Vendas no varejo variam -0,5% em setembro
12/11/2015 09h08 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
Período | Varejo | Varejo Ampliado | ||
---|---|---|---|---|
Volume de vendas | Receita nominal | Volume de vendas | Receita nominal | |
Setembro/Agosto
|
-0,5
|
0,1
|
-1,5
|
-1,2
|
Média móvel trimestral
|
-1,0
|
-0,1
|
-1,1
|
-0,5
|
Setembro 2015 / Setembro 2014
|
-6,2
|
1,8
|
-11,5
|
-4,4
|
Acumulado 2015
|
-3,3
|
3,5
|
-7,4
|
-1,1
|
Acumulado 12 meses
|
-2,1
|
4,5
|
-6,0
|
0,1
|
Em setembro, o comércio varejista recuou 0,5% frente ao mês imediatamente anterior para o volume de vendas, sendo esse o oitavo resultado negativo seguido, enquanto a receita nominal permaneceu praticamente estável (0,1%) pelo segundo mês consecutivo, ambos nas séries livres de influências sazonais. Quanto à média móvel, o volume de vendas registrou variação negativa de -1,0% pelo terceiro mês consecutivo, enquanto a receita se mantém estável (-0,1%) desde dezembro de 2014. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo registrou, em termos de volume de vendas, queda de 6,2% frente a setembro do ano anterior, sendo esse o resultado o sexto negativo. Com isso, as taxas acumuladas ficaram em -3,3% no ano e -2,1% para os últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 1,8% em setembro, 3,5% no ano e 4,5% em 12 meses, respectivamente.
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, voltou a registrar variação negativa na margem, com decréscimo de 1,5% em relação a agosto na série com ajuste sazonal. A receita nominal ficou em -1,2%. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o varejo ampliado registrou quedas de 11,5% para o volume de vendas e de 4,4% para receita nominal. No que tange às taxas acumuladas, os resultados foram: -7,4% no acumulado do ano e de -6,0% nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de 1,1% e 0,1% para a receita nominal, respectivamente.
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Oito das dez atividades pesquisadas apresentaram variação negativa
A passagem de agosto para setembro mostrou variação de -0,5% no comércio varejista e de -1,5% no varejo ampliado, com predomínio de resultados negativos, alcançando oito das dez atividades. Em ordem de magnitude, as taxas foram: veículos, motos, partes e peças (-4,0%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,7%); livros, jornais, revistas e papelaria (-1,6%); material de construção (-1,5%); tecidos, vestuário e calçados (-1,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,8%); combustíveis e lubrificantes (-0,7%). Por outro lado, móveis e eletrodomésticos (0,0%), após sete recuos consecutivos, ficou estável este mês. Já o setor de maior peso na estrutura do varejo, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%), mantêm-se praticamente estável pelo segundo mês consecutivo.
Na comparação com igual mês do ano anterior, em termos de volume de vendas, todas as oito atividades do varejo registraram variações negativas. O principal destaque foi móveis e eletrodomésticos (-17,9%), seguido por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); combustíveis e lubrificantes (-8,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-12,9%). Estes segmentos responderam por mais de 80% da taxa global. Nos demais setores, os resultados foram: livros, jornais, revistas e papelaria (-14,9%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-9,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,0%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%), este último com a primeira queda da série histórica.
TABELA 1
BRASIL - INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC - Julho 2015
ATIVIDADES | MÊS/MÊS ANTERIOR (1) | MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR | ACUMULADO | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Taxa de Variação | Taxa de Variação | Taxa de Variação | ||||||
JUL
|
AGO
|
SET
|
JUL
|
AGO
|
SET
|
NO ANO
|
12 MESES
|
|
COMÉRCIO VAREJISTA (2) |
-1,5
|
-0,9
|
-0,5
|
-3,9
|
-6,9
|
-6,2
|
-3,3
|
-2,1
|
1 - Combustíveis e lubrificantes |
-0,9
|
-1,3
|
-0,7
|
-4,3
|
-7,1
|
-8,7
|
-4,4
|
-2,9
|
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo |
-1,6
|
0,1
|
0,1
|
-2,7
|
-4,8
|
-2,2
|
-2,3
|
-1,7
|
2.1 - Super e hipermercados |
-1,5
|
-0,3
|
0,3
|
-2,7
|
-5,0
|
-2,1
|
-2,2
|
-1,6
|
3 - Tecidos, vest. e calçados |
-1,5
|
-2,4
|
-1,4
|
-8,1
|
-13,7
|
-12,9
|
-7,3
|
-5,2
|
4 - Móveis e eletrodomésticos |
-2,4
|
-2,1
|
0,0
|
-12,8
|
-18,6
|
-17,9
|
-13,0
|
-9,6
|
4.1 - Móveis |
-
|
-
|
-
|
-14,5
|
-18,1
|
-21,7
|
-14,7
|
-11,8
|
4.2 - Eletrodomésticos |
-
|
-
|
-
|
-11,9
|
-18,8
|
-16,1
|
-12,2
|
-8,6
|
