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IPCA-15 fica em 0,72% em julho

23/07/2021 09h00 | Atualizado em 08/09/2021 16h36

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho foi de 0,72%, ficando 0,11 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,83%). Essa foi a maior variação para um mês de julho desde 2004, quando o índice foi de 0,93%. No ano, o índice acumula alta de 4,88% e, em 12 meses, de 8,59%, acima dos 8,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2020, a variação havia sido de 0,30%.

Julho de 2021 0,72%
Junho de 2021 0,83%
Julho de 2020 0,30%
Acumulado do ano 4,88%
Acumulado nos últimos 12 meses 8,59%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta de preços em julho. O maior impacto (0,33 p.p.) e a maior variação (2,14%) vieram de Habitação. A segunda maior contribuição veio dos Transportes (1,07% e 0,22 p.p.), embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (1,35%). Na sequência, veio Alimentação e bebidas (0,49%), cujo resultado ficou acima do IPCA-15 de junho (0,41%) e contribuiu com 0,10 p.p. no índice do mês. O grupo Saúde e cuidados pessoais (-0,24%), por sua vez, apresentou queda em relação ao mês anterior e contribuiu com -0,03 p.p. no índice geral. Os demais grupos ficaram entre o -0,04% de Comunicação e o 0,81% de Artigos de residência.

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Junho Julho Junho Julho
Índice Geral 0,83 0,72 0,83 0,72
Alimentação e Bebidas 0,41 0,49 0,09 0,10
Habitação 1,67 2,14 0,26 0,33
Artigos de Residência 1,38 0,81 0,05 0,03
Vestuário 0,88 0,58 0,04 0,02
Transportes 1,35 1,07 0,28 0,22
Saúde e Cuidados Pessoais 0,53 -0,24 0,07 -0,03
Despesas Pessoais 0,32 0,36 0,03 0,04
Educação 0,03 0,12 0,00 0,01
Comunicação 0,15 -0,04 0,01 0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços.    

O resultado do grupo Habitação (2,14%) foi influenciado pela alta da energia elétrica (4,79%), que acelerou frente a junho (3,85%) e exerceu o maior impacto (0,21 p.p.) no IPCA-15 de julho. A bandeira tarifária vermelha patamar 2 vigorou nos meses de junho e julho, mas, a partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$9,492 a cada 100 kWh consumidos. Antes, o acréscimo era de R$6,243. Além disso, o resultado é consequência dos reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo (6,29%), a partir de 4 de julho, e de 8,97% em Curitiba (9,41%), a partir de 24 de junho.

Ainda em Habitação, os preços do gás de botijão (3,89%) e do gás encanado (2,79%) também subiram. No subitem gás encanado, a alta decorre do reajuste de 9,63% no segmento residencial em São Paulo (4,90%) a partir de 31 de maio. Destaca-se também a variação da taxa de água e esgoto (0,21%), por conta dos reajustes de 6,90% em Porto Alegre (1,54%), vigente desde 1º de julho, e de 5,78% em Curitiba (0,51%), ocorrido em 17 de maio. Em Brasília (-0,35%), houve redução média de 2,74% a partir de 1º de junho.

No grupo dos Transportes (1,07%), a principal contribuição veio das passagens aéreas (35,64% e 0,11 p.p.), que haviam caído 5,63% em junho. Ainda nos transportes públicos (4,14%), o ônibus urbano subiu 0,16%, com o reajuste de 5,49% nas tarifas em Porto Alegre (2,20%), a partir de 2 de julho. A alta de 0,15% no ônibus intermunicipal também foi influenciada pelo reajuste de 4,83% em Porto Alegre (1,80%), a partir de 1º de julho.

Os veículos próprios, que haviam subido 0,32% em junho, tiveram alta de 0,73% em julho. As motocicletas (1,93%), os automóveis usados (1,26%) e os automóveis novos (0,30%) permaneceram em alta e contribuíram conjuntamente com 0,04 p.p. no índice do mês. Ademais, alguns produtos e serviços relacionados a estes subitens, como pneu (2,76%), seguro voluntário de veículo (1,95%) e conserto de automóvel (0,40%), tiveram comportamento semelhante. A alta de 2,44% de pedágio foi influenciada por reajustes em diversas praças, a partir de 1º de julho, em São Paulo (3,11%) e em Curitiba (0,33%).

Ainda em Transportes, os preços dos combustíveis (0,38%) desaceleraram em relação a junho (3,69%). A gasolina subiu 0,50% em julho e acumula alta de 40,32% em 12 meses.

Em Alimentação e bebidas (0,49%), a alimentação no domicílio passou de 0,15% em junho para 0,47% em julho. Contribuíram para essa aceleração as altas do leite longa vida (4,09%), do frango em pedaços (3,09%), das carnes (1,74%) e do pão francês (1,81%). Por outro lado, permanecem em queda os preços da cebola (-15,94%), da batata-inglesa (-14,77%), das frutas (-1,33%) e do arroz (-1,14%).

Na alimentação fora do domicílio (0,52%), o movimento foi inverso. Tanto o lanche (0,55%) quanto a refeição (0,53%) desaceleraram em relação a junho, quando registraram altas de 1,67% e 0,86%, respectivamente.

A variação negativa do grupo Saúde e cuidados pessoais (-0,24%) reflete a queda no item plano de saúde (-1,36% e -0,05 p.p.), decorrente do reajuste de -8,19% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 8 de julho, com vigência retroativa a maio de 2021 e cujo ciclo se encerra em abril de 2022. Desse modo, no IPCA-15 de julho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio, junho e julho.

Todas as dezesseis áreas pesquisadas apresentaram variação positiva. O menor resultado ocorreu em Brasília (0,38%), influenciado pela queda nos preços das frutas (-7,43%) e das roupas femininas (-2,92%). Já a maior variação foi registrada em Curitiba (1,19%), onde pesaram as altas da energia elétrica (9,41%) e das passagens aéreas (39,92%).

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%) Variação Acumulada (%)
Junho Julho Ano 12 meses
Curitiba 8,09 1,00 1,19 6,23 10,32
Recife 4,71 1,08 0,86 5,92 9,36
Porto Alegre 8,61 1,18 0,84 5,61 9,59
Belém 4,46 0,29 0,76 5,30 9,10
Salvador 7,19 1,14 0,74 4,85 7,65
São Paulo 33,45 0,81 0,74 4,24 7,88
Fortaleza 3,88 0,84 0,73 6,30 10,55
Goiânia 4,96 0,61 0,56 4,60 9,37
Belo Horizonte 10,04 0,74 0,56 5,03 9,26
Rio de Janeiro 9,77 0,69 0,52 4,28 7,42
Brasília 4,84 0,44 0,38 4,08 7,23
Brasil 100,00 0,83 0,72 4,88 8,59
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 15 de junho e 13 de julho de 2021 (referência) e comparados aos vigentes de 14 de maio a 14 de junho de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.