PAM 2017: valor da produção agrícola nacional cai 0,6% após sete anos de alta
13/09/2018 10h00 | Atualizado em 13/09/2018 15h27
O valor da produção agrícola do país foi de R$ 319,6 bilhões em 2017, e a soja foi responsável por 35,1% desse total. Após sete anos de crescimento, houve queda de 0,6% no valor da produção, em relação a 2016, puxada pelo milho (-12,7%), feijão (-28,8%), batata inglesa (-50,9%) e trigo (-41,9%).
A área plantada com as culturas investigadas pela PAM 2017 aumentou 2,1% em relação a 2016, e alcançou 79,0 milhões ha. O aumento da área e os ganhos de produtividade proporcionaram recordes no volume da soja e do milho, que cresceram 18,9% e 52,3%, respectivamente.
A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas cresceu 28,2% em 2017, na comparação com 2016, com um total de 238,3 milhões t. A soja representou 48,1% do total produzido nesse grupo, seguido do milho (41,0%).
O cultivo de milho esteve presente em 91,7% dos 5.570 municípios do país em 2017, seguido pela mandioca, em 82,5%, e o feijão, em 78,8%.
Sorriso (MT) teve o maior valor de produção agrícola pelo terceiro ano consecutivo, com R$ 3,3 bilhões, uma alta de 2,4% em comparação a 2016. O município teve 1,0% de participação no total do valor de produção do país.
O Sudeste concentrou R$ 91,0 bilhões, 28,5% do valor de produção agrícola nacional, com colheita, principalmente, de cana-de-açúcar, café arábica, soja, laranja e milho. São Paulo foi o estado responsável por mais da metade desse valor (R$ 53,1 bilhões), com destaque para o município de Itapeva (SP), com R$ 874,3 milhões distribuídos entre a soja (40,3%), tomate (14,5%), feijão (12,0%), milho (3,4%) e batata-inglesa (6,3%).
No Nordeste, apenas Bahia (-1,6%) e Paraíba (-16,7%) tiveram queda no valor de produção. A agricultura nordestina atingiu R$ 36,4 bilhões, em grande parte por causa da colheita de soja, cana-de-açúcar, milho, banana e algodão. A soja é destaque nessa grande região, principalmente pelo avanço agrícola nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia.
O valor de produção no Norte foi de R$ 22,6 bilhões em 2017, com destaque, além do açaí (24,5%) e da soja (21,7%), para a mandioca, o milho e a banana. Mais da metade desse total, R$ 12,8 bilhões, vieram do Pará, em particular de Igarapé-Miri (PA), que tinha no açaí 99,5% dos R$ 1,8 bilhão arrecadados pelo município.
Em 2017, o valor de produção das frutas foi 4,6% superior a 2016, com um total de R$ 38,9 bilhões, ao considerar o açaí nessa soma pela primeira vez. O destaque foi a laranja, com R$ 8,5 bilhões, uma alta de 2,0%. Essa cultura tem 77,8% da sua área colhida concentrada em São Paulo, Bahia e Minas Gerais.
A pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM) 2017 traz informações em nível de municípios sobre a área plantada, a quantidade produzida e o rendimento médio de 64 produtos agrícolas. Além dos dados para 2017, as edições 2015 e 2016 da PAM foram revisadas.
O material de apoio está à direita desta página.
Série histórica de valor da produção (Mil Reais) | |||||||
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País, Grande Região |
Ano | ||||||
2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | |
Brasil | 195.494.942 | 203.955.377 | 232.469.272 | 251.317.340 | 268.730.281 | 321.489.047 | 319.627.357 |
Norte | 8.326.878 | 9.415.954 | 11.676.954 | 13.043.676 | 18.225.113 | 20.484.234 | 22.621.622 |
Nordeste | 28.007.890 | 26.661.467 | 27.894.949 | 33.264.329 | 32.855.326 | 31.076.465 | 36.369.359 |
Sudeste | 64.720.761 | 67.630.999 | 67.105.442 | 69.215.832 | 72.714.243 | 96.825.890 | 91.015.551 |
Sul | 51.803.012 | 49.248.752 | 68.649.658 | 71.529.093 | 75.058.387 | 89.272.038 | 85.677.169 |
Centro-Oeste | 42.636.393 | 50.998.211 | 57.142.269 | 64.264.415 | 69.877.220 | 83.830.424 | 83.943.655 |
Fonte: IBGE - Diretoria de Pesquisa - Produção Agrícola Municipal |
Milho, feijão, batata inglesa e trigo puxam queda de 0,6% no valor da produção
O valor da produção agrícola chegou a R$ 319,6 bilhões em 2017, com destaque para a soja, responsável por 35,1% (R$ 112,2 bilhões) desse total. O resultado representou uma redução de 0,6% na comparação com 2016, após sete anos consecutivos de crescimento. Entre os produtos, as principais quedas foram no valor do milho (-12,7%), café total (-13,3%) do feijão (-28,8%), da batata inglesa (-50,9%) e do trigo (-41,9%). São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Maranhão e Bahia responderam por 63,5% do valor da produção agrícola do país.
