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Índice de Preços ao Produtor varia 0,41% em fevereiro

29/03/2018 09h00 | Atualizado em 10/04/2018 08h51

Em fevereiro de 2018, os preços das indústrias extrativas e de transformação variaram 0,41% em relação a janeiro, resultado inferior ao da comparação entre janeiro e dezembro (0,47%). Das 24 atividades, 21 tiveram variações positivas de preços, contra 13 do mês anterior. A publicação completa e o material de apoio do IPP podem ser acessos na coluna à direita desta página.

Período Taxa
Fevereiro 2018 0,41%
Janeiro 2018 0,47%
Fevereiro 2017 -0,45%
Acumulado no ano 0,89%
Acumulado em 12 meses 5,23%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços dos produtos “na porta da fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias
Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções
Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
DEZ/17 JAN/18 FEV/18 DEZ/17 JAN/18 FEV/18 DEZ/17 JAN/18 FEV/18
Indústria Geral 0,42 0,47 0,41 4,15 0,47 0,89 4,15 4,33 5,23
B - Indústrias Extrativas 4,59 1,23 2,25 11,54 1,23 3,50 11,54 10,65 19,16
C - Indústrias de Transformação 0,26 0,44 0,34 3,87 0,44 0,78 3,87 4,08 4,72
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

As quatro maiores variações de fevereiro/2018 se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: refino de petróleo e produtos de álcool (-3,15%), metalurgia (2,51%), indústrias extrativas (2,25%) e minerais não-metálicos (2,03%).

Em termos de influência, na comparação entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2018 (0,41%), destacaram-se o refino de petróleo e produtos de álcool (-0,37 p.p.), metalurgia (0,20 p.p.), alimentos (0,18 p.p.) e outros produtos químicos (0,11 p.p.).

Em fevereiro, o acumulado no ano (contra dezembro de 2017) atingiu 0,89%, contra 0,47% em janeiro. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais destacaram-se: confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,10%), indústrias extrativas (3,50%), bebidas (-3,38%) e outros produtos químicos (3,05%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: outros produtos químicos (0,29 p.p.), metalurgia (0,20 p.p.), veículos automotores (0,16 p.p.) e indústrias extrativas (0,14 p.p.).

Na comparação com fevereiro de 2017, a variação de preços foi de 5,23%, contra 4,33% em janeiro de 2018. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (19,16%), papel e celulose (15,96%), refino de petróleo e produtos de álcool (13,81%) e outros produtos químicos (10,44%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (1,45 p.p.), outros produtos químicos (0,98 p.p.), alimentos (-0,82 p.p.) e metalurgia (0,77 p.p.).

Em fevereiro de 2018, a variação de preços de 0,41% frente a janeiro repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,46% em bens de capital; 0,87% em bens intermediários; e -0,36% em bens de consumo, sendo de 0,09% a variação observada em bens de consumo duráveis e -0,51% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A influência das grandes categorias econômicas no resultado geral foi a seguinte: 0,04 p.p. de bens de capital, 0,50 p.p. de bens intermediários e -0,13 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, -0,13 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,01 p.p. nos bens de consumo duráveis.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e
de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas
Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
DEZ/17 JAN/18 FEV/18 DEZ/17 JAN/18 FEV/18 DEZ/17 JAN/18 FEV/18
Indústria Geral 0,42 0,47 0,41 4,15 0,47 0,89 4,15 4,33 5,23
Bens de Capital (BK) 0,77 0,27 0,46 4,22 0,27 0,74 4,22 4,71 5,48
Bens Intermediários (BI) 0,67 0,86 0,87 6,46 0,86 1,74 6,46 6,37 7,70
Bens de consumo(BC) -0,06 -0,12 -0,36 0,54 -0,12 -0,48 0,54 1,00 1,25
Bens de consumo duráveis (BCD) 0,32 1,25 0,09 4,36 1,25 1,34 4,36 4,95 5,05
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) -0,17 -0,55 -0,51 -0,61 -0,55 -1,05 -0,61 -0,19 0,09
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria

No acumulado no ano (mês atual contra dezembro do ano anterior), os preços da indústria subiram 0,89% até fevereiro, sendo 0,74% a variação de bens de capital (influência de 0,06 p.p.), 1,74% de bens intermediários (0,99 p.p.) e -0,48% de bens de consumo (-0,17 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,11 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -0,28 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Em fevereiro, o acumulado em 12 meses foi de 5,23%, com as seguintes variações: bens de capital, 5,48% (0,47 p.p.); bens intermediários, 7,70% (4,32 p.p.); e bens de consumo, 1,25% (0,44 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,42 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 0,02 p.p..

