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Índice de Preços ao Produtor sobe 1,56% em abril

29/05/2018 09h00 | Atualizado em 29/05/2018 11h47

Em abril de 2018, os preços das indústrias extrativas e de transformação variaram 1,56% em relação ao mês anterior, resultado superior ao observado em março (1,08%). Esta foi a maior alta desde outubro de 2017 (1,80%). Das 24 atividades, 21 apresentaram variações positivas de preços, exatamente como no mês anterior.

O material de apoio do IPP pode ser acessado à direita desta página.

Período

Taxa

Abril 2018

1,56%

Março 2018

1,08%

Abril 2017

-0,11%

Acumulado no ano

3,54%

Acumulado em 12 meses

8,03%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços dos produtos “na porta da fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). 

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções  - Últimos três meses 
Indústria Geral e Seções Variações (%) 
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12 
FEV/18 MAR/18 ABR/18 FEV/18 MAR/18 ABR/18 FEV/18 MAR/18 ABR/18 
Indústria Geral 0,38 1,08 1,56 0,86 1,94 3,54 5,19 6,26 8,03 
B - Indústrias Extrativas 2,25 4,37 4,83 3,50 8,03 13,25 19,16 20,23 23,91 
C - Indústrias de Transformação 0,30 0,94 1,42 0,75 1,69 3,14 4,68 5,73 7,42 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria                    

Na comparação com março de 2018, as quatro maiores variações foram observadas entre os produtos das seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (4,83%), refino de petróleo e produtos de álcool (4,31%), outros equipamentos de transporte (3,04%) e madeira (2,98%).

Em termos de influência, na comparação com março, os destaques de abril foram: refino de petróleo e produtos de álcool (0,49 p.p.), alimentos (0,24 p.p.), indústrias extrativas (0,20 p.p.) e metalurgia (0,16 p.p.).

Em abril/2018, o acumulado no ano (abril/2018 contra dezembro de 2017) atingiu 3,54%, contra 1,94% em março/2018. As atividades que, em abril/2018, tiveram as maiores variações neste indicador foram: indústrias extrativas (13,25%), outros produtos químicos (7,03%), metalurgia (6,18%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,99%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: outros produtos químicos (0,68 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,57 p.p.), indústrias extrativas (0,52 p.p.) e metalurgia (0,50 p.p.).

Ao comparar abril de 2018 com abril de 2017, a variação ocorrida foi de 8,03%, contra 6,26% na comparação também de 12 meses em março de 2018. As quatro maiores variações ocorreram em refino de petróleo e produtos de álcool (27,23%), indústrias extrativas (23,91%), papel e celulose (17,05%) e outros produtos químicos (12,15%).

Neste indicador, os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (2,68 p.p.), outros produtos químicos (1,16 p.p.), metalurgia (0,94 p.p.) e indústrias extrativas (0,89 p.p.).

Em abril de 2018, a variação de preços de 1,56% frente a março repercutiu entre as grandes categorias econômicas da seguinte maneira: 1,90% em bens de capital; 2,26% em bens intermediários; e 0,29% em bens de consumo, sendo que 0,14% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,34% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas  - Últimos três meses 
Indústria Geral e Seções Variações (%) 
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12 
FEV/18 MAR/18 ABR/18 FEV/18 MAR/18 ABR/18 FEV/18 MAR/18 ABR/18 
Indústria Geral 0,38 1,08 1,56 0,86 1,94 3,54 5,19 6,26 8,03 
Bens de Capital (BK) 0,33 0,73 1,90 0,61 1,34 3,26 5,34 5,28 7,16 
Bens Intermediários (BI) 0,78 1,56 2,26 1,64 3,23 5,57 7,59 8,97 11,75 
Bens de consumo(BC) -0,26 0,35 0,29 -0,38 -0,04 0,26 1,35 2,16 2,33 
Bens de consumo duráveis (BCD) 0,06 0,15 0,14 1,31 1,47 1,61 5,02 4,79 4,49 
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) -0,37 0,41 0,34 -0,91 -0,51 -0,17 0,23 1,34 1,67 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria                    

A influência das grandes categorias econômicas no resultado da indústria geral (1,56%) foi a seguinte: 0,16 p.p. de bens de capital, 1,30 p.p. de bens intermediários e 0,10 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,09 p.p. deveu-se às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,01 p.p. nos bens de consumo duráveis.

Em abril, o acumulado no ano foi de 3,54%, sendo 3,26% a variação de bens de capital (com influência de 0,28 p.p.), 5,57% de bens intermediários (3,17 p.p.) e 0,26% de bens de consumo (0,09 p.p.). No último caso, houve influência em 0,13 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -0,04 p.p. pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

O acumulado em 12 meses alcançou, em abril, 8,03%, com as seguintes variações: bens de capital, 7,16% (0,61 p.p.); bens intermediários, 11,75% (6,59 p.p.); e bens de consumo, 2,33% (0,82 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,38 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 0,45 p.p.

Cinco setores são destaques em abril

Indústrias extrativas: em abril, os preços variaram 4,83%, em relação ao mês anterior. Com isso, a taxa acumulada ano ficou em 13,25%. Na comparação com abril de 2017, foi registrada variação de 23,91% nos preços do setor. Destacaram-se os preços dos “óleos brutos de petróleo” nas variações mensal, acumulada e de 12 meses.