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria |
-0,9
|
0,4
|
-0,8
|
1,9
|
1,1
|
-1,1
|
3,6
|
4,7
|
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria |
-1,4
|
-2,7
|
-1,6
|
-9,0
|
-15,5
|
-14,9
|
-9,7
|
-9,6
|
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação |
-5,6
|
0,7
|
-1,7
|
-5,2
|
-7,3
|
-9,7
|
4,0
|
4,2
|
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico |
-0,7
|
-0,6
|
-3,8
|
0,3
|
-2,8
|
-7,0
|
1,5
|
3,4
|
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (3) |
0,4
|
-2,2
|
-1,5
|
-7,0
|
-9,6
|
-11,5
|
-7,4
|
-6,0
|
9 - Veículos e motos, partes e peças |
6,2
|
-5,8
|
-4,0
|
-13,3
|
-15,6
|
-21,8
|
-16,1
|
-14,3
|
10- Material de Construção |
-2,8
|
-2,2
|
-1,5
|
-7,1
|
-9,2
|
-12,8
|
-6,4
|
-4,9
|
(1) Séries com ajuste sazonal. (2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10
Móveis e eletrodomésticos, com queda de 17,9% no volume de vendas em relação a setembro do ano passado, exerceu o principal impacto na formação da taxa. Em termos acumulados, os recuos foram de -13,0% nos nove primeiros meses do ano e de -9,6% nos últimos 12 meses. O comportamento negativo deste setor vem sendo decorrente de fatores como restrições ao crédito, principalmente em função do aumento da taxa de juros no crédito para pessoas físicas, que passou de 28,2% ao ano em setembro de 2014 para 37,4% ao ano em setembro de 2015, segundo o Banco Central, além da influência da redução da massa real dos rendimentos, com recuo de 6,1% frente a igual mês do ano anterior.
O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, mesmo com o resultado de setembro (-2,2%) sendo menos da metade da taxa de agosto (-4,8%), representou o segundo maior impacto negativo na formação da. Esta atividade teve seu desempenho influenciado pela queda da renda real, além do comportamento dos preços dos alimentos, que cresceram acima do índice geral no período de 12 meses: 10,0% no grupo alimentação no domicílio, contra 9,5% da média geral de preços, segundo o IPCA. As taxas acumuladas, no volume de vendas, foram de -2,3% para os nove primeiros meses do ano e -1,7% para os últimos 12 meses.
Combustíveis e lubrificantes, com recuo de 8,7% no volume de vendas em relação a setembro de 2014, foi a terceira maior contribuição negativa no resultado total do varejo. Em termos acumulados, as taxas da atividade foram de -4,4% para os nove primeiros meses do ano e de -2,9% em 12 meses. A elevação dos preços de combustíveis, com 11,1% de variação em 12 meses, acima da variação média de preços (9,5%), segundo o IPCA, vem refletindo no desempenho negativo do setor.
O setor de tecidos, vestuário e calçados, com variação de -12,9% em setembro em relação a igual mês do ano anterior, dividiu com combustíveis e lubrificantes a terceira maior contribuição na composição da taxa geral do varejo. Os resultados para os indicadores acumulados foram: -7,3% no ano e -5,2% nos últimos 12 meses. Mesmo com os preços de vestuário (3,7% em 12 meses) situando-se abaixo da média geral de preços, segundo o IPCA, o desempenho da atividade continua evoluindo abaixo da média geral do varejo.
A atividade de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com taxa de -1,1%, registrou o primeiro resultado negativo da sua série histórica para o volume de vendas. Nos acumulados dos primeiros nove meses do ano e dos últimos 12 meses, as variações alcançaram taxas de 3,6% e 4,7%, respectivamente.
TABELA 3
BRASIL - COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA,
POR ATIVIDADES: PMC - SETEMBRO 2015
(Indicadores de volume de vendas)
Atividades | COMÉRCIO VAREJISTA | COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO | ||
---|---|---|---|---|
Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | Taxa de variação (%) | Composição absoluta da taxa (p.p.) | |
Taxa Global |
-6,2
|
-6,2
|
-11,5
|
-11,5
|
1 - Combustíveis e lubrificantes |
-8,7
|
-1,0
|
-8,7
|
-0,6
|
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo |
-2,2
|
-1,1
|
-2,2
|
-0,6
|
3 - Tecidos, vest. e calçados |
-12,9
|
-1,0
|
-12,9
|
-0,6
|
4 - Móveis e eletrodomésticos |
-17,9
|
-2,1
|
-17,9
|
-1,3
|
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria |
-1,1
|
-0,1
|
-1,1
|
-0,1
|
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria |
-14,9
|
-0,1
|
-14,9
|
-0,1
|
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação |
-9,7
|
-0,2
|
-9,7
|
-0,1
|
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico |
-7,0
|
-0,6
|
-7,0
|
-0,5
|
9 - Veículos e motos, partes e peças |
-
|
-
|
-21,8
|
-6,5
|
10- Material de Construção |
-
|
-
|
-12,8
|
-1,2
|
Nota: A composiçaõ da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.