Seis setores são destaques em janeiro

Indústrias extrativas: em fevereiro, a variação média de preços do setor foi de 2,25%, a terceira positiva consecutiva, acumulando aumento de 8,25% nestes três meses (dezembro de 2017 a fevereiro de 2018). Em 2018 os preços variaram 3,50%, situação oposta à que ocorria em fevereiro de 2017, quando o acumulado era de -3,11%. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, em fevereiro a taxa foi de 19,16%, maior taxa desde novembro de 2017, 27,55%.

Os dois principais produtos (em termos de peso) no cálculo do setor tiveram trajetórias distintas: “minérios de ferro”, com variação positiva de preços, e “óleos brutos de petróleo”, com negativa. Ambos os movimentos são coerentes com o comportamento destas commodities no mercado internacional.

O destaque dado ao setor deve-se ao fato de estar entre as maiores variações nas três comparações: contra o mês anterior (terceiro maior); contra dezembro do ano anterior, acumulado (segundo maior); e contra igual mês do ano anterior (maior). Além disso, foi o quarto setor mais influente no resultado acumulado no ano (0,14 p.p. em 0,89%).

Alimentos: após dois meses, a variação de preços observada em fevereiro (na comparação contra janeiro) foi positiva: 0,95%. Este resultado só foi superado em julho de 2016 (1,74%). Vale dizer que nos 20 resultados observados entre julho de 2016 e fevereiro de 2018, nove foram positivos e 11 negativos. Apesar do resultado positivo, o acumulado no ano manteve-se negativo, -0,13%. É o 14º mês consecutivo de resultados negativos neste indicador, ainda que o de fevereiro tenha sido o menos intenso. Na comparação entre fevereiro de 2018 e de 2017, o resultado foi de -3,98%. Neste caso, é o nono resultado negativo consecutivo, mas, destes, a variação de fevereiro só é mais intensa do que a de junho de 2017, -1,97%.

Os dados de fevereiro estão influenciados por movimentos bem claros: de um lado, captação menor nas bacias leiteiras e problemas de oferta de soja na vizinha Argentina explicam em grande parte os efeitos sobre os preços de “resíduos da extração de soja” e “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”; de outro, uma demanda menor fez com que tantos os preços de “açúcar cristal” quanto de “rações e suplementos para animais” baixassem no período. Com dois preços em alta e dois em queda, a influência dos quatro produtos em destaque, na comparação com o mês anterior, foi 1,53 p.p., em 0,95%, ou seja, -0,58 p.p. foi a influência líquida dos demais 39 produtos do setor.

O destaque do setor se deve à influência na comparação mensal (terceira, 0,18 p.p. em 0,41%) e na comparação com mesmo mês do ano anterior (terceira, -0,82 p.p. em 5,23%).

Refino de petróleo e produtos de álcool: os preços de derivados de petróleo e “álcool etílico (anidro ou hidratado)” variaram, em média, -3,15%, na comparação de fevereiro contra janeiro. Como em janeiro a variação havia sido de 3,15%, esses resultados por pouco não se anularam. De toda forma, o acumulado no ano ficou em -0,10%, primeiro resultado negativo desde julho de 2017 (-3,17%). Na comparação com fevereiro de 2017, os preços mais recentes são 13,81% superiores, resultado menor que todos aqueles que vão de janeiro de 2018 a outubro de 2017 - o de setembro de 2017 foi de 11,40%.

Dentre os produtos de maior influência no resultado mensal, todos são derivados de petróleo e um único deles, “querosenes de aviação”, teve aumento. Porém, na comparação anual, todas as variações dos produtos mais influentes são positivas. Os produtos são os mesmos, com uma única exceção: no lugar de “querosenes de aviação” aparece o produto “naftas”.

O setor foi o primeiro em influência e variação na comparação com janeiro (-0,37 p.p. em 0,41%), enquanto foi o terceiro em variação e primeiro em influência na comparação com fevereiro de 2017 (1,45 p.p. em 5,23%).