Alimentos: pelo terceiro mês consecutivo, os preços do setor apresentaram uma variação média positiva, de 1,28%, em abril. Com isso, o acumulado no ano foi para 2,19%, o segundo resultado positivo consecutivo depois de uma série com 14 resultados negativos (o último positivo, antes dos de março e abril, havia sido o de dezembro de 2017, 8,79%).

Na comparação com igual mês do ano anterior, os preços mais recentes ainda são menores do que os de abril de 2017, -0,58%. Ressalta-se que nesta comparação, o resultado é negativo há 11 meses, porém, o ponto mais baixo ocorreu em setembro de 2017, -7,57%.

Entre os produtos de maior variação, destacam-se aqueles ligados a “abate e fabricação de produtos de carne”, pois, entre as quatro variações mais intensas, estão três deste grupo e, entre as influências mais intensas, dois. No caso das variações, destacam-se carnes (“carnes de suínos frescas ou refrigeradas”, “carnes de bovinos congeladas” e “carnes e miudezas de aves, frescas ou refrigeradas”) e “manteiga de cacau”

No caso de influência, ao lado de “carnes de bovinos congeladas”, que também apareceu em destaque na variação, são listados outros três produtos: “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, “resíduos da extração de soja” e “açúcar cristal” (o único com influência negativa). A influência dos quatro produtos soma 0,49 p.p., em 1,28%.

O setor de alimentos aparece em destaque nesta análise por ser a segunda maior influência no resultado das indústrias extrativas e de transformação, 0,24 p.p., em 1,56%, atrás apenas de "Refino de petróleo e produtos de álcool" (0,49 p.p.). O setor é também o de maior contribuição no cálculo do índice (19,65%).

Refino de petróleo e produtos de álcool: em abril, os preços do setor variaram, em média, 4,31%, índice mais alto desde novembro de 2017 (5,89%). Com o resultado de abril, os preços acumularam 4,96% no ano, que se contrapõe ao abril de 2017, quando o acumulado era de -2,07%. Nos últimos doze meses a taxa ficou em 27,23%, a maior da série. Entre os produtos em destaque, tanto em termos de inflação como de influência, apenas o preço de “álcool etílico (anidro ou hidratado)” teve variação negativa. Dentre os que tiveram variação positiva, destacam-se os produtos de maior peso: “óleo diesel e outros óleos combustíveis” (quase 53%) e “gasolina automotiva” (por volta de 16%).

Vale dizer que o destaque dado ao setor está atrelado ao fato de que foi o setor mais influente nos resultados do mês contra mês anterior, 0,49 p.p. em 1,56% e também no resultado do acumulado em 12 meses, 2,68 p.p. em 8,03%.

Outros produtos químicos: a indústria química no mês de abril apresentou uma variação média de preços, em relação a março, de 1,00%, completando oito meses seguidos de elevação de preços (17,12% neste período). Com isso houve uma variação positiva de 7,03% no acumulado do ano e 12,15% nos 12 últimos meses, situação bem diversa da que ocorreu em abril de 2017, quando o acumulado em 12 meses alcançou 0,01%.

Os resultados observados no mês estão muito ligados aos resultados internacionais, aos custos da matéria-prima importada, aos preços dos derivados de petróleo, especialmente da nafta, redução da oferta de alguns produtos por paradas ocorridas em algumas unidades produtivas, ao aumento do dólar em relação ao real, que alcançou no mês 3,9% e, finalmente, aos resultados de variação de preços de produtos do próprio setor.

Entre os que tiveram elevação de preços no mês, os destaques ficaram com “borracha de estireno-butadieno” e “superfosfatos”. Em contrapartida, houve queda de preços de “propeno (propileno) não saturado” e de “resina poliéster insaturada”. No entanto, “propeno (propileno) não saturado” foi o único destaque com valor negativo entre os quatro que mais influenciaram os resultados nas comparações mês contra mês anterior.

Os demais produtos que mais influenciaram os resultados no mês, no acumulado no ano e no acumulado nos últimos 12 meses tiveram resultados positivos: “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, destaque no mês e no acumulado nos últimos 12 meses; “etileno (eteno) não saturado” e “polipropileno (PP)”, que aparecem no acumulado em 2018 e acumulado nos últimos 12 meses; “PEAD”, que aparece no mês e acumulado do ano e finalmente “herbicidas para uso na agricultura”, destaque nos três tipos de comparação.

Metalurgia: em relação a março de 2018, houve uma variação de 2,00%, sétimo resultado positivo nos oito últimos meses (em janeiro de 2018 a variação foi de -0,06%), desta forma, a atividade acumulou no ano variação de 6,18% e nos últimos 12 meses 11,82% (18ª variação positiva consecutiva). Uma análise dos números-índices da série indica que, entre dezembro de 2013 (base da série) e abril de 2018, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 38,53%; terceira maior variação entre as atividades.

Interessante reparar que os quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês (variação x contribuição) aparecem também com as maiores variações; são eles: “barras de outras ligas de aços, exceto inoxidáveis”, “barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre”, “ligas de alumínio em formas brutas” e “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”. Estes quatro produtos representaram 1,82 p.p. da variação no mês, ou seja, apenas 0,18 p.p. é a influência dos demais 18 produtos.

As principais influências nos acumulados no ano e em 12 meses foram os mesmos produtos: “alumínio não ligado em formas brutas”, “bobinas a quente e a frio de aços ao carbono, não revestidos” e finalmente os “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”.