Em fevereiro, IBGE prevê safra de grãos 0,9% maior que a de 2015
10/03/2016 11h29 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
Estimativa de fevereiro para 2016
|
211,3 milhões de toneladas
|
Variação fevereiro 2016 / janeiro 2015
|
0,3 % (+0,6 milhão toneladas)
|
Variação safra 2016 / safra 2015
|
0,9 % (+1,8 milhão de toneladas)
|
A segunda estimativa de 2016 para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 211,3 milhões de toneladas, 0,9% superior à obtida em 2015 (209,5 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida é de 58,4 milhões de hectares, um acréscimo de 1,2% frente à área colhida em 2015 (57,7 milhões de hectares). Frente à informação de janeiro, a produção variou positivamente 0,3% enquanto a área decresceu 0,2%. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 92,8% da estimativa da produção e responderam por 86,4% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,7% na área da soja, e reduções de 1,0% na área do milho e de 6,0% na área de arroz. No que se refere à produção, houve acréscimos de 4,9% para a soja, reduções de 5,5% para o arroz e de 3,5% para o milho.
Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões
Participação na produção
Fevereiro de 2016
Cereais, leguminosas e oleaginosas
Unidades da Federação
Participação na produção
Fevereiro de 2016
A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.
Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 89,0 milhões de toneladas; Sul, 75,7 milhões de toneladas; Sudeste, 20,6 milhões de toneladas; Nordeste, 18,7 milhões de toneladas, e Norte, 7,4 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incrementos de 12,3% na região Nordeste e de 6,3% na região Sudeste, havendo reduções de 4,0% no Norte, de 0,4% no Sul e de 0,9% no Centro-Oeste. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,1%, seguido pelo Paraná (18, 2%) e Rio Grande do Sul (14,6%), que, somados, representaram 56,9% do total previsto.
Estimativa de fevereiro em relação a janeiro de 2016
Frente a janeiro, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção: milho 2ª safra (3,8%), café arábica (1,4%), batata 2ª safra (1,4%), soja (-0,8%), arroz (-1,8%), cebola (-1,8%), feijão 2ª safra (-2,0%), batata 1ª safra (-2,1%), mandioca (-2,8%), feijão 1ª safra (-2,8%), batata 3ª safra (-3,9%) e café canephora (-4,2%).
ARROZ (em casca) – A estimativa de fevereiro informa uma área a ser colhida de 2,0 milhões de hectares, com uma produção esperada de 11,6 milhões de toneladas e um rendimento médio esperado de 5.770 kg/ha, menores, respectivamente, em 1,0%, 1,8% e 0,8%, quando comparados aos dados do mês anterior. O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, com 70,8% de participação na produção nacional de arroz, avalia uma produção de 8,2 milhões de toneladas, numa área a ser colhida de 1,1 milhão de hectares e um rendimento médio esperado de 7.689 kg/ha, menores, respectivamente, em 2,4%, 1,5% e 0,9%, quando comparados aos dados do mês anterior. Com exceção da região Centro-Oeste, as demais apresentaram variações negativas de produção.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção foi avaliada em 2.983.406 toneladas, ou 49,7 milhões de sacas de 60 kg. A área a ser colhida apresenta retração de 0,3%, enquanto o rendimento aumentou 0,4%, repercutindo, principalmente, um clima mais chuvoso frente a 2015. A safra de café arábica foi calculada em 2,3 milhões de toneladas, ou 38,9 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 1,4% frente ao mês anterior. O clima mais favorável, com ocorrência de maiores quantidades de chuvas no início desse ano, nas principais áreas de produção de Minas Gerais e São Paulo, repercutiram na reavaliação do rendimento médio, que em fevereiro aumentou 1,6% frente ao mês anterior. São Paulo informou aumento de 12,0% na estimativa de produção frente ao mês anterior, devendo alcançar 302.446 toneladas ou 5,0 milhões de sacas de 60 kg, o que faz do estado o segundo maior produtor do país, com participação de 13,0% na safra nacional desse tipo de café. Quanto à produção do café canephora, os dados ainda repercutem o clima seco em seu principal produtor, o Espírito Santo, que informou queda de 5,9% na estimativa de produção em relação ao mês anterior. O estado aguarda colher 454.988 toneladas, ou 7,5 milhões de sacas de 60 kg, repercutindo queda de 5,7% no rendimento médio frente ao mês anterior. Ao todo, o país deve colher em 2016 uma safra de 648.312 toneladas, ou 10,8 milhões de sacas, queda de 4,2% frente ao mês anterior, com o rendimento médio caindo 4,0% no período.
CEBOLA – A produção de cebola está estimada em 1,5 milhão de toneladas, 1,8% menor em relação à estimativa de janeiro. A redução do rendimento médio de 27.222 kg/ha para 26.841 kg/ha foi o principal motivo da redução do volume total da produção. O Paraná apresentou os resultados de uma produção prejudicada pelo excesso de chuvas, tanto na fase de plantio quanto da colheita. Foram estimadas reduções de 16,7% na produção e de 16,2% no rendimento médio.
