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Em março, IBGE prevê safra 0,7% maior que a de 2013

A terceira estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totaliza 189,4 milhões...

10/04/2014 06h00 | Atualizado em 10/04/2014 06h00

Estimativa de MARÇO de 2014
189,4 milhões de toneladas
Variação março / fevereiro 2014
-0,5% (-0,9 milhão de toneladas)
Variação safra 2014 / safra 2013
0,7% (+1,2 milhão de toneladas)

A terceira estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totaliza 189,4 milhões de toneladas, superior em 0,7% à obtida em 2013 (188,2 milhões de toneladas) e 0,5% menor do que a estimativa de fevereiro (190,3 milhões de toneladas). A área a ser colhida em 2014, de 55,6 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 5,3% frente à área colhida em 2013 (52,8 milhões de hectares) e aumento de 1,0% comparada à previsão no mês anterior (55,1 milhões de hectares).

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que somados representaram 91,4% da estimativa da produção e responderam por 85,3% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior houve acréscimos na área de 1,8% para o arroz, 7,5% para a soja e decréscimo de 0,9% para o milho. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 7,7% para o arroz e de 6,2% para a soja. Para o milho houve diminuição de 8,5% quando comparado a 2013. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada em www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 77,4 milhões de toneladas; Sul, 72,2 milhões de toneladas; Sudeste, 16,9 milhões de toneladas; Nordeste, 18,0 milhões de toneladas e Norte, 5,0 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foi constatado incremento de 50,2% no Nordeste. As regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste apresentaram, respectivamente, diminuição de 1,3%, 1,1% e 14,7% em relação à produção do ano anterior. O Norte manteve-se estável (0,0%). Nessa avaliação para 2014, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,9%, seguido pelo Paraná (18,6%) e Rio Grande do Sul (16,1%), que somados representaram 58,6% do total nacional previsto:


Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões
Participação na produção - 2014 (%)

Cereais, leguminosas e oleaginosas
Unidades da Federação
Participação na produção - 2014 (%)

Estimativa de março em relação à produção obtida em 2013

Dentre os 26 principais produtos, 16 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (23,5%), arroz em casca (7,7%), batata-inglesa 1ª safra (7,7%), batata-inglesa 2ª safra (0,5%), batata-inglesa 3ª safra (0,8%), café em grão - canephora (13,0%), cana-de-açúcar (0,0%), cebola (12,9%), feijão em grão 1ª safra (56,6%), feijão em grão 2ª safra (1,8%), laranja (0,2%), mamona em baga (372,3%), mandioca (6,9%), soja em grão (6,2%), sorgo em grão (2,0%) e trigo em grão (17,3%). Com variação negativa foram 10 produtos: amendoim em casca 1ª safra (17,6%), amendoim em casca 2ª safra (10,7%), aveia em grão (1,3%), cacau em amêndoa (2,1%), café em grão - arábica (8,1%), cevada em grão (8,4%), feijão em grão 3ª safra (2,8%), milho em grão 1ª safra (7,8%), milho em grão 2ª safra (9,1%) e triticale em grão (14,2%).

Destaques na estimativa de março em relação a fevereiro

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A produção de 4,2 milhões de toneladas é 10,4% superior à estimativa realizada no mês de fevereiro, de 3,8 milhões de toneladas, devido principalmente ao aumento da área plantada, de 8,5%, percentual atribuído às boas perspectivas de preços para o produto na safra a ser colhida em 2014. O rendimento médio nacional deve crescer 1,8%. O Mato Grosso é o principal estado produtor, participando com 55,6% da produção nacional, com aumentos de 3,2% na área plantada e a ser colhida e 2,5% na produção esperada, que deve totalizar 2,3 milhões de toneladas.

ARROZ (em casca) – Em março, a produção nacional de arroz para 2014 está estimada em 12.660.899 toneladas, 1,3% superior à estimativa realizada em fevereiro. A área total ocupada com a cultura e a área destinada à colheita foram reavaliadas para mais 0,8%. A região Sul é a maior produtora do país, com quase absoluta predominância do arroz irrigado. O Rio Grande do Sul concentra 68,1% da produção nacional e, em março faz pequenas retificações em seus números para a safra 2014, em relação ao mês anterior, a saber: -0,2% na área total e destinada à colheita, 1,8% na produção esperada e 2,0% no rendimento previsto.

