados os dois tipos de banda larga e leve retração do uso de somente um tipo de conexão.
Entre 2017 e 2018, o percentual de pessoas que tinham celular próprio subiu de 78,2% para 79,3%, chegando a 82,9% nas áreas urbanas e a 57,3% nas rurais. Já a proporção de domicílios com telefone fixo caiu de 31,6% para 28,4%, no período.
O percentual de pessoas que fizeram chamadas de voz via Internet subiu de 83,8% em 2017 para 88,1% em 2018. A proporção de pessoas que acessaram à rede para assistir vídeos também subiu, no mesmo período, de 81,8% para 86,1%.
De 2017 para 2018, o percentual de domicílios com TV por assinatura variou de 32,9% para 31,8%. Nesse período, na área urbana, esse percentual caiu de 35,6% para 34,3% e, na rural, subiu de 14,1% para 14,9%. Cerca de 51,8% dos que não tinham esse serviço o consideravam caro.
Entre 2017 e 2018, a proporção dos domicílios que não tinham TV por assinatura e o substituíram pela programação disponível na Internet cresceu de 2,4% para 3,5%. O material de apoio da PNAD Contínua TIC está à direita.
De 2017 para 2018, o percentual de utilização da Internet nos domicílios subiu de 74,9% para 79,1%. O crescimento mais acelerado da utilização da Internet nos domicílios rurais, em todas as regiões - de 41,0% em 2017 para 49,2% em 2018 – ajudou a reduzir a diferença em relação à área urbana, onde a utilização da internet subiu de 80,2% para 83,8%.
Além disso, foi observado que o rendimento real médio per capita dos domicílios em que havia utilização da Internet (R$ 1.769) foi quase o dobro do rendimento dos que não utilizavam a rede (R$ 940). A grande diferença entre esses dois rendimentos foi observada em todas as regiões do país.
Nos 14.991 mil domicílios do País em que não havia utilização da Internet, os três motivos que mais se destacaram (84,4%) foram: falta de interesse em acessar a Internet (34,7%), serviço de acesso à Internet era caro (25,4%) e nenhum morador sabia usar a Internet (24,3%). Em outros 7,5% das residências os moradores disseram que não havia disponibilidade de rede na área do domicílio e 4,7% deram como justificativa o alto custo do equipamento eletrônico para conexão.
Em área urbana, o percentual de domicílios sem utilização da Internet que alegaram os três principais motivos destacados acima chegou a 91,5%. Já nas áreas rurais, a não disponibilidade do serviço de acesso à Internet na área do domicílio representou 20,8%, contra apenas 1,0% em área urbana.
Quase todos os domicílios que usam Internet, acessam pelo celular
Dentre os equipamentos utilizados para navegar na rede, o celular se manteve na vanguarda em 2018, já próximo de alcançar a totalidade (99,2%) dos domicílios com acesso à internet. Em 2017, este percentual estava em 98,7%. Verificou-se ainda tendência de crescimento no percentual daqueles que utilizaram somente telefone móvel: em 2016 era 38,6%, passou para 43,3% em 2017 e para 45,5% em 2018.
O microcomputador foi o segundo equipamento mais usado, e estava em 48,1% dos domicílios com Internet, tendo, inclusive, reduzido esse percentual em comparação a 2017 (52,4%). E o uso dos tablets diminuiu de 15,5% em 2017 para 13,4% em 2018.
Já o acesso pela televisão aumentou bastante, de 16,1% em 2017 para 23,3% em 2018, embora ainda seja um percentual baixo de domicílios brasileiros investindo nesse recurso. Esse acelerado movimento de crescimento ocorreu em todas as regiões do país.
A renda interfere no tipo de equipamento utilizado. Nos domicílios com uso de Internet no tablet e televisão o rendimento médio per capita era, em geral, bem mais elevado: R$ 3.538 e R$ 3.111, respectivamente. Já nos domicílios que usavam o celular para acessar a internet, o valor era quase a metade (R$ 1.765).
Uso de conexão discada é quase zero, banda larga móvel atinge 80,2%
Quanto ao tipo de conexão utilizada, tanto a banda larga móvel (3G/4G) quanto a fixa mostraram crescimento gradual. Nos domicílios em que havia utilização da Internet, o percentual dos que usavam a móvel passou de 77,3% em 2016 para 78,6% em 2017 e atingiu 80,2% em 2018. Já o percentual dos que usavam banda larga fixa evoluiu de 71,4% em 2016 para 73,5% em 2017 e chegou a 75,9% em 2018.
Por outro lado, a conexão discada torna-se cada vez mais irrelevante, tendo passado de 0,6% em 2016 para 0,4% em 2017, e caído para 0,2% em 2018.
Na região Norte, o percentual de domicílios com banda larga fixa era de apenas 53,4%, enquanto nas demais regiões, essa proporção variava entre 74,7% e 78,5%. Na região, a rede móvel tem percentual de uso de 89,7%.
