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Produção industrial recua em novembro (-2,4%)

07/01/2016 11h07 | Atualizado em 09/08/2017 10h20

 

Novembro 2015 / Outubro 2015
-2,4%
Novembro 2015 / Novembro 2014
-12,4%
Acumulado 2015
- 8,1%
Acumulado 12 meses
- 7,7%
Média Móvel Trimestral
-1,6%

Em novembro de 2015, a produção industrial recuou 2,4% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, sexto resultado negativo seguido, acumulando nesse período perda de 8,3%. A queda desse mês foi a mais intensa desde dezembro de 2013 (-2,8%). Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou queda de 12,4% em novembro de 2015, 21ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e a mais acentuada desde abril de 2009 (-14,1%). No índice acumulado para os 11 meses de 2015, o setor industrial mostrou redução de 8,1%, intensificando o recuo de 6,0% registrado no primeiro semestre de 2015. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, com a queda de 7,7% em novembro de 2015, assinalou a perda mais intensa desde novembro de 2009 (-9,4%) e manteve a trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%). Clique aqui para acessar a publicação completa.

Tabela 1
Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas -
Brasil - Novembro de 2015


Grandes Categorias
Econômicas
Variação (%)
Novembro 2015/ Outubro 2015*
Novembro 2015/Novembro 2014
Acumulado Janeiro-Novembro
Acumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital
-1,6
-31,2
-25,1
-24,1
Bens Intermediários
-3,8
-10,8
-4,9
-4,6
Bens de Consumo
-0,5
-10,2
-9,5
-9,0
   Duráveis
-3,2
-29,1
-18,3
-17,6
   Semiduráveis e não Duráveis
0,4
-4,8
-6,9
-6,4
Indústria Geral
-2,4
-12,4
-8,1
-7,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*Série com ajuste sazonal

Frente a outubro, 14 dos 24 ramos investigados tiveram queda na produção

A redução de 2,4% da atividade industrial na passagem de outubro para novembro teve predomínio de resultados negativos, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 14 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, as principais influências negativas foram em indústrias extrativas (-10,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,8%), ambos intensificando o ritmo de queda frente ao mês anterior (-1,8% e -1,1%, respectivamente). Vale destacar que, nesse mês, esses ramos foram influenciados pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Mariana (MG) e pela greve dos petroleiros. Outras contribuições negativas importantes vieram de produtos alimentícios (-2,2%), produtos de minerais não-metálicos (-3,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,9%), produtos do fumo (-14,9%), outros produtos químicos (-4,4%) e outros equipamentos de transporte (-3,8%). Entre os dez ramos que ampliaram a produção, os desempenhos de maior importância foram veículos automotores, reboques e carrocerias (1,3%), metalurgia (1,4%), bebidas (1,4%) e perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (0,7%), com o primeiro interrompendo três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 19,2%; o segundo intensificando a taxa positiva registrada em outubro último (0,2%); o terceiro revertendo a variação negativa de 0,1% do mês anterior; e o último eliminando parte da perda de 2,3% observada em outubro.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens intermediários (-3,8%) e bens de consumo duráveis (-3,2%) mostraram as reduções mais acentuadas em novembro de 2015, com o primeiro permanecendo com o comportamento de queda presente desde fevereiro último e acumulando recuo de 10,9% e o segundo apontando o quarto resultado negativo consecutivo, com perda de 18,9% nesse período. O segmento de bens de capital (-1,6%), que também registrou taxa negativa nesse mês, teve queda menos intensa do que a média nacional (-2,4%), mas marcou o segundo recuo seguido, acumulando nesse período perda de 3,7%. O setor de bens de consumo semi e não-duráveis, ao avançar 0,4%, assinalou o único resultado positivo em novembro de 2015, eliminando parte do recuo de 1,0% verificado no mês anterior.

Média móvel trimestral recua 1,6%

Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral recuou 1,6% no trimestre encerrado em novembro de 2015 frente ao mês anterior e manteve a trajetória descendente iniciada em outubro de 2014. Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-5,1%) mostrou a redução mais acentuada nesse mês e permaneceu com a sequência de taxas negativas iniciada em dezembro de 2014, com perda acumulada de 30,7% nesse período. Os segmentos de bens intermediários (-2,1%) e de bens de capital (-0,8%) também apontaram taxas negativas em novembro de 2015, com o primeiro mantendo a trajetória descendente iniciada em outubro de 2014 e o segundo prosseguindo com o comportamento negativo presente desde outubro de 2014 e acumulando nesse período recuo de 33,0%. O setor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,0%) o patamar do mês anterior, após quatro meses de resultados negativos consecutivos e que acumularam redução de 2,0%.