Em 2017, o milho era cultivado em 91,7% dos 5.570 municípios brasileiros, seguido pela mandioca, em 82,5%, e o feijão, em 78,8%.
Área plantada aumenta 2,1% e chega a 79,0 milhões ha
A área plantada foi 2,1% maior que a de 2016, e alcançou 79,0 milhões ha. A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas cresceu 28,2% em 2017, na comparação com 2016, com um total de 238,3 milhões t. A soja representou 48,1% do total produzido nesse grupo, seguido do milho (41,0%), que teve sua área aumentada em 10,4%. O arroz e o feijão também apresentaram acréscimos na produção, de 17,4% e 15,9%, respectivamente.
O aumento da área e os ganhos de produtividade proporcionaram recorde de produção de várias culturas, com destaque para a soja e o milho, que cresceram 18,9% e 52,3%, respectivamente, em 2017.
Sorriso (MT) e Sapezal (MT) são os municípios com maior valor de produção
Pelo terceiro ano consecutivo, Sorriso (MT) teve o maior valor de produção agrícola, com R$ 3,3 bilhões, uma alta de 2,4% em comparação a 2016. Esse total foi dividido basicamente entre soja (65,9%), milho (27,2%), feijão (3,4%), algodão herbáceo (2,8%) e arroz (0,4%). O município deteve 1,0% de participação no total do valor da produção do país.
Dos 1,2 milhão ha de área colhida em 2017 nessa localidade, mais da metade (51,4%) era soja, um aumento de 0,8% frente ao ano anterior. Foram colhidos 2,2 milhões t de soja, 21,8% a mais que em 2016. O milho atingiu 3,8 milhões t, 109,4% superior a 2016, porém registrou valor de produção 0,2% inferior. O feijão teve redução de 56,9% no valor e alta de 49,2% na produção, assim como o algodão herbáceo, com queda de 20,7% no valor e crescimento de 5,2% no volume.
Sapezal (MT), mesmo com queda de 6,1%, foi o segundo município em valor de produção, com um total de R$ 2,6 bilhões. Nessa localidade, foram colhidas 595,3 mil t de algodão herbáceo (em caroço), que geraram R$ 1,3 bilhão, uma alta de 15,4% frente a 2016. A soja e o milho somaram, respectivamente, R$ 952,8 milhões e R$ 323,5 milhões, uma redução de 25,9% e 8,7%, respectivamente.
Cana-de-açúcar é o principal produto em valor no Sudeste
O Sudeste concentrou R$ 91,0 bilhões, 28,5% do valor de produção agrícola nacional, com destaque para cana-de-açúcar (39,8%), café arábica (14,9%), soja (10,0%), laranja (7,4%) e milho (5,8%). São Paulo foi o estado responsável por mais da metade desse valor (R$ 53,1 bilhões), com destaque para o município de Itapeva (SP), que arrecadou R$ 874,3 milhões, em, principalmente, soja (40,3%), tomate (14,5%), feijão (12,0%), milho (3,4%) e batata-inglesa (6,3%).
O estado de São Paulo permaneceu em primeiro lugar no valor da produção, com 16,6% da participação nacional, seguido de Mato Grosso, que manteve seu percentual de 13,6%. Minas Gerais, quinto colocado na participação nacional, apresentou a queda mais acentuada no valor da produção nessa grande região, de 11,8% para 9,8% em 2017, explicada pela diminuição de 20,9% da produção de café arábica, na comparação com 2016.
