Pevs 2017: produção da silvicultura e da extração vegetal chega a R$ 19,1 bilhões e cresce 3,4% em relação a 2016
20/09/2018 10h00 | Atualizado em 20/09/2018 11h06
Os valores da silvicultura e da extração vegetal somaram R$ 19,1 bilhões em 2017, registrando um crescimento (o segundo consecutivo) de 3,4% em relação a 2016.
A silvicultura (obtida em florestas plantadas) contribuiu com 77,3% (R$ 14,8 bilhões) desse total, representando um aumento de 5,0% no valor de produção na comparação com 2016. A extração vegetal (coleta de produtos em matas e florestas nativas) teve participação de 22,7% (R$ 4,3 bilhões), sofrendo uma queda (a segunda consecutiva) de 1,9% na comparação com o ano anterior.
Na silvicultura, a produção de madeira para a indústria de papel e celulose foi o grupo que gerou o maior valor de produção em 2017 (R$ 5,1 bilhões). As regiões Sul e o Sudeste responderam por 62,3% do valor de produção da silvicultura, predominando no setor de florestas plantadas.
Ainda na silvicultura, o Paraná obteve o maior valor de produção (R$ 3,7 bilhões) e Mato Grosso do Sul destacou-se com um incremento no valor de produção de 30,4%, superando R$ 1,0 bilhão. Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, foi o município que liderou o ranking nacional do valor de produção (R$ 387,5 milhões).
Na extração vegetal, o grupo dos produtos madeireiros representou 64,1% do valor de produção e recuou 2,7% no ano. A madeira em tora alcançou o maior valor de produção (R$ 1,9 bilhão) entre os produtos madeireiros.
O açaí foi destaque entre os produtos extrativos não-madeireiros, com alta de 10,5% no seu valor de produção, em relação a 2016. O valor de produção da extração de erva-mate nativa também cresceu (6,4%) frente ao ano anterior. Já a quantidade de castanha-do- pará produzida sofreu queda (-24,4%).
As informações são da Pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs) 2017, que investiga 37 produtos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura de todos os municípios brasileiros. A pesquisa traz informações sobre a produção, a variação e a distribuição espacial de produtos madeireiros e não madeireiros, assim como a participação da extração vegetal e da silvicultura no valor da exploração vegetal. O material de apoio desta divulgação está nesta página.
Silvicultura tem nova alta no valor de produção
Em 2017, a o valor de produção da silvicultura (R$ 14,8 bilhões) aumentou em relação ao alcançado em 2016 (RS 14,1 bilhões), representando o segundo incremento consecutivo. O grupo que inclui a produção de madeira destinada à indústria de papel e celulose foi o que mais gerou valor em 2017 (R$ 5,1 bilhões). Ainda que o volume tenha sido 3,0% maior em 2017, esse valor representa uma redução de 1,8% em relação à 2016, em função do aumento de estoque de florestas plantadas e da maior oferta de madeira no mercado.
O maior incremento no valor de produção foi observado no grupo de madeira para outras finalidades (produção destinada à construção naval, indústria moveleira, construção civil, pisos laminados, postes e mourões, entre outros) que apresentou crescimento de 16,6% no ano, atingindo R$ 4,5 bilhões.
O setor de madeira para fins energéticos, responsável pela produção de carvão vegetal e lenha, recuperou o valor de produção após dois anos de queda. O volume de carvão vegetal produzido em 2017, ainda que 0,8% inferior ao atingido no ano anterior, registrou crescimento de 4,2% no seu valor de produção, alcançando R$ 2,6 bilhões. Já a produção de lenha cresceu 4,1%, assim como o seu valor de produção (1,8%).