FEIJÃO (em grão) – Comparada a janeiro, a estimativa para a área plantada com feijão total diminuiu 2,5% e o rendimento médio aumentou 0,3%. A avaliação da produção ficou 2,2% menor. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná, com 21,6%, Minas Gerais, com 17,2%, e Bahia, com 10,2% de participação na produção nacional. A 1ª safra de feijão está estimada em 1,5 milhão de toneladas, o que representa uma diminuição de 2,8% frente à estimativa de janeiro, refletindo a queda na previsão do rendimento médio (2,4%) e da área colhida (0,4%). A diminuição na expectativa de produção da 1ª safra de feijão deve-se, principalmente, ao Paraná, onde houve redução de 0,2% na área plantada, de 12,5% no rendimento médio e de 12,7% na estimativa da produção. A estimativa da produção nacional de feijão 2ª safra totaliza, pelo levantamento de fevereiro, 1,3 milhão de toneladas, 2,0% menor que a estimativa de janeiro. Essa diminuição acompanha a previsão de redução da área plantada (5,7%), apesar de ser estimado um aumento de 4,0% para o rendimento médio. São Paulo teve uma redução de 40,6% na área plantada e de 17,1% no rendimento médio, levando a uma estimativa de produção 50,8% menor que a prevista em janeiro.
MILHO (em grão) – Espera-se produção 2,2% superior que no mês anterior, totalizando 82,7 milhões de toneladas. A recuperação do clima em janeiro trouxe melhores expectativas quanto ao rendimento médio, que foi elevado em 2,3%, totalizando 5.366 kg/ha. A produção de milho 1ª safra, que já está sendo colhido no Centro-Sul, apresentou retração de 0,7%, totalizando 28,4 milhões de toneladas. A redução de 0,8% na área colhida foi o principal responsável pela queda na produção. Dentre os cinco maiores produtores nacionais de milho 1ª safra, responsáveis por 66,5% da produção, quatro reduziram as suas área plantadas e colhidas para esta safra. Os cinco maiores produtores são: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, que possuem participação de 18,2%, 16,6%, 12,4%, 9,8% e 9,5%, respectivamente. Apenas Santa Catarina não demonstrou redução de área plantada e colhida na estimativa de fevereiro. Minas Gerais retoma a primeira colocação quanto à produção de milho 1ª safra. O estado estima produção de 5,2 milhões de toneladas, 0,9% maior em comparação ao mês de janeiro. As reduções de área plantada e colhida são, respectivamente, 1,8% e 2,3%. O acréscimo na produção advém da melhor estimativa do rendimento médio, que ficou em 6.088 kg/ha, maior 3,3% em relação ao mês anterior. Com expectativa de produção de 54,3 milhões de toneladas, a atual 2ª safra de milho reflete a melhoria do clima em janeiro, possibilitando que as estimativas de fevereiro, com relação ao rendimento médio, fossem positivas. Espera-se acréscimo de 3,5% no rendimento médio, ficando a média nacional em 5.505 kg/ha. Esta alta no rendimento médio permitiu que a estimativa da produção se elevasse em 3,8%, quando comparado ao mês de janeiro. Em Mato Grosso, os dados de produção foram reajustados positivamente. Espera-se 20,1 milhões de toneladas, 5,1% a mais que em janeiro. O rendimento médio passa de 5.511 kg/ha em janeiro para 5.687 kg/ha em fevereiro, alta de 3,2%. Paraná também encontra clima mais favorável para o plantio do milho segunda safra e, estimulados pela alta do preço do milho, os produtores estão investindo na cultura. A alta na área plantada é de 8,8% e no rendimento médio, 6,3%. Espera-se que possam ser colhidos 12,0 milhões de toneladas.
SOJA (em grão) – Apesar da redução de 0,8% na expectativa da produção com relação ao mês anterior, a soja nacional é novamente recorde. Espera-se serem colhidas 101,8 milhões de toneladas em uma área de 33,0 milhões de hectares. Todos os três principais produtores do país apresentam, até o momento, recordes em suas safras. O Mato Grosso lidera a produção nacional, com 27,3% de tudo que será produzido no país. O estado espera colher 27,8 milhões de toneladas. No Paraná, a estimativa de produção é de 17,7 milhões de toneladas, sendo que em torno de 50% já se encontram colhidos. A área plantada estimada é de 5,4 milhões de hectares. O rendimento médio é de 3.305 kg/ha, redução de 2,9% em relação ao mês de janeiro. O Rio Grande do Sul espera colher 16,1 milhões de toneladas, decréscimo de 0,8%, quando comparado com janeiro. A área plantada é estimada em 5,5 milhões de toneladas e o rendimento médio em 2.942 kg/ha.
Estimativa de fevereiro de 2016 em relação à produção obtida em 2015
Dentre os 26 principais produtos, 12 apresentaram variação positiva em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (21,1%), aveia em grão (9,0%), batata-inglesa 1ª safra (5,7%), cacau em amêndoa (2,5%), café em grão - arábica (17,3%), cebola (1,8%), cevada em grão (43,9%), feijão em grão 1ª safra (15,3%), mamona em baga (14,5%), mandioca (1,3%), soja em grão (4,9%) e trigo em grão (13,1%). Com variação negativa, foram 14 produtos: algodão herbáceo em caroço (7,4%), amendoim em casca 2ª safra (0,3%), arroz em casca (5,5%), batata-inglesa 2ª safra (2,3%), batata-inglesa 3ª safra (24,6%), café em grão - canephora (1,0%), cana-de-açúcar (4,3%), feijão em grão 2ª safra (0,2%), feijão em grão 3ª safra (19,2%), laranja (2,1%), milho em grão 1ª safra (3,7%), milho em grão 2ª safra (3,5%), sorgo em grão (3,9%) e triticale em grão (33,8%).
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.