Indústria recua 12,4% na comparação com novembro de 2014

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial caiu 12,4% em novembro de 2015, com perfil disseminado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 24 dos 26 ramos, 68 dos 79 grupos e 76,4% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (-35,3%) exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada pela redução na produção de automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, carrocerias para ônibus e caminhões e autopeças. Outras contribuições negativas relevantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-12,0%), indústrias extrativas (-10,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-34,2%), máquinas e equipamentos (-16,3%), outros produtos químicos (-9,2%), produtos de minerais não-metálicos (-13,6%), produtos de metal (-14,0%), metalurgia (-9,0%), produtos de borracha e de material plástico (-11,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,2%), outros equipamentos de transporte (-21,2%), móveis (-22,9%), produtos têxteis (-19,0%) e produtos diversos (-20,6%). Por outro lado, produtos alimentícios (0,7%) e bebidas (1,3%) foram as duas atividades que aumentaram a produção nesse mês.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-31,2%) e bens de consumo duráveis (-29,1%) assinalaram as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-10,8%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-4,8%) também mostraram resultados negativos nesse mês, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-12,4%).

O setor de bens de capital (-31,2%) assinalou a 21ª taxa negativa consecutiva, com queda ligeiramente menos intensa do que a verificada no mês anterior (-32,8%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelos recuos em todos os seus grupamentos, com destaque para a redução de 35,2% de bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, embarcações para transporte de pessoas ou cargas (inclusive petroleiros e plataformas), aviões, ônibus e vagões para transporte de mercadorias. As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital de uso misto (-37,0%), para construção (-53,8%), para fins industriais (-6,5%), agrícola (-21,5%) e para energia elétrica (-13,1%).

O segmento de bens de consumo duráveis recuou 29,1% no índice mensal, 21º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde junho de 2014 (-32,8%). Nesse mês, o setor foi pressionado pela menor fabricação de automóveis (-34,2%) e de eletrodomésticos da linha branca (-18,6%) e da linha marrom (-25,8%), influenciados por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-37,2%), móveis (-20,7%) e de outros eletrodomésticos (-14,1%).

A produção de bens intermediários (-10,8%) assinalou a 20ª taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde julho de 2009 (-11,1%). Esse resultado foi explicado pelos recuos nos produtos associados às atividades de indústrias extrativas (-10,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-15,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-26,4%), outros produtos químicos (-9,2%), metalurgia (-9,0%), produtos de minerais não-metálicos (-13,7%), produtos de metal (-15,4%), produtos de borracha e de material plástico (-11,5%), produtos têxteis (-20,9%), celulose, papel e produtos de papel (-4,1%) e produtos alimentícios (-0,9%). A única pressão positiva veio de máquinas e equipamentos (3,2%). Vale citar as reduções nos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-17,3%), com a 21ª taxa negativa consecutiva, e de embalagens (-5,9%), que marcou o 11º recuo seguido na comparação com igual mês do ano anterior.

A redução na produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-4,8%) em novembro de 2015 foi a 13ª taxa negativa consecutiva na comparação com igual mês do ano anterior, mas teve queda menos intensa do que as verificadas nos meses de julho (-9,1%), agosto (-7,3%), setembro (-7,2%) e outubro (-7,5%). O desempenho nesse mês foi explicado pelos recuos observados nos grupamentos de semiduráveis (-12,7%), de não-duráveis (-10,0%) e de carburantes (-3,1%). Por outro lado, o subsetor de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (1,1%) assinalou o único resultado positivo nessa categoria.

Índice acumulado em 2015 cai 8,1%

No índice acumulado entre janeiro e novembro de 2015, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial caiu 8,1%, com perfil disseminado de taxas negativas, já que as quatro grandes categorias econômicas, 25 dos 26 ramos, 71 dos 79 grupos e 77,6% dos 805 produtos pesquisados apontaram recuo na produção. Entre os setores, o principal impacto negativo foi em veículos automotores, reboques e carrocerias (-25,6%), pressionado pela redução na produção de aproximadamente 97% dos produtos investigados na atividade, com destaque para automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, autopeças, reboques e semirreboques e carrocerias para ônibus e caminhões. Outras contribuições negativas relevantes vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-29,6%), máquinas e equipamentos (-13,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), metalurgia (-8,5%), produtos alimentícios (-2,8%), produtos de metal (-10,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,9%), produtos de borracha e de material plástico (-8,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,4%), produtos de minerais não-metálicos (-7,2%), outros produtos químicos (-4,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-10,4%) e produtos têxteis (-14,2%). A única influência positiva foi observada em indústrias extrativas (4,7%), impulsionada por minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os 11 meses de 2015 mostrou menor dinamismo para bens de capital (-25,1%) e bens de consumo duráveis (-18,3%), pressionadas pela redução na fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-30,6%), na primeira, e de automóveis (-19,1%) e eletrodomésticos (-22,0%), na segunda. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (-6,9%) e de bens intermediários (-4,9%) também assinalaram taxas negativas no índice acumulado no ano, com o primeiro registrando recuo abaixo da média nacional (-8,1%), e o segundo apontando a queda mais moderada entre as grandes categorias econômicas.

 

Comunicação Social
7 de janeiro de 2016