Cresce a produção de madeira para papel e celulose no Paraná
O Paraná registrou o maior valor de produção da silvicultura nacional (R$ 3,3 bilhões), com crescimento de 8,6% no ano, superando o valor de produção de Minas Gerais (R$ 3,2 bilhões). A produção de madeira em tora para outras finalidades ainda é responsável pela maior fatia do valor de produção da silvicultura paranaense (R$ 1,5 bilhão). Porém, o destaque no estado foi o crescimento de 15,6% no valor de produção de madeira em tora para papel e celulose, impulsionada pela recente ampliação do parque industrial voltado para a produção destes itens.
Minas Gerais segue como destaque na produção de carvão vegetal no país, apresentando valor de produção de R$ 2,1 bilhões e crescimento de 7,4%. Em 2017, Mato Grosso do Sul registrou um incremento de 30,4% no valor de produção da silvicultura (superando R$ 1,0 bilhão), ocupando a sétima posição entre os estados nesse segmento. Também pertence ao Mato Grosso do Sul o município que liderou o ranking nacional de valor de produção na silvicultura: Três Lagoas (R$ 387,5 milhões).
Nas florestas plantadas do país, o eucalipto predomina
No país, 95,8% das áreas de florestas plantadas para fins comerciais são dedicadas ao cultivo de eucalipto e pinus. As áreas de eucalipto somaram 7,4 milhões de hectares, o que representa 75,2% do total nacional.
Minas Gerais segue possuindo a maior área de espécies florestais plantadas do Brasil, com quase 2 milhões de hectares, sendo a quase totalidade de eucalipto. O Paraná possui a segunda maior área de florestas plantadas, com 1,6 milhão de hectares, dos quais 56,4% são destinados à produção de pinus.
Porém, é Mato Grosso do Sul que possui o maior número de municípios entre os dez com maior área de florestas plantadas do país. Os municípios sul mato-grossenses de Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo apresentaram as maiores áreas de florestas plantadas do país, com 245 mil hectares e 215 mil hectares, respectivamente, seguidos pelo município de Telêmaco Borba, no Paraná, com 159 mil hectares - todos com predomínio de eucalipto.
Extrativismo sofre nova retração (-1,9%) e a extração de madeira recua 2,7%
Em 2017, a atividade de extração vegetal novamente apresentou retração (-1,9%) no valor de produção, atingindo R$ 4,3 bilhões no ano. Dos nove grupos de produtos que compõem a extração vegetal na pesquisa, sete apresentaram queda. O destaque ficou para o grupo dos produtos madeireiros, que representou 64,1% do valor de produção da atividade e registrou retração de 2,7% no ano. A produção extrativa de madeira vem sendo gradativamente substituída pela produção oriunda de áreas florestais plantadas.
A madeira em tora registrou o maior valor de produção (R$ 1,9 bilhão) entre os produtos madeireiros, com a lenha (R$ 541,0 milhões) e o carvão vegetal (R$ 317,2 milhões) a seguir. Em relação a 2016, os valores de produção destes dois últimos produtos recuaram 13,9% e 19,4%, respectivamente.
Produção extrativa de açaí e de erva-mate volta a crescer
O grupo dos produtos alimentícios, segundo maior em valor de produção da extração vegetal, apesar de registrar queda no volume de importantes produtos, voltou a apresentar incremento no valor de produção (7,3%). O açaí obteve a maior participação no valor de produção dentro do grupo Alimentícios e voltou a apresentar aumento na produção, após queda no último ano. Em 2017, a produção nacional foi de 219.885 toneladas, volume 2,0% acima do registrado no período anterior. Esse aumento levou a um crescimento de 10,5% no valor de produção (R$596,8 milhões) do açaí.
A região Norte concentra a maior parte da produção de açaí, com Pará e Amazonas respondendo por 87,5% do total. No ranking dos 20 maiores produtores municipais, com exceção de Nova Olinda do Maranhão (17º), no Maranhão, todos os municípios pertencem a esses dois estados. O município de Limoeiro do Ajuru, no Pará, segue ocupando a posição de maior produtor nacional de açaí extrativo, respondendo sozinho por 18,2% do volume total.