Outro comportamento atípico foi o do Nordeste, onde, ao contrário das outras regiões do país, a banda larga fixa tem mais adeptos do que a móvel: em 2018, 64,1% dos domicílios nordestinos com Internet usavam a conexão móvel, contra 77,9% de uso da fixa. Nas outras regiões, esses percentuais variaram entre de 82,3% a 89,7%.
O percentual de domicílios em que havia conexão por banda larga fixa e móvel subiu de 52,3% em 2017 para 56,3% em 2018. Já a proporção dos domicílios onde somente era usada a conexão por banda larga móvel caiu de 25,2% para 23,3%, enquanto o percentual dos que usavam somente a fixa recuou de 20,2% para 19,0%.
Acesso à Internet é mais alto entre mulheres e jovens
Aproximadamente três quartos (74,7%) da população brasileira com 10 anos ou mais de idade (181,9 milhões de pessoas) acessaram a internet no período de referência da PNAD Contínua, uma alta de 4,9 pontos percentuais em relação a 2017 (69,8%). Nesse período, esse percentual de utilização subiu de 74,8% para 79,4% na área urbana e de 39,0% para 46,5% na área rural, onde continua abaixo da metade.
Cerca de 75,7% das mulheres utilizaram a Internet em 2018, percentual um pouco acima daquele verificado entre os homens: 73,6%.
E a faixa etária que mais utilizou a Internet em 2018 foi a de 20 a 24 anos, alcançando 91,0% do público com esta idade. Mas, de 2017 para 2018, houve crescimento do uso em todos os grupos etários, tendo o de 55 a 59 anos tido o mais expressivo aumento.
O nível de instrução influencia, mas a disseminação do uso da Internet vem impulsionando também a sua utilização em segmentos de níveis de instrução mais baixos. Em 2018, o percentual de pessoas que utilizaram a Internet foi de 12,1%, no nível sem instrução, de 55,5% no fundamental incompleto e atingiu 98,3% no superior incompleto.
Cresce número de pessoas que usa Internet para chamadas de voz e vídeo
A finalidade do uso também foi investigada. O percentual de pessoas que acessaram a Internet para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail não apresentou variação significativa de 2017 para 2018, mas ainda permaneceu como o objetivo mais elevado, ficando em 95,7% em 2018.
Em 2016, 73,3% das pessoas usavam a rede para chamadas de voz ou vídeo, subindo para 83,8% em 2017 e para 88,1% em 2018. Na mesma tendência, o percentual dos que acessavam a internet para assistir vídeos passou de 76,4% em 2016 para 81,8% em 2017, chegando a 86,1% em 2018.
79,3% das pessoas com 10 anos ou mais têm telefone celular
O percentual de pessoas que tinham telefone móvel para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade subiu ligeiramente, de 78,2%, em 2017, para 79,3%, em 2018. Em 2018, 80,7% das mulheres e 77,8% dos homens tinham celular para uso pessoal.
Regionalmente, em 2018, os percentuais de pessoas que usavam celular foram mais baixos no Norte (67,4%) e no Nordeste (70,7%). A proporção mais alta foi do Centro-Oeste (86,2%), com Sul (84,3%) e Sudeste (84,1%) a seguir.
Em 2018, esse indicador chegou a 82,9% nas áreas urbanas e a 57,3% nas áreas rurais.
O grupo etário em que a posse de telefone móvel é mais frequente é o de 30 a 34 anos (90,3%) e a menor frequência é a do grupo de 10 a 13 anos (43,5%). Entre os idosos de 60 anos ou mais, 64,1% têm celular, o segundo menor percentual entras as faixas de idade.
O percentual de pessoas com 10 anos ou mais de idade que tinham celular para uso pessoal em 2018 era maior entre aquelas com nível de instrução mais elevado, abrangendo 37,3% daquelas sem instrução e 97,9% das que tinham superior completo.
Entre os motivos alegados pelos entrevistados para não terem celular de uso pessoal, quatro se destacaram: alto custo do aparelho (28,0%), falta de interesse (24,2%), não sabiam usar (19,8%) e o costume de usar celular de outra pessoa (16,6%).
5,1% dos domicílios continuam sem nenhum tipo de telefone
Em 2018, não havia telefone fixo ou móvel em 5,1% dos domicílios particulares permanentes do país. Esse resultado não apresentou alteração em relação a 2017. Em 2018, havia telefone fixo convencional em 28,4% dos domicílios do País e este percentual recuou bastante em relação a 2017 (31,6%). A parcela dos que tinham telefone móvel celular permaneceu inalterada de 2017 para 2018 (93,2%).
O rendimento real médio per capita da parcela de domicílios em que não havia telefone fixo (R$ 728) ficou muito abaixo daquele dos domicílios que tinham (R$ 1.643).
