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Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia 0,62% em setembro

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,62% em setembro, na comparação com agosto/13, número...

30/10/2013 07h00 | Atualizado em 30/10/2013 07h00

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,62% em setembro, na comparação com agosto/13, número inferior ao observado entre agosto/13 e julho/13 (1,43%). O indicador acumulado em 2013 atingiu 4,91%. Já o acumulado em 12 meses chegou a 5,86%, abaixo dos 5,92% registrados em agosto.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp/default.shtm.

13 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em setembro de 2013, 13 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços na comparação com agosto, contra 22 do mês anterior. As quatro maiores variações ocorreram em bebidas (3,61%), impressão (-2,92%), madeira (-2,38%) e fumo (-2,23%). Em termos de influência, sobressaíram alimentos (0,32 ponto percentual – p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,13 p.p.), outros produtos químicos (0,11 p.p.) e bebidas (0,10 p.p.).

O indicador acumulado no ano (setembro/2013 contra dezembro/2012) atingiu 4,91%, contra 4,26% em agosto/13. Entre as atividades que tiveram as maiores variações, sobressaíram fumo (10,34%), têxtil (8,16%), metalurgia (7,22%) e calçados e artigos de couro (7,08%). Neste indicador, os setores de maior influência foram alimentos (1,20 p.p.), outros produtos químicos (0,69 p.p.), metalurgia (0,55 p.p.) e refino de petróleo e produtos de álcool (0,47 p.p.).

Já no indicador acumulado em 12 meses (setembro/2013 contra setembro/2012), a variação de preços ocorrida foi de 5,86%, contra 5,92% em agosto. As quatro maiores variações de preços ocorreram em fumo (13,54%), outros produtos químicos (10,22%), papel e celulose (10,11%) e produtos de metal (8,91%). As principais influências vieram de alimentos (1,15 p.p.), outros produtos químicos (1,10 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,69 p.p.) e metalurgia (0,60 p.p.).

Alimentos: em setembro, os preços do setor alimentício variaram, em média, 1,58%, resultado menor do que os observados nos três meses anteriores (junho, 2,29%; julho, 2,61%; e agosto, 3,20%) e maior do que os de janeiro (-1,52%) a maio (1,44%). No ano, a variação acumulada foi de 5,95%. Já na comparação com setembro de 2013, os preços mais recentes estiveram num patamar 5,63% maiores do que os de 2012. Em relação a esse indicador, o resultado de setembro, embora maior do que os observados entre maio (4,00%) e julho (3,58%), são menores do que todos observados de janeiro (13,22%) a abril (5,83%).

Neste mês, ao contrário da situação passada, houve valorização do real frente ao dólar, de aproximadamente 3,0%. Isso, por si só, explica a contribuição negativa de "sucos concentrados de laranja", porém, não explica o que ocorreu com os demais produtos. Dos produtos que figuraram entre as maiores contribuições, a situação de setembro não difere muito da observada em agosto: o mercado de "resíduos da extração de soja", em época em que os EUA começam a colher os grãos e o Brasil a plantá-los, continua com demanda estimulada; o trigo, mesmo com a valorização do dólar, teve preços aumentados, em grande parte pela colheita brasileira ter sido menor do que a esperada e de pior qualidade o produto (o que acarreta maior demanda pela parte de melhor qualidade). Por fim, no caso de "carnes e miudezas de aves, frescas ou refrigeradas", o mercado aponta que, por conta de baixos preços em meses anteriores, houve queda na oferta do produto e sua subsequente elevação de preços.

Bebidas: na comparação com agosto de 2013, os preços das bebidas aumentaram 3,61%, maior resultado desde setembro de 2012 (4,60%) e a maior taxa entre os demais setores das indústrias de transformação. Com isso, o setor acumulou aumento de 6,34% até setembro. Em 12 meses, a taxa chega a 6,55%. A maior parte dos aumentos do setor veio do ajuste de cervejas, o que repete o ambiente de setembro de 2012, dando indicações de uma mudança na política de preços do setor, que adianta os aumentos para setembro quando antes eles eram feitos em novembro ou dezembro.

Refino de petróleo e produtos de álcool: a atividade registrou variação de 1,16% em setembro com relação a agosto de 2013, seguindo trajetória positiva registrada desde julho. No ano, o setor acumulou alta de 4,25%. Ao se comparar o resultado do indicador mês/mesmo mês do ano anterior, setembro registrou resultado de 6,37%.

Em termos de influência, em setembro frente a agosto, os quatro produtos que mais pesaram neste indicador explicaram 1,14 p.p. de 1,16% de todo o setor, todos com viés positivo e ligados ao refino de petróleo, à exceção do “álcool etílico”, que registra níveis inferiores ao mês anterior pelo segundo mês consecutivo. O destaque, do ponto dos produtos ligados ao setor de refino, ficou por conta das “naftas”, reflexo da aceleração do preço da commodity em mercados emergentes, cenário que se mantém desde julho. Completando os produtos em destaque, “óleo diesel e outros óleos combustíveis” e “querosenes” possuem trajetórias similares nos últimos meses.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou variação média de preços em setembro de 0,98% com relação a agosto, quarto mês consecutivo de elevação no nível de preços do setor. No acumulado do ano, o setor registrou 6,21%, enquanto que, no comparativo setembro 2013/setembro 2012, a taxa foi de 10,22%.

Em se tratando dos valores de setembro frente a agosto, os quatro produtos em destaque são provenientes de três grupos distintos, todos com viés positivo. Da química orgânica, “etileno” e “propeno”. Como petroquímicos básicos, estes produtos possuem forte influência dos preços da nafta que, por sua vez, registrou o terceiro mês consecutivo de níveis positivos. Após desaceleração nos preços desta categoria desde o último trimestre de 2012, o terceiro trimestre apresentou crescimento. Os defensivos agrícolas registraram influência de “herbicidas”. Por fim, o grupo de resinas e elastômeros foi representado por “polietileno“. Juntos, os quatro somaram 0,92 p.p.

Metalurgia: em setembro de 2013, o setor de metalurgia apresentou variação negativa de 0,03% em relação a agosto de 2013, depois de seis meses seguidos de alta. Mesmo com este resultado, o setor acumulou até setembro 7,22% e esteve com os preços 7,78% maiores do que no mesmo mês do ano anterior, o que representou, nestes dois últimos casos, as maiores variações desde o inicio da série do IPP.

Dos produtos que mais influenciaram os resultados no mês de setembro em relação a agosto, dois apareceram entre as maiores variações (“lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e “arames e fios de aços ao carbono”) e dois novos (“fio-máquina de aços ao carbono” e “vergalhões de aços ao carbono”).

O percentual de variação dos preços do setor no ano demonstra uma sensível recuperação de preços no ano corrente, mesmo com a produção nacional em queda no ano e o excesso de oferta mundial, graças principalmente as novas normas tributárias que entraram em vigor no inicio do ano e ao câmbio favorável.

Veículos automotores: em setembro de 2013, os preços da atividade apresentaram variação positiva de 0,31%, acima da observada em agosto, 0,16%. Desta forma, o acumulado do ano teve variação positiva de 2,55%. Na comparação com setembro de 2012, a atividade apresentou variação positiva de 2,84% contra variação de 1,76% também positiva em agosto. Em 2013, excetuando março, quando o índice mês contra mês imediatamente anterior foi negativo, houve aumento de preço em todos os outros meses.