CAFÉ TOTAL (em grão) – Somadas as espécies arábica e canephora, o país deverá produzir em 2014, 2.818.214 toneladas (46,9 milhões de sacas de 60 kg de café em grãos beneficiados). A safra de 2014 aponta para um ano atípico, de acordo com a série histórica publicada pelo IBGE, uma vez que a característica bienal do café arábica vinha sendo observada desde 1992, sem interrupções. Confirmadas as atuais estimativas negativas para o arábica, serão dois anos seguidos de “safra baixa” (2013 e 2014).

CAFÉ ARÁBICA (em grão) – De acordo com a estimativa de março, o Brasil deverá produzir 2.086.097 toneladas de café arábica, o que equivale a 34,7 milhões de sacas de 60 kg. Em 2013, que foi um ano de baixa, o país produziu 2.270.916 toneladas (37,8 milhões de sacas). O percentual de decréscimo da produção em relação à estimativa de fevereiro é de 5,1%. Há uma redução do rendimento esperado em relação à estimativa de março em relação a fevereiro de -5,4%, passando de 1.436 kg/ha, avaliado em fevereiro, para 1.358 kg/ha, no levantamento atual. Há importantes registros de queda de rendimento médio, pois as altas temperaturas e a estiagem neste início de 2014 foram ocorrências negativas e muito prolongadas. Já se esperava por queda na produção brasileira em 2014, por conta da queda de área ocupada pela cultura no país, em decorrência da grande crise de preços internacionais que se agravou a partir de novembro de 2012 e persistiu até o final de 2013. Com queda dos preços a patamares inferiores a R$ 300,00/saca, houve desestímulo à manutenção dos cafezais, o que levou os cafeicultores a realizarem podas drásticas e até mesmo à erradicação de talhões menos produtivos. Os Grupos de Coordenação das Estatísticas Agropecuárias (GCEAs estaduais), responsáveis pelas estimativas mensais são formados por Instituições ligadas ao setor, como: IBGE, FAEMG, EPAMIG, SEAPA, CEASAMINAS, INCAPER, CONAB, DERAL, MDA, BB, BACEN e EMATER, entre outras. Minas Gerais, o 1º produtor brasileiro de café arábica, aponta decréscimo de 2,9% na produção estimada de março em relação a fevereiro, que totaliza 1.494.171 toneladas (24,9 milhões de sacas de 60 kg). A área a ser colhida está estimada em 1.018.924 ha.

CAFÉ CANEPHORA (em grão) – Para o café canephora, a estimativa realizada em março de 2014 é de que sejam produzidas neste ano, 732.117 toneladas (12,2 milhões de sacas), 1,0% maior que a estimativa de fevereiro. A área total ocupada com esta espécie é de 531.190 hectares (0,5%). A produção do Espírito Santo, principal produtor de canephora do país, está estimada em 570.971 toneladas (9,5 milhões de sacas). As áreas não irrigadas do estado sofreram com estiagem e altas temperaturas.

FEIJÃO (em grão) TOTAL - A estimativa de produção para o feijão total em março de 2014 indica uma diminuição de 4,5% na produção e de 5,8% na área plantada em relação ao mês de fevereiro. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná com 25,7% de participação, Minas Gerais com 16,5% e Goiás com 8,5% de participação na produção nacional. O Paraná reduziu sua área plantada em 0,7% e a estimativa do rendimento médio em 1,5%, com isso a estimativa de produção é 2,2% menor que a de fevereiro, ficando em 917.412 toneladas.

FEIJÃO (em grão) 1ª Safra - A 1ª safra nacional de feijão está estimada em 1.708.949 toneladas, o que representa uma queda de 3,3% frente a fevereiro. Este resultado é reflexo da diminuição na estimativa do rendimento médio 4,0%, visto que a área plantada subiu 1,4%. Na Bahia o decréscimo do rendimento médio esperado foi de 42,8%, passando de 691 kg/ha, estimado anteriormente, para 395 kg/ha, neste levantamento de março. Nesta estimativa de março, os maiores produtores desta safra de feijão são Paraná (24,7%), Ceará (12,7%) e Minas Gerais (11,7%).