A extração de erva-mate nativa, concentrada na região Sul, teve valor de produção de R$ 423,9 milhões, com crescimento de 6,4% frente ao ano anterior. No Paraná, estão os dez municípios que alcançaram a maior produção em 2017, com destaque para São Mateus do Sul, que segue como maior produtor nacional (18,9% da produção do país).
Atualmente, os maiores volumes de açaí e erva-mate produzidos no Brasil têm origem em áreas cultivadas, cuja produção é levantada anualmente pela Pesquisa Agrícola Municipal (PAM). A edição 2017 desta pesquisa foi divulgada em 13 de setembro (leia o release aqui).
Irregularidade das chuvas em 2016 prejudicou a produção de castanha-do-pará
Entre os produtos alimentícios com o maior valor de produção em 2017, a castanha-do-pará teve a queda mais intensa na produção. A atividade foi impactada pela alteração nos regimes hídricos na região amazônica, ainda em 2016. Com isso, houve queda de 24,4% no volume do de castanha-do-pará obtido através da extração, que totalizou 26.191 toneladas em 2017. Essa retração provocou um aumento no preço pago ao produtor, o que amenizou a queda no valor de produção (5,4%), que alcançou R$ 104,1 milhões. O município de Humaitá, no Amazonas, continua o líder do ranking, respondendo por 12,5% da produção extrativa nacional.
Tabela resumo - Quantidade e valor dos produtos da extração vegetal, segundo os principais produtos - Brasil - 2017 | |||||
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Produtos | Quantidade produzida | variação (%) | Valor da produção | variação (%) | |
metros cúbicos (m³) | tonelada (t) | mil reais | |||
2017 | 2017 | 2017 | |||
Extração vegetal | 33.853.003 | 1.167.850 | - | 4.345.093 | -1,9% |
(I) Borracha | - | 1.042 | -13,6% | 3.995 | -4,3% |
Caucho | - | - | - | - | - |
Hévea (látex coagulado) | - | 1.032 | -14,1% | 3.918 | -5,4% |
Hévea (látex líquido) | - | 10 | 150,0% | 77 | 148,4% |
(II) Gomas não elásticas | - | 1 | -66,7% | 2 | -94,3% |
Sorva | - | 1 | 0,0% | 2 | 0,0% |
(III) Ceras | - | 20.566 | 4,7% | 210.324 | -0,6% |
Carnaúba (cêra) | - | 1.157 | -31,3% | 13.331 | -44,9% |
Carnaúba (pó) | - | 19.409 | 8,1% | 196.986 | 5,1% |
Outras Ceras | - | 1 | 7 | ||
(IV) Fibras | - | 12.305 | -74,1% | 22.245 | -79,7% |
Buriti | - | 491 | 11,3% | 2.546 | 13,2% |
Carnaúba | - | 1.431 | 27,2% | 3.199 | 32,7% |
Piaçava | - | 9.766 | -78,6% | 15.496 | -85,1% |
Outras Fibras | - | 617 | 82,0% | 1.004 | 4,7% |
(V) Tanantes | - | 40 | -64,6% | 65 | -61,5% |
Angico (casca) | - | 39 | -58,9% | 51 | -59,8% |
Barbatimão (casca) | - | 0 | -100,0% | 1 | -96,4% |
Outros Tanantes | - | 0 | 14 | 0,0% | |
(VI) Oleaginosos | - | 58.238 | -14,9% | 115.919 | 0,1% |
Babaçu (amêndoa) | - | 54.330 | -11,8% | 95.814 | 0,0% |
Copaíba (oleo) | - | 171 | 3,6% | 3.801 | 0,3% |
