Em março, IPCA-15 fica em 0,43% e IPCA-E em 2,79%
23/03/2016 11h46 | Atualizado em 25/05/2017 12h48
Período
|
TAXA
|
---|---|
Março
|
0,43%
|
Fevereiro
|
1,42%
|
Março 2015
|
1,24%
|
Acumulado no ano
|
2,79%
|
Acumulado 12 meses
|
9,95%
|
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,43% em março e ficou 0,99 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 1,42% de fevereiro. Em relação aos meses de março, constitui-se no índice mais baixo desde 2012, quando registrou 0,25%. O IPCA-E, IPCA-15 acumulado por trimestre, situou-se em 2,79%, abaixo da taxa de 3,50% registrada nos três primeiros meses de 2015. Considerando os últimos 12 meses, o índice foi para 9,95%, descendo dos 10,84% que havia atingido nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2015, a taxa havia sido 1,24%. Os dados completos do IPCA-15 podem ser acessados aqui.
Conforme mostra a tabela a seguir, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas os Artigos de Residência (0,88%) e de Vestuário (0,44%) deixaram de apresentar desaceleração nas taxas de crescimento, quando comparadas ao mês anterior.
Grupo
|
Variação Mensal (%)
|
Impacto (p.p.)
|
Variação Acumulada (%)
|
|||
---|---|---|---|---|---|---|
Janeiro
|
Fevereiro
|
Março
|
Março
|
Trimestre
|
12 meses
|
|
Índice Geral
|
0,92
|
1,42
|
0,43
|
0,43
|
2,79
|
9,95
|
Alimentação e Bebidas
|
1,67
|
1,92
|
0,77
|
0,20
|
4,42
|
13,10
|
Habitação
|
0,57
|
0,40
|
-0,52
|
-0,08
|
0,45
|
11,98
|
Artigos de Residência
|
0,48
|
0,86
|
0,88
|
0,04
|
2,24
|
6,52
|
Vestuário
|
0,49
|
0,14
|
0,44
|
0,03
|
1,07
|
5,98
|
Transportes
|
0,87
|
1,65
|
0,45
|
0,08
|
3,00
|
8,47
|
Saúde e Cuidados Pessoais
|
0,66
|
1,04
|
0,70
|
0,08
|
2,42
|
9,85
|
Despesas Pessoais
|
1,00
|
0,93
|
0,70
|
0,07
|
2,65
|
9,09
|
Educação
|
0,28
|
5,91
|
0,67
|
0,03
|
6,92
|
9,12
|
Comunicação
|
0,11
|
0,91
|
-0,51
|
-0,02
|
0,51
|
3,25
|
Os alimentos, embora responsáveis por 46% do índice do mês, com impacto de 0,20 p.p., mostraram significativa redução na taxa de variação, indo dos 1,92% de fevereiro para 0,77% em março. Vários produtos vieram com preços em queda, a exemplo do tomate (-19,21%) e da batata-inglesa (-4,61%). Contudo, os preços de alguns produtos continuaram em alta, como a cenoura (24,08%), as frutas (6,11%) e a farinha de mandioca (5,94%).
No mês, o principal impacto individual, 0,07 p.p., ficou com os combustíveis, onde a alta foi 1,23%. O preço do litro da gasolina subiu 0,82%, com a região metropolitana de Salvador na liderança, com 5,45%, enquanto o litro do etanol ficou 3,20% mais caro, também tendo Salvador na liderança, onde o preço do litro atingiu 9,27%.