Outros produtos químicos: os preços da indústria química no mês de fevereiro subiram 1,12% em relação a janeiro, completando seis meses seguidos de alta. Com isso, o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 10,44%, situação diferente dos -8,90% registrados em fevereiro de 2017.

Considerando a influência, na comparação com o mês anterior e no acumulado no ano, três produtos se repetem e também são os produtos com maior peso do setor químico: “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, com resultado negativo, “etileno (eteno) não-saturado” e “polipropileno (PP)” com resultados positivos — os dois últimos foram destaques entre os produtos com maior impacto nos últimos 12 meses. Os demais destaques em influência são o “propeno (propileno) não-saturado”, no mês contra mês anterior e acumulado em 12 meses, e, finalmente, “herbicidas para uso na agricultura” no acumulado do ano.

Interessante ressaltar que os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior - “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “etileno (eteno) não-saturado”, “herbicidas para uso na agricultura” e “polipropileno (PP)” - impactaram o resultado líquido positivo em 0,54 p.p., no resultado de variação de 1,12% no mês, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram positivamente com 0,58 p.p..

Metalurgia: na comparação com janeiro de 2018, houve uma variação de 2,51%, quinta positiva nos seis últimos meses e maior alta entre todas atividades analisadas pelo IPP. Desta forma, a atividade acumulou nos últimos 12 meses uma variação de 9,94% (16ª variação positiva consecutiva neste tipo de indicador) e 2,44% no acumulado do ano. Entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2018, os preços do setor tiveram uma alta média de 33,65%.

As bobinas foram os produtos com maior alta, considerando os resultados no mês contra mês anterior e o acumulado no ano. Dentre os produtos que mais influenciaram o resultado no mês aparecem, além de “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “alumínio não ligado em formas brutas” e também “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”. Estes quatro produtos contribuíram com 1,90 p.p. no mês, ou seja, 0,61 p.p. é a influência dos demais 18 produtos.

O comportamento do setor é influenciado pela combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos (ligado aos produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre e alumínio), que têm comportamentos de preços diferentes. O primeiro grupo, ligado ao setor siderúrgico, é afetado pelo excedente de capacidade de aço no mundo (apesar dos cortes de produção na China, acompanhado de aumento de preços), e pela flutuação dos valores do minério de ferro, produto este que tem conseguido uma recuperação de preços a partir do segundo semestre de 2017. Em relação ao segundo grupo – materiais não ferrosos –, os preços costumam apresentar seus resultados ligados às cotações das bolsas internacionais.

Veículos automotores: em fevereiro, a variação dos preços no setor foi de 0,24%, em relação a janeiro. Essa foi a sexta alta consecutiva e a 18ª nos últimos 19 meses (apenas agosto de 2017 teve variação negativa de preços, de -0,08%). Com isso, juntamente com o resultado de janeiro (1,27%), a variação acumulada no ano alcançou 1,51%.

Além de ser um dos setores de maior peso no cálculo do indicador geral, com 11,32% - atrás apenas dos setores de alimentos (19,65%) e refino de petróleo e produtos de álcool (11,80%) - a atividade de veículos automotores também se destacou por apresentar a terceira maior influência no acumulado no ano (0,16 p.p. em 0,89%).

Os quatro produtos de maior influência no índice mensal tiveram impacto positivo em fevereiro: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “caixas de marcha para veículos automotores”, “carrocerias para ônibus” e “peças para motor de veículos automotores” – sendo que o primeiro e o último produtos estão entre os que apresentam os maiores pesos no setor. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação mensal foi de 0,17 p.p., ou seja, os demais 21 produtos da atividade contribuíram com apenas 0,07 p.p..

Em relação aos indicadores de longo prazo (acumulado no ano e nos últimos 12 meses), todos os quatro produtos de maior influência também tiveram impacto positivo, sendo três deles comuns a ambos os indicadores: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “caminhão diesel com capacidade superior a 5t” e “chassis com motor para ônibus ou para caminhões”. Todos eles estão entre os quatro produtos de maior peso na atividade.

Em relação ao acumulado no ano, aparece também o produto “peças para motor de veículos automotores“ (que apresenta o terceiro maior peso do setor). Já no acumulado em 12 meses, também é destaque o produto “caminhão-trator para reboques e semi-reboques”. Essas informações, entre outras, estão representadas na tabela a seguir.