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Em março, IPCA-15 fica em 0,15% e IPCA-E em 1,00%

22/03/2017 10h59 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

PERÍODO
TAXA
Março
0,15%
Fevereiro
0,54%
Março 2016
0,43%
Acumulado no ano
1,00%
Acumulado em 12 meses
4,73%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,15% em março, bem menos do que os 0,54% de fevereiro. Desde março de 2009, quando o índice situou-se em 0,11%, não há registro de resultado mais baixo para os meses de março. Ademais, considerando os resultados mensais, essa foi a menor taxa desde agosto de 2014, com o IPCA-15 em 0,14%. O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado por trimestre, situou-se em 1,00%, abaixo da taxa de 2,79% relativa aos três primeiros meses de 2016. Em relação aos últimos doze meses, o índice desceu para 4,73% e ficou abaixo dos 5,02% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016, a taxa foi 0,43%.

Os dados completos do IPCA-15 podem ser acessados aqui.

Amenizados os fortes efeitos dos reajustes das mensalidades escolares que habitualmente ocorrem no início do ano e se concentram nos índices do mês de fevereiro, o IPCA-15 desceu de 0,54% para 0,15%. Foi o grupoEducação, que, embora tenha se apresentado com 0,87%, a mais elevada variação de grupo, fez recuar significativamente o índice de um mês para o outro, assim como fez acelerar de janeiro para fevereiro. É o que mostra a tabela a seguir.

Grupo
Variação (%)
Impacto (p.p.)
Variação (%)
Janeiro
Fevereiro
Março
Março
Trimestre
12 meses
Índice Geral
0,31
0,54
0,15
0,15
1,00
4,73
Alimentação e Bebidas
0,28
-0,07
-0,08
-0,02
0,14
4,67
Habitação
-0,22
0,18
0,64
0,10
0,60
3,53
Artigos de Residência
-0,23
0,34
-0,30
-0,01
-0,19
1,33
Vestuário
-0,18
-0,31
-0,02
0,00
-0,51
2,31
Transportes
0,71
0,66
-0,16
-0,03
1,20
2,49
Saúde e Cuidados Pessoais
0,48
0,83
0,48
0,05
1,80
10,49
Despesas Pessoais
0,76
0,37
0,30
0,03
1,43
6,64
Educação
0,18
5,17
0,87
0,04
6,27
8,31
Comunicação
0,49
0,84
-0,31
-0,01
1,02
1,85

Observa-se que a taxa de 0,87% do grupo Educação foi influenciada pela alta de 5,43% apropriada emFortaleza, ao passo que as demais regiões não ultrapassaram 1,86%, taxa registrada na região metropolitana de São Paulo. Em algumas regiões houve até alguns ajustes, pequenos recuos nas mensalidades, o que foi registrado na região de Belém (-0,23%) e em Goiânia (-0,06%).

Assim, afora as despesas com Habitação, que subiram para 0,64%, enquanto haviam se situado em 0,18% no mês de fevereiro, e Vestuário, que passou de -0,31% para -0,02%, os demais grupos de produtos e serviços pesquisados mostraram taxas inferiores às registradas naquele mês.

Em relação ao grupo Habitação, a pressão de alta foi exercida pela energia elétrica, cujas contas subiram 2,45% e levaram o item à liderança no ranking dos principais impactos no índice do mês, com 0,08 ponto percentual (p.p.). Com isto, a energia elétrica foi responsável por 53% do IPCA-15. Aliada a movimentos nas parcelas referentes ao PIS/COFINS, a alteração da bandeira verde para amarela, que passou a vigorar a partir do dia primeiro de março fez as contas subirem. Isto porque o consumidor passou a pagar R$2,00 a cada 100 kwh de energia elétrica consumidos.

Além de Educação (0,87%) e Habitação (0,64%), os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,48%) eDespesas Pessoais (0,30%) se apresentaram em alta, enquanto os demais vieram em queda. Dentre eles destacam-se os alimentos, com -0,08%, tendo em vista que muitos ficaram mais baratos de fevereiro para março. É o caso do feijão-carioca (-10,36%), do feijão-preto (-8,27%), do frango inteiro (-2,39%) e dascarnes (-1,31%).

Em relação ao grupo Transportes (-0,16%), o resultado foi motivado pela queda nos preços dos combustíveis(-1,34%), sendo que o litro da gasolina ficou 1,06% mais barato e o litro do etanol, mais barato em 2,69%. Aspassagens aéreas também caíram, -9,71%.

Ao nível de grupo, as mais intensas quedas ficaram com Comunicação (-0,31%) e Artigos de Residência(-0,30%).

Quanto aos índices regionais, conforme a tabela a seguir, apenas a região metropolitana de Curitiba mostrou aceleração na taxa de fevereiro (0,25%) para março (0,37%) em razão da variação de 14,56% dos ônibus urbanos. O mais elevado índice, no entanto, ficou com Fortaleza (0,57%), sob pressão do resultado do grupoEducação (5,43%). O índice mais baixo foi o de Goiânia, onde os combustíveis (-1,55%) e as carnes(-2,54%) contribuíram para a queda de 0,17%.

Região
Peso Regional (%)
Variação Mensal (%)
Variação Acumulada (%)
Janeiro
Fevereiro
Março
Trimestre
12 meses
Fortaleza
3,49
0,53
0,69
0,57
1,80
7,03
Curitiba
7,79
0,27
0,25
0,37
0,90
3,41
São Paulo
31,68
0,31
0,32
0,27
0,91
4,84
Rio de Janeiro
12,46
0,30
0,93
0,20
1,43
4,92
Belém
4,65
0,17
0,66
0,15
0,97
5,10
Porto Alegre
8,40
0,03
0,55
0,08
0,66
4,47
Recife
5,05
0,14
0,73
0,06
0,94
4,93
Salvador
7,35
0,63
0,85
-0,07
1,41
4,81
Belo Horizonte
11,23
0,40
0,74
-0,07
1,07
5,20
Brasília
3,46
0,57
0,32
-0,08
0,82
4,45
Goiânia
4,44
0,14
0,07
-0,17
0,04
2,76
Brasil
100,00
0,31
0,54
0,15
1,00
4,73

Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 14 de fevereiro a 14 de março de 2017 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de janeiro a 13 de fevereiro de 2017 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.