Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Vendas no varejo caem (-1,5%) em janeiro

10/03/2016 11h35 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

Período Varejo Varejo Ampliado
Volume de vendas Receita nominal Volume de vendas Receita nominal
Janeiro / Dezembro
-1,5 %
0,1%
-1,6%
-0,7%
Média móvel trimestral
-1,2%
0,1%
-0,7%
0,1%
Janeiro 2016 / Janeiro 2015
-10,3%
1,0%
-13,3%
-4,7%
Acumulado 2016
-10,3%
1,0%
-13,3%
-4,7%
Acumulado 12 meses
-5,2%
2,8%
-9,3%
-2,3%

Em janeiro de 2016, as vendas no varejo recuaram 1,5% sobre o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. Nesse mesmo confronto, a variação da receita nominal foi de 0,1%. Com isso, a variação da média móvel trimestral amplia em janeiro (-1,2%) o ritmo de queda do volume de vendas, em relação ao resultado obtido no mês anterior (-0,5%), enquanto a taxa para receita nominal permanece estável (0,1%).

Na série sem ajuste sazonal, o total das vendas assinalou queda de 10,3% em relação a janeiro de 2015, décima variação negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Com isso, o resultado para o volume de vendas registrou perda de ritmo em relação ao segundo semestre de 2015 (-6,3%). A taxa anualizada de -5,2%, indicador acumulado nos últimos 12 meses, assinalou a perda mais intensa da série histórica, iniciada em 2001, e manteve a trajetória descendente observada a partir de julho de 2014 (4,3%). A receita nominalapresentou taxas de variação de 1,0%, em relação a janeiro de 2015, e de 2,8%, nos últimos doze meses.

O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, as variações sobre o mês imediatamente anterior foram negativas, com taxas de -1,6% para volume de vendas e de -0,7% para a receita nominal. Em relação ao mesmo mês do ano anterior apresentou queda de 13,3% para o volume de vendas, e de 4,7% na receita nominal de vendas. No acumulado dos últimos doze meses, as perdas foram de -9,3% e -2,3% para o volume de vendas e para a receita nominal de vendas, respectivamente. Clique aqui para acessar a publicação completa.

Seis das oito atividades pesquisadas apresentaram variação negativa

O recuo de 1,5% no volume de vendas do comércio varejista na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, série ajustada sazonalmente, teve predomínio de resultados negativos entre as atividades que compõem o varejo. Setorialmente, os principais destaques negativos vieram do recuo de 4,3% registrado no setor de Móveis e eletrodomésticos, segunda taxa negativa consecutiva nessa comparação, período que acumulou uma perda de 12,3%, seguido por Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%), atividade de maior peso na estrutura do varejo e que recua pelo terceiro mês; eCombustíveis e lubrificantes (-3,1%), grupamento que voltou a mostrar taxa negativa nesse tipo de confronto. Os demais resultados foram: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%); Tecidos, vestuário e calçados (-0,5%); e Livros, jornais, revistas e papelarias (-0,1%). Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com variação de 0,1%, praticamente mantém estável o volume de vendas, em relação a dezembro de 2015.

Considerando o varejo ampliado, a redução de 1,6% amplia o ritmo de queda frente ao registrado no mês anterior (-1,0%). O resultado de janeiro teve influência, principalmente, das vendas em Material de construção, (-6,6%), após crescimento de 3,2% no mês anterior, seguido por Veículos e motos, partes e peças (-0,4%).



TABELA 1
BRASIL - INDICADORES DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA E COMÉRCIO
VAREJISTA AMPLIADO SEGUNDO GRUPOS DE ATIVIDADES: PMC
Janeiro 2016

