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PAC 2012: Comércio ocupa 600 mil a mais que em 2011

As 1,613 milhão de empresas comerciais brasileiras ocuparam 10,2 milhões de pessoas em 2012,...

01/10/2014 07h00 | Atualizado em 01/10/2014 07h00

As 1,613 milhão de empresas comerciais brasileiras ocuparam 10,2 milhões de pessoas em 2012, representando 600 mil postos de trabalhos a mais que em 2011. Estas receberam R$ 150,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações e geraram R$ 2,4 trilhões em receita operacional líquida (deduzidos impostos, contribuições, vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais). É o que revela a Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 2012, que investiga os segmentos atacadista, varejista e de veículos automotores, peças e motocicletas, com dados para Brasil e unidades da Federação.

O estrato certo da pesquisa, composto por empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas, respondeu por 3,6% das empresas comerciais (58 mil), mas gerou 73,7% da receita operacional líquida (R$ 1,8 trilhão) e respondeu por 59,5% (R$ 89,9 bilhões) do total gasto em pagamento de salários, retiradas e outras remunerações, referentes a 45,1% de pessoas ocupadas (4,6 milhões).

A publicação completa com os dados divulgados hoje está disponível no link
https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/comercioeservico/pac/2012/default.shtm
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Varejo se destaca na maior parte das variáveis investigadas

O comércio varejista mostrou índices superiores aos do atacado e aos do setor de veículos automotores, peças e motocicletas, exceto no que tange à receita. Na comparação com 2011, a estrutura da receita operacional líquida permaneceu inalterada nos três setores: o comércio por atacado (43,8%) superou o varejista (42,9%) e o setor de veículos, peças e motocicletas (13,4%). Em 2011, os percentuais haviam sido semelhantes (43,5%, 41,8% e 14,6%, respectivamente). Já em relação ao pessoal ocupado (7,537 milhões ou 73,7% do total), ao número de empresas (1,286 milhões ou 79,7%), ao número de unidades locais (1,372 milhões ou 79,3% do total) e aos salários, retiradas e outras remunerações (R$ 94,1 bilhões ou 62,4%), o segmento varejista ficou acima dos demais.

As maiores receitas operacionais líquidas vieram de empresas que ocuparam 500 pessoas ou mais (R$ 771,9 bilhões ou 31,6%), seguidas pelas empresas com até 19 pessoas (R$ 679,0 bilhões ou 27,8%). Estas últimas foram as que pagaram o maior montante da massa salarial (60,938 bilhões ou 40,4%), pois concentram a maior parte dos ocupados (5,578 milhões ou 54,6%) e do número de empresas (1,556 milhões ou 96,5%).

Hipermercados e supermercados responderam por quase 25% da receita do varejo

No comércio varejista, as empresas que possuíam até 19 pessoas ocupadas geraram 40,1% (R$ 419,4 bilhões) da receita. Entre as atividades, os hipermercados e supermercados representaram a maior receita, R$ 257,7 bilhões (24,9%). A atividade também se destacou em salários, retiradas e outras remunerações (R$ 16,1 bilhões ou 17,1% do total), mesmo patamar das lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis. Hipermercados e supermercados apresentaram, ainda, a maior média de pessoal ocupado, 84 por empresa. As lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis se sobressaíram em termos de salário médio mensal (1,8 salário mínimo). As atividades que mais ocuparam no setor varejista foram tecidos, vestuário e calçados (1,376 milhão de pessoas ou 18,3%) e produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,207 milhão ou 16,0%). Estas últimas detinham o maior número de empresas, 326,602 mil (25,4%).

Comércio atacadista de combustíveis e lubrificantes geraram R$ 249,8 bilhões em 2012

No atacado, as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas responderam por 37,1% da receita operacional líquida (R$ 396,1 bilhões). As principais atividades em termos de geração de receita foram combustíveis e lubrificantes, com R$ 249,8 bilhões (24,3%) e produtos alimentícios, bebidas e fumo, com R$ 192,0 bilhões (18,7%). Em relação aos salários, retiradas e outras remunerações, máquinas e equipamentos dispenderam R$ 8,0 bilhões (19,9%), seguidos por produtos alimentícios, bebidas e fumo (R$ 6,9 bilhões ou 17,3%), que também foi responsável pelo maior número de pessoas ocupadas, 396,506 mil (22,9%). A revenda de mercadorias em geral e de combustíveis e lubrificantes apresentaram a maior média de pessoal ocupado por empresa, 44 e 26 respectivamente. Esta última atividade também registrou o maior salário médio mensal (6,4 salários mínimos) e a maior produtividade do trabalho (R$ 279,415 mil).

Veículos automotores geraram quase 70% da receita de veículos, peças e motocicletas

No comércio de veículos, peças e motocicletas, a atividade de veículos automotores respondeu por R$ 220,4 bilhões da receita líquida (69,8%), ocupou 303,4 mil pessoas (31,8%), com um total de 20,6 mil empresas (13,5%). No setor de peças para veículos que, apesar de ter uma receita líquida que representa 23,8% do total (R$ 75,1 bilhões), os salários, retiradas e outras remunerações corresponderam a 45,8% (R$ 7,6 bilhões). Os números de pessoal ocupado e de empresas também foram maiores nessa atividade: 554,9 mil pessoas ocupadas (58,1%) e 113.378 empresas (74,4%). A atividade de veículos automotores registrou a maior média de pessoal ocupado por empresa (15), o maior salário médio (3,1 salários mínimos) e a mais alta produtividade do trabalho (R$ 72,722 mil por pessoa ocupada).

Estrutura da atividade do comércio nas grandes regiões brasileiras

Em 2012, a região Sudeste se destacou em relação às principais variáveis analisadas: receita bruta de revenda (R$ 1.438,7 bilhões ou 53,4%); salários, retiradas e outras remunerações (R$ 85,9 bilhões ou 56,9%); pessoal ocupado (5,390 milhões ou 52,7%) e número de unidades locais (874,3 mil ou 50,6%).

A região Sul figurou em segundo lugar em todas as variáveis, respondendo por 19,0% da receita bruta de revenda (R$ 512,3 bilhões), 19,2% da massa salarial (R$ 28,9 bilhões) e contando com 1,976 milhão de pessoas ocupadas (19,3%), alocadas em 362,8 mil unidades locais (21,0%).

O Sudeste destacou-se também por possuir o maior salário médio mensal (2,0 salários mínimos), acima da média do Brasil, que foi de 1,8 salário mínimo, equivalente ao patamar da região Sul. As demais regiões apresentaram este indicador abaixo da média brasileira: 1,4 no Nordeste, 1,7 no Norte e no Centro-Oeste.

Nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro Oeste, o comércio por atacado é mais importante, em termos de receita, que o varejo. Entretanto, apenas a última apresentou grande distância entre os dois tipos de atividades: enquanto o setor atacadista arrecadou 49,5 % da receita no Centro-Oeste, o varejo alcançou 37,0%. No Sul, a maior percentagem da receita ficou com o varejo: 48,0% contra 39,2% no atacado.