Microcomputadores e tablets em baixa nos domicílios
Os resultados de 2016 a 2018 mostraram um lento declínio na proporção de domicílios em que havia microcomputador: eles representavam 43,4% do total, em 2017, e 41,7%, em 2018. Nesse período, o percentual caiu de 47,9% para 46,0%, na área urbana, enquanto na área rural, a diminuição foi insignificante (de 14,7% para 14,3%).
O tablet é muito menos comum nos domicílios que o computador. De 2017 para 2018, o percentual de domicílios em que havia tablet reduziu ainda mais, de 13,8% para 12,5%. Em área urbana, o indicador passou de 15,1% para 13,8% e, em área rural, de 4,7% para 3,8%.
O rendimento médio per capita é um importante indicador para a presença desses aparelhos. Em 2018, era de R$ 957 para os domicílios que não tinham nem microcomputador nem tablet e de R$ 2.404 para os que tinham pelo menos um deles.
O rendimento médio dos domicílios somente com tablet era de R$ 1.305, enquanto que o dos que tinham somente microcomputador, de R$ 2.046, alcançando R$ 3.798 nos que tinham ambos.
Rendimento de quem tem TV de tela fina é bem mais alto
O percentual de domicílios em que havia televisão permaneceu praticamente estável: 96,4% (em 2017, eram 96,7%). A diferença entre os valores do rendimento real médio per capita dos domicílios com (R$ 1.620) e sem televisão (R$ 954) era significativa.
Houve aumento acentuado na proporção de domicílios com TV de tela fina (de 69,8% para 74,3%) e retração na taxa de domicílios com TV de tubo (de 38,8% para 31,9%). O rendimento real médio per capita dos domicílios com televisão de tela fina (R$ 1.875) foi muito mais elevado que o daqueles que tinham televisão de tubo (R$ 1.008). A diferença foi ainda mais acentuada entre os domicílios que tinham somente um desses dois tipos de televisão: R$ 761 (apenas tubo) contra R$ 1.922 (apenas tela fina).
Aumentou também o número de domicílios com televisão com conversor (integrado ou adaptado) para receber o sinal digital de televisão aberta. Em 2018, 86,6% dos domicílios com televisão tinham conversor; em 2017, 79,8%. Os maiores crescimentos ocorreram nas regiões Norte (70,6% para 81,5%) e Nordeste (67,9% para 76,2%).
A antena parabólica, que é um recurso para captar sinal de televisão em áreas que não são plenamente atendidas por meio de antenas terrestres, teve presença reduzida nos lares brasileiros, de 32,4% em 2017 para 30,0% em 2018. Esse indicador caiu de 26,8% para 24,6% em área urbana e de 70,5% para 66,7% em área rural.
O rendimento médio per capita dos domicílios com antena parabólica (R$ 1. 160) era menor que o dos domicílios com televisão sem este tipo de antena (R$ 1.817). Isso ocorreu tanto na área urbana (R$ 1.318 frente a R$ 1.879) quanto na rural (R$ 763 contra R$ 863).
Brasil ainda tem 2,1 milhões de domicílios onde há somente sinal analógico de TV
Em 2018, o país ainda tinha 2,142 milhões de domicílios que não contavam com conversor, não recebiam sinal de televisão por antena parabólica e nem tinham serviço de televisão por assinatura.
De 2017 para 2018, a PNAD Contínua TIC constatou uma rápida redução na proporção de domicílios sem qualquer meio de acesso à televisão que não fosse o sinal analógico: de 6,2% para 3,1% dos domicílios do país. Em área urbana, a queda foi de 6,1% para 3,0%, e em área rural, de 6,8% para 4,1%.
Serviço de TV por assinatura tem queda na área urbana e alta na rural
De 2017 para 2018, o percentual de domicílios com TV por assinatura variou de 32,9% para 31,8%. Na área urbana, houve queda de 35,6% para 34,3% e, na rural, alta de 14,1% para 14,9%. O Sudeste continuou com o maior percentual de domicílios com televisão por assinatura (41,4%). E Nordeste permaneceu com o menor (17,6%).
O rendimento médio per capita dos domicílios com TV por assinatura (R$ 2.721) superou em muito o daqueles sem este serviço (R$ 1.106). Em área rural, a diferença foi de 60,7% (R$ 726 frente a R$ 1.197) e, em área urbana, de 41,8% (R$ 1.178 frente a R$ 2.818). A diferença do rendimento per capita entre os domicílios com TV por assinatura e os com antena parabólica foi de 42,6% (R$ 2.721 contra R$ 1.160).
Entre os motivos informados para não adquirir o serviço de TV por assinatura, 51,8% consideravam-no caro e 42,5% não tinham interesse. Cresceu a proporção de domicílios que não tinham TV por assinatura porque os entrevistados substituíam este serviço pela programação via Internet: eles representavam 3,5% do total de domicílios com televisão em 2018, contra 2,4% em 2017 e 1,5% em 2016.