Apesar da queda de 4,0%, o Sul arrecadou R$ 85,7 bilhões com a agricultura, em especial com a produção de soja, milho, arroz, fumo e mandioca. Destaque para o Paraná, com R$ 38,0 bilhões, e para o município de Tibagi (PR), com R$ 680,8 milhões, distribuídos pelo cultivo de soja (62,3%), milho (14,1%), feijão (9,0%), trigo (7,7%) e tomate (1,7%).
O Centro-Oeste foi a grande região com o terceiro valor de produção agrícola, R$ 83,9 bilhões, com Mato Grosso responsável por R$ 43,4 bilhões, principalmente pelas culturas da de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão herbáceo e feijão.
No Nordeste, apenas Bahia e Paraíba têm queda no valor de produção
A produção agrícola nordestina atingiu R$ 36,4 bilhões, em grande parte por causa da colheita da soja, cana-de-açúcar, milho, banana e algodão. No Nordeste, apenas Bahia (-1,6%) e Paraíba (-16,7%) tiveram queda no valor de produção. A Bahia representou R$ 15,4 bilhões desse valor total, com destaque para São Desidério (BA), com R$ 2,4 bilhões, uma alta de 49,7% na comparação com 2016. Desse total do valor de produção do município, maior peso para a soja (61,1%), algodão herbáceo (28,9%), milho (6,5%), feijão (1,1%) e café arábica (1,0%). A soja é destaque nessa grande região, em particular, pelo avanço da agricultura nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia.
Açaí é destaque no Norte, mas soja já é a segunda cultura em valor de produção
No Norte, o destaque ainda é o açaí, porém a soja já aparece na segunda colocação, principalmente pelo aumento do plantio no Tocantins e no sul do Pará. O valor de produção nessa grande região foi de R$ 22,6 bilhões em 2017, com destaque, além do açaí (24,5%) e da soja (21,7%), para a mandioca, o milho e a banana. Desse total, mais da metade, R$ 12,8 bilhões, vieram do Pará, que tem o município de Igarapé-Miri (PA) como o maior produtor de açaí do país, com produção de 280,0 milhões t e R$ 1,8 bilhão arrecadados em 2017.
Série histórica da soja (em grão) | |||||||
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Região Norte | Ano | ||||||
2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | |
Valor da produção (Mil Reais) | 1.372.868 | 1.927.714 | 2.256.926 | 3.308.720 | 3.634.305 | 4.404.165 | 4.916.498 |
Quantidade produzida (t) | 1.940.970 | 2.135.471 | 2.692.506 | 3.521.562 | 4.274.638 | 4.096.882 | 5.061.570 |
Fonte: IBGE - Diretoria de Pesquisa - Produção Agrícola Municipal |
Valor da produção de frutas chega a R$ 38,9 bilhões, 4,6% acima de 2016
Em 2017, o valor de produção das frutas foi 4,6% superior ao ano anterior, com um total de R$ 38,9 bilhões, ao considerar o açaí nessa soma pela primeira vez. O destaque foi a laranja, que adicionou R$ 8,5 bilhões à economia nacional, uma alta de 2,0%. São Paulo, Bahia e Minas Gerais concentraram 77,8% da área colhida de laranja no país, equivalente a 631,7 mil ha. Em São Paulo, com 402,9 mil ha destinados a colheita de laranja, estão nove dos 10 maiores produtores. O primeiro lugar ficou por conta de Casa Branca (SP), com 564,6 mil t e R$ 228,6 milhões, seguido por Botucatu (SP), Itapetininga (SP), Colômbia (SP), Iara (SP), Avaré (SP), Buri (SP), Angatuba (SP), Rio Real (BA) e Santa Cruz do Rio Pardo (SP).
Além da laranja, São Paulo concentrou 27,1% de todo o valor de produção de frutas. O estado gerou R$ 10,6 bilhões, 2,4% superior a 2016. O Pará veio em seguida, com R$ 6,8 bilhões, com alta de 25,1%, explicada pela inclusão de novas áreas de colheita do açaí e pela recuperação na produção de outras frutíferas, como a laranja, o limão e a tangerina, com altas no volume de, respectivamente, 49,9%, 107,9% e 2.462,4%.