FEIJÃO (em grão) 2ª Safra – Apesar da estimativa para o rendimento médio ter subido 11,4%, a produção esperada de 1.348.986 toneladas é 7,7% menor que a de fevereiro, visto que houve uma diminuição de 17,2% na estimativa da área plantada. No Paraná, maior produtor nacional também para a 2ª safra, as investigações de campo indicam uma área plantada com a cultura do feijão de 263.718 ha e uma produção esperada de 490.386 toneladas do produto, estimativas menores que as registradas no mês anterior em 1,1% e 4,1%, respectivamente. Para o rendimento médio (1.860 Kg/ha) a diminuição é de 3,0%.

MANDIOCA - A estimativa de produção da mandioca para 2014 é de 22.654.996 toneladas, queda de 3,1% em relação ao mês anterior, devido à redução de 4,5% na área a ser colhida, apesar do crescimento de 1,5% no rendimento médio. A região Nordeste, que vem de dois anos de seca, na presente informação, reduziu sua estimativa de produção em 13,9% em relação à informação do mês anterior, sendo reflexo da área a ser colhida que reduziu 13,2%. As maiores quedas em relação ao mês anterior foram informadas pela Bahia (-44,6%), Ceará (-3,4%) e Alagoas (-16,4%), enquanto as maiores altas foram informadas pelo Rio Grande do Norte (288,6%) e Pernambuco (5,5%). A região Norte, principal produtora do país, aguarda um aumento de 1,9% na produção este mês frente ao anterior, com destaques de crescimento no Amazonas (17,5%). O Pará, maior produtor nacional e que participa com 20,7% da produção nacional, manteve as estimativas do mês anterior. O preço da tonelada da mandioca, após ter alcançado R$ 500,00, vem caindo nos últimos três meses, refletindo a oferta que aumentou.

MILHO (em grão) 1ª Safra – Em março a estimativa nacional para o milho 1ª safra é de que sejam produzidas 31,5 milhões de toneladas, 4,5% a menos que o número divulgado no mês de fevereiro. Todas as variáveis investigadas estão apresentando decréscimos: área plantada total (-1,6%), área colhida ou a colher (-2,3%) e rendimento médio (-2,2%). As grandes perdas registradas no Sudeste estão diretamente relacionadas ao clima quente e a falta de chuvas nos dois primeiros meses do corrente ano, notadamente em Minas Gerais. Esse estado espera colher 5.774.064 toneladas de milho nesta primeira safra, 3,3% a menos que a estimativa do mês anterior. A área a ser colhida apresenta queda de 1,0% e o rendimento médio, diminuição de 2,4%.

MILHO (em grão) 2ª safra - Pelo terceiro ano consecutivo a 2ª safra de milho deverá superar a 1ª safra. A estimativa para a produção nacional de milho 2ª safra em 2014 é de 42,2 milhões de toneladas, 0,5% superior à estimativa de fevereiro. A área total plantada ou a plantar com a cultura é de 8.650.834 ha, 2,7% superior ao mês anterior. O rendimento, entretanto, deve apresentar queda de 1,9%. O Mato Grosso, primeiro produtor de milho 2ª safra, aponta produção de 15,8 milhões de toneladas, 0,7% inferior à estimativa de fevereiro. Nesta safra os investimentos em tecnologia serão bem menores que na safra colhida em 2013, principalmente com relação às sementes. O estado prevê diminuição na produtividade de 4,0%. As lavouras de milho 2ª safra no Paraná foram implantadas com alta tecnologia, mas as estimativas apontam decréscimos em relação a fevereiro, na produção esperada (-0,3%) e no rendimento (-0,4%).

SOJA (em grão) - A estimativa de março para a produção da soja em 2014 é de 86.769.230 toneladas, 1,9% menor frente a estimativa anterior, refletindo parte dos efeitos negativos da estiagem e das altas temperaturas ocorridas neste início de 2014. O rendimento médio decresce 2,9%, passando para 2.897 Kg/ha. O Centro-Oeste, que responde por 47,9% da produção nacional, registra um rendimento médio de 2.985 Kg/ha, número 3,6% menor que a estimativa do mês anterior. No Mato Grosso, primeiro produtor nacional, há relatos de chuvas constantes no médio norte do estado durante a colheita. A produção cai 0,8% e o rendimento, 2,2%, quando comparados a fevereiro. Assim, o estado deverá produzir 26,3 milhões de toneladas. No Paraná, 2º maior produtor, as estimativas atuais de área a ser colhida e produção esperada foram ambas corrigidas em 0,4%, sendo mantido o rendimento de 2.932 kg/ha.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.