Em 2012, o óleo diesel voltou a ocupar a liderança em termos de valor de vendas, após ter sido ultrapassado em 2011 pelo minério de ferro. Registrando R$ 54,1 bilhões, a participação do óleo diesel no valor de vendas da indústria foi de 2,9%, enquanto o minério de ferro caiu para a terceira colocação, com R$ 44,6 bilhões (2,4%). As Pesquisas Industriais Anuais (PIA) Empresa e Produto 2012 revelam ainda que, com um número de empresas 5% maior que em 2011, a indústria brasileira prossegue com maior participação de empresas com 500 e mais pessoas ocupadas, responsáveis por 68,3% da receita da atividade industrial. Já o número de pessoas ocupadas cresceu 1,7% de um ano para o outro. A fabricação de produtos alimentícios permaneceu em 2012 como primeira colocada em termos de valor da transformação industrial (diferença entre o valor bruto da produção industrial e o custo das operações industriais), concentrando 14,9% do valor gerado pela indústria em geral, seguida da fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (9,7%).

Essas e outras informações estão disponíveis nas publicações das Pesquisas Industriais Anuais. A publicação completa da PIA Empresa pode ser acessada na página
https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/empresas/2012/defaultempresa.shtm.

E a da PIA Produto, na página
https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/pia/produtos/produto2012/defaultproduto.shtm.

Número de empresas cresce 5% em relação a 2011

Em 2012, havia no Brasil cerca de 329 mil empresas industriais com uma ou mais pessoas ocupadas, que empregaram 8,8 milhões de pessoas, uma média de 27 pessoas por empresa. O número de empresas foi 5,0% maior que em 2011, quando eram 312.454. Já o pessoal ocupado aumentou 1,7% em um ano (eram 8,6 milhões em 2011).

As empresas do setor industrial apontaram, em 2012, receita líquida de vendas de aproximadamente R$ 2,4 trilhões, lideradas pelo desempenho das empresas com 500 e mais pessoas ocupadas, que concentraram 68,3% (R$ 1,6 trilhão) de participação no total das receitas da indústria brasileira.

O valor bruto da produção e o consumo intermediário foram de, respectivamente, R$ 2,3 trilhões e R$ 1,6 trilhão. Com isso, o valor adicionado (diferença entre o valor bruto da produção e o consumo intermediário) atingiu R$ 709,7 bilhões. O valor da transformação industrial (diferença entre o valor bruto da produção industrial e o custo das operações industriais) foi de R$ 993,3 bilhões. Os custos das operações industriais chegaram a R$ 1,2 trilhão.

Gastos com matérias-primas representam 41,3% dos custos industriais

Em 2012, o total dos custos e despesas das empresas industriais foi de R$ 2,5 trilhões. Os gastos de pessoal alcançaram 14,4% do total, participação semelhante à observada em 2011. O consumo de matérias-primas respondeu por 41,3% do total de gastos, mantendo o maior percentual na estrutura dos custos e despesas, embora inferior ao registrado em 2011 (42,1%).

O total dos investimentos realizados para o ativo imobilizado (bens tangíveis da empresa) atingiu R$ 197,3 bilhões. Ao considerar as empresas com até 29 pessoas ocupadas, o valor foi de R$ 6,5 bilhões, ou seja, aproximadamente 3,3% do total investido. Em relação aos investimentos nas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, o destaque ficou por conta de máquinas e equipamentos industriais, que permaneceu com a maior participação (47,2%), superior à de 2011 (46%). As aquisições de terrenos e edificações apontaram perda relativa na participação entre os dois anos, passando de 15,0% para 13,3%. Os recursos aplicados em meios de transporte alcançaram 3,4% do total em 2012, enquanto que outras aquisições (móveis, microcomputadores, imobilizado em andamento, etc.) responderam por 32,8%.

Dez setores concentram 67,7% do valor da transformação industrial

Em 2012, as atividades com maior participação no total da indústria em termos de valor de transformação foram: fabricação de produtos alimentícios (14,9%); fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (9,7%); fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (8,6%); extração de minerais metálicos (6,6%); fabricação de produtos químicos (6,3%); extração de petróleo e gás (5,1%); fabricação de máquinas e equipamentos (4,8%); metalurgia (4,4%); fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (3,7%); fabricação de produtos de minerais não metálicos (3,6%). Juntos, esses setores concentraram 67,7% do total da indústria nacional em 2012.

Até a quinta posição, todos os setores se mantiveram na mesma colocação que em 2011. O setor de extração de petróleo e gás, no entanto, que em 2011 encontrava-se em oitavo lugar, passou para sexto lugar no ano seguinte. E o setor de fabricação de máquinas e equipamentos, que se encontrava em sexto lugar em 2011, passou para a sétima posição, em 2012.

Óleo diesel volta topo do ranking de valor de vendas em 2012

Em 2012, no ranking dos 15 produtos industriais que mais se destacaram em termos de valor de vendas, o óleo diesel atingiu a liderança, ao registrar vendas de R$ 54,1 bilhões (2,9% do valor total de vendas). Em segundo lugar ficaram automóveis, jipes ou camionetas, para passageiros, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada maior que 1.500 cm3 e menor ou igual a 3.000 cm3, com R$ 46,4 bilhões (2,5%). Minérios de ferro, que estavam na primeira colocação em termos de valor de vendas em 2011, caíram para a terceira em 2012, com cerca de R$ 44,6 bilhões (2,4%).

Na região Norte, os produtos que se destacaram em termos de valor de vendas foram minérios de ferro bruto ou beneficiados (R$ 17,8 bilhões) e televisores (R$ 10,5 bilhões). Na região Nordeste, automóveis (valor de vendas restrito devido ao número de informantes) e óleo diesel (R$ 5,7 bilhões) foram os destaques. No Sudeste, os produtos com maiores valores de vendas foram óleos brutos de petróleo (R$ 36,6 bilhões) e óleo diesel (R$ 34,0 bilhões). Os produtos que se destacaram no Sul foram óleo diesel (R$ 12,7 bilhões) e automóveis, jipes ou camionetas com motor de cilindrada maior que 1.500 cm3 e menor ou igual a 3.000 cm3 (R$ 10,2 bilhões). Na região Centro-Oeste, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 10,5 bilhões) e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja (R$ 7,4 bilhões) foram os produtos mais representativos em termos de valor de vendas.

Cem produtos concentram mais da metade (51,2%) das receitas de vendas

A PIA-Produto levanta informações sobre a linha de produção das empresas industriais do país, com 30 ou mais pessoas ocupadas, trazendo dados sobre as quantidades produzidas e vendidas, e o valor de venda de cerca de 3.500 produtos. Em 2012, 40,6 mil empresas industriais fizeram parte da pesquisa, sendo coletadas informações de 49,6 mil plantas industriais, que em conjunto registraram vendas da ordem de R$ 1,868 trilhões, representando 87,4% do valor de vendas das empresas industriais com 1 ou mais pessoas ocupadas.

Considerando os cem maiores produtos e serviços industriais em termos de valor de vendas, o total das vendas atingiu R$ 967,7 bilhões em 2012, o que representa cerca de 51,8% das receitas de vendas das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas da indústria brasileira. Em 2011, essa mesma relação de produtos e serviços industriais representava 52,2%.