Cumaru (amêndoa) | - | 151 | 4,1% | 3.638 | -10,2% |
Licuri (coquilho) | - | 1.092 | -71,2% | 1.359 | -63,7% |
Oiticica (semente) | - | 6 | -14,3% | 7 | 0,0% |
Pequi (amêndoa) | - | 986 | -33,0% | 3.357 | -16,9% |
Tucum (amêndoa) | - | 478 | 3,5% | 1.261 | 2,9% |
Outros Oleaginosos | - | 1.024 | 23,5% | 6.682 | 109,2% |
(VII) Alimentícios | - | 648.901 | 1,4% | 1.205.966 | 7,3% |
Açaí (fruto) | - | 219.885 | 2,0% | 596.768 | 10,5% |
Castanha de caju | - | 1.715 | -3,4% | 5.479 | 12,0% |
Castanha-do-Pará | - | 26.191 | -24,4% | 104.147 | -5,4% |
Erva-mate cancheada | - | 354.398 | 2,3% | 423.907 | 6,4% |
Mangaba (fruto) | - | 1.022 | 9,3% | 2.732 | 28,3% |
Palmito | - | 4.350 | 2,1% | 14.625 | -8,7% |
Pequi (Fruto) | - | 21.433 | 23,9% | 20.650 | 39,8% |
Pinhão | - | 9.293 | 20,0% | 22.956 | 2,5% |
Umbu (fruto) | - | 7.465 | -11,0% | 7.760 | -30,5% |
Outros alimentícios | - | 3.150 | 23,9% | 6.942 | 64,2% |
(VIII) Aromáticos, medicinais, tóxicos e corantes | - | 357 | -23,6% | 1.229 | -25,5% |
Ipecacuanha ou poaia (raiz) | - | 1 | 0,0% | 103 | 25,6% |
Jaborandi (folha) | - | 192 | -16,2% | 775 | -15,8% |
Urucum (semente) | - | 23 | 15,0% | 51 | 27,5% |
Outros aromáticos, medicinais, tóxico e corantes | - | 142 | -34,9% | 300 | -50,6% |
(IX) Madeiras | 33.763.185 | 426.401 | -21,6% | 2.785.347 | -2,7% |
Carvão vegetal | - | 426.401 | -21,6% | 317.216 | -19,4% |
(1) Lenha | 21.520.156 | - | -14,0% | 540.994 | -13,9% |
(1) Madeira em tora | 12.232.762 | - | 6,8% | 1.925.506 | 4,7% |
(1) Pinheiro Brasileiro (nó-de-pinho) | 10.267 | - | 12,0% | 1.631 | 21,8% |
Fonte: IBGE, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2017 (1) Quantidade declarada em m³. |
Tabela Resumo - Quantidade e valor dos produtos da silvicultura, segundo os principais produtos - Brasil - 2017 | |||||
---|---|---|---|---|---|
Produtos | Quantidade produzida | variação (%) | Valor da produção (mil reais) | variação (%) | |
metros cúbicos (m³) | tonelada (t) | mil reais | |||
2017 | 2017 | 2017 | |||
Silvicultura | 195.350.621 | 5.256.918 | - | 14.800.591,7 | 5,0% |
Madeiras | 195.350.621 | 4.917.633 | - | 14.440.470,8 | 5,0% |
Carvão vegetal | - | 4.917.633 | -0,8% | 2.570.115,6 | 4,2% |
(1) Lenha | 55.524.110 | - | 4,1% | 2.284.268,2 | 1,8% |
(1) Madeira em tora p/ Papel e Celulose | 87.739.560 | - | 3,0% | 5.119.110,6 | -1,8% |
(1) Madeira em Tora p/ Outras Finalidades | 52.086.951 | - | 7,2% | 4.466.976,4 | 16,6% |
Outros Produtos | - | 339.285 | - | 360.120,9 | 8,4% |
Cascas Secas de Acácia-Negra | - | 136.718 | -30,2% | 30.071,5 | -29,4% |
Folhas de Eucalipto | - | 81.487 | 112,8% | 4.915,5 | 114,1% |
Resina | - | 121.080 | 12,1% | 325.133,9 | 13,2% |
Fonte: IBGE, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2017 (1) Quantidade declarada em m³. |