Entre os demais itens que se apresentaram em alta no mês, sobressaem os seguintes:
- Cigarro – 3,26%
- Motocicleta – 2,85%
- TV, Som e Informática – 2,11%
- Eletrodomésticos – 1,891%
- Artigos de limpeza – 1,49%
- Plano de saúde – 1,06%
- Ônibus urbano – 0,76%
- Empregadio doméstico – 0,72%
A respeito do cigarro, a alta de 3,26% refletiu reajustes ocorridos em determinadas marcas e regiões, além de redução nos preços. No item ônibus urbanos, a variação de 0,76% resultou da pressão exercida por Goiânia, onde o aumento de 8,19% deve-se ao reajuste de 12,10% ocorrido em 6 de fevereiro; em Curitiba, cuja variação de 7,95% é atribuída ao reajuste de 12,00% em vigor desde o dia 1º de fevereiro, exceto nos dias de domingo, com reajuste de 66,67%; e em Recife, com variação de 1,56%, refletindo parcela final do reajuste de 14,28% de 19 de janeiro.
Quanto à energia elétrica, foi o item que, com queda de 2,87%, exerceu o impacto para baixo mais expressivo, -0,11 p.p. Este comportamento deve-se à redução na cobrança extra da bandeira tarifária, que, a partir de 1º de março, passou dos R$3,00, da bandeira vermelha, para R$1,50, da bandeira amarela, por cada 100 kilowatts-hora consumidos. As contas de energia de todas as regiões pesquisadas ficaram mais baratas, especialmente em Salvador, com queda de 5,85%. Em algumas regiões, entre elas Salvador, houve, ainda, queda no valor das alíquotas do PIS/COFINS.
Além da energia, outros itens contribuíram para a desaceleração do IPCA-15 do mês, seja se apresentando em queda, como é o caso das passagens aéreas (-10,79%), ou com significativa redução no ritmo de crescimento de preços, a exemplo do grupo Educação, que passou de 5,91% para 0,67%, de fevereiro para março, deixando para trás a maior parte dos reajustes ocorridos nas mensalidades escolares deste ano letivo.
Sobre os índices regionais, os maiores foram os de Goiânia (0,67%) e de Porto Alegre (0,66%). O índice de Goiânia foi pressionado pelo resultado dos ônibus urbanos (8,19%), que refletiu o reajuste de 12,10% ocorrido em 06 de fevereiro, além da alta de 4,01% no litro da gasolina e de 4,94% no etanol. Em Porto Alegre, os alimentos aumentaram 1,73%, bem acima da média nacional (0,77%). O menor índice foi registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,11%) onde os alimentos apresentaram variação de 0,21%, abaixo da média nacional (0,77%). A seguir, os resultados por região pesquisada.
Região
|
Peso
Regional (%) |
Variação Mensal (%)
|
Variação Acumulada (%)
|
|||
---|---|---|---|---|---|---|
Janeiro
|
Fevereiro
|
Março
|
Trimestre
|
12 meses
|
||
Goiania
|
4,44
|
0,74
|
1,21
|
0,67
|
2,64
|
10,31
|
Porto Alegre
|
8,40
|
1,02
|
1,45
|
0,66
|
3,16
|
10,70
|
Fortaleza
|
3,49
|
1,20
|
1,41
|
0,57
|
3,21
|
11,08
|
Curitiba
|
7,79
|
0,53
|
1,14
|
0,55
|
2,24
|
11,04
|
Belo Horizonte
|
11,23
|
0,79
|
1,32
|
0,52
|
2,65
|
8,68
|
Belém
|
4,65
|
0,97
|
1,45
|
0,47
|
2,92
|
9,95
|
São Paulo
|
31,68
|
0,95
|
1,24
|
0,44
|
2,65
|
9,80
|
Recife
|
5,05
|
0,91
|
1,82
|
0,40
|
3,16
|
10,35
|
Salvador
|
7,35
|
0,97
|
2,26
|
0,23
|
3,49
|
9,94
|
Brasília
|
3,46
|
0,68
|
1,01
|
0,19
|
1,89
|
9,57
|
Rio de Janeiro
|
12,46
|
1,14
|
1,62
|
0,11
|
2,89
|
9,76
|
Brasil
|
100,00
|
0,92
|
1,42
|
0,43
|
2,79
|
9,95
|
Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 16 de fevereiro a 15 de março de 2016 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de janeiro a 15 de fevereiro de 2016 (referência). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.