ATIVIDADES MÊS/MÊS ANTERIOR (1) MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR ACUMULADO
Taxa de Variação Taxa de Variação Taxa de Variação
NOV
DEZ
JAN
NOV
DEZ
JAN
NO ANO
12 MESES
COMÉRCIO VAREJISTA (2)
0,5
-2,7
-1,5
-7,8
-7,2
-10,3
-10,3
-5,2
1 - Combustíveis e lubrificantes
-0,4
0,6
-3,1
-12,0
-9,8
-14,1
-14,1
-7,3
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo
-1,7
-1,1
-0,9
-5,6
-3,7
-5,8
-5,8
-3,0
  2.1 - Super e hipermercados
-1,4
-1,3
-0,6
-5,8
-3,9
-5,7
-5,7
-3,0
3 - Tecidos, vest. e calçados
0,5
-2,0
-0,5
-15,6
-9,7
-13,8
-13,8
-9,5
4 - Móveis e eletrodomésticos
4,5
-8,3
-4,3
-14,7
-18,9
-24,3
-24,3
-15,9
  4.1 - Móveis
-
-
-
-18,9
-22,3
-11,2
-11,2
-16,6
  4.2 - Eletrodomésticos
-
-
-
-13,0
-17,4
-29,4
-29,4
-15,6
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria
1,2
0,4
0,1
2,0
3,1
-0,2
-0,2
2,6
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria
-0,5
-1,4
-0,1
-18,0
-15,0
-13,3
-13,3
-11,4
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação
18,9
-9,7
1,6
-5,6
-15,9
-24,0
-24,0
-5,4
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico
4,4
-4,5
-1,8
-5,4
-7,9
-12,5
-12,5
-2,7
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (3)
0,4
-1,0
-1,6
-13,2
-11,0
-13,3
-13,3
-9,3
9 - Veículos e motos, partes e peças
1,5
0,3
-0,4
-24,4
-20,0
-18,9
-18,9
-18,0
10- Material de Construção
0,1
3,2
-6,6
-13,6
-12,5
-18,5
-18,5
-9,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
(1) Séries com ajuste sazonal
(2) O indicador do comércio varejista é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8.
(3) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10

Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do comércio varejista mostrou recuo de 10,3%, décima taxa negativa seguida, sendo esse o recuo mais acentuado desde março de 2003 (-11,4%). Vale citar que janeiro de 2016 (20 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21 dias). Todas as oito atividades do varejo registrando variações negativas, por ordem de contribuição à taxa global os resultados, foram os seguintes: Móveis e eletrodomésticos (-24,3%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,8%); Combustíveis e lubrificantes (-14,1%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-12,5%); Tecidos, vestuário e calçados (-13,8%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-24,0%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-13,3%). Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com -0,2%, ficou praticamente estável em relação a janeiro de 2015.

Móveis e eletrodomésticos, com taxa de -24,3% no volume de vendas em relação a janeiro do ano passado, foi a atividade que exerceu o maior impacto negativo no desempenho global do varejo. Em termos de resultado acumulado nos últimos 12 meses, a taxa ficou em -15,9%. Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito, os resultados do setor, abaixo da média geral, foram influenciados principalmente pela elevação da taxa de juros , além da redução renda real das famílias.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de -5,8% no volume de vendas sobre janeiro de 2015, foi a segunda maior contribuição negativa na formação da taxa de desempenho do Comércio Varejista. No acumulado de 12 meses, a atividade recuou 3,0%, desempenho, portanto, acima dos -10,3% registrados pelo varejo. A já citada redução da massa habitual real na passagem de janeiro 2015 a janeiro de 2016 e o aumento de preços dos alimentos em domicílio, no mesmo período, foram os principais fatores responsáveis pelo desempenho negativo do setor.

Combustíveis e lubrificantes, com -14,1% de variação do volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior, foi responsável pelo terceiro maior impacto na formação do resultado global. No acumulado dos últimos 12 meses, o recuo foi de 7,3%. O desempenho do setor foi influenciado pela alta de preços dos combustíveis, cuja variação superou a média geral de preços, além do impacto devido à redução do ritmo da atividade econômica.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, joalheria, artigos esportivos e brinquedos, recuou 12,5% na comparação com janeiro de 2015, e exerceu também a terceira maior influência negativa sobre a taxa global. Esse resultado é o sexto negativo consecutivo e o mais acentuado da série histórica. A taxa acumulada para os últimos 12 meses foi de -2,7%. O desempenho negativo reflete o menor ritmo de crescimento de crédito e da massa de salários.

Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 13,8%, foi responsável pela quarta maior participação negativa na composição da taxa global do varejo. Nos últimos 12 meses, a variação ficou em -9,5%. Mesmo com os preços de vestuário se posicionando abaixo do índice geral de inflação , a atividade apresenta desempenho inferior à média geral do varejo.

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com queda de 24,0% no volume de vendas em comparação a janeiro de 2015, teve a quinta maior participação negativa na formação da taxa global do varejo. Com isso, a taxa acumulada em últimos 12 meses ficou em -5,4%. Esse resultado reflete não só o quadro de redução de renda real, elevação dos juros e a desvalorização do real frente ao dólar, como também, especialmente para informática, um processo de migração dos computadores de mesa para equipamentos de maior portabilidade e custos mais baixos, tais como tablets e smartphones.

Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação no volume de vendas de -13,3% sobre janeiro de 2015 e taxa acumulada de -11,4% nos últimos 12 meses. Além da redução da renda real, a trajetória declinante desta atividade vem sendo influenciada, em especial no que tange a jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, ficou estável em relação a janeiro de 2015 (-0,2%), não sendo significativa na formação da taxa geral do comércio varejista. Vale destacar que embora com caráter essencial, o setor farmacêutico registrou, em janeiro, a menor taxa de crescimento da série histórica (2,6%), o que mantém o setor em trajetória descendente, iniciada em julho de 2014.

O comércio varejista ampliado registrou, para o volume de vendas, uma variação de -13,3% sobre janeiro de 2015, a mais acentuada da série histórica, acumulando em doze meses uma perda de 9,3%. Esse comportamento ocorre, principalmente, em função do desempenho negativo de Veículos, motos, partes e peças, cujo resultado interanual, de -18,9%, responde por 38% da taxa global do varejo ampliado. No acumulando em 12 meses, o setor registrou recuo de 18,0%. A redução das vendas no segmento está associada ao menor ritmo da atividade econômica, além de outros fatores tais como, menor ritmo na oferta de crédito e restrição orçamentária das famílias.

Embora com menor peso, a redução das vendas no segmento de Material de construção também influenciou o resultado total do varejo ampliado em janeiro de 2016. A variação no volume de vendas de -18,5% na comparação com o janeiro de 2015 corresponde a maior queda da sua série histórica, acumulando taxa de -9,7% no acumulado dos últimos 12 meses. Embora permaneçam alguns incentivos ao setor, tais como manutenção dos níveis do crédito habitacional, o desempenho da atividade, abaixo da média, reflete o atual quadro macroeconômico, especialmente no que tange a crédito e a massa de rendimento real das pessoas ocupadas.



TABELA 3
BRASIL - COMPOSIÇÃO DA TAXA MENSAL DO COMÉRCIO VAREJISTA,
POR ATIVIDADES: PMC - Janeiro 2016
(Indicadores de volume de vendas)

Atividades COMÉRCIO VAREJISTA COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
Taxa de variação (%) Composição absoluta da taxa (p.p.) Taxa de variação (%) Composição absoluta da taxa (p.p.)
      Taxa Global
-10,3
-10,3
-13,3
-13,3
1 - Combustíveis e lubrificantes
-14,1
-1,4
-14,1
-0,9
2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo
-5,8
-2,8
-5,8
-1,8
3 - Tecidos, vest. e calçados
-13,8
-0,9
-13,8
-0,6
4 - Móveis e eletrodomésticos
-24,3
-3,1
-24,3
-2,0
5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria
-0,2
0,0
-0,2
0,0
6 - Livros, jornais, rev. e papelaria
-13,3
-0,2
-13,3
-0,1
7 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação
-24,0
-0,4
-24,0
-0,3
8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico
-12,5
-1,4
-12,5
-0,9
9 - Veículos e motos, partes e peças
-
-
-18,9
-5,0
10- Material de Construção
-
-
-18,5
-1,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.
Nota: A composição da taxa mensal corresponde à participação dos resultados setoriais na formação da taxa global.

Resultados do varejo foram negativos em 17 das 27 unidades da federação

Na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, série com ajuste sazonal, as vendas no varejo foram negativas em 17 as 27 Unidades da Federação. Com as maiores variações negativas observadas no Espírito Santo e Rio de Janeiro, ambos com taxa de -3,1%.

Frente a janeiro de 2015, série original, o comércio varejista registrou queda no volume de vendas para os 27 Estados, com destaque negativo, em termos de magnitude da taxa, para Amapá, com -24,4%, conforme Gráfico 6. Quanto à participação na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-9,7%) e Rio de Janeiro (-10,4%).

Em janeiro de 2016, no comércio varejista ampliado, as 27 Unidades da Federação apresentaram variações negativas no volume de vendas na comparação com o mesmo período do ano anterior, destacando-se Espírito Santo com -26,3% de queda, seguido por Amapá (-23,8%); Sergipe (-22,9%); Goiás (-21,4%); e Alagoas, com -20,8%.