Varejo ampliado cai 11,5% na comparação com setembro de 2014
O varejo ampliado, que agrega o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou queda 11,5% em relação a setembro de 2014 para o volume de vendas e de -4,4% para a receita nominal. Já as taxas acumuladas foram de -7,4% no ano e de -6,0% nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de -1,1% e 0,1%, respectivamente, para receita nominal. O desempenho do segmento reflete o comportamento das vendas de veículos, motos, partes e peças, que apresentou, para o volume de vendas, recuo de 21,8% sobre setembro de 2014. Em termos acumulados, as variações foram: -16,1% nos nove primeiros meses e -14,3% nos últimos 12 meses. A redução das vendas no segmento foi influenciada pelo menor ritmo na oferta de crédito e pela restrição no orçamento das famílias, diante da desaceleração do crescimento real da massa de salários. Quanto ao segmento de material de construção, a variação para o volume de vendas foi de -12,8% em relação a setembro de 2014. Em termos acumulados, as taxas ficaram em -6,4% nos nove primeiros meses e -4,9% nos últimos 12 meses. O menor ritmo da atividade econômica pode estar influenciando o desempenho do setor.
Varejo cai 3,0% na passagem do 2º para o 3º tri, com recuos em todas as atividades
Para o volume de vendas, na série com ajuste sazonal, o comércio varejista recuou 3,0% no terceiro trimestre de 2015 em relação ao trimestre imediatamente anterior. No varejo ampliado, a taxa foi de -2,9% na mesma comparação. As dez atividades investigadas apresentaram taxas negativas na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2015 (série ajustada): equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,4%); móveis e eletrodomésticos (-5,4%); livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%); tecidos, vestuário e calçados (-4,0%); material de construção (-3,7%); veículos, motos, partes e peças (-3,2%); combustíveis e lubrificantes (-2,7%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,0%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%).
Na comparação com igual trimestre do ano anterior, o varejo, ao recuar 5,7% no terceiro trimestre de 2015, assinalou a terceira taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e teve a queda mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2003 (-6,1%). A redução gradual no ritmo das vendas ao longo de 2015 é evidenciada na passagem do primeiro trimestre (-0,8%) para o segundo (-3,5%), e deste para o terceiro trimestre (-5,7%). Essa trajetória descendente é generalizada entre as atividades, sendo observada tanto para os setores que registram taxas negativas nos três primeiros trimestres do ano, como para as atividades que com taxas positivas nos dois primeiros trimestres e variação negativa no terceiro trimestre, como é o caso de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,2%). O setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos também perde ritmo ao longo do ano, mas foi o único que manteve variação positiva no terceiro trimestre (0,6%).
No comércio varejista ampliado, o volume de vendas do terceiro trimestre, comparado com o mesmo período do ano anterior, teve variação de -9,3%, ficando abaixo da taxa do segundo trimestre (-7,5%). A atividade de veículos, motos, partes e peças, com variação de -16,9%, manteve o mesmo patamar do trimestre anterior (-16,9%). Já o segmento de material de construção apresentou taxa de -9,7%, contra -5,0% no segundo trimestre.
Resultados do varejo foram negativos em 23 das 27 unidades da federação
Na passagem de agosto para setembro de 2015, na série com ajuste sazonal, o comércio varejista registrou recuo em 23 das 27 unidades da federação. As maiores quedas situaram-se no Maranhão (-5,3%) e em Mato Grosso do Sul (-3,0%). Entre os estados com variação positiva frente a agosto, destacaram-se São Paulo (1,5%) e Alagoas (1,7%).
Frente a setembro de 2014, o volume de vendas caiu em todos os estados, exceto Roraima, que teve avanço de 2,0%. As maiores quedas ocorreram no Amapá (-18,9%), Paraíba (-15,0%) e Alagoas (-13,2%). Quanto à participação na composição da taxa, destacaram-se São Paulo (-4,0%); Rio de Janeiro (-6,0%) e Rio Grande do Sul (-8,9%).
Em relação ao varejo ampliado, todos os 27 estados apresentaram variações negativas na comparação com o mesmo período do ano anterior, com destaque, em termos de volume de vendas, para Tocantins (-23,2%), Espírito Santo (-22,8%) e Maranhão (-21,4). O estado com maior impacto negativo foi São Paulo, com